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FCCE

Federação das Câmaras de Comércio Exterior


Foreign Trade Chambers Federation

2007
• 12 de novembro •

Seminário Bilateral de
Comércio Exterior e Investimentos
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Brasil
Corrente de comércio, em 2007 = US$ 281,259 bilhões.
Aumento de 22,2% em relação a 2006.
O governo quer aumentar exportações. 125 professores

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FCCE

Federação das Câmaras


de Comércio Exterior

Foreign Trade Chambers


Federation

Fédération des Chambres


de Commerce Extérieur

Federación de las Cámaras


de Comercio Exterior
Federação das Câmaras de Comércio Exterior
Foreign Trade Chambers Federation

FCCE is the oldest Trade Association dedicated Exclu- In the recent past, the FOREIGN TRADE CHAM-
sively to Foreign Trade activities. BERS FEDERATION – FCCE signed an accord with the
Founded in 1950 by entrepreneur Joao Daudt de Oli- CHAMBERS OF COMMERCE COUNCIL OF THE
veira (who was also the founder of the National Trade AMERICAS, an organization representing the Bilat-
Federation five years earlier), FCCE has been in operation eral Chambers of Commerce in the following countries:
for over 50 years, motivating and supporting the work ARGENTINA, BOLIVIA, CANADA, CHILE, CUBA,
of Bilateral Chambers of Commerce, Foreign Consula- ECUADOR, MEXICO, PARAGUAY, SURINAM, URU-
tes, Business Councils and Mixed Commissions at the GUAY, TRINIDAD AND TOBAGO and VENEZUELA.
federal level. FCCE, by force of its Statute, has national In addition to the several dozen Bilateral Chambers of
scope with Regional Vice-Presidents in various states of Commerce affiliated with FCCE throughout Brazil, the
the Federation, and also operates in the international Presidents of these Chambers of Commerce belong to the
realm through “Cooperation Convention’s” established current Administration: Brazil-Greece, Brazil- Paraguay,
with various organizations of the highest credibility and Brazil-Russia, Brazil-Slovakia, Brazil-Czech Republic,
tradition. Among these is the International Chamber of Brazil-Mexico, Brazil-Belarus, Brazil- Portugal, Brazil-
Commerce (ICC) founded in 1919, with headquarters Lebanon, Brazil-India, Brazil-China, Brazil- Thailand, Bra-
in Paris, which has more than 80 National Committees zil-Italy and Brazil-Indonesia, in addition to the President
across the five continents, in addition to running the most of the Brazilian Committee of the International Chamber
important “International Arbitration Court” in the world, of Commerce, the President of the Brazilian Commercial
founded in 1923. Exporting Company Association ABECE, the President
The FOREIGN TRADE CHAMBERS FEDERATION of the Brazilian Railroad Industry Association ABIFER,
headquarters is located at Avenida General Justo 307, Rio President of the Brazilian Container Terminal Association
de Janeiro, which is also the main office of the National and the President of the Mechanical Industries and Electric
Confederation of Commerce (Confederação Nacional Material Union, among others. Also included are various
do Comércio – CNC). The FCC and the CNC have held Consuls and foreign diplomats, among them the Consul
a partnership for nearly two decades, working through General of the Republic of Gabon, the Consul of Sri Lanka
the “Administrative Support Convention and Mutual (formerly Ceylon) and the Trade Counselor Minister of
Cooperation Protocol.” the Portuguese Embassy.

The Administration
ADMINISTRATION FOR THE 2006-2009 TRIENNAL
President

JOÃO AUGUSTO DE SOUZA LIMA

1 st V i c e - P r e s i d e n t

PAULO FERNANDO MARCONDES FERRAZ

Vice-Presidents Vice-President Europa


Arlindo Catoia Varela Jacinto Sebastião Rego de Almeida (Portugal)
Gilberto Ferreira Ramos Vice-President Nor te
Joaquim Ferreira Mângia Cláudio do Carmo Chaves
José Augusto de Castro
Vice-President Sudeste
Ricardo Vieira Ferreira Martins
Antonio Carlos Mourão Bonetti
Vice-President Sul
Arno Gleisner

Directors

Diana Vianna De Souza Luiz Oswaldo Aranha


Marie Christiane Meyers Marcio Eduardo Sette Fortes de Almeida
Alexander Zhebit Oswaldo Trigueiros Júnior
Alexandre Adriani Cardoso Raffaele Di Luca
Andre Baudru Ricardo Stern
Augusto Tasso Fragoso Pires Roberto Nobrega
Cassio José Monteiro França Roberto Cury
Cesar Moreira Roberto Habib
Charles Andrew T’Ang Roberto Kattán Arita
Daniel André Sauer Sergio Salomão
Eduardo Pereira De Oliveira Sizínio Pontes Nogueira
José Francisco Fonseca Marcondes Neto Sohaku Raimundo Cesar Bastos
Luis Cesario Amaro da Silveira Stefan Janczukowicz

Fiscal Council (Holders)

Delio Urpia de Seixas


Elysio de Oliveira Belchior
Walter Xavier Sarmento
EDITORIAL

Reconhecendo a importância do APOIO


mercado saudita
A Arábia Saudita foi o primeiro país árabe a participar da série de encontros bilaterais
de comércio exterior e investimentos promovidos pela FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS
DE COMÉRCIO EXTERIOR (FCCE). A pertinência da escolha por esse país recai na
sua importância dentro da conjuntura internacional atual. Sendo a Arábia Saudita uma
potência do mercado de energia mundial, aprender um pouco mais sobre esse país
torna-se quase uma obrigação para os setores que lidam com estratégia comercial.
Em razão da importância de levantar os dados relacionados à área comercial desse
país e, também, estimular maior aproximação entre Brasil e Arábia Saudita, a FCCE
organizou, no dia 12 de novembro de 2007, o Seminário Bilateral de Comércio Exterior
e Investimentos Brasil-Arábia Saudita que conta com o apoio e participação do governo
federal, através dos Ministérios das Relações Exteriores (MRE) e do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC), das principais associações de classe, tais como
a Confederação Nacional de Comércio (CNC), a Câmara de Comércio Internacional
– ICC, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) e o Conselho das Câmaras
de Comércio das Américas.
O seminário mostrou à platéia presente que a Arábia Saudita é um país que vem
demonstrando, ao longo desta década, um auspicioso crescimento econômico, muito
disso em função das altas na cotação do petróleo, que já ultrapassou a barreira de US$ CONSELHO DE
100, seu principal produto de exportação. A Arábia Saudita tem 25% das reservas mun- CÂMARAS DE COMÉRCIO
diais de petróleo, posicionando o país como líder no setor petrolífero mundial. Essa DAS AMÉRICAS

performance vem permitindo que haja um significativo aumento do poder de compra


dos sauditas, o que, para grande parte do empresariado nacional, pode representar
excelentes oportunidades de negócio. No entanto, para melhor auferir resultados é
preciso, antes de tudo, buscar conhecer melhor esse promissor mercado: legislação,
cultura, os aspectos religiosos, identificação de demanda e outras especificidades im-
portantes para que o fluxo de exportações brasileiras ganhe relevância para esse país.
A previsão de criação, ainda em 2008, do mercado comum entre os países membros Expediente
do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) abrirá uma janela irresistível para in- Produção
vestimentos e comércio na região. Federação das Câmaras de Comércio Exterior – FCCE
É bem verdade que o governo brasileiro já deu alguns passos em direção ao fortale- Av. General Justo, 307/6o andar
Tel.: 55 21 3804 9289
cimento das relações entre o Brasil e os países da região. Desde a realização da primeira e-mail: fcce@cnc.com.br
conferência Mercosul-CCG, realizada em 2005, quando o Brasil foi um dos principais Editor
articuladores, e que, após as partes firmarem um acordo de livre-comércio, o incre- O coordenador da FCCE
Textos e Repor tagens
mento da corrente de comércio entre os dois blocos vem sendo notável. No entanto, Brunno Braga
é forçoso reconhecer que muita coisa ainda pode ser feita. A recente visita do ministro Edição e Ar te
das Relações Exteriores, Celso Amorim, aos países árabes (Arábia Saudita e outros) é Editora Aduaneiras
Rua da Consolação, 77
uma prova da importância que o governo brasileiro está destinando à região. Tel.: 55 11 2126 9200
Esta edição é mais uma prova dos esforços da FCCE em auxiliar na promoção e-mail: comercial@aduaneiras.com.br
do comércio exterior no Brasil. Acreditando que somente com a união de esforços Impressão e Fotolito
Graphic Express
entre os setores privado e público, a FCCE busca consolidar e contribuir para que
Jornalista Responsável
os desafios existentes – e que são muitos – sejam superados, e, assim, fazer com que Brunno Braga (MTB 050598/00)
o Brasil alcance o seu devido lugar dentro do comércio mundial. E o leitor poderá e-mail: carbrag29@yahoo.com.br
Tel.: 55 21 9415 9365
tomar conhecimento, nas páginas que seguem, do nosso trabalho que está voltado
Fotografia
para esse objetivo. Ismar Ingber
Secretaria
Maria Conceição Coelho de Souza
Boa Leitura Sérgio Rodrigo Dias Julio
As opiniões emitidas nesta revista são de
responsabilidade de seus autores. É permitida a
O EDITOR reprodução dos textos, desde que citada a fonte.
SUMÁRIO

6 E N T R E V I S TA 3 4 CÂMARA DE COMÉRCIO
“Queremos dar mais Câmara de comércio Arábe-brasileira:
abertura aos empresários, intermediando a aproximação entre Brasil e o
para que eles viagem à mundo árabe
Arábia Saudita”

3 7 COMÉRCIO EXTERIOR
1 4 A B E RT U R A Secretário de Comércio Exterior do MDIC
Relações diplomáticas e comerciais Welber Barral: “Nossa meta sempre é de
aumentar as exportações”

1 8 PA I N E L I
Onde e como investir
4 0 ENERGIA
Petrobras volta ao
Oriente Médio

2 2 PA I N E L I I
Comércio exterior em
pauta
4 2 E X P O RTA Ç Ã O
Em defesa do câmbio mais justo

2 5 PA I N E L I I I
Desafios e oportunidades nas relações
44 C U LT U R A
bilaterais Lawrence da Arábia

3 0 E N C E R R A M E N TO
Investindo na melhoria 47 C U LT U R A
das cidades Café uma bebida das
Arábias

3 2 URBANIZAÇÃO 5 0 R E L A Ç Õ E S B I L AT E R A I S
Ministro Marcio Fortes:
“O Brasil vai virar um
canteiro de obras” 5 4 C U RTA S
ENTREVISTA

“Queremos dar
mais abertura aos
empresários, para
que eles viagem à
Arábia Saudita”
Encarregado de Negócios da Embaixada da
Arábia Saudita no Brasil diz que seu governo
quer intensificar o contato de empresários
brasileiros com as oportunidades de negócios em
seu país

O encarregado de negócios da embaixada da Arábia Saudita em Brasília,


Omar Ali Saleh Al-Oyaidi, assumiu o posto há menos de seis meses. Mas
foi o bastante para que ele já sinta grande empatia com o Brasil. Convi-
dado especial para o Seminário Bilateral Brasil-Arábia Saudita, onde fez o
pronunciamento especial na Sessão Solene de Abertura, Omar Ali Saleh
Al-Oyaidi acredita que o momento atual é bom nas relações entre os dois
países, mas que é possível aumentar e melhorar os níveis desse relaciona-
mento incentivando missões de empresários, facilitando a emissão de vistos
para entrar no país árabe, assim como troca de visitas de representantes
de Estado. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista concedida
à Revista da FCCE:

O senhor está há pouco tempo no conhecido por trabalha pela paz e a har-
Brasil. Quais são as impressões que monia entre as nações. E isso é um ponto
o senhor teve até agora? que reforça a amizade do nosso país com
Saleh Al-Oyaidi – As impressões são o Brasil em vários campos, não apenas no
muito boas. O Brasil é um país que é setor comercial.

6 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 7
ENTREVISTA

O Encarregado de Negócios da Embaixada da Arábia Saudita no Brasil, Omar Ali Saleh Al-Oyaidi, acredita que o Brasil pode fortalecer a Opep
Encarregador de Negócios da Embaixada da Arábia Saudita no Brasil.

“Os homens de negócios vidências tomadas para fazer com Esse processo será ágil?
brasileiros devem continuar que mais empresários brasileiros Saleh Al-Oyaidi – Sim. A emissão do
visitando cada vez mais a Arábia intensifiquem os negócios por lá? visto de múltiplas entradas será feita
Saudita objetivando conhecer Saleh Al-Oyaidi – O governo da Arábia rapidamente, até no mesmo dia, e, além
melhor o nosso mercado e Saudita vai facilitar a emissão de vistos disso, os empresários brasileiros terão di-
diversificar o nosso fluxo de para empresários brasileiros. Queremos reito de usar corredores especiais na área
comércio” dar mais abertura aos empresários, para de imigração nos aeroportos do Reino,
que eles viagem à Arábia Saudita, vejam as como ocorre com os diplomatas. Essas
SALEH AL-OYAIDI medidas foram tomadas em razão da ótima
possibilidades de investimentos. Existem
muitos projetos em andamento por lá, fase nas relações entre os dois países e em
Nas relações comerciais, como é pos- obediência à determinação do governo
diversas oportunidades e boas chances
sível haver incremento no fluxo de saudita de eliminar restrições e obstáculos
de se conseguir negócios. O empresário
comércio entre os dois países? ao comércio e aos investimentos.
pode obter o visto de entrada diretamente
Saleh Al-Oyaidi – Os homens de negó- na embaixada, mediante o preenchimen-
cios brasileiros devem continuar visitando
“Seria muito bom ter o Brasil
to de formulário, pagamento de taxa e
cada vez mais a Arábia Saudita objetivando apresentação de passaporte e foto. Antes como membro da OPEP, pois
conhecer melhor o nosso mercado e diver- era preciso um convite prévio de uma fortaleceria a organização”
sificar o nosso fluxo de comércio. A nossa empresa ou entidade local, que informava SALEH AL-OYAIDI
Embaixada está de portas abertas para fa- o Ministério das Relações Exteriores, que Recentemente o Brasil localizou na
cilitar esses contatos entre Brasil e a Arábia posteriormente autorizava a emissão do Bacia de Santos reservas de petróleo
Saudita e, juntamente com a Câmara de visto pela embaixada. estimadas entre 5 bilhões e 8 bilhões
Comércio Brasil-Árabe, providenciamos
de barris. Isso pode permitir ao país
informações a respeito de investimentos e
“Existem muitos projetos em conquistar a oitava ou nona posição
mercados a serem explorados por lá.
andamento por lá (na Arábia no ranking das maiores reservas de
Saudita), diversas oportunidades petróleo do mundo, podendo até
O governo brasileiro já informou e boas chances de se conseguir pleitear entrar na Organização dos
que trabalha para que haja mais negócios” Países Exportadores de Petróleo
missões à Arábia Saudita. Em relação (OPEP). Como o senhor avalia essa
ao governo saudita, quais são as pro- SALEH AL-OYAIDI situação?

8 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


Saleh Al-Oyaidi – Seria muito bom
ter o Brasil como membro da OPEP, pois
fortaleceria a organização. Isso porque a
experiência brasileira em alto-mar para a
exploração do petróleo vai enriquecer e a
OPEP tem muito a ganhar com a experi-
ência da Petrobras, pois permitirá que haja
cooperação nesse e em outros campos.

“Os sauditas são apaixonados


pelo futebol brasileiro e muitos
técnicos de futebol já foram
trabalhar por lá”
SALEH AL-OYAIDI

A Saudi Arabian Oil Company (Ara-


mco) é a maior estatal petrolífera
do mundo. O senhor acredita que
essa empresa pode atuar em coo-
peração com a Petrobras na área de
energia? Encarregado de Negócios da Arábia Saudita, Saleh Al-Oyaidi, e o ministro das Cidades,
Marcio Fortes
Saleh Al-Oyaidi – Sim, é possível. A
Saudi Aramco já demonstrou que está à
disposição da Petrobras até para ajudar as relações bilaterais podem ser Os sauditas são apaixonados pelo futebol
no desenvolvimento de sua nova jazida de efetuadas? brasileiro e muitos técnicos de futebol já
petróleo e gás natural, descoberta recen- foram trabalhar por lá. Isso enriqueceu
Saleh Al-Oyaidi – Acredito que a área bastante o nosso futebol e, por isso,
temente na Bacia de Santos.
de esportes, mais precisamente o futebol, acredito que possamos trabalhar para
Além do setor de comércio e inves- é a que oferece o maior atrativo para as que esses contatos se fortaleçam cada
timentos, em quais outros campos relações entre Brasil e Arábia Saudita. vez mais.

Principais Dados da Arábia Saudita:


Nome oficial: Reino da Arábia Saudita
Iraque
Capital: Riade Jordânia
Irã
Data Nacional: 23 de setembro
Chefe de Estado e de Governo: Rei e Primeiro-Ministro
Abdullah bin Abdul Aziz Al-Saud
Ministro dos Negócios Estrangeiros: Príncipe Saud al-Faisal
Golfo
População: 26,4 milhões de habitantes
Medina Riade Pérsico
População Rural: 12% Egito E.A.U.
População Urbana: 88%
Densidade Demográfica: 11,4 hab/Km” (2004 ˆ The Economist) Meca
PIB: US$ 340,5 bilhões Mar
Vermelho
PIB per capita: US$ 12.900 Omã
Sudão
Composição do PIB: Agricultura: 3,3%
Indústria: 74,7% Iêmen
Eritréia
Serviços: 21,9%

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 9


Seminário bilateral de
Comércio exterior e investimentos BRASIL ARÁBIA SAUDITA
Av. General Justo nº 307 – Centro – Rio de Janeiro-RJ – Sede da Confederação Nacional do Comércio – CNC

Programa do Seminário: 12 de novembro de 2007

14h – Abertura dos Trabalhos: 14h30 – PAINEL I: Oportunidades de investimentos no


João Augusto de Souza Lima – Presidente da Federação das Brasil; facilitação das operações de empresas sauditas
Câmaras de Comércio Exterior – FCCE no Brasil, e os problemas de bi-tributação

Sessão Solene de Abertura Presidente e Pronunciamento especial:


José Augusto de Castro – Vice-Presidente da AEB e
Presidente da Sessão: Vice-Presidente da Federação das Câmaras de Comércio
Ministro Sergio Canaes – Chefe da Divisão de Feiras e Turismo Exterior – FCCE
do MRE
Moderador:
Pronunciamento especial: Armando Meziat – Secretario de Desenvolvimento da Produção
Omar Ali Saleh Al-Oyaidi – Encarregado de Negócios da do MDIC
ARÁBIA SAUDITA
Expositores:
Componentes da mesa: Fabio Amaral Figueria – Representante doEscritorio
Theóphilo de Azeredo Santos – Presidente da CCI e Presidente “Veirano Advogados”
do Conselho Superior da FCCE
Gustavo Affonso Capanema – Vice-Presidente do Conselho (intervalo para café – 10 minutos)
Superior da FCCE
Michel Alaby – Secretario-Geral da Câmara de Comércio 15h30 – PAINEL II: As exportações brasileiras de
Árabe-Brasileira produtos manufaturados e agro-industriais Presidente

12 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


do Painel e pronunciamento especial: Debates com o Plenário
Welber de Oliveira Barral – Secretário de Comercio Exterior do
MDIC 18h – Sessão Solene de Encerramento:
Expositor:
Prof. Jovelino Gomes Pires – Presidente da Câmara deLogística Presidente da Sessão: Marcio Fortes de Almeida – Ministro
da Associação de Exportadores Brasileiros – AEB de Estado das Cidades

Debates com o Plenário Componentes da mesa:


Omar Ali Saleh Al-Oyadi – Encarregado de Negócios da
17h – PAINEL III: As relações bilaterais no setor de energia ARÁBIA SAUDITA
(petróleo), automotriz, e construção civil
Antonio Sarkis Jr. – Presidente da Câmara de Comércio
Árabe Brasileira
Presidente e Moderador:
Michel Alaby – Secretario-Geral da Câmara de Comércio Ministro Sergio Canaes – Chefe da Divisão de Feiras e Turismo
Árabe-Brasileira do Ministério das Relações Exteriores – MRE
Michel Alaby – Secretario-Geral da Câmara de Comércio
Expositores: Árabe Brasileira
Samir Passos Awad – Gerente Executivo Internacional, Américas,
África e Eurásia – PETROBRÁS COQUETEL:
Arthur Pimentel – Diretor de Comercio Exterior do Ministerio do Homenagem ao Sr. OMAR ALI SALEH AL-OYAIDI Encarregado
Desenvolvimento, Industria e Comercio Exterior de Negócios da ARÁBIA SAUDITA

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 13


ABERTURA

Ministro Sergio Canaes, Chefe da Divisão de Feiras e Turismo do MRE; João Augusto de Souza Lima, Presidente da FCCE, Omar Ali Saleh Al-Oyaidi
– Encarregado de Negócios da Arábia Saudita

Relações diplomáticas e
comerciais
Palestrantes da Sessão Solene de Abertura enaltecem os bons
relacionamentos entre Brasil e Arábia Saudita

Dando inicio a abertura dos tra- e apoio da presidência da Confede- projeto que tem apoio do governo
balhos do Seminário Bilateral de ração Nacional do Comércio, do federal, através do Ministério das
Comércio Exterior e Investimentos presidente da Câmara Internacio- Relações Exteriores e do Ministério
Brasil Arábia Saudita, o presidente nal, Teóphilo de Azeredo Santos, de Desenvolvimento, Indústria e
da FCCE, João Augusto de Souza do presidente da Associação de Co- Comércio Exterior”, disse o pre-
Lima, saudou os presentes, e lem- mércio Exterior do Brasil Benedicto sidente da FCCE. Em seguida, ele
brou que o Seminário era o 32o a ser Fonseca Moreira e do Presidente do passou a palavra para o Chefe da Di-
realizado pela instituição. “Estamos Conselho da Câmara das Américas, visão de Feiras e Turismo do MRE,
aqui em nome, não só da FCCE, mas Marcondez Neto. Este seminário ministro Sérgio Canaes, presidente
também com a devida autorização bilateral é realizado dentro de um da Sessão de Abertura.
14 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A
O Encarregado de Negócios da Embaixada da Arábia Saudita no Brasil, Omar Ali Saleh Al-Oyaidi, e o secretário-geral da Câmara Árabe-brasileira,
Michel Alaby

Relações amistosas cresceu em 2006 a taxas superiores a 6%, exportaram para o Brasil US$ 1,6 bilhão
impulsionadas, especialmente, pelas altas no ano de 2006”, declarou. Os principais
O diplomata iniciou o seu discurso do petróleo. “Cara também é ao Brasil produtos brasileiros exportados para o
dizendo estar honrado com a missão de a importância capital da Arábia Saudita reino contemplam carnes, principalmente
presidir a sessão. “Estando entre repre- na configuração política no Conselho de de aves, aeronaves, açúcar, minério de
sentantes de destaque do setor privado Cooperação do Golfo, tendo em vistas ferro, máquinas, enquanto as nossas im-
nacional, sinto-me honrado para dar inicio as negociações em curso de acordos de portações estão essencialmente pautadas
à exposição e discussões dos painéis que livre comércio entre aquele conselho e o em combustíveis petroquímicos.
versam sobre uma ampla gama de temas Mercosul. Nossas relações com o Reino
voltados ao comércio exterior” afirmou. Saudita extrapolam assim a diretriz da
De acordo com Canaes, o papel das câma- política externa de adensamento de vín- “Somos ainda o 13º país da
ras de comércio é apresentar e potenciali- culos com os países árabes contemplando a pauta de importação do mundo
zar, como agentes de promoção comercial, dimensão multilateral de um acordo entre saudita, suprindo apenas 3%
iniciativas, como a do presente seminário, blocos econômicos e políticos”, conside- do mercado local. O potencial a
para trocas de idéias e conhecimento. Ao rou o diplomata. explorar é grande, não apenas
agirem assim, elas – as câmaras – apro- para o comércio de bens,
ximam os países e permitem a formação
mas também para o setor de
de parcerias estratégicas entre empresas
Aumentar o fluxo de comércio serviços”
brasileiras e estrangeiras.
O palestrante lembrou que as relações As relações comerciais entre Brasil e SÉRGIO CANAES
entre Brasil e Arábia Saudita completarão, Arábia Saudita, embora ainda pequenas
em 2008, 40 anos. A importância desse em termos percentuais, têm verificado A diversificação moderada dos produ-
fato, segundo Canaes, é o beneficio de o crescimento expressivo nos últimos anos, tos brasileiros para a Arábia Saudita certa-
Brasil ter o país protagonista no Oriente afirmou Canaes. Ele disse que cerca de mente se beneficiaria de ações na área de
Médio como aliado, o que ajuda a desem- ¼ das exportações brasileiras que são inteligência comercial, com a identificação
penhar papel fundamental na condução direcionadas ao Oriente Médio são ad- de novos produtos de demanda saudita que
do processo de paz naquela região. Ele quiridas pela Arábia Saudita. “Esse país podem ser atendidas por fornecedores
afirmou, ainda, que a política coaduna-se importou do Brasil US$ 1,5 bilhão, em brasileiros também se fazem prementes,
à dimensão econômica do Reino Saudita, 2006. Isso corresponde a quase três vezes nas palavras do diplomata. As exportações
que possui o maior PIB do Golfo e que o total importado em 2003. Já os sauditas crescentes e o fato de ser a Arábia Saudita

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 15


ABERTURA

o principal parceiro comercial do Brasil evento, Encarregado de Negócios da Em- tórios divulgados, periodicamente, pela
no Oriente Médio esbarram na pequena baixada saudita aproveitou para tecer elo- Câmara de Comércio Árabe-Brasileira,
participação de fornecedores brasileiros gios ao corpo diplomático brasileiro. “A que mostram que o intercâmbio comer-
a esse país arábe. “Somos ainda o 13o país sábia diplomacia brasileira e a sua política cial ultrapassou a cifra de US$ 3 bilhões
da pauta de importação do mundo saudita, moderada fez do Brasil, ao longo dos tem- em 2006. “Estou certo que essas relações
suprindo apenas 3% do mercado local. O pos, um país pacífico, amado e destacado crescerão e se desenvolverão num futuro
potencial a explorar é grande, não apenas em âmbito regional e mundial, onde vivem próximo para atingir o grau almejado pelas
para o comércio de bens, mas também para diversas raças e etnias que convivem em lideranças dos dois países amigos”, disse. O
o setor de serviços”, afirmou. perfeita harmonia e paz”, disse. Segundo progresso e o desenvolvimento alcançados
o representante diplomático saudita, esta pelo Brasil nos últimos anos em todos os
política da diplomacia brasileira combina níveis também refletem as enormes poten-
“A sábia diplomacia brasileira e com os preceitos seguidos pelo Reino da cialidades de recursos materiais e humanos
a sua política moderada fez do Arábia Saudita. “Sob o guardião das mes- que o país possui e confirma a existência
Brasil, ao longo dos tempos, um quitas sagradas, o rei Abdullah Bin Abdul de possibilidade de novos campos para
país pacífico, amado e destacado Aziz. visa à realização da paz, à estabilidade cooperação com a Arábia Saudita. Dessa
em âmbito regional e mundial” e à prosperidade no mundo e na região forma, cresce, também, a necessidade
Omar Ali Saleh Al-Oyaidi árabe em particular”, comentou. de procurar alcançar um nível mais alto
SÉRGIO CANAES Omar Ali Saleh Al-Oyaidi disse que de trocas e investimentos, defendeu o
progresso que está sendo notado, atual- palestrante. “O que se pode observar,
Os expressivos superávits da balança mente, e o crescimento que ora ocorre atualmente, é o movimento extraordinário
comercial saudita têm permitido a re- nas relações sauditas brasileiras são refle- de trocas de visitas em níveis empresarial,
alização de vultosos investimentos em xos desta harmonia e coincidência e dos científico, cultural e parlamentar.Tudo isso
infra-estrutura em áreas como energia e esforços despendidos pelas autoridades é uma prova clara de que estamos cami-
construção civil. O diplomata revelou que dos dois países com o objetivo do estrei- nhando a passos firmes rumo à realização
as perspectivas de investimentos sauditas tamento da amizade entre ambos ao longo do fortalecimento dos canais de coopera-
estão na ordem de US$ 600 bilhões até dos anos. “Isso demonstra o desejo comum ção”. Ele citou que para materializar esses
2015, e estarão voltados para a cons- em procurar ampliar ainda mais essas rela- objetivos, partirá do Brasil uma delegação
trução de portos, aeroportos e estradas, ções em todos os campos. Nesse contexto, de empresários à região do Golfo, a fim de
convidam a ampliação de exportação de gostaria de me referir ao desenvolvimento conhecer as necessidades do mercado na
insumos para siderurgia, construção civil notável nas relações comerciais entre os região e assim estreitar as relações comer-
e aeronaves e a dinamização do setor de dois países e a posição de destaque que ciais. Omar Ali Saleh Al-Oyaidi elogiou
serviços. O comércio do setor automotivo a Arábia Saudita ocupa na lista dos mais também a iniciativa brasileira de realizar a
também é promissor, segundo afirmou Ca- importantes parceiros comerciais do Cúpula Árabe-Sul-americana, em maio de
naes. “A intensificação dos relacionamen- Brasil, seja entre os países árabes, seja em 2005, o que, segundo ele, proporcionou
tos econômico e comercial entre Brasil e âmbito mundial”. um notável crescimento na cooperação e
Arábia Saudita passa pelo plano comercial o estreitamento das relações com os países
e pela criação de vínculos entre os setores “O que se pode observar árabes e, particularmente, com o Reino da
privados, pelo conhecimento da demanda atualmente é o movimento Arábia Saudita. “Naquela ocasião foi cele-
saudita e pelo estabelecimento de canais de extraordinário de trocas de brado um acordo quadro de cooperação
distribuição e comercialização. Na esfera visitas em níveis empresarial, econômica entre o Mercosul e o GCC.
produtiva, tal relacionamento está vincula- Esse acordo é considerado o primeiro do
científico, cultural e parlamentar.
do ao incremento de investimentos diretos gênero fora do continente americano. Nós
Tudo isso é uma prova clara estamos colhendo os frutos desta iniciativa
sauditas no Brasil e ao estabelecimento de de que estamos caminhando a
empresas brasileiras na Arábia”, concluiu. após a realização desse encontro em Brasí-
passos firmes rumo à realização lia”, afirmou. Por fim, o representante da
Em seguida, o presidente da Sessão passou
do fortalecimento dos canais de Embaixada da Arábia Saudita revelou que
a palavra para o Encarregado de Negócios
da Embaixada da Arábia Saudita, Omar Ali
cooperação” Omar Ali Saleh o volume de intercâmbio comercial entre
Saleh Al-Oyaidi. Al-Oyaidi os dois países cresceu consideravelmente
SÉRGIO CANAES
e as exportações brasileiras para esse país
árabe cresceram em torno de 23% no ano
de 2006. Após o discurso de Omar Ali
Diplomacia Missão empresarial Saleh Al-Oyaidi, o presidente da Sessão
Inicialmente agradecendo à organização Ele citou que esse nível de relaciona- de Abertura, Sérgio Canaes, encerrou a
da FCCE pelo convite para participar do mento pode ser constatado pelos rela- primeira etapa do seminário.

16 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


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P AINEL I

Onde e como investir


Palestrantes do Painel I discursaram sobre o atual bom momento
macroeconômico brasileiro

Os expositores do Painel I abordaram os bons números da economia brasileira

Com o tema: Oportunidades de in- MDIC – Armando Meziat e o re- países sejam confiáveis sob aspectos
vestimentos no Brasil; facilitação das presentante do Escritório Veirano econômicos nos dias atuais. “Se veri-
operações de empresas sauditas no Advogados, Fabio Amaral Figueria. ficarmos a pauta de exportações dos
Brasil, e os problemas de bitributação, O vice-Presidente da AEB e o vice- dois países, verifica-se que o peso
o Painel I do seminário abordou os Presidente da FCCE, José Augusto das commodities, tanto para o Brasil
meandros jurídicos dos investimen- de Castro presidiu o Painel e tam- como para a Arábia Saudita é muito
tos estrangeiros a serem realizados bém fez o pronunciamento especial grande, o que mostra que existe um
no Brasil, assim como os números da sessão. espaço grande de investimentos do
da economia brasileira. Para fazer a José Augusto de Castro abriu os tra- Brasil na Arábia Saudita e da Arábia
exposição desses assuntos à platéia, balhos da sessão dizendo que Brasil e Saudita no Brasil”, comentou. Para
foram convidados o secretario de Arábia Saudita têm níveis de reservas ele, o cenário atual mostra que o
Desenvolvimento da Produção do elevados, fazendo com que os dois petróleo oscila dentro do patamar de

18 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


US$ 100 e, como o Brasil tornou-se
um possível candidato a ser colega
da Arábia Saudita na Organização
os Países Exportadores de Petróleo
(em razão das descobertas de gran-
des reservas de petróleo em águas
profundas emTupi), acaba revelando
que as oportunidades de investi-
mentos se aproximam mais ainda.
“A possibilidade que temos hoje de
o Brasil e a Arábia Saudita caminha-
rem juntos na realização de inves-
timentos são muito grandes. Feito
esse comentário, Augusto de Castro
passou a palavra para o secretário de
Desenvolvimento da Produção do
MDIC, Armando Meziat.

Macroeconomia
Meziat fez, de início, breves comentá-
rios sobre a questão dos investimentos do
Brasil. Em sua avaliação, o comércio ex-
terior brasileiro vem recebendo inversões Armando Meziat, secretário do Desenvolvimento da Produção disse que as montadoras estão
significativas, notadamente nos setores trabalhando em três turnos de trabalho para atender a demanda
intensivos em capital como siderúrgico,
papel e celulose e setor químico. “O fluxo ainda que o PAC (Programa de Aceleração o Brasil, segundo afirmou o secretário do
de investimentos diretos no país, no acu- do Crescimento) está sendo implementa- MDIC. Ele revelou que na construção civil
mulado até setembro de 2007, já supera do para superar os atuais gargalos e, assim, há expectativa de crescimento de 8% a
os US$ 28 bilhões, com expectativa de se expandir a infra-estrutura nacional. 9% em 2007. O setor vem apresentando
atingir até o final desse ano, a quantia de recordes na geração de empregos e, de
US$ 32 bilhões”, disse. Conforme estudo janeiro a agosto de 2007, foram criados
da UNCTAD (Conferência das Nações “A possibilidade que temos hoje 173 mil novos postos de emprego, o me-
Unidas sobre Comércio e Desenvolvimen- de o Brasil e a Arábia Saudita lhor desempenho do setor para o período
to), citado pelo expositor, o Brasil está em caminharem juntos na realização desde 1992. A indústria de bens de capital,
quinto lugar entre os países mais atrativos de investimentos são muito termômetro do aquecimento dos investi-
para os investimentos estrangeiros dire- grandes” mentos foi também alvo de comentários
tos, atrás apenas da China, Índia, EUA e JOSÉ AUGUSTO DE CASTRO
otimistas do palestrante. “Houve um cres-
Rússia. “A nova fase da política industrial cimento de 16% no consumo desse setor.
e tecnológica de comércio exterior, a A indústria de máquinas e equipamentos
ser anunciada, em meados de 2008, pelo Otimismo está trabalhando com 84% de utilização da
ministro Miguel Jorge, tem como eixos os Os bons indicadores macroeconômicos capacidade instalada. O setor automotivo
investimentos e a inovação para sustentar o brasileiros são fatores que também têm vem apresentando recordes de produção.
crescimento”, declarou Meziat. Ele contou despertado interesses de investidores para Há expectativa de se atingir a marca de

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 19


P AINEL I

to fundamental de apoio à inovação, ao


desenvolvimento da política industrial
de governo e a efetiva implementação do
PAC. Nos últimos 12 meses, acumulados
até setembro, os desembolsos totais do
BNDES atingiram a marca de R$ 62,6
bilhões e mais recursos estarão disponíveis
para o empresariado”.

“No setor de informática,


que proporciona importante
contribuição para o aumento
da produtividade nacional, a
venda de computadores alcançou
a marca de 8,2 milhões de
unidades em 2006”
ARMANDO MEZIAT

Quanto aos dados relativos à economia


da Arábia Saudita, o secretário informou
que o país árabe recebeu investimentos
diretos em 2006. Os maiores investidores
no país foram os Estados Unidos, Japão e a
União Européia. Já o setor que mais atraiu
recursos estrangeiros foi o de petróleo e
derivados. “Há muitas empresas brasileiras
Fabio Amaral Figueria, representante do Escritório Veirano Advogados, discusou sobre normas e com lojas franqueadas na Arábia Saudita”,
regulamentos de investimentos estrangeiros no Brasil disse. Em 2006, os países árabes foram
responsáveis por apenas 0,2% do total
produção de 2,9 milhões de veículos em em três turnos de trabalho para atender dos US$ 18 bilhões que o Brasil em inves-
2007. As vendas para o mercado interno a demanda. No setor de informática, que timento direto. Ele disse, no entanto, que
deverão crescer 25% em 2007 em com- proporciona importante contribuição para há bastante espaço para a ampliação dos
paração com o ano anterior”. o aumento da produtividade nacional, a investimentos. Entre as áreas promissoras,
venda de computadores alcançou a marca ele citou o turismo, energia alternativa
de 8,2 milhões de unidades em 2006, o e pecuária. O expositor afirmou, ainda,
“A nova fase da política que mostra um crescimento de 145% em que os investimentos estão concentrados
industrial e tecnológica relação ao ano anterior. Em 2007, o cres- no setor financeiro e criação de animais.
de comércio exterior, a ser cimento será de 23%, superando a marca “Investidores árabes também têm buscado
anunciada, em meados de 2008, de 10 milhões de unidades comerciali- investimentos no Brasil na área de refino
pelo ministro Miguel Jorge, tem zadas”, disse o secretário, acrescentando de petróleo”, disse concluindo a sua par-
como eixos os investimentos que o Brasil está atualmente na quarta ticipação. O palestrante seguinte foi Fabio
e a inovação para sustentar o posição no ranking mundial de venda de Amaral Figueria, representante da Veirano
crescimento” computadores. Advogados.
ARMANDO MEZIAT
Relação bilateral
Outros dados apresentados pelo pa- O BNDES (Banco Nacional de De- Marcos jurídicos
lestrante demonstram o aquecimento do senvolvimento Econômico e Social), Amaral Figueria disse no começo da sua
mercado interno brasileiro. Ele apontou braço financeiro do MDIC, vem atuando, apresentação que quando se pensa em in-
as montadoras de automóveis e o setor segundo Meziat, de forma totalmente vestimentos no Brasil e nas oportunidades
de informática como exemplos que com- integrada com este ministério, atendendo saudistas no país é preciso levar em conta
provam o bom momento da economia na- as diretrizes estabelecidas pelo Presidente o problema de bitributação. “É importante
cional. “As montadoras estão trabalhando da República. “O banco é um instrumen- falar da parte de registro de capital es-

20 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


trangeiro no Banco Central, já que é vital Outro ponto que foi destacado como e gás, Amaral Figueria informou que na
para o investidor que pensa em abrir um uma das facilidades processuais promo- alocação de embarcações pode haver essa
negócio, participar em alguma joint venture vidas pelo BC, é o que trata sobre capital qualificação e os valores remetidos para
ou comprar uma empresa brasileira. É pre- contaminado, que é o capital que entrou no o exterior a titulo do arrendamento da
ciso abordar também a parte de tributação Brasil e não sofreu registro. O palestrante embarcação ser tributado a zero.
quando se refere à remessas de valores informou que o Brasil editou uma norma
para o exterior e no final eu fiz uma lista para regularizar o capital contaminado que “Talvez seja o caso de Brasil e
de itens que representam atrativos para se existia até 2005. “Hoje as operações estão
Arábia Saudita começarem a
investir no Brasil”, disse. todas registradas. A grande conseqüência
de não haver esse registro é que numa
vislumbrar o fechamento de um
hipótese de distribuição de dividendos ou acordo contra a bitributação
“O Brasil, na parte da que, num exemplo teórico, pode
de remessas de um outro valor não haveria
modernização do registro haver uma redução importante”
a possibilidade de converter esses valores
estrangeiro e na remessa de para moeda estrangeira, ficando à disposi- FABIO AMARAL FIGUERIA
valores para o exterior, tem ção do beneficiário estrangeiro de moeda
se portado de forma bastante brasileira aqui no Brasil. Então, acredito
constante e permanente” que para os nossos investidores sauditas, Bitributação
FABIO AMARAL FIGUERIA esses pontos passam a idéia segurança para No campo da cobrança de tributos, o
os investimentos”. palestrante disse que o Brasil tem acordos
O primeiro ponto apresentado pelo A parte de registro do sistema do que tratam do problema da bitributação
expositor se refere ao registro de inves- Banco Central de empréstimos de moe- com muitos países da Europa Ocidental,
timento no Banco Central. Ele informou da estrangeira é feita automaticamente. China, Japão, Coréia do Sul e Canadá.
que essa instituição é responsável por todo Segundo informou o palestrante, há ainda “Talvez seja o caso de Brasil e Arábia Saudita
e qualquer investimento feito no Brasil, a necessidade de aprovação do Banco começarem a vislumbrar o fechamento de
seja ele feito através de contribuição de Central, mas essa aprovação vem de forma um acordo contra a bitributação que, num
capital, seja feito através de empréstimo. tácita. “O empresário entra com os dados exemplo teórico, pode haver uma redução
“A importância do registro não é apenas do empréstimo e se não existir qualquer importante”. A principal vantagem nesses
uma questão de controlar a entrada e saída contestação por parte do Banco Central em acordos é que certamente os acordos de
de capitais, mas também é usada para fins relação àquele empréstimo, a aprovação se bitributação típicos firmados pelo Brasil são
estatísticos. Os que trabalham nessa área dará automaticamente”. Além disso, con- bastante usados o modelo da OCDE e que
sabem que, da década de 90 para cá, o BC tinuou Figueria, o investidor estrangeiro só abrange o imposto de renda.
fez um grande esforço de modernização de pode converter um empréstimo tomado O palestrante disse, ainda, que as van-
seu sistema e hoje na parte de empréstimo por uma empresa brasileira em capitais tagens comparativas para os investidores
e investimentos diretos de longo prazo, dessa mesma empresa. Um outro ponto sauditas referem-se à posição geográfica
todas essas modalidades são registradas importante para o investidor estrangeiro é brasileira. “O que atrai muito o investidor
no BC de forma automática”, disse. A falar sobre um documento fundamental sob para o Brasil não é apenas o nosso mercado
grande vantagem, segundo ele, é que as o ponto de vista jurídico que é contrato de interno que é muito importante e recen-
empresas investidas têm código de acesso, câmbio, pois sem ele não há uma operação temente tivemos um aumento de renda
elas acessam internamente junto ao BC, o regular perante o Banco Central. O con- interna, mas também o fato da posição
que dá uma garantia muito importante ao trato de câmbio vai indicar a natureza da geográfica do país. O Brasil, para muitas
investidor que vem ao Brasil. “O Brasil, operação que vai ser elemento essencial e empresas, pode servir de plataforma de
na parte da modernização do registro fundamental para o registro dessa operação exportação, não apenas para a América
estrangeiro e na remessa de valores para o junto ao Banco Central. Latina, mas para clientes que exportam
exterior, tem se portado de forma bastan- Entrando na parte de tributação, ele do Brasil para a África e,dependendo do
te constante e permanente. Nos últimos chamou a atenção para o sistema de tribu- tipo de indústria, é possível conseguir ex-
20 anos, não houve qualquer motivo que tação vigente no Brasil. “Nós ainda temos portar até para a América do Norte e para
tenha levado o BC a suspender qualquer a tributação para juros sobre empréstimo, a Europa. Outro ponto a ser considerado
tipo de remessa ao exterior”. Para Amaral para pagamento de serviços, locação de pelo expositor foi a capacidade instalada
Figueira, a importância desse registro se dá bens, royalties e essas alíquotas podem brasileira tem crescido de forma constante
porque é a partir dele que haverá remessas variar de 0 a 25% dependendo da natureza e permanente e, conforme informações do
de dividendos e juros de capital próprio jurídica do valor que está sendo remetido BC, o Brasil está há um ano em expansão
ao exterior. A questão de repatriação de sendo que para os países que são conside- consecutiva. Após concluir a sua apresen-
investimento foi apontada por ele como rados como paraísos fiscais esse percentual tação, Figueria passou a palavra ao presi-
um outro item importante. vai a 25%”. Em relação à indústria de óleo dente da mesa José Augusto de Castro.

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 21


P AINEL II

Comércio exterior em pauta


Secretário de Comércio Exterior do MDIC destaca os bons números do
comércio exterior brasileiro em 2007

Welber Barral (secretário de Comércio Exterior do MDIC), Sérgio Canaes (MRE) E João Augusto de Souza Lima (presidente da FCCE): Painel II tratou
sobre os resultados positivos do comércio exterior

As exportações brasileiras de produtos Exterior do MDIC, Welber Barral. tamos batendo recordes no valor
manufaturados e agro-industriais foi o “Gostaria de ressaltar a importân- da exportações brasileiras desde a
tema escolhido pela organização da cia desse evento para o comércio abertura dos portos há 200 anos.
FCCE para ser abordado no Painel exterior brasileiro. A FCCE tem Esse é um momento histórico para
II do Seminário. Para as apresenta- sido bastante ativa no sentido de o Brasil”, disse Barral
ções da sessão foram convidados o estimular esse setor. Nós do Secex Nesse contexto, ele apresentou
secretário de Comércio Exterior temos o entendimento de que quem alguns dados sobre o cenário do
(Secex) do MDIC, Welber Barral, promove o comércio exterior são as comércio exterior brasileiro com
e o presidente da Câmara de Logís- empresas. O papel do governo é o algumas particularidades e alguns
tica da Associação de Exportadores de incentivo e é o de dar o marco desafios para os próximos anos. Na
Brasileiros (AEB), Jovelino Gomes regulatório. Temos hoje um quadro estrutura do MDIC existem duas
Pires. O primeiro palestrante do excepcional no que se refere ao entidades que lidam com o comércio
Painel foi o secretário de Comércio comércio exterior brasileiro. Es- internacional: a câmara de Comér-
22 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A
cio Exterior, que na verdade é uma palestrante, se tornou bastante ativo nos
últimos anos. Ele explicou que o Decom
câmara interministerial, e e a Secex, visa a garantir que práticas desleais de co-
que é uma das secretarias do MDIC. mércio sejam coibidas no Brasil. “Dentro
da competência do Decom temos normas
A Secex, por sua vez, é composta por e acordos, investigações contra dumping,
quatro departamentos e, além disso, subsídios e aplicação de medidas de salva-
guardas quando necessárias e cabíveis no
o MDIC tem várias entidades como comércio exterior”, afirmou.
a Secretaria do Desenvolvimento da Já o Departamento de Internacio-
nalização (Deint) envolve praticamente
Produção, INPI, a Suframa e vários negociação tarifárias, a participação do
outros órgãos dentro do MDIC que Brasil em organismos internacionais, en-
tre eles o Mercosul, a criação licenças e
são responsáveis, indiretamente, pela regimes de origem. E, por fim, ele citou
promoção dos produtos brasileiros o Departamento de Planejamento (Depla)
que tem como a sua principal missão o
no exterior. desenvolvimento da cultura exportadora.
“Ali estão, por exemplo, a realização de
encontros do comércio exterior, a criação
de redes de agência , o portal do exporta-
Estruturação dor, as estatísticas referentes ao comércio Para Barral, o atual momento do comércio exte-
exterior”. rior brasileiro é o melhor da história
No caso do Secex, Barral explicou
que suas atribuições são bastante amplas.
De acordo com o decreto 6.209, essas
atribuições envolvem a ampliação da base Fluxo comercial e Europa Oriental. “É importante notar
exportadora, a formulação de política de Com relação à balança comercial bra- que uma das prioridades do governo é a
comércio exterior, o desenvolvimento do sileira, Barral disse que foi verificado que diversificação dos destinos da exportação
sistema operacional, que hoje no Brasil tanto as exportações como as importações brasileira”, afirmou Barral.
é, em sua totalidade, eletrônico, propor cresceram em 2007 em relação a 2006, Além disso, o secretário ressaltou o
medidas de políticas fiscal e cambial, finan- o que possibilitou um saldo de US$ 40 crescimento da participação do Brasil no
ciamento, recuperação de créditos à ex- bilhões. “Quando tratamos de exportações comércio internacional. “Até o início da
portação, seguro, transportes e promoção brasileiras, surgem algumas surpresas na década de 90, o Brasil era um país mui-
comercial, operacionalizar os mecanismos nossa pauta exportadora. Verificaremos to fechado, mas a partir daí houve um
de defesa comercial, apoiar a participação que, por exemplo, o material de transpor- crescimento constante das exportações
brasileira em negociações internacionais te é o principal produto de exportação do brasileiras. A participação do Brasil no
e promover iniciativas para a difusão da Brasil, e, em grande parte, material de avi- comércio internacional é de 1,14% de
cultura exportadora. “Isso é feito através ões. Em seguida temos produtos metalúr- exportações mundiais. A meta do governo
de quatro departamentos. Um deles é o gicos, petróleo, soja, minérios, químicos, é chegar, em 2010, a 1,25% das exporta-
Decex (Departamento de Comércio Ex- carnes, máquinas e equipamentos, açúcar ções mundiais”.
terior). É nesse departamento que está a e álcool, equipamentos elétricos, papel e No que diz respeito às importações, a
maioria dos problemas, mas que, graças celulose e calçados e couro”, disse. compra de bens de consumo no exterior
ao nosso diretor Arthur Pimentel, são No que se refere ao destino das expor- teve um crescimento de 30% nos dez
tratados com muita competência. A Decex tações, a União Européia ainda é o maior primeiros meses de 2007. Barrl, contudo,
atua desde a administração do Siscomex parceiro comercial do Brasil, segundo minimizou esses dados. “Seria preocupante
(sistema integrado de comércio exterior) dados apresentados pelo palestrante. se a participação dos bens de consumo na
, sistemas de licenciamento, cotas, acom- “Houve um crescimento bastante subs- pauta importadora não fosse bem menor
panhamento das regras internacionais, o tantivo nos últimos anos”, considerou. do que a participação de outros itens. Isso
drawback e outros sistemas e ferramentas Em seguida aparecem os países da Aladi porque a participação de matérias primas
do cotidiano do comércio internacional”, (Associação Latino-Americano para o De- e bens de capital representam a grande
detalhou. senvolvimento), incluindo o Mercosul, os parte das importações brasileiras. Isso é
Outro departamento citado pelo se- Estados Unidos, a Ásia, que tem crescido positivo, pois demonstra que há um pro-
cretário foi o Departamento de Defesa a participação sobretudo nas exportações cesso de renovação do parque industrial
Comercial (Decom) que, segundo o de commodities, África, Oriente Médio brasileiro”.

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 23


P AINEL II

posição mais ativa no comércio exterior com o setor privado para garantir que
em três pontos: a diversificação, plane- a competitividade dos bens e serviços
jamento e competitividade. “No que se brasileiros possa se manter em merca-
refere à diversificação, o grande desafio dos onde haja baixa competitividade,
para o comércio exterior brasileiro é mas também fazer com que os produtos
diversificar o destino das exportações. brasileiros compitam em mercados com-
Talvez a recente crise dos EUA afete tão petitivos”, considerou. Para isso, Barral
pouco países como Brasil, Índia e China disse ser importante agregar competên-
em razão justamente da não dependên- cia na produção brasileira e transcender
cia de um único mercado. Mas também o desafio da logística, da burocracia, da
é importante a diversificação da pauta qualificação de capital humano.” É um
exportadora”. Para ele, o Brasil possui desafio que não envolve apenas nós do
uma diversidade produtiva que exige uma setor público, mas também tem que ser
diversificação também da indústria que encarado por todos nós”, disse, finalizan-
possa aproveitar toda essa riqueza que nós do o seu discurso.
temos no país. Ao lado da diversificação
de produtos, ele ressaltou a necessidade
de fazer com que o Brasil ingresse princi- Serviços e logística
palmente no setor de serviços, pois é uma O segundo expositor do Painel II foi
área importante e que ocupa hoje quase o presidente da Câmara de Logística da
50% do PIB nacional. Associação de Exportadores Brasileiros
Jovelino Gomes Pires defende que as informa- No que tange ao planejamento, o se- (AEB) Jovelino Gomes Pires. Ele iniciou
ções sobre como atuar no setor de exportaão gundo ponto elencado pelo secretário, ele a sua participação declarando que a AEB
chegue ao interior do Brasil disse que essa é uma área que não assiste tem boas relações com a Secex, mas
somente ao governo. “O governo tem ressaltou que a AEB também critica,
planejamento. Estamos trabalhando na insistentemente, a falta de um projeto de
Desafios e estratégias elaboração de uma estratégia brasileira de desenvolvimento do comércio exterior
comércio exterior que vai atender dentro no Brasil. “O comércio exterior hoje
Passadas essas informações, Barral
do governo para acabar com missões em exige conhecimento de grande parte da
disse que o comércio exterior brasilei-
duplicidade. Dentro do governo existem população porque a globalização obriga a
ro vive um momento excepcional. Em
temas que não são tratados e existem isso. O que venho notando aqui é o nos-
sua avaliação, o Brasil tem conseguido
temas que são tratados por mais de um so relacionamento com a Arábia Saudita
acompanhar o crescimento do comércio
órgão. É importante reconhecer isso e precisa ser aumentado, uma vez que os
exterior em todo o mundo. Além disso,
por isso é preciso haver um trabalho de dados que temos da nossa relação bilate-
o país tem conseguido alavancar as suas
articulação dentro do governo. Mas é ral são mais do que desafiadores. Afinal,
exportações apesar da elevação do câm-
preciso também haver maior articulação Brasil e Arábia Saudita podem trocar quase
bio e tem conseguido diversificar a sua
dentro do setor privado. É comum ver- tudo”, disse Gomes Pires. Ele lamentou
pauta exportadora. “Há uma crescente
mos iniciativas dúplices dentro do setor o fato de hoje apenas haver comércio de
integração do comércio exterior brasi-
privado”, declarou. petróleo e alimentos entre os dois países.
leiro na cadeia de produção global, seja
através de investimentos de empresas Para ele, é possível ampliar o intercâmbio
estrangeiras no Brasil, seja através da comercial.
internacionalização das empresas brasilei- Made in Brazil Outro ponto importante considerado
ras. O processo recente mostra que várias E, finalmente, o outro desafio para pelo representante da AEB é a busca por
empresas brasileiras começam a adquirir os próximos anos é a manutenção da uma maior amplitude do processo de levar
indústrias e investir no exterior. Isso é ex- competitividade brasileira. A idéia, de informações ao interior do país, a fim de
tremamente importante não só pelo fato acordo com Barral, é de que o Brasil pro- que os produtores possam estar mais cien-
de haver remessas de lucros para o país, cure se mudar o paradigma de se inserir tes a respeito da comercialização de seus
mas também por proporcionar garantias em alguns mercados de forma passiva. produtos no exterior. “Vamos procurar e
de distribuição, de contratos de longo “Não falo somente em relação à falta de ver se no interior do Brasil se fabricam
prazo, de mercados perenes de compra articulação do governo na promoção dos produtos que possam ser vendidos na
de produtos brasileiros e de articulação produtos da marca Made in Brazil, mas Arábia Saudita. A inteligência comercial
e competitividade dessas indústrias na também da falta de articulação do setor só faz sentido quando as informações
cadeia produtiva nacional”. Nesse sentido, privado. O desafio da competitividade conseguem chegar a todas as instâncias
ele resumiu o desafio de o Brasil ter uma envolve essa articulação do governo do setor privado”, concluiu.

24 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


P AINEL III

Desafios e oportunidades nas


relações bilaterais
Palestrantes abordam as potencialidades comerciais e de investimentos na
área de energia existentes nas relações bilaterais

Os participantes do Painel III discutem o papel da energia nas relações bilaterais Brasil-Arábia Saudita

O tema do Painel III do Seminário Petrobras Americas, África e Eu- tes e que estão distribuídas geograficamen-
te nos continentes africano e asiático. “Os
Bilateral de Comércio Exterior e rásia, Samir Passos Awad. O painel costumes do mundo árabe estão baseados
Investimentos Brasil-Arábia Saudita foi presidido secretário-geral da na cultura da coletividade, em contraste
com a individualidade encontrada nos
foi: As relações bilaterais no setor de Câmara Árabe-brasileira, Michel
países do Ocidente. Há também o grande
energia (petróleo) , automotriz, e cons- Alaby, que também foi o primeiro peso da religião muçulmana que busca,
trução civil, e contou como exposito- palestrante da sessão. fundamentalmente, aproximar o homem
de Deus. A legislação também é baseada
res o Secretario-Geral da Câmara de na própria religião, que é a sharia”. Outro
Comércio Árabe-Brasileira, Michel dado importante mencionado por Alaby é
a diferença do calendário árabe, pois este
Alaby, o diretor do Departamento Oportunidades é baseado no calendário lunar, enquanto
de Comércio Exterior (Decex) do Alaby informou que a Arábia Saudita o ocidental é o gregoriano.
é o principal parceiro comercial do Brasil Um dos principais problemas para que
MDIC, Arthur Pimentel e o ge- entre os países árabes, uma região cujas di- se consiga uma relação mais intensa entre
rente-executivo Internacional da versidades existentes são bastante presen- Brasil e o mundo árabe é a logística. Se-

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 25


P AINEL III

gundo informou Alaby, para que uma mer- e a criatividade encontradas no espírito do e decoração. Bebidas – “Soft drinks”. Do
cadoria brasileira possa chegar à região, povo brasileiro. Ele disse ainda que o Brasil lado das compras brasileiras, Alaby refor-
ela levará cerca de 30 dias. “O ideal é que é, também, um país simpático no mundo çou a tese de que as importações ainda
nós possamos pensar, num curto prazo, na árabe porque não é tido como um país he- estão muito concentradas em petróleo.
busca de um entreposto aduaneiro no Gol- gemônico e sempre procura trabalhar pela No entanto, ele revelou que há outros
fo Pérsico, o maior mercado árabe para paz e pela busca de entendimentos entre as produtos que podem ser comercializados
o Brasil”, disse. A instabilidade política e nações. “Além disso, a comunidade árabe para o Brasil como o azeito de oliva, frutas
regional é vista também como um fator no Brasil é formada por 12 milhões de típicas produtos químicos entre outros.
que gera também preocupações, mas, o imigrantes e descendentes”, revelou. “A importação vem crescendo, muito em
expositor ressaltou que essa instabilidade O contexto econômico dos países ára- razão do aumento do preço do petróleo,
pode trazer oportunidades de cunho co- bes pode ser elencado pela concentração mas devemos intensificar e diversificar os
mercial “É preciso que nós identifiquemos de 65% das reservas de petróleo conhe- produtos árabes no Brasil”.
e exploremos essas oportunidades”. cidas no mundo, pela diversificação eco-
Como concorrentes na região, a China nômica, pela não tributação da renda nos
é vista como o principal país a fazer comér- Estados árabes do Golfo, e pelo aumento “A comunidade árabe no Brasil
cio com a região e tem desenvolvido uma da produção e da demanda por petróleo é formada por 12 milhões de
ação comercial bastante ativa com os países estimula o gasto governamental e investi- imigrantes e descendentes”
árabes, sobretudo no Golfo. Em seguida, mentos em infra-estrutura e produção. “Os MICHEL ALABY
aparecem a União Européia e os Estados países árabes são livres de protecionismo
Unidos. “Mas os países árabes querem e altamente competitivos e estão em pro-
diversificar essas fontes de fornecimento cesso de abertura comercial progressiva. Decex
comercial e o Brasil é um dos países-chave O mercado é formado por uma população O palestrante seguinte foi o diretor do
nessa busca de diversificação. Só que nós 330,93 milhões e as exportação estão na Decex, Arthur Pimentel. Pimentel iniciou
precisamos estar lá, precisamos viajar ordem de US$ 686,92 bilhões em 2006, a sua palestra explicando que a Secretaria
constantemente, temos que promover os enquanto que as importações alcançaram de Comércio Exterior (SECEX), ligada ao
nossos produtos, temos que trabalhar a a cifra de US$ 443,37 bilhões no mesmo MDIC, está subdivida em quatro departa-
nossa imagem”. ano. Algumas das maiores rendas per capita mentos: o Departamento de Comércio Ex-
No entanto, o que o presidente da do mundo estão nos países árabes”, deta- terior (DECEX), que trata das operações
Câmara árabe-brasileira entende como lhou o presidente . de comércio exterior; o Departamento
preocupante e que tem efeito prejudicial de Negociações Internacionais (DEINT),
para o estreitamento das relações entre responsável pelas negociações internacio-
o Brasil e o mundo árabe são as notícias “Os costumes do mundo árabe
nais e acompanhamento dos acordos que o
sobre a região veiculadas pelas imprensas estão baseados na cultura da
Brasil assina; o Departamento de Defesa
internacional e brasileira que, segundo coletividade, em contraste com a
Comercial (DECOM), que faz estudos de
o palestrante, desvirtuam o conceito de individualidade encontrada nos defesa comercial do Brasil; e o Departa-
árabe e muçulmano nos países ocidentais. países do Ocidente” mento de Planejamento (DEPLAN), que
“Se confunde muito islamismo com terro- MICHEL ALABY é o departamento responsável pelo filtro
rismo, o que não é verdade. Em nenhuma e amostragem que retrata os principais
religião do mundo está escrito que nós de- números do comércio exterior brasilei-
vemos matar os nossos semelhantes. Esses ro. Nós do DECEX, somos responsáveis
movimentos, na verdade, são derivados do Importação e exportação pelas licenças de importação, na área de
aspecto social. Na verdade, se analisarmos Quanto ao âmbito da relação Brasil- compras internacionais, nas operações de
a história, veremos que a contribuição do países árabes, o palestrante apresentou registro de licenciamentos, registros de
árabe à nossa cultura é muito forte. Só para dados em que revelam que as exportações venda, registro de crédito para operações
constar, o idioma português há cinco mil do Brasil aos países daquela região alcan- financiadas e instrumentos de drawback.
palavras de origem árabe. Além disso, há çaram a quantia de US$ 6,672 bilhões, “Em torno desse sistema, a gente tem o
também a contribuição da matemática, em 2006, enquanto que as importações SISCOMEX – que é o sistema integrado de
da astronomia, da medicina”, comentou do Brasil chegaram a US$ 5,369 bilhões, comércio exterior”, afirmou Pimentel.
Alaby. no mesmo ano. O Brasil exporta para Ele revelou que, a partir de 1992, o
o mundo árabe: serviços e produtos da governo conseguiu implantar um sistema
construção civil; carne, aeronaves, moda, informatizado que consiste num processo
Vantagens jóias e cosméticos, produtos da agroindús- de integração com a Receita Federal e com
Para o expositor, os diferenciais do tria, máquinas e equipamentos, software. o Banco Central, oferecendo, assim, uma
Brasil no mundo árabe são a flexibilidade Móveis e artigos para escritório / trabalho gama de informações que visa facilitar a

26 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


Bons negócios começam
com informações seguras.

Conhecer a legislação e estar atento às mudanças divulgadas é


fundamental para melhor explorar as oportunidades no Comércio exterior.

A Aduaneiras lançou a edição especial da Coletânea das Leis do


Comércio Exterior (CLCE), em CD-ROM, dos últimos dez anos.
O material organiza o texto original das normas publicadas no Diário
Oficial da União, no período entre 1998 e 2007, facilitando a consulta
aos atos do Governo Federal e dos ministérios, que são de interesse dos
importadores e exportadores.

Na CLCE, as matérias divulgadas pelos mais diversos órgãos intervenientes no


Comércio Exterior são organizadas de acordo com a data de publicação e
distribuídas da seguinte forma:

• Lei • Atos Ibama • Circular Secex


• Lei Complementar • Resolução Conama • Comunicado Decex
• Medida Provisória • Portaria MF • Atos Mapa
• Decreto Legislativo • Portaria RFB • Atos MT
• Decreto • Instr ução N or mativa • Atos MS
• Resolução Bacen RFB • Atos MMA
• Carta-Circular Bacen • Ato Declaratório RFB • Portaria Interministerial
• Circular Bacen • Ato Declaratório Cosit • Atos Inmetro
• Comunicado Decam • Ato Declaratório Coana • Atos Ministerios
• Comunicado Firce • Convênio ICMS • Resolução Comex
• Atos MCT • Portaria MDIC • Ato Declaratório Codac/
• Atos Suframa • Portaria Secex Corat

Fale com a Aduaneiras:


São Paulo-SP Rio de Janeiro-RJ Curitiba-PR Outras regiões Se a sua região não é atendida pelo
E-mail:
serviço 4000, disque 0xx11 4003 5151.
11 2126 9200 21 2425 1055 41 2169 1500 4003 5151 comercial@aduaneiras.com.br
Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 27
P AINEL III

vida do empresário do setor de comércio


de exportação e importação. Em 1995,
Pimentel contou que foi implantada, pelo
DECEX, a licença de importação igual-
mente informatizada dentro desse mesmo
sistema. Com bases nesse mecanismo, a
gente consegue dar valor à informação,
formatar banco de dados, a partir da cap-
tação das informações sobre exportação
e importação. “Dessa forma, a gente as
repassa para um outro departamento que
vai gerar os números da balança comercial
brasileira”, disse o técnico. Ele afirmou
ainda que toda a primeira segunda-feira
de cada mês, o departamento se reúne
com o ministro para demonstrar os dados
gerais do comércio exterior brasileiro. “A
gente tem a grata satisfação de mostrar os
números que nos tem dado muita alegria.
Isso vale tanto para exportações como para
as importações”, declarou. Segundo ele,
atualmente o Brasil não precisa mais ficar
Arthur Pimentel, diretor do Decex, disse que o governo federal trabalha para desburocratizar o setor
preocupado com o fato de se terá ou não
de comércio exterior brasileiro
dinheiro em caixa para pagar as importa-
ções. “O Brasil está bem. O empresário
brasileiro está vivendo um momento de táveis”, disse. Nesse contexto, segundo nente constituído justamente para atender
ele, consegue-se competitividade muito as demandas do mercado. Segundo ele
muita liberdade para decisões empresariais
maior, ao diminuir custos empresariais tudo que é possível para simplificar a vida
e decisões de negócio”, assegurou.
para importação, e também o aumento do empresário, vem sido feito pelo gover-
Pimentel citou como exemplo de no. “Reduzimos o número de documen-
instrumento para incentivar as vendas das exportações.
tação existente em vários órgãos, como
externas, o financiamento e o seguro de na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
crédito à exportação. E integrado a esses Sanitária), Polícia Federal e Ministério da
dois sistemas, há o registro de crédito, a Agilidade
Agricultura. A gente conseguiu, assim, em
parte dos recursos do Tesouro Nacional O diretor revelou também que o conversas periódicas com essas entidades,
e do Banco do Brasil. “O Banco do Brasil DECEX vem realizando trabalhos com uma vitória anti-burocrática. Cada vez
é o nosso grande parceiro, pois é quem objetivos de desburocratizar e sofisticar os mais temos conseguido minimizar toda
gerencia os projetos junto aos empresá- trâmites do comércio exterior. “Para que essa parafernália burocrática que afligia o
rios. E tudo isso é feito com a atenção se tenha uma idéia do nosso trabalho, de setor empresarial ”, declarou.
especial com as regras internacionais de setembro de 2003 a dezembro de 2006, Com esses dados apresentados, o
negócios, ditando o que se deve ou não conseguimos simplificar e consolidar 225 expositor fez questão de ressaltar que
fazer nas negociações”, afirmou. Com base Atos Normativos, aglutinando tudo isso discorda da tese de que o governo atua de
nessa captação de informações, Pimentel numa só portaria de comércio exterior, na forma bastante burocratizante, cerceando
revelou que o departamento está anali- qual juntamos importação, exportação e os espaços privados. Para ele, do lado das
sando alguns estudos de comercialização drawback”. Ele contou que esse processo vendas externas, somente 3% de todas
e, assim, ser capaz de passar algumas os de simplificação burocrática fez que o as operações precisam ter algum tipo de
dados obtidos para determinado setor empresário que atua no setor de comér- monitoramento e análise. “O resto, com o
que queira desenvolver alguma diretriz cio exterior não precise mais, como era sistema integrado, é resolvido online, inde-
ou estratégia comercial. “Temos também necessário antes, lidar com cerca de 200 pendentemente do peso do operador. Ele
um instrumento de drawback gerenciado documentos. “Hoje, ele tem acesso a uma registra a sua operação e o sistema processa
pelo DECEX no qual se dá o máximo de portaria que simplifica e está sempre sendo automaticamente”, garantiu Pimentel.
incentivos á exportação, minimizando atualizada na Internet”, afirmou. Devido à importância do sistema in-
custos nas importações de componentes, Para obter os resultados previstos no formatizado de comércio exterior, desde
peças para confecção e industrialização processo de desburocratização, Pimentel o ano passado, está em curso o processo
e desenvolvimento de produtos expor- disse que há um grupo de trabalho perma- de atualização. O sistema antigo, conforme

28 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


revelou Pimentel, vem sendo operado titividade às exportações brasileiras. Ele
desde 1992. “ A nova versão está disponível revelou que, desde 2001, quando esse
via Web desde meados de 2007. “São muitas sistema foi implantado, cerca de 40 mil
as facilidades do sistema que nós estamos operações de drawback foram aprovadas.
implantando. Há uma interface amigável, Esse montante gerou compromissos da
bastante interativa, já que está em plata- ordem de quase US$ 50 bilhões nas ex-
forma Web. Esse sistema está, sem dúvida, portações. “Só em 2006, foram aprovadas
muito simplificado em relação ao atual, quase sete mil operações, e a maioria des-
e ele dará maior agilidade ao processo”, sas operações – 70% - obtiveram aprova-
defendeu Pimentel. ção automáticas. Isso é muito importante
Outro ponto voltado para o setor de nos dias de hoje, quando é necessário dar
informatização destacado pelo expositor agilidade nas operações de comércio ex-
foi o desenvolvimento de um sistema de terior”, avaliou o expositor. Segundo ele,
diagnóstico online, em tempo real, para o objetivo do governo é alcançar cada vez
que o usuário possa ver se o preenchimen- mais empresas e trazê-las para o sistema de
to de formulários está sendo feito de forma drawback. Por isso, estaremos procurando
correta. Esse processo, segundo Pimentel, e conversando com diversas associações de
também pode ter um papel de simulação, classe, tanto nas capitais como no interior.
fazendo com que essas operações de simu- Vamos tirar todo esse misticismo que está
lação possam ser corrigidas, se necessário, em torno do drawback. “É um sistema Samir Passos Awad, gerente da da Petrobras
no momento que elas estejam sendo feitas, inteligente e leve”, concluiu Pimentel, Internacional para as Américas, África e Eurásia,
disse que as relações entre a empresa e a
e, assim, evitar que se acumulem registros finalizando a sua exposição.
Arábia Saudita vêm se estreitando nos últimos
desnecessários. “Esse sistema vai permitir cinco anos
um acompanhamento muito de perto do
andamento dos processos. Às vezes, no Petróleo Petrobras e a estatal petrolífera saudita
sistema que se opera hoje, um produto O gerente-executivo Executivo Inter- são as empresas estatais lideres no setor de
requer dois ou mais anuentes. Pela lógica nacional da Petrobras América, África e petróleo mundial. “Em termos de relacio-
do sistema, só vai aparecer quando algo é Eurásia foi o último palestrante do painel. namento, eu diria que em todos os níveis
aprovado ou quando a operação dos anuen- Ele revelou que a Petrobras ainda não está da empresa, desde a presidência até o cor-
tes tiver sido autorizada”, disse. Segundo atuando na Arábia Saudita, pois o relacio- po técnico, há acordos e memorandos de
Pimentel, a idéia é que o exportador esteja namento da estatal de petróleo brasileira entendimento (MOUs), voltados para os
ciente de todo o processo dentro do pró- com a região do Oriente Médio se dá temas da segurança, meio ambiente, saúde,
prio sistema Web. por intermédio da compra de petróleo praticas operacionais, recursos humano,
para misturar e refinar no Brasil. “Desde novas tecnologias. É um relacionamento
a descoberta de campos de petróleo na que vem se estreitando , principalmente
“Para que se tenha uma idéia
Bacia de Campos, essa compra se tornou de cinco anos para cá”, disse. O gerente,
do nosso trabalho, de setembro
ainda mais importante porque não temos que é responsável pelos negócios da Pe-
de 2003 a dezembro de 2006, trobras fora da América Latina, disse que
a capacidade de refinar todo o petróleo
conseguimos simplificar e esse estreito relacionamento com a Saudi
existente no Brasil. A Petrobras, então,
consolidar 225 Atos Normativos, Aramco é muito valioso. “É uma história
importa petróleo leve e a Arábia Saudita é
aglutinando tudo isso numa só uma das fontes desse petróleo leve. Sendo que começou há pouco tempo, e apesar
portaria de comércio exterior, assim, importamos esse produto ainda de não estarmos presentes na Arábia Sau-
na qual juntamos importação, hoje, mesmo que sendo em quantidades dita, o nosso relacionamento comercial e
exportação e drawback” menores”, disse Awad, acrescentando que empresarial com a estatal árabe se dá em
esse processo de compra de petróleo ainda ótimos níveis, o que é muito bom não só
ARTHUR PIMENTEL
reflete fortemente na balança comercial para as duas empresas, mas também para
brasileira com a região. os dois países. Até cinco anos, o nosso
relacionamento com a Arábia Saudita era
Drawback a de comprador. E, de cinco anos para
Para Pimentel, o governo vem dan- cá, com a instalação desse fórum de
do grande importância às operações de Estatais companhias estatais de petróleo”. Após o
drawback. Ele afirmou que é através de po- No tocante ao relacionamento com pronunciamento do gerente da Petrobras,
líticas que permitam uma maior abrangên- a companhia estatal da Arábia Saudita o presidente do painel, Michel Alaby, en-
cia a essas operações, trará maior compe- Saudi Aracom, o gerente afirmou que a cerrou a sessão.

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 29


E NCERRAMENTO

Investindo na melhoria das


cidades
Em pronunciamento especial, o ministro das Cidades, Marcio Fortes, comentou
sobre os investimentos do PAC para melhoria urbana

João Augusto de Souza Lima, Presidente da FCCE; ministro das Cidades, Marcio Fortes; Omar Ali Saleh Al-Oyaidi – Encarregado de Negócios da Arábia
Saudita; e Michel Alaby – Secretario-Geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira compuseram a mesa da Sessão Solene de Encerramento

A Sessão Solene de Encerramento do país árabe como parceiro co- de petróleo, exploremos novas
do Seminário Bilateral de Comércio mercial do Brasil, indicando que oportunidades nesse imenso mer-
Exterior e Investimentos Brasil- o fluxo de comércio entre os dois cado”, disse.
Arábia Saudita contou com o pro- países se dá de forma crescente.
nunciamento especial do Ministro “Já alcançamos a faixa de US$ 3,5
das Cidades, Marcio Fortes. Após bilhões em corrente de comércio
fazer agradecimentos pelo convite, em 2006 e esperamos que, embora
P ara o ministro, a realização de eventos,
como os da FCCE, é muito impor-
tante, sobretudo para o Ministério das
o ministro ressaltou a importância tenha tido uma redução de compra Cidades, pois podem aproximar os dois

30 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


Segundo ele, o Programa de Aceleração Paralelo a isso, o palestrante informou,
do Crescimento (PAC), lançado no pri- ainda, que o PAC investirá na área de sa-
meiro semestre de 2007, proporcionará neamento cerca de R$ 40 bilhões, dentro
o aumento de investimentos ainda mais de um período de quatro anos e envolverá
intensivo no setor. “Esse fluxo de inves- a questão de tratamento de água, coleta e
timentos será de tal ordem que deman- tratamento de esgoto, drenagem, coleta e
dará bastante mão de obra qualificada”, destinação de lixo. “O PAC tem um pro-
previu. O ministro destacou ainda que grama para erradicação de favelas e tam-
os projetos de habitação estão voltados, bém de preservação do meio ambiente.
especialmente, para as famílias de classe Na área urbana, estamos montando, ainda
baixa, ainda que também contemplem dentro do PAC, um projeto de transporte
a classes média e alta. Em termos de de mobilidade urbana em que o foco será
valores, Marcio Fortes disse que, num a construção de vias expressas, corredores
período de quatro anos, serão destinados de ônibus e veículos leves sobre trilhos”,
R$ 106 bilhões para o setor. disse concluindo a sua participação. Após
o discurso do ministro, o presidente da
FCCE agradeceu o comparecimento das
“Sabemos que a Arábia Saudita autoridades presentes, sobretudo da pre-
participa do Comitê das sença do Encarregado de Negócios da Em-
Nações Unidas, o Habitat, e baixada da Arábia Saudita no Brasil, Omar
que tem projetos habitacionais Ali Saleh Al-Oyaidi ao Chefe da Divisão de
importantes” Feiras e Turismo do MRE, Sérgio Canaes,
ao ministro das Cidades, Marcio Fortes e
MARCIO FORTES demais convidados palestrantes.

O ministro das Cidades, Marcio Fortes, disse


que o PAC está estimulando o setor de cons-
trução civil no Brasil

países no tocante a problemas de natureza


urbana. “Os problemas são vários, como
o da habitação, saneamento. Sabemos que
a Arábia Saudita participa do Comitê das
Nações Unidas, o Habitat, e que tem pro-
jetos habitacionais importantes”, revelou.
“Isso é importante, pois podemos agir em
conjunto para ajudarmos terceiros países
em temas como saneamento e tratamen-
to de lixo. E a Arábia Saudita poderia,
assim, ser um bom parceiro, não apenas
no comércio, mas também na questão da
solidariedade para os países mais pobres”,
acrescentou.

“O PAC tem um programa


para erradicação de favelas e
também de preservação do meio
ambiente”
MARCIO FORTES

Em seguida, Marcio Fortes comen-


tou sobre o crescimento do setor de João Augusto de Souza Lima, Presidente da FCCE, agradeceu a presença do ministro das Cidades,
construção civil nos últimos três anos. Marcio Fortes, para a Sessão de Encerramento do Seminário Brasil-Arábia Saudita

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 31


U RBANIZAÇÃO

“O Brasil vai virar um canteiro


de obras”
Ministro das Cidades fala sobre os investimentos do PAC no Brasil
e possível parceria com a Arábia Saudita em projetos de habitação
em terceiros países

Marcio For tes, ministro das vedetes da administração do pre- mento especial na Sessão Solene
Cidades, está à frente de uma sidente Luiz Inácio Lula da Silva. de Encerramento. Marcio Fortes
das pastas mais importantes do Presente em vários seminários concedeu entrevista à Revista da
governo federal. Afinal, o Mi- organizados pela FCCE, Marcio FCCE e comentou, entre outras
nistério das Cidades é um dos Fortes participou do Seminário coisas, sobre os resultados dos
responsáveis pela implementa- Bilateral de Comércio Exterior trabalhos desenvolvidos pelo Mi-
ção do Programa de Aceleração e Investimentos Brasil-Arábia nistério. Acompanhe os principais
do Crescimento (PAC), uma das Saudita, onde fez o pronuncia- trechos da entrevista:

32 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


Como Brasil e Arábia Saudita po- Como estão, em números, os inves-
dem atuar em parceria em proje- timentos do PAC nos projetos liga-
tos urbanos? dos ao Ministério das Cidades?
Marcio Fortes – A parceria com a Ará- Marcio Fortes – Os números estão
bia Saudita se daria no campo de ajuda muito satisfatórios. A consolidação dos in-
à solução de problemas urbanísticos em vestimentos do PAC foi espetacular no que
terceiros países, pobres de recursos, como tange a orçamento. Quando eu cheguei
os do continente africano.Temos também ao Ministério, encontrei um orçamento
conversações com o grupo IBSA (Índia, de R$ 70 milhões para o saneamento e
Brasil e África do Sul) para atuar nessa hoje dispomos de R$ 2 bilhões por ano.
área. Vamos, assim, intercambiar experi- Na verdade o PAC consolidou as ações do
ências, já que os três países têm problemas Ministério em termos de recursos a serem
urbanos, como favelização. transferidos sem ônus ao Orçamento
Geral da União, pois eles contam com
recursos do FGTS e do FAT.
Obras de saneamento do PAC no município de
Como são avaliadas as atividades Nova Iguaçu, localizado na região da Baixada
e ações do Ministério das Cida- “A consolidação dos Fluminense
des? investimentos do PAC foi de urbanização de favelas, erradicação
Marcio Fortes – Temos um conselho espetacular no que tange a de palafitas, construção de troncos
de ações das atividades do Ministério. orçamento” coletores e estação de tratamento de
O primeiro tema a ser focado foi a esgoto são criados empregos na ponta
MARCIO FORTES
criação do marco regulatório do sa- e, ao mesmo tempo, aquece a indústria
neamento. O saneamento é um tema que vai produzir os insumos a serem
que foi discutido por mais de dez anos Já é possível então considerar o PAC utilizados nas obras, como nos setores
mas, só recentemente, conseguimos como um programa de sucesso? de petroquímica, aço, cimento. Nesse
fazer passar o texto no Congresso de mesmo caminho tem que também contar
duas maneiras: no Senado, por unani- Marcio Fortes – Com certeza. Nesses com a disponibilidade de mão de obra
midade, e na Câmara, por aclamação. quatro anos o salto foi fantástico. É só qualificada para atender a essas obras.
Além disse, já enviamos ao Congresso verificar como está a indústria da cons- Como disse o Presidente República, o
um projeto de lei sobre a mobilidade trução civil, aquecida e já com projeções Brasil vai virar um canteiro de obras, não
urbana, que versa sobre transporte de crescimento maiores, com a necessi- só obras de responsabilidade do nosso
urbano. Isso é determinação da nossa dade de aumento de mão-de-obra para Ministério, mas também obras de outros
Constituição. Aprovamos também a atender os projetos de saneamento e de ministérios como o de Minas e Energia,
lei de consórcio público, importante habitação. dos Transportes entre outros.
para o saneamento, pois muitas vezes
o município não tem condições de in-
“O PAC acaba dinamizando a
vestir sozinho. E essa lei foi aprovada Como os projetos são aprovados e
economia como um todo, pois
e regulamentada, o que dará a muitos tocados pelo Ministério?
municípios meios para trabalharem em nos investimentos de urbanização
de favelas, erradicação de Marcio Fortes – Nós frequentemente
consórcios e, assim, atuar melhor na
palafitas, construção de fazemos um balanço das contratações das
área de saneamento. Fora isso, temos
troncos coletores e estação de obras que estão sendo feitas. O nosso
também os investimentos que vieram
ministério não faz obras e nem projetos,
com o PAC. tratamento de esgoto são criados
mas sim selecionamos projetos que vêm
empregos” de municípios e estados. São eles que fa-
MARCIO FORTES zem as licitações. São eles que se encar-
“O saneamento é um tema que regam de emitir licença ambiental entre
foi discutido por mais de dez Então é um processo que se esten-
outras licenças. É importante ressaltar
anos e que nós conseguimos de por toda a economia?
também que não existe a possibilidade
fazer passar o texto no de, depois de aprovado o projeto e o
Congresso” Marcio Fortes – Sim, sem dúvida. encaminho de recursos, haver desvio.
O PAC acaba dinamizando a economia Isso porque nós só pagamos mediante
MARCIO FORTES como um todo, pois nos investimentos ao andamento das obras.

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 33


C ÂMARA DE C OMÉRCIO

Intermediando a aproximação
entre Brasil e o mundo árabe
Secretário-Geral da Câmara Árabe-Brasileira fala sobre o processo de
intensificação das relações entre Brasil e os países árabes
A Câmara de Comércio Árabe-
Brasileira completou, em 2007, 55
anos de atuação no sentido de apro-
ximar o Brasil e os países árabes. O
secretário-geral da Câmara, Michel
Alaby, representou a entidade no
Seminário Bilateral de Comércio
Exterior e Investimentos Brasil-
Arábia Saudita, onde proferiu pa-
lestra informando sobre as atuais
conjunturas econômicas dos países
do mundo árabe. Michel Alaby
concedeu entrevista à Revista da
FCCE e revelou mais detalhes a
respeito. Confira, a seguir, os prin-
cipais trechos da entrevista:

O senhor poderia falar um pouco


sobre o papel da Câmara de Comér-
cio Árabe-Brasileira?
Alaby – O objetivo da Câmara é traba-
lhar para aproximar árabes e brasileiros.
Há meio século que estamos interme-
diando as relações entre o Brasil e os 22
Estados árabes. Somos membros da Liga
dos Estados árabes. É a única câmara no
Brasil reconhecida pela Liga e pela União
Geral das Câmaras. Os nossos principais

34 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


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boradores.Temos um serviço de consulta A grande comunidade árabe exis-
comercial, certificamos documentos de tente no Brasil é um fator que favo- A linha de comércio entre Brasil e
exportação, contratos, traduções técni- rece nas relações entre o nosso país Arábia Saudita está muito concen-
cas, inteligência de mercados, organiza- com os países daquela região? trada em petróleo, do lado saudita,
ção de eventos. e commodities, do lado brasileiro.
Alaby – Sim. Aqui no Brasil moram
O senhor acredita que para os pró-
Quando o senhor fala em aproxi- cerca de 12 milhões de árabes e des-
ximos anos esse comércio receba
mação comercial entre brasileiros cendentes, o que ajuda bastante para o
uma maior diversificação?
e árabes, é possível dizer que ela comércio. Isso dá um grau de multicul-
também pode se estender para ou- turalidade muito forte e isso é bastante Alaby – Não há duvida.Temos capacidade
tras esferas? apreciado no mundo árabe. de diversificar o nosso fluxo comercial, pois
há espaço para isso. Só como exemplo, o
Alaby – O nosso ponto de vista vai além
Como fazer para que os brasilei- comércio entre Brasil com a Arábia Saudi-
do comércio. Nós também atuamos na área
ros conheçam melhor o mundo ta cresceu, nos últimos três anos, 35%. E
cultural. Nós acabamos de traduzir para o
árabe? quando as conversações sobre o acordo de
árabe o livro do Gilberto Freyre: Brasil no
livre comércio entre Conselho de Coopera-
mundo dos trópicos, e o distribuímos para Alaby – A Câmara criou a Anba, que
ção do Golfo e o Mercosul chegarem a um
todos bibliotecas e centro de estudos de é uma agência de notícias Brasil-Árabe
resultado positivo, é possível que esse fluxo
todos os países arábes. Também tivemos com o objetivo de trazer notícias do
entre as regiões aumente em 30%. Hoje já
a publicação do primeiro dicionário mundo árabe para o Brasil. São notícias
estamos vendendo para a região do Golfo
Árabe-Português, com distribuição no do ponto de vista econômico, social,
um total de US$ 3,5 bilhões por ano. Com a
implementação do acordo, podemos chegar
a US$ 5 bilhões em três anos.

O que é o Conselho de Cooperação do Golfo? Como vão as conversações entre o


Conselho de Cooperação do Golfo
(CCG) e o Mercosul?
O Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) é uma união aduaneira formada por
seis monarquias do golfo arábico: Arábia Saudita, Bahrain, Catar, Emirados Árabes Alaby – Elas ainda estão em andamento.
Unidos, Kuwait e Oman. O CCG foi criado em 25/05/1981, em Abu Dhabi, e Há um problema em relação aos produ-
seu objetivo é buscar uma maior unidade de ação entre os Estados membros, co- tos petroquímicos, pois a indústria bra-
ordenando suas políticas nos planos político, econômico, cultural, de segurança e sileira de petroquímica quer colocar os
externo.Em 1998 foi aprovada proposta de criação de uma união aduaneira, que produtos como itens sensíveis e, assim,
entraria em vigor em 2001 . Mais tarde, decidiu-se postergar a formação da união ter mais prazo para a abertura. É uma
aduaneira para março de 2005. Por fim, em 1º de janeiro de 2003, constitui-se pena, pois o grupo abriu praticamente
o estágio inicial da União Aduaneira, que atinge, em 2008, seu funcionamento todo o seu mercado para o Mercosul e
pleno. O Mercosul assinou o Acordo-Quadro de Cooperação Econômica Merco- nós colocamos na mesa a sensibilidade
sul-CCG no dia 10 de maio de 2005, durante a Cúpula América Latina e Países dos produtos petroquímicos.
Árabes. Em novembro de 2005, em reunião negociadora realizada em Riade, para
iniciar negociações para firmar um Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul Quais são os projetos da Câmara
e o CCG. A negociação incluirá as áreas de bens, serviços e investimentos, que para 2008?
deverão acontecer em paralelo. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, Alaby – Para 2008, há previsões claras
o CCG é um importante mercado consumidor e tem elevado potencial como para se fazer uma missão oficial organiza-
origem de investimentos externos. Os países integrantes do Conselho totalizam da pelo Ministério da Agricultura e está
uma população de cerca de 31 milhões de habitantes, produto interno bruto de prevista também uma missão do Estado
US$340 bilhões e importações de US$123 bilhões em 2004. de Minas Gerais para visitar Dubai, Ará-
bia Saudita e Egito.

36 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


C OMÉRCIO E XTERIOR

“Nossa meta é de aumentar as


exportações”
Welber Barral, secretário de Comércio Exterior do MDIC, diz que, apesar
da atual crise internacional, Brasil tem capacidade para aumentar o
fluxo comercial

Atual secretário de Comércio Ex- posto desde setembro de 2007, essa FCCE, o secretário comentou, entre
terior do Ministério do Desenvol- foi a primeira vez que Barral parti- outros assuntos, que há motivos para
vimento, da Indústria e Comércio cipou de um dos seminários organi- acreditar que o fluxo de comércio
Exterior (MDIC), Welber Barral, zados pela Federação das Câmaras com a Arábia Saudita consiga crescer
é um otimista em relação ao futuro de Comércio Exterior (FCCE). Em ainda mais para os próximos anos.
do setor de exportação nacional. No entrevista concedida à Revista da Confira a seguir:
Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 37
C OMÉRCIO E XTERIOR

exportador nacional. O senhor


acredita que o Brasil possa estar
Biografia sofrendo da chamada doença ho-
landesa?
Barral – Não. A “doença holandesa” é
Welber Oliveira Barral é secretário de Comércio Exterior do Ministério
típica de países nos quais há um surto
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) desde outubro de exportações em razão de produtos
de 2007. Com vasta experiência em relações internacionais, Barral assume como petróleo ou minerais, e este surto
o cargo até então ocupado por Armando Meziat, que foi nomeado para a provoca inflação e desindustrialização. O
Secretaria de Desenvolvimento da Produção (SDP) do MDIC. vigor da indústria brasileira, e os grandes
Barral é professor de Direito do Comércio Internacional, na Universidade investimentos em bens de capital e ex-
Federal de Santa Catarina, e integrante do Tribunal Permanente de Revisão pansão do parque produtivo são indícios
do Mercosul, além de ser um dos principais especialistas em defesa comer- do contrário.
cial na América Latina. Graduado em Direito pela Universidade Estadual de
O nosso comércio exterior com
Montes Claros, o novo secretário tem mestrado em Relações Internacionais
a Arábia Saudita, país convidado
pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutorado em Direito Inter- para este seminário, ainda é muito
nacional pela Universidade de São Paulo. Barral possui ainda pós-doutorado pequeno. Como fazer para que o
na Georgetown University, em Washington (EUA). Ele também é consultor mercado saudita sirva de destino
em temas de comércio e autor de livros como Dumping e Comércio Interna- para os produtos brasileiros?
cional, O Brasil e a OMC e O Brasil e o Protecionismo. Barral – Como para vários outros des-
tinos não tradicionais, o comércio com
a Arábia Saudita vem crescendo propor-
cionalmente à ousadia dos exportadores
Este foi o primeiro Seminário no O superávit no comércio exterior brasileiros. É necessário estudar esse
qual o senhor participou. Qual a brasileiro apresentou em 2007 uma mercado e identificar outros produtos
avaliação que o senhor faz desta performance inferior em relação a nos quais temos competitividade. O
iniciativa da FCCE que trata das 2006 e tudo indica que, em razão governo, por sua vez, pode ajudar nessa
relações bilaterais de comércio dos problemas financeiros nos tarefa de planejamento e no contato
entre Brasil e demais países? EUA, o Brasil tenha um desempe- institucional.
Barral – Os seminários são iniciativas nho ainda mais fraco em 2008. As
extremamente importantes para per- preocupações sobre um cenário
mitir a contínua interlocução entre os ruim para 2008 podem fazer com “As mudanças que estamos
operadores brasileiros e os principais que o Brasil saia do superávit implementando são no sentido
parceiros comerciais do País. Além dis- comercial e apresente déficit nas de aprofundar as ações para
so, os seminários servem para informar contas correntes? diversificar o destino e a
sobre mercados emergentes, como foi Barral – Nossa meta é de aumentar as composição das exportações”
o caso do seminário Arábia Saudita, do exportações. Mas o aumento das im-
qual pude participar. BARRAL
portações é uma decorrência natural,
sobretudo no atual contexto cambial. De
O senhor assumiu o cargo de qualquer forma, nossa expectativa é o Como o senhor avalia as conver-
secretário de comércio exterior aumento das exportações brasileiras nos sações para destravar a Rodada de
recentemente. O senhor teve que próximos meses, o que deve aumentar Doha? O senhor é um otimista em
fazer alguma mudança em rela- o saldo. relação ao desfecho da Rodada?
ção a gestão anterior em relação Barral – Seguramente, a Rodada Doha
à política de comércio exterior chegará a uma conclusão positiva para
brasileiro? “O comércio com a Arábia os países em desenvolvimento, graças
Barral – A política de Comércio Exte- Saudita vem crescendo ao protagonismo de países como Índia e
rior brasileiro tem tido grande coerência proporcionalmente à ousadia Brasil. Mesmo que as ambições tenham
nos últimos anos. Creio que as mudanças dos exportadores brasileiros” sido reduzidas, em relação à agenda
que estamos tentando implementar são BARRAL original de 2001, a verdade é que os
nos sentido de aprofundar as ações para ganhos poderão advir, sobretudo pela
diversificar o destino e a composição das Outra preocupação é o peso das redução de barreiras protecionistas no
exportações. commodities dentro do cenário setor agrícola.

38 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


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Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 39


ENERGIA

De volta ao Oriente Médio


Depois de duas décadas afastada, Petrobras retorna ao Oriente Médio

Depois de quase vinte anos ausente xico e a Costa Oeste da África. “A expectativa de avançar na
na região, a Petrobras retorna ao Dentro desse projeto, a Petrobras exploração no Oriente Médio
Oriente Médio. Esse movimento apresentará sozinha a proposta ganhou um primeiro alento com
faz parte do novo planejamento para a Arábia Saudita, da mesma o acordo de cooperação firmado
estratégico da empresa em incluir maneira que fez no caso do Irã. O com a Saudi Aramco, a megaes-
a região no rol de prioridades objetivo, no entanto, é negociar tatal de petróleo da Arábia Sau-
internacionais da Petrobras. Atu- parcerias com outras companhias dita, na união de esforços para o
almente, essa lista inclui apenas a que já estejam presentes na região, desenvolvimento de pesquisas e
América do Sul, o Golfo do Mé- do Oriente Médio. tecnologias para exploração, pro-

40 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


dução e refino de petróleo”, disse com o Irã. Entretanto, os campos a francesa Total e a norueguesa Statoil,
uma vez que as empresas americanas
Samir PassoS Awad em entrevista não puderam ser explorados por estão impedidas pelo governo dos Esta-
à revista da FCCE. Segundo ele, causa da conturbada situação po- dos Unidos de operarem naquele país.
A aquisição dessas duas áreas conferirá
a Petrobras se prepara também lítica na região. poder de barganha à Petrobras, que
para perfurar um poço na região poderá negociar trocas de parcelas dos
blocos por outras áreas na mesma região,
ainda este ano. O bloco de Tusan, em operações conhecidas tecnicamente
no setor iraniano do Golfo Pér- Caráter estratégico como farm outs.
Além da Arábia Saudita, a estatal Caso tenha as propostas aceitas no Irã
sico, área prolífica em petróleo, petrolífera brasileira já aguarda resposta e na Arábia Saudita, a empresa brasileira
é cercado de uma vizinhança rica do Irã sobre extração de petróleo. No Irã, firmará contratos que prevêem a obriga-
o desembarque da Petrobras no Oriente toriedade de venda da produção para os
em reservas. Médio se dará pela exploração de um governos daqueles países. Diferentemen-
Na primeira investida na região campo em terra. Já na Arábia Saudita, a te do previsto para o Irã, no entanto, o
Petrobras sinaliza entrar para explorar contrato com os sauditas inclui a possi-
lá, por intermédio da Braspetro, um campo gigante de gás natural. “Os bilidade de permanência da empresa por
encontrou o campo gigante de dois movimentos têm caráter estratégico. um prazo mais longo. No Irã, os contratos
Os sauditas detêm as maiores reservas são por prazos mais curtos, embora com
Majnoon, no Iraque, em 1976, petrolíferas do planeta. Além disso, ao a possibilidade de renovação.
com reservas estimadas em sete se fixar novamente na região, a Petrobras A área internacional foi responsável,
quer preparar o terreno para um retorno este ano, pela produção diária de 152
bilhões de barris. Dois anos de- triunfal ao Iraque, país do qual saiu na mil barris de óleo e 82 mil barris por
pois, a Braspetro descobriria década de 80 após ter descoberto o dia de gás natural. Em 2006, dos R$ 9
campo gigante de Majnoon”. bilhões de investimentos, a divisão inter-
outro manancial petrolífero: o No Irã, essas parcerias serão negocia- nacional responderá por pouco mais de
campo de Nahrumr, na fronteira das com companhias européias, como R$ 1 bilhão.

Samir Awad, gerente executivo da Petrobras Internacional (Americas, África e Eurásia), disse que o Oriente Médio faz parte do parte do plano
estratégico da empresa para os próximos anos.

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 41


E XPORTAÇÃO

Em defesa do câmbio mais


justo
Vice-presidente da AEB fala, em entrevista à Revista da FCCE, sobre o
cenário do setor exportador brasileiro atual
João Augusto de Castro é vice-
presidente da Associação de Co-
mércio Exterior do Brasil (AEB)
e também vice-presidente da Fe-
deração das Câmaras de Comércio
Exterior. Em entrevista concedida
à Revista da FCCE, Augusto de
Castro, que participou do Se-
minário Bilateral Brasil-Arábia
Saudita, fez uma breve análise do
setor exportador nacional, apon-
tando o câmbio valorizado como
um dos principais entraves para
o aumento dos manufaturados.
Para ele, as exportações desses
produtos estão ficando cada vez
menores em função da falta de
políticas que permitam com que
o Brasil tenha uma taxa de câmbio
mais equilibrada.

Como o senhor avalia a atual crise


econômica americana e os seus
reflexos para o Brasil?
Augusto de Castro- Em breve vamos
começar a sentir os efeitos da crise,
pois o mercado americano já se mostra

42 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


desaquecido, o que refletirá na queda da Augusto de Castro - As importações lações comerciais com outros
demanda por produtos e afetará, assim, cresceram no mesmo patamar em que países?
os preços dos produtos exportados pelo diminuíram as exportações de manu- Augusto de Castro – Tenho algumas
Brasil, que são, com grande peso na faturados. E, mais uma vez, eu ressalto reservas em relação ao Mercosul. De
nossa pauta, as commodities. que a taxa de câmbio atual desestimula a fato, a idéia política do bloco surgiu de
exportação de manufaturados e estimula forma bastante correta no período em
O senhor acredita que o Brasil pos- que nós importemos produtos que nós que foi formado. Mas o momento polí-
sa estar prestes a viver a chamada conseguiríamos produzir aqui. tico passou, e agora temos o momento
‘doença holandesa’? econômico. E o momento econômico
A AEB é uma parceira antiga da hoje representa uma armadilha que o
Augusto de Castro - Bem, num país FCCE no que tange à organização
de grandes dimensões territoriais como Brasil criou e nós próprios estamos
dos seminário bilaterais. Em rela- caindo nessa armadilha, como no caso
o Brasil, é natural que as commodities ção ao Seminário Bilateral Brasil-
tenham peso na composição da pauta da obrigatoriedade de fazermos acordos
Arábia Saudita, o que o senhor bilaterais com demais países no esquema
exportadora. O problema é que ficamos pode comentar a respeito da sua
envaidecidos com a performance das 4 (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai)
importância? + 1. Só que atualmente nós estamos com
commodities e acabamos esquecendo
da importância dos manufaturados. Mas Augusto de Castro - Esse seminário mais capacidades de competir interna-
ainda não podemos dizer que o Brasil é muito bem vindo para que possamos cionalmente do que os demais países do
passa por um processo de desindustria- discutir os meios de diversificação do bloco. Mas um acordo vantajoso para o
lização. De fato ela existe em alguns nosso comércio. Hoje, Brasil e Arábia Brasil, não seria o mesmo para os outros
setores, mas ainda se faz de maneira Saudita só comercializam commodities: países-membros. O mundo do comércio
muito pontual. carnes de frango, minério, por parte do internacional está assistindo a uma série
Brasil, e petróleo, por parte da Arábia de fechamento de acordos bilaterais e nós
Saudita. ficamos atrás justamente porque temos
A AEB há muito vem apontando que respeitar as decisões tomadas em
o cambio como grande problema Em relação ao Mercosul nas re- conjunto no âmbito do Mercosul.
para o setor exportador brasi-
leiro. Seria melhor então acabar
com o cambio flutuante e ter uma
ação mais intervencionista do
governo?
Augusto de Castro – O produto ma-
nufaturado, que é o tipo de produto no
qual a AEB trabalha, está sendo prejudi-
cado em parte pelo câmbio valorizado.
As exportações de manufaturados estão
caindo sensivelmente. Nós estamos
perdendo mercado externo em função
disso e de outros fatores também. Mas,
é preciso dizer que a taxa de câmbio
flutuante é uma conquista da sociedade
brasileira e nós não somos contra ela.
O que a AEB defende são ações que
busquem um câmbio mais equilibrado.
Umas das ações que poderiam ser ado-
tadas pelo governo é o corte na taxa de
juros básicos, um dos fatores que mais
influenciam no câmbio.

As importações cresceram 23% em


2007 em relação ao ano anterior.
Isso é um dado preocupante para Porto de Itaguaí (RJ), um dos principais canais de escoamento de minério de ferro do Brasil. Para
a AEB? Castro, o país tem privilegiado as exportações de commodities e esquecendo os manufaturados

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 43


CULTURA

Lawrence da

ARÁBIA
Arqueólogo, militar e escritor, T.E.
Lawrence testemunhou um dos momentos
mais importantes da Primeira Guerra
Mundial: a Revolta que libertou o mundo
árabe do domínio turco-otomano. Seus
testemunhos se tornaram livro, e a
sua obra literária deu origem a um dos
filmes mais importantes da história do
cinema. Conheça um pouco da história
deste britânico de origem aristocrata,
responsável por ensinar ao Ocidente a
riqueza do mundo árabe.

44 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


Um apaixonado pela cultura árabe

O período histórico era a Primeira Guerra Mundial. O


cenário eram os desertos da península arábica. O objetivo
liberta o mundo árabe do domínio turco-otomano. Os
protagonistas desta empreitada foram os líderes da chamada
Revolta Árabe. Todos esses pontos serviram de inspiração
para que T.E. Lawrence, um inglês, agente oficial da Coroa
Britânica, escrevesse o que seria um dos mais celebrados
romances do Século XX, e que serviu como base do roteiro
do aclamado filme, vencedor de sete Oscars. O filme, em
questão, foi Lawrence da Arábia, e o livro em que a película
se baseou foi Os Sete Pilares da Sabedoria, escrito por Lawrence,
e publicado em 1926.
Arqueólogo, escritor e militar, o inglês Thomas Edward
Lawrence foi uma das mais notáveis personalidades do Século
XX. Nascido em 1888 e de origem aristocrata, Lawrence
desde cedo já demonstrava grande interesse pela literatura,
sendo um ávido leitor de culturas de povos da antiguidade,
mostrando, assim, precoce erudição. Esse perfil, no entanto,
não fez com que ele não sentisse enorme desejo pela aventura, Guerra
e foi com esse ímpeto aventureiro que o jovem Lawrence,
em 1911, aceitou ser assistente nas escavações arqueológicas A Primeira Guerra Mundial teve início quando, em
promovidas pelo Museu Britânico em Carquemish, no rio 28 de Junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando,
Eufrates. Foi nessa incursão que ele teve maiores contatos herdeiro do trono Austro-Húngaro, e sua esposa foram
com a cultura árabe, transformando-se, assim, num ardoroso assassinados pelo sérvio Gavrilo Princip, que pertencia ao
admirador dela a ponto de escrever os primeiros manuscritos grupo nacionalista-terrorista armado Mão Negra, que lutava
do Os Sete Pilares da Sabedoria, uma das obras primas do século pela unificação dos territórios que continham sérvios. O
XX. Anos mais tarde, mais precisamente em 1914, ele retorna assassinato desencadeou os eventos que rapidamente deram
à região, mas desta vez, como tenente do serviço secreto origem à guerra, mas suas verdadeiras causas são muito mais
inglês. O objetivo era dar auxílio aos revoltosos árabes que complexas. No entanto, há um consenso entre historiadores
lutavam contra o domínio turco-otomano na região, que já de que o peso do nacionalismo foi crucial para o desnrolar
durava havia quatro séculos. das tensões que deram origem ao primeiro conflito em
escala mundial. Líderes civis das nações européias estavam,
na época, enfrentando uma onda de fervor nacionalista que
estava se espalhando pela Europa há anos, como memórias
CURIOSIDADES: de guerras enfraquecidas e rivalidades entre povos, apoiados,
sobretudo, por escritores e intelectuais da época. Esse mesmo
Inicialmente, o diretor David Lean havia escalado nacionalismo também chegou aos países de origem árabe,
Albert Finney para o papel de T.E. Lawrence. Apenas em meados do século XIX.
após a intervenção de Katharine Hepburn junto ao A identificação de Lawrence com a causa árabe foi ime-
produtor Sam Spiegel é que Peter O’Toole foi contra- diata. Rapidamente ele se aproxima de Feisal bin Hussein,
tado para o papel. um dos líderes da revolta e filho do xarife de Meca, Hussein
- Durante todo o filme, não há um único papel ibn Ali. Seus conhecimentos sobre a geografia local e o exér-
feminino com falas. cito turco, somados aos ideais de soberania da nação árabe,
- Enquanto preparavam o material para rodar as logo conquistam Feiçal e fazem de Lawrence o conselheiro
cenas da sabotagem do trem, todas elas rodadas em logístico do movimento, general de um exército de dez mil
locações, a equipe do diretor David Lean terminou homens. Com grande astúcia e grande poder articulador, ele
encontrando destroços da sabotagem verdadeira, rea- e os revoltosos conseguiram enfrentar o exercito turco, por
lizada por T.E. Lawrence. intermédio de operações de guerrilha, explosões de trens
- Em 1989, uma nova versão de Lawrence da Arábia, e estradas de ferro e aniquilação de reservas materiais. Em
totalmente restaurada e incluindo cenas de bastidores e outubro de 1918, os líderes árabes tomaram Damasco e con-
tomadas alternativas, foi realizada por Robert A. Harris. seguiram enfim, dar fim ao longo domínio turco na região.

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 45


CULTURA

O Filme
A crítica especializada é quase unânime quando se trata de
qualificar o filme Lawrence da Arábia: um épico e um das obras PREMIAÇÃO DO OSCAR
cinematográficas mais importantes do século XX. Com cenas
épicas retratando as lúgubres e majestosas paisagens desérticas, CATEGORIA VENCEDORES
o diretor David Lean (Dr. Jivago, A Ponte do Rio Kwai, Oliver
Twist, entre outras produções) conseguiu captar a atmosfera de Melhor diretor David Lean
uma região conhecida pela riqueza cultural, muitas vezes con-
John Box
siderada exótica, mas que, sem dúvida, oferece ao público mais Melhor direção
conhecimento sobre alguns aspectos do universo árabe. John Stoll
As filmagens de Lawrence da Arábia passaram por um período de arte
Dario Simoni
longo e árduo, da mesma forma como foram as andanças e aven-
turas do oficial inglês na sua empreitada em auxiliar os árabes Fotografica Freddie Young
contra os turcos. Segundo relatos da época, o filme demorou
um ano e meio para ser rodado. Mas o resultado final foi mais Melhor filme Sam Spiegel
do que satisfatório. O roteiro foi escrito por Robert Bolt que
se baseou no famoso livro Os Sete Pilares da Sabedoria e conse- Melhor edição Anne V. Coates
guiu transferir o perfil enigmático de Lawrence, interpretado
por Peter O’Toole, indicado ao Oscar, mas que não recebeu o Melhor música Maurice Jarre
prêmio por sua atuação. O filme foi o primeiro trabalho em
língua inglesa do famoso ator egípcio Omar Sharif, que inter- Melhor som John Cox
pretou Hussein ibn Ali, que concorreu ao Oscar como melhor

ator coadjuvante e também não agraciado com a premiação. O


premiado ator Anthony Quinn também participa da película,
interpretando Auda abu Tayi. O filme, no entanto, não é um
relato fiel do livro de Lawerence. Em razão da necessidade de
tornar o filme mais coeso e mais fácil para o acompanhamento
dos espectadores, o roteirista juntou personagens e explorou os
detalhes paisagísticos do livro enfatizando as cenas externas que
acabam falando por si.
E é nesse aspecto que o filme apresenta um dos seus maiores
trunfos. O estilo lento não é, de forma alguma, um ponto negativo
como aconteceria em outras produções. Na verdade, as vagarosas
tomadas é um convite para que o espectador passeie e mergulhe nas
dunas dos desertos, enaltecidas com fotografias que captaram de
modo magnífico, como se estivesse acompanhando o protagonista
em suas andanças pela região.
Entremeadas as cenas de gran-
de impacto paisagístico, estão
também aquelas que mostram
diálogos marcantes e revelam
a atmosfera de tensão que
uma guerra apresenta.Além
disso, o filme introduz um
dos momentos importan-
tes da história da Primeira
Guerra Mundial. Para os fãs
e amantes do bom cinema,
Peter O’Toole: as quase quatro horas de
Ator que representou Lawrence no cinema. filme passam rápido.

46 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


CULTURA

Café
uma bebida das

Arábias

Cultivados primeiramente pelos árabes,


o café se tornou uma das bebidas mais
apreciadas e do mundo. Conheça a sua
história e trajetória.

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 47


CULTURA

Os árabes foram os principais responsáveis pela pro- Ganhando o mundo


pagação da cultura do café no mundo. Bebida saborosa O café tornou-se de grande importância para os árabes, que
e aromática, com propriedades tonificantes, o café tinham completo controle sobre o seu cultivo e sua preparação,
sempre provocou paixões e controvérsias ao longo da difundindo-se rapidamente e fazendo parte do dia-a-dia árabe.
A importância do café na região era tão grande que uma lei
História, como a proibição de seu consumo pela Igreja promulgada em 1475 permitia à mulher pedir o divórcio se
Católica e a restrição árabe ao seu cultivo em outros o marido fosse incapaz de lhe prover uma quantidade diária
países, além de ter sido o alicerce do Brasil Império da bebida. Na época, o café era um produto guardado a sete
chaves pelos árabes, sendo proibido que estrangeiros se apro-
no século XIX. ximassem das plantações. Os árabes protegiam as mudas com
Os etíopes foram os primeiros a consumir o café, por a própria vida, porém, no século XIV, sementes foram levadas
clandestinamente por navegantes e aventureiros holandeses,
volta do século V, já que sua planta é nativa da Etió- alemães e italianos para a Europa.
pia, mas foram os seus vizinhos árabes os primeiros a A Igreja Católica chegou a proibir o consumo do produto,
cultivar e a beber o café, em vez de comer ou mascar, por considerá-lo demoníaco, mas o Papa Aurélio, apreciador
da bebida, o absolveu de qualquer culpa, liberando o consumo
como os pioneiros. A palavra “café” é originária da para os fiéis católicos. A partir do século XVII, o café tornou-
palavra árabe “qahwa”, que significa vinho. Por esse se uma das bebidas mais consumidas no velho continente,
motivo, o café era conhecido como “vinho da Arábia” passando a fazer parte definitiva dos hábitos europeus.
Assim que o seu cultivo foi difundido no Velho Mundo, os
quando chegou à Europa no século XIV.
holandeses, e depois os franceses, o trouxeram para as colônias
Depois de descoberto, no século V, o café era conheci- que possuíam nas Américas, para aproveitar o clima apropriado
ao cultivo. Os holandeses iniciaram o cultivo comercial no
do apenas por suas propriedades estimulantes. A fruta
século XVII, primeiro no Sri Lanka, depois em Java, o que
era consumida fresca, sendo utilizada para alimentar encorajou outros países a tentar o mesmo. No início do século
e estimular os rebanhos durante longas viagens. Com XVIII, sua produção abrangia grandes áreas da Indonésia e a
maior parte do café javanês era exportada para outros países
o tempo, o café começou a ser macerado e misturado
da Europa e para a América.
com gordura animal para facilitar seu consumo du-
rante as viagens. No século X, os árabes começaram
a preparar uma infusão com as cerejas, fervendo-as O café no Brasil
em água. Somente no século XIV, com o processo de O café foi trazido ao Brasil pelo oficial luso-brasileiro
Francisco de Mello Palheta, que no século XVIII recebeu a
torrefação do produto, a bebida adquiriu um aspecto
incumbência de ir à Guiana Francesa para tratar de questões
mais parecido com o dos dias de hoje. fronteiriças como pretexto para trazer sementes de café. Na-
quela época, assim como sucedeu com os árabes, a produção
cafeeira só era permitida em colônias européias, com um alto
faturamento comercial, por isso Portugal armou seu plano.
Palheta ficou íntimo da esposa do governador de Caiena e vol-
tou ao Brasil com sementes de café arábicas clandestinamente
escondidas em um vaso de planta.
No início do século XIX, deu-se início o ciclo do café no
Brasil, sendo o alicerce econômico do Brasil Império. Sua
importância econômica refletiu-se na sua expansão geográ-
fica. Concentrado a princípio no Vale do Paraíba (entre Rio
de Janeiro e São Paulo) e depois nas zonas de terra roxa do
interior de São Paulo e do Paraná, o grão foi o principal pro-
duto de exportação do país durante quase 100 anos. O café
foi o produto que impulsionou a economia brasileira desde o
início do século XIX até a década de 1930.

48 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


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RELAÇÕES BILATERAIS

Intercâmbio comercial Brasil – Arábia Saudita

INTERCÂMBIO COMERCIAL BRASIL


A R T I G O E L A B O R A D O P E L A E Q U I P E D O D E PA RTA M E N TO D E
P L A N E J A M E N TO E D E S E N VO LV I M E N T O
D O C O M É R C I O E X T E R I O R DA S E C R E TA R I A
DE COMÉRCIO EXTERIOR DO MDIC

O fluxo de comércio saudita cresceu vigorosamente desde 2002.


Nesse ano, a corrente de comércio do país foi de US$ 104,7 bilhões,
em 2006, passou para US$ 273,9 bilhões. O que representou um
aumento de 161,5%.
O principal motivo do aumento do fluxo comercial saudita foi o au-
mento das exportações do país. Em 2002, a Arábia Saudita exportou
US$ 72,5 bilhões, em 2006, passou a exportar US$ 208,9 bilhões,
expansão de 188,3%. Cerca de 80% da exportação da Arábia Saudita
é composta por petróleo e o crescimento das vendas do país coincide
com o recente aumento do preço internacional da commodity. Se-
gundo a OPEP, em 2002, o preço médio do barril foi de US$ 24,4.
Já, em 2006 registrou-se US$ 61,1. Em 2006, a Arábia Saudita foi
o maior país exportador de petróleo da OPEP, com vendas de 8,3
milhões de barris diários.
As impor tações do país também cresceram signi-
f i c a m e n t e. E m 2 0 0 2 , a A r á b i a S a u d i t a i m p o r t o u
US$ 32,3 bilhões e em 2006, US$ 65,0 bilhões, aumento de
101,3%.
Os números revelam que a Arábia Saudita é altamente superavitária
em suas relações comerciais com o exterior. No último ano esse
superávit somou US$ 143,9 bilhões. Cifra superior ao montante
das importações do país.
Os dados disponíveis mostram que, além de petróleo, os principais
produtos exportados pela Arábia Saudita em 2006, foram: plásticos
e obras (total de US$ 5,2 bilhões, 2,4% da pauta total), produtos

50 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


químicos orgânicos (US$ 5,0 bilhões, 2,3%), automóveis (US$ 1,1
bilhão, 0,5%), maquinaria elétrica (US$ 843 milhões, 0,4%), em-
barcações (US$ 837 milhões, 0,4%), produtos de ferro/aço (US$
751 milhões, 0,4%), maquinaria mecânica (US$ 741 milhões, 0,3%),
pedras e metais preciosos (US$ 522 milhões, 0,3%) e fertilizantes
(US$ 671 milhões, 0,3%).

Já, a pauta importadora saudita é mais diversificada. De acordo com


dados do Global Trade Atlas, em 2006 o país importou: maquinaria
mecânica (US$ 11,6 bilhões, 16,6% da pauta), automóveis (US$
10,6 bilhões, 15,1%), maquinaria elétrica (US$ 6,4 bilhões, 9,1%),
produtos de ferro/aço (US$ 3,8 bilhões, 5,5%), ferro e aço (US$
3,2 bilhões, 4,5%), cereais (US$ 2,0 bilhões, 2,8%), produtos far-
macêuticos (US$ 1,9 bilhão, 2,8%), cobre e obras (US$ 1,6 bilhão,
2,3%), aeronaves (US$ 1,5 bilhão, 2,2%) e aparelhos e instrumentos
óticos e médicos (US$ 1,5 bilhão, 2,1%).
Segundo a mesma fonte (GTA) os maiores destinos das vendas sau-
ditas no ano de 2006 foram: Japão (US$ 59,5 bilhões, participação
de 27,5% no total), Estados Unidos (US$ 33,2 bilhões, 15,3%),
Itália (US$ 4,4 bilhões, 2,0%), Países Baixos (US$ 4,4 bilhões,
2,0%), França (US$ 3,7 bilhões, 1,7%), Emirados Árabes (US$
3,6 bilhões, 1,6%), Espanha (US$ 2,9 bilhões, 1,3%), Brasil (US$
1,6 bilhão, 0,8%), Alemanha (US$ 1,5 bilhão, 0,7%) e China (US$
1,4 bilhão, 0,7%).

Quanto aos mercados fornecedores da Arábia Saudita em 2006,


os principais foram: Estados Unidos (US$ 10,1 bilhões, 14,5% do
total), China (US$ 6,0 bilhões, 8,6%), Alemanha (US$ 6,0 bilhões,
US$ 8,1%), Japão (US$ 5,6 bilhões, 8,1%), Itália (US$ 2,8 bilhões,
4,0%), Reino Unido (US$ 2,8 bilhões, 4,0%), França (US$ 2,7
bilhões, 3,9%), Coréia do Sul (US$ 2,6 bilhões, 3,8%), Índia (US$
2,6 bilhões, 3,8%) e Austrália (US$ 2,1 bilhões, 3,0%).

O Brasil possui um peso relevante nas importações Sauditas. Em


2006, o Brasil foi fornecedor de 2,3% das importações do país e
se posicionou como o décimo segundo maior país de origem das
importações do país.

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 51


RELAÇÕES BILATERAIS

Intercâmbio comercial entre Brasil e


Arábia Saudita – 2006
A exportação nacional ao mercado saudita tem apresentado sucessi-
vos crescimentos, culminando em 2006. Nesse ano, as vendas para
a Arábia Saudita se expandiram em 23,5%, crescimento superior
ao alcançado pelo aumento global das vendas externas nacionais,
de 16,2%. Com isso, a participação saudita na pauta brasileira se
elevou, passando de 1,0% em 2005 para 1,1% em 2006. O valor da
exportação a esse mercado foi de US$ 1,5 bilhão no ano.
Já, analisando-se as importações brasileiras originárias da Arábia
Saudita evidencia-se um movimento constante de retrações nas
compras de petróleo e derivados deste país entre 1992 e 2002. As
importações só voltam a crescer em 2003 e seguiram ascensão até
2006. No período, houve uma mudança dos mercados fornecedores
de petróleo para o Brasil, hoje essencialmente proveniente de países
africanos, principalmente Nigéria e Argélia.
O saldo comercial bilateral é deficitário para o Brasil. No entanto,
esse déficit se estabilizou em um valor relativamente baixo nos úl-
timos dois anos, em torno de US$ 145 milhões. Registre-se que em
1990 alcançou-se o maior déficit para o Brasil no comércio bilateral,
soma de US$ 1,2 bilhão.
A Arábia foi o 13º maior fornecedor ao Brasil em 2006 e permaneceu
na mesma posição em relação ao ranking de 2005. 1,8% das impor-
tações nacionais se originaram desse país no ano de 2006.
Já, posição do país como destino das exportações nacionais é inferior
ao da importação. Com aquisições de 1,1% das vendas brasileiras,
a Nigéria foi o 22º maior país de destino das exportações no ano.
Também, mesma colocação de 2005.
A pauta brasileira das exportações para a Arábia Saudita é bem distri-
buída entre produtos básicos, com participação de 48,6% no total, e
produtos industrializados, com 51,4% - divididos em 9,9% de semi-

52 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


manufaturados e 41,5% de manufaturados. Destaca-se o crescimento
das vendas de produtos industrializados, aumento de 74,0%. O mesmo
não ocorreu com os produtos básicos, que se retraíram em 5,5% na
comparação de 2006 com 2005.
No conjunto da pauta, os principais itens exportados à Arábia Saudita
foram: carne de frango (participação de 25,5% no total e valor de
US$ 379 milhões), aviões (21,6%, US$ 321 milhões), açúcar (16,8%,
US$ 248 milhões), minério de ferro (12,1% e US$ 179 milhões),
carne bovina (5,4%, US$ 81 milhões), farelo de soja (5,0%, US$
74 milhões), máquinas e aparelhos para terraplanagem (3,1%, US$
46 milhões), alumínio em barras, perfis fios e chapas (1,4%, US$ 21
milhões), veículos de carga (0,8%, US$ 11 milhões) e tratores (0,7%,
US$ 10 milhões).
A importação brasileira proveniente da Arábia Saudita é composta de
basicamente por petróleo em bruto. No ano, o brasil comprou US$
1,5 bilhões de petróleo desse mercado.
São Paulo foi o estado brasileiro que mais exportou para a Arábia
Saudita em 2006, total de US$ 762 milhões. O Espírito Santo foi o
segundo maior exportador, com US$ 176,9 milhões em vendas, segui-
do por: Paraná (US$ 162,9 milhões), Rio Grande do Sul (US$ 122,4
milhões), Santa Catarina (US$ 81,0 milhões), Mato Grosso (US$ 58,5
milhões), Mato Grosso do Sul (US$ 37,6 milhões), Goiás (US$ 37,6
milhões), Minas Gerais (US$ 25,9 milhões) e Distrito Federal (US$
11,1 milhões).
Nas importações nacionais provenientes desse mercado, o Rio de Janeiro
foi o foi maior destino com um total de US$ 908,2 milhões. Em seguida
estão: São Paulo (US$ 628,3 milhões), Rio Grande do Sul (US$ 45,7
milhões), Maranhão (US$ 26,3 milhões), Pernambuco (US$ 14,5 mi-
lhões), Minas Gerais (US$ 14,0 milhões) e Pará (US$ 5,0 milhões).
A despeito do aumento das exportações para o mercado saudita, o
número de empresas que as realizaram sofreu uma leve retração. Em
2005, 686 empresas brasileiras realizaram vendas à Arábia Saudita,
contra 627 anotadas no de 2006. No tocante às importações, contabi-
lizaram-se 28 empresas nacionais compradoras de produtos sauditas,
número acima do contabilizado em 2005, total de 26 empresas.
Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 53
CURTAS

número de prêmios.

Petrobras II - Empresa
assina parceria com a
Warner Bros. em “Speed
Racer”
• A Petrobras assinou contrato
no qual inseriu a sua marca no
filme Speed Racer, da Warner
Bros. Pictures. A ação de product
placement em Speed Racer será
vista em todo o mundo e objetiva
reforçar a marca “Petrobras”
no cenário internacional,
enfatizando o trabalho da
empresa no desenvolvimento de
tecnologias de ponta no campo
da energia. Speed Racer é uma das
mais aguardadas estréias deste
Uma das peças publicitárias da campanha premiada da Petrobras para o PAN 2007 primeiro semestre de 2008 e traz
os irmãos Wachowski (criadores
Universidade saudita dá prevista para 2008, e ter fluência Responsabilidade Social da trilogia “Matrix”) na direção
bolsa a estrangeiros comprovada em inglês. Empresarial; Projeto Cultimar; desta adaptação do desenho da
A instituição vai levar em conta, Programa Qualificação década de 60 que hoje se tornou
• A King Abdullah University
para escolher os bolsistas, a Profissional; Produtos: cult.
of Science and Technology
(Kaust), universidade da área de experiência acadêmica do Biodiesel(a Energia que se
ciência e tecnologia da Arábia candidato, a sua área de estudo, planta); Diesel Podium (não Riad terá complexo
Saudita, tem inscrições abertas o compromisso com os objetivos Importa como vai ser o futuro, residencial de luxo de
para estrangeiros, inclusive do programa, as metas pessoais a Petrobras já está pronta para US$ 1,8 bilhão
do estudante, a habilidade para a ele); Marketing Promocional
latino-americanos, interessados
liderança, o envolvimento com (Mais Energia para o PAN
• A empresa imobiliária The
em fazer pós-graduação Land, com sede em Doha, no
na instituição. Os estudos atividades extra-curriculares, e 2007); Marketing de Incentivo Catar, vai investir US$ 1,8 bilhão
ocorrem por um programa da o compromisso em realmente (Campanha de Excelência na construção de um complexo
universidade chamado Kaust matricular-se, caso seja em gestão eAmigo Mecânico residencial chamado Ajmakan
Discovery Scholarship, que selecionado. – Qualificar para Esclarecer). Village, em Riad, capital da
oferece bolsas para estudantes Como grande vencedora, a Arábia Saudita. As obras, segundo
que queiram desenvolver Petrobras agraciada no Petrobras ainda foi agraciada informa o jornal saudita Arab
pesquisas em ciência e tecnologia Prêmio Destaque do com o Prêmio Grand Prix, News, devem ter início nos
no país. Marketing 2007. por ter conquistado o maior primeiros meses de 2008.
As linhas dentro das quais • Oito projetos vitoriosos no
podem ser feitas as pesquisas são total. A premiação foi realizada
engenharia química, engenharia no dia 14 de dezembro no
mecânica, ciências e engenharia Hotel Intercontinental, São
de materiais, engenharia civil e Conrado (RJ). Realizado pela
ambiental, matemática aplicada e ABMN (Associação Brasileira de
ciências da computação. Segundo Marketing & Negócios) desde
informações do site Universia, 1972, o Prêmio Destaque do
21 estudantes da América Latina Marketing avalia os resultados
já participaram do programa empresariais alcançados nos
e receberam bolsas. Para segmentos de negócios e o
concorrer é preciso ter curso emprego bem sucedido das
superior ou estar matriculado técnicas e ferramentas de
em algum curso de uma das áreas marketing. A Petrobras venceu
do programa, com conclusão nas seguintes categorias: Petobras investe na internacionalização da marca no filme Speed Racer

54 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A


afirmou, em entrevistas a um formação de pessoal, ciência e Jazeera.
jornal local, que o país árabe tecnologia, agricultura para o Nos países do Golfo aumentou
deverá permitir que estrangeiros semi-árido e petroquímica. a discussão em torno do
invistam em ações e ofertas atrelamento ao dólar, que obriga
públicas iniciais (IPOs). As IPOs Arábia Saudita discute os bancos centrais desses países a
são a primeira venda de ações atrelar sua moeda ao seguir a política monetária norte-
ordinárias de uma empresa dólar americana de baixa na taxa de
no mercado de ações. “Vamos
permitir a criação de fundos por
• O membro de Conselho de juros para incentivar o crédito e
estimular a economia dos Estados
Shura Saudita, o órgão consultivo
empresas licenciadas, e de forma do rei do país, Muhammad Al- Unidos. Ao mesmo tempo,
gradual, através desses fundos, zalka, declarou que o Conselho a medida aumenta a pressão
o investimento estrangeiro será vai convocar o Ministro das inflacionária nas nações do Golfo.
Celso Amorim, ministro das Relações permitido, desde que realizado Finanças, Ibrahim Alassaf, e O índice de inflação na Arábia
Exteriores, busca mais cooperação com transparência”, disse o governador do Instituto Saudita chegou a 6,5% em
entre o Brasil e países arábes Al-Tuwaijri em entrevista ao Monetário, Hamad Saud, em dezembro de 2007, ou seja,
canal de TV Al-Arabiya. Ele 10 de fevereiro, para discutir a maior taxa dos últimos 16
Criada por um grupo de não deu previsão de prazo para o atrelamento do real saudita anos, sempre segundo o site da
empresários sauditas e presidida a abertura, segundo notícias de ao dólar norte-americano e os Aljazeera. Isso foi provocado
por Ahmed bin Suleiman agências internacionais. planos do governo sobre o tema parcialmente pelo aumento dos
Al-Rajhi, a The Land opera por causa do aumento da taxa preços dos produtos importados
principalmente na Jordânia, de inflação, segundo informou e pela desvalorização da moeda
Celso Amorim discute recentemente a Rede de TV Al- norte-americana.
Bahrein e Catar, onde é a cooperação técnica com
principal empresa particular Rei saudita
investindo na ilha artificial
The Pearl. Na ilha, a empresa
• Brasil e a Arábia Saudita
devem assinar em breve um
está construindo 17 edifícios acordo de cooperação que
residenciais e um condomínio vai servir de base para o
fechado chamado Perlita Garden desenvolvimento de intercâmbio
Falls. Segundo o jornal saudita, na área técnica e também
a AjmakanVillage, o primeiro começaram a alinhavar parcerias
projeto residencial de alto estratégicas nas áreas política e
luxo da The Land na Arábia econômica. Esses foram alguns
Saudita, será auto-suficiente e dos resultados do encontro
atrairá sauditas e estrangeiros entre o ministro das Relações
endinheirados. As casas do Exteriores do Brasil, Celso
complexo serão construídas Amorim, com o rei da Arábia
A Revista dos Seminários Bilaterais
para oferecer o maior conforto Saudita, Abdullah bin Abdel- de Comércio Exterior e Investimento,
possível aos moradores e o Aziz Al-Saud, no último final de
complexo oferecerá toda a infra-
organizados pela FCCE, é distribuída
semana, no país árabe.
estrutura necessária, incluindo De acordo com o embaixador entre as mais destacadas personalidades,
centros comerciais, lojas, serviços do Brasil em Riad, Isnard Penha do Brasil e do exterior, que atuam no
médicos, escolares e bancários. Brasil Jr, que acompanhou a
viagem de Amorim à Arábia
comércio internacional.
Sauditas preparam Saudita, o acordo de cooperação
abertura do mercado de técnica que brasileiros e sauditas Anunciar aqui é fazer chegar o seu produto
ações estão preparando, que depende
a quem realmente interessa, a quem
• A Arábia Saudita, deverá abrir ainda da aprovação do conselho
decide.
o seu mercado de ações aos de ministros sauditas, é um
investidores estrangeiros de fora acordo guarda-chuva que abrirá
do Conselho de Cooperação do portas para outros convênios. O
Procure-nos.
Golfo (GCC). O presidente do diplomata explicou que foram
Departamento de Mercados de mencionadas inúmeras áreas de
Tel.: 55 21 2570 5854
Capital (CMA) da Arábia Saudita, interesse na reunião de Amorim eduardo.teixeira@abrapress.com.br
Abdul Rahman Al-Tuwaijri, com o rei, como habitação,

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • A R Á B I A S A U D I T A 55


Federação das Câmaras de Comércio Exterior
Foreign Trade Chambers Federation
Fédération des Chambres de Commerce Extérieur
Federación de las Cámaras de Comercio Exterior

Conselho Superior
Membros Vitalícios

Antônio Delfim Netto

Benedicto Fonseco Moreira

Bernardo Cabral

carlos Geraldo Langoni

Ernane Galvêas

Giulite Coutinho
Gustavo Affonso Capanema (vice-presidente)

José Carlos Fragoso Pires

Laerte Setúbal Filho

Milton Cabral

Paulo D’Arrigo Vellinho

Paulo Pires do Rio

Paulo Tarso Flecha de Lima

Philippe Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança

Theóphilo de Azevedo Santos (Presidente)


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