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FALSUM COMMITTIT, QUI VERUM TACET

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Escrevinhação n. 773
NÃO É APENAS COM PÃO QUE SE DIGNIFICA
Redigido em 10 de agosto de 2009, dia de Santo Inocêncio XI
e Santa Joana Francisca de Chantal, 19ª Semana do Tempo
Comum.

Por Dartagnan da Silva Zanela

"A vaidade, embora não destrua


totalmente as virtudes, desordena-as
todas". (François de La Rochefoucauld)

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É incrível, para não dizer aterrador, vermos a

quantas anda a mentalidade da sociedade moderna. Muitas das

vezes, fico cá eu com meus alfarrábios a imaginar o que um

monge Cristão do século XI, ou um Xamã Sioux, diriam se

estivessem diante de nosso sistema educacional

contemporâneo e tivessem ouvido os valores que são

partilhados por nós através das Instituições de Ensino, dos

meios de comunicação e demais mecanismo pelos quais

partilhamos nossas preocupações.

Quando imagino isso, confesso que o único

sentimento que me vem em mente e que aplaca meu coração é o

de vergonha.

Vejam só, se fôssemos meditar sobre os temas

que ocupam o centro de nossas preocupações, que se destacam

em nossas vidas como sendo o centro de nossa existência,

compreenderíamos com grande clareza do que estamos tratando

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aqui nessas míseras linhas. Todos os temas que são

abordados e vistos como sendo fundamentais para a formação

de nossos mancebos, para a edificação de nosso ser, não

passam de um amontoado de questões que versam unicamente

sobre a nossa saúde física, sobre o nosso bem-estar

material, que deve ser garantido por alguém (não por nós),

e sobre o sentir-se bem e ser tratado bem a todo o momento

por todos. Ora raios! Que sociedade é essa, Dio Santo? O

que há de superior e digno em um grupo humano que cultiva

esse tipo de preocupação?

Você pode se indagar o que há de errado em

cultivar estas inquietações e tal inquirição é deveras

interessante que seja feita. Bem, então vejamos o culto à

saúde física. Quanto os meios (de)formadores de opinião

(incluso as Instituições de Ensino), frisam

ininterruptamente que é de suma importância que todos

voltem suas atenções para a integridade de seu corpo,

gradativamente cria-se na alma do indivíduo um medo

irascível de perder a sua vida, de perder a sua vitalidade.

Trocando por dorso (ou qualquer outro miúdo de

sua preferência), tal foco apenas gera um desfibramento nos

indivíduos que passam a fazer qualquer coisa, por mais

ridícula que pareça, para manter a sua saúde, a sua

vitalidade juvenil e mesmo sua existência física desprovida

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de sentido. Juntamente com esse desfibramento, forma-se no

âmago de nosso ser uma insípida preocupação com as

aparências exteriores que se confunde com o que deveria ser

a nossa vida interior.

Vejam bem que, sobre apenas esse ponto

poderíamos desdobrar uma infinidade de cenários que se

fazem presentes em nossa sociedade e que nos permitem agir

de modo patético em relação a nós mesmos. Todavia, sejamos

modestos neste momento. Por exemplo, vocês já pararam pra

pensar de onde vem esse sucesso tosco de obras (literárias

e cinematográficas) vampirescas que pintam essas criaturas

malditas com certo ar de “bondade” mal reconhecida? Olha,

não é incomum vermos adolescentes acalentarem um desmedido

fascínio por esse tipo de tema e sonharem, em sua mórbida

imaginação, em ser uma criatura sombria desta natureza.

Para que? Para poder ter uma juventude carnal eterna, para

viver eternamente neste mundo.

Paralelo a tudo isso, outras pessoas dedicam

horas e horas de seu tempo com cuidados cosméticos para

prolongar a sua jovialidade. Outras pessoas para obter uma

aparência física, movem mundos e fundos para se aproximarem

ao máximo possível da perfeição desejada e, outros tantos,

entregam-se de maneira vertiginosa às delícias de uma vida

desregrada para poderem aproveitar ao máximo possível os

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prazeres que a nossa carne putrefaz pode nos ofertar. E, é

claro, não nos esqueçamos das pessoas que mergulham

mortalmente na bulimia nervosa e na anorexia.

Caramba! Isso é vampirismo, meus caros, e do

brabo. Aliás, a analogia não é de modo algum

desproporcional. Uma sociedade que cultiva valores que

movem o indivíduo a ser capaz de cogitar a possibilidade de

vender a sua própria alma para manter-se supostamente jovem

e relativamente saudável por um longo período é uma

sociedade que estimula as pessoas a focarem as suas

energias vitais na realização de um projeto de vida vazio

de sentido e que é vivido de maneira vulgar e pouco

significativa.

Basta encontrarmos uma roda de pessoas que

estão jogando conversa fora que, inevitavelmente, aparecerá

aqui e acolá uma e outra dica, ou receitinha, para

emagrecer, para evitar os radicais livres, retardar o

envelhecimento, as rugas, ganhar tônus muscular e tutti

quanti. Ah! É claro! Como pude me esquecer. Não nos

esqueçamos do vigor, da virilidade sexual.

Se isso é entendido como sendo o centro da vida

em nossa sociedade, nos lembremos que os valores que nos

movem a desejarmos cada vez mais a realização do que eles

representam ao custo de nossa integridade espiritual não é

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outra coisa senão isso: vampirismo. Ou vão me dizer que os

valores e idéias cultivadas em nossa sociedade não vivem à

custa do sangue e da energia vital de seus cultores?

A nosso ver, essa figura mitológico-literária

que ocupa o imaginário adoecido de nossa juventude nos

auxilia em muito na compreensão da latrina que estamos

inseridos. E mais! Muito deste cenário se deve ao fato de

termos nossa educação voltada unicamente para realização do

humano em sua (in)dignidade para um universo material

calcado na relativização de o tudo que realmente é

significativo para elevação do indivíduo enquanto pessoa.

Definitivamente, não há nada mais indigno de ser chamado de

educação do que isso.

Por essa mesma razão lembremos que a vida não é

apenas um amontoado de moléculas, que o seu sentido não

está apenas em nossa sobrevivência e que o objetivo maior

da existência humana não está centrado na satisfação de

todos os nossos desejos.

A vida humana, meus caros, se realiza

plenamente para além desses valores que hoje infectam o que

há entre o céu e a terra que atualmente chamamos de “educar

para cidadania”. Realização essa que está muito além do

chinfrim entendimento de nossa vã educação e de nosso

desejo, fingido, de sincera compreensão.

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