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GABARITO!! NM641 – Materiais I - P2 - 29.05.

2003 – 21:00
1ª questão (4 pontos): Descrever a solidificação da liga Al-80%Mg, sabendo que o líquido eutético a 67,7%Mg, resfriado abaixo do patamar eutético em
questão (437°C) gera microestrutura lamelar. Lembre-se que o objetivo final desta descrição é prever a microestrutura a temperatura ambiente (25°C). Adote
que o equilíbrio de fases a 25°C é idêntico ao encontrado a 100°C, limite inferior do diagrama fornecido.

A liga Al-80%Mg (indicada em verde) está totalmente líquida se a temperatura é superior a aproximadamente 550°C. Assim, se a temperatura é superior a
550°C, tem-se CLT>550°C=80%Mg, e a %MLT>550°C=100% L. A 500°C, contudo, nota-se o início de formação de fase sólida (Mg), que por se a única fase sólida
a se formar a partir do líquido assume a forma de dendritas. Caracterizando o sistema, tem-se: C(Mg)500°C ≅91,5%Mg, CL500°C ≅74%Mg, %ML500°C=[(91,5-
80)/(91,5-74)]*100=65,7% L e %M (Mg)500°C =34,3% (Mg). A 438°C nota-se o progresso da solidificação através do aumento da fração em massa de dendritas de
fase (Mg), e a redução da fração de massa de líquido. Caracterizando o sistema, tem-se: CL438°C ≅67,7%Mg, C(Mg) 438°C≅87,3%Mg, %ML438°C=[(87,3-80)/( 87,3-
67,7)]*100=37,2% L e %M (Mg) 438°C =62,8% (Mg). Nota-se que o líquido atingiu a composição química do eutético, e no resfriamento posterior até 436°C ter-
se-á 37,2% de fração de massa de microconstituinte eutético lamelar, composto pelas fases (Mg) e γem lamelas alternadas. Deste modo, a 436°C tem-se
Cγ436°C ≅59,8%Mg, C(Mg) 436°C ≅87,3%Mg, %Mγ436°C =[(87,3-80)/( 87,3-59,8)]*100=26,5% γe %M(Mg) 436°C=73,5% (Mg). Na microestrutura, a fase γestará apenas
na forma de lamelas, alternadas com lamelas de fase (Mg); esta, por sua vez, está presente em duas microestruturas: como dendritas, formadas até 438°C, e nas
lamelas do microconstituinte eutético. resfriando a 25°C tem-se Cγ25°C ≅57%Mg, C(Mg) 25°C ≅97%Mg, %Mγ25°C =[(97-80)/(97-57)]*100=42,5% γe %M(Mg)25°C=
57,5% (Mg). Como na microestrutura a fase γse formou na forma de lamelas, EM CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO deve haver redução de espessura das
lamelas e dendritas de (Mg) para que as lamelas de fase γaumentem em espessura, garantindo a formação das frações de massa como estabelecidas no
diagrama de equilíbrio.

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2ª questão: Pode-se afirmar que a descarbonetação de aços
(perda de carbono devido a tratamentos térmicos
conduzidos sob atmosfera padrão, que por oxidação do
carbono levam o teor de carbono da superfície de um aço a
zero) é controlada pela velocidade de difusão do carbono
no ferro. Pode-se ainda assumir que a velocidade de
difusão do ferro em sua estrutura é a responsável pelo
crescimento de grão da fase rica em ferro, chamada de fase
α, ou ferrita, ou Feα. Em NM745, vamos aprender os
motivos de executar em aços alto carbono o tratamento
térmico de esferoidização, que é conduzido em
temperaturas de até 700°C por tempos longos (podendo
chegar até a 72 horas). Neste intervalo de temperaturas, a
fase rica em ferro é a mesma já citada, fase α,ou ferrita, ou
Feα. De posse destes dados, precisamos avaliar qual
tratamento térmico de esferoidização, num aço de 1,1% C,
poderá apresentar mais problemas devido a crescimento de
grão da fase Feα e devido a descarbonetação, um
conduzido a 680°C e outro a 700°C, ambos por 36 horas.
Para tal, de posse dos dados fornecidos abaixo responda
aos itens que seguem:

R=8,31 J/mol.K,
C x − Co  x  D o C→ Feα = 6,2 x 10 -7 m²/s − Qd
= 1 − erf   Qd C→ Feα = 80 kJ / mol
D = Do .e R .T
Cs − Co  2 . D .t 
D o Fe→ Feα = 2,8 x 10 -4 m²/s
Qd Fe→ Feα = 251 kJ / mol

a) Qual é o teor de carbono a 0,2mm da superfície após o tratamento térmico a 680°C por 36 horas? Explique seus cálculos. (1 ponto)
Na descarbonetação, considera-se que o teor de carbono na superfície é zero. Assim, tem-se:

 
C x − 1,1  0,2 .10 − 3 
= 1 − erf  
0 − 1,1  2 . ( 6,2 .10 − 7.e
− 80000


8, 31.( 273+ 680)
).(36 .3600 )

C x − 1,1  0,2. 10 − 3 
= 1 − erf  
− 1,1  2 . ( 2,54 .10 − 11 ).(129600 )
 
C x − 1,1
= 1 − erf (0,055 )
− 1,1
Usando interpolação linear na tabela de função erro Gaussiana dada, erf(0,055) = 0,062; assim,
C x − 1,1
= 1 − 0, 062
− 1,1
C x = 0 ,068 %C!!
b) Qual é o tempo necessário para que o mesmo teor de carbono, a 0,2 mm da superfície, seja atingido a 700°C? Explique seus cálculos. (1 ponto)
Para se obter o mesmo teor de carbono, na mesma distância da superfície, basta verificar que na apenas os termos D e t da 2ª lei de Fick sofrerão
alteração. Deste modo, D C→ Feα 680 .t 680 = D C→ Feα 700 .t 700 . Assim,
− 80000
( 2,54.10 − 11 ).(129600)= (6, 2.10 − 7.e 8, 31.(273+ 700)
).t700
t700 ≅105196s ≅ 29,2 horas
c) Sabendo que para aços, após tratamento térmico de esferoidização, a resistência mecânica está diretamente ligada ao teor de carbono, qual material
apresentará a maior vida em fadiga num dado carregamento, o tratado a 680°C por 36 horas ou o tratado a 700°C por 36 horas? A resposta só será
aceita se justificada com base nos mecanismos de nucleação de trincas de fadiga, teoria de discordâncias e os resultados dos dois itens anteriores. (2
pontos)
Se o aço for tratado a 700°C por 36 horas o teor de carbono a 0,2 mm da superfície será menor que 0,068%C, teor obtido após 36 horas a 680°C, pois
para obter tal teor de carbono nesta posição seriam necessárias 29,2 horas; com o excesso de tempo, a descarbonetação só se agravaria. Assim, a
superfície do aço tratado a 700°C por 36 horas será menos resistente que a do aço tratado a 680°C por 36 horas, e portanto a movimentação de
discordâncias próxima a superfície será facilitada na amostra tratada a 700°C. Como as trincas de fadiga são nucleadas pelas bandas de escorregamento
de discordâncias que podem aflorar na superfície, quanto mais fácil a movimentação de discordâncias, mais facilmente serão nucleadas as trincas de
fadiga, e portanto menor será a vida em fadiga. Deste modo, o aço tratado a 700°C terá menor vida em fadiga.
d) Qual material apresentará o maior tamanho de grão após a esferoidização, o tratado a 680°C por 36 horas ou o tratado a 700°C por 36 horas?
Explique seus cálculos. (1 ponto).
Sabendo que o tamanho de grão da fase α, matriz da estrutura, é influenciado pela difusão de ferro, se um determinado tamanho de grão foi obtido a
680°C por 36 horas, o mesmo tamanho de grão será obtido a 700°C após o tempo calculado segundo a expressão abaixo:
D Fe→ Feα680 .t680 = D Fe→ Feα700 .t700
Assim,

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− 251000 − 251000
( 2,8.10 − 4.e 8, 31.( 273+ 680)
).(129600)= ( 2,8. 10− 4.e 8, 31.( 273+ 700)
).t700
t700 ≅ 67557s ≅18,8 horas
Assim, o aço deveria ser tratado a 700°C por 18,8 horas para ter o mesmo tamanho de grão do tratado a 680°C por 36 horas. Se o tratamento a 700°C
durar 36 horas ter-se-á maior tempo para que ocorra a difusão de átomos de ferro, e conseqüentemente o tamanho de grão da amostra tratada a 700°C por
36 horas será maior que o da tratada a 680°C por 36 horas.
e) Com justificativas que usem a resposta do item anterior e a teoria de discordâncias, esboce as curvas tensão vs. deformação obtidas em ensaios de
tração com o material tratado a 680°C por 36 horas e com o tratado a 700°C por 36 horas, concluindo sobre qual deles será o mais resistente, qual
será o mais dúctil e qual será o mais tenaz. (1 ponto).
Sabe-se que quanto maior o tamanho de grão, maior é o livre caminho médio para as discordâncias se deslocarem no reticulado cristalino, já que os
contornos de grão são barreiras à movimentação de discordâncias. A relação de Hall-Petch, inclusive, indica que a resistência mecânica é inversamente
proporcional à raiz quadrada do diâmetro médio dos grãos. Assim, quanto menor o tamanho de grão maior a dificuldade para mover discordâncias, e
portanto menor a ductilidade e maior a resistência do material. Contudo, como a tenacidade é a energia necessária por unidade de volume para romper o
material, espera-se que o material de menor tamanho de grão apresente maior tenacidade, pois o rompimento de metais depende também da solicitação
plástica dos mesmos, fenômeno este que necessitará de maior energia devido à maior dificuldade de mover discordâncias. Assim, o material tratado a
680°C por 36 horas (representado em vermelho na figura abaixo) será mais resistente (maiores valores de limite de escoamento σLE, limite de
resistência σLR e limite de ruptura σf), menos dúctil (menor valor de deformação plástica total, εp T) e mais tenaz (maior área sob a curva tensão tensão
deformação). O material tratado a 700°C por 36 horas (representado em azul na figura abaixo), por ter o maior tamanho de grão, será menos resistente,
menos tenaz e mais dúctil.

σLR

σf

σLE

εp T

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