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Neoliberalismo é um termo que foi usado em duas épocas diferentes com dois
significados semelhantes, porém distintos:
Origem do “Neoliberalismo”
As origens do que hoje se chama neoliberalismo nos remetem à Escola Austríaca, nos
finais do século XIX, com o Prêmio de Ciências Econômicas Friedrich Von Hayek, considerado
o propositor da sua base filosófica e econômica, e Ludwig Von Mises.
Friedman era contra qualquer regulamentação que inibisse a ação das empresas,
como, por exemplo, o salário mínimo que, segundo as teorias que defendia, além de não
conseguir aumentar o valor real da renda, excluiria a mão-de-obra pouco qualificada do
mercado de trabalho. Opunha-se, consequentemente, ao salário mínimo e a qualquer tipo de
piso salarial fixado pelas categorias sindicais ou outro órgão de interesse social, pois estes
pisos, conforme ele argumentava, distorceriam os custos de produção, e causariam o
aumento do desemprego, baixando a produção e a riqueza e, consequentemente,
aumentando a pobreza da sociedade. Friedman defendeu a teoria econômica que ficou
conhecida como "monetarista" ou da "escola de Chicago"
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Neoliberalismo em prática
A solução que propunham para a crise seria a redução gradativa do poder do Estado,
com a diminuição generalizada de tributos, a privatização das empresas estatais e redução
do poder do Estado de fixar ou "autorizar" preços.
Persuadindo o Parlamento Britânico da eficácia dos ideais neoliberais, fez aprovar leis
que revogavam muitos privilégios até então concedidos aos sindicatos, privatizou empresas
estatais, além de estabilizar a moeda.
Tal foi o entusiasmo de Thatcher pelo discurso do neoliberalismo então em voga que
seu governo acabou por criar uma tributação regressiva, também chamada de Poll tax ou
imposto comunitário.
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Críticas à doutrina neoliberal
O neoliberalismo pode ser visto como uma retomada, a partir dos anos 1970, do
liberalismo clássico que havia sido deixado de lado no mundo e outras formas de
intervencionismo econômico. Muitos dos defensores de tal doutrina rejeitam o termo
neoliberal, e preferem simplesmente o termo liberal, pois pretendem seguir o liberalismo
clássico.
Movimentos antineoliberalismo
Governos neoliberais
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conhecidas como "thatcherismo" e "reaganismo". A política de Reagan, nos Estados Unidos,
também ficou conhecida como Supply-side economics.
A mais recente onda liberalizante, que ficou conhecida como "neoliberalismo", teve
seu início com a queda do muro de Berlim em 1989 e contagiou rapidamente o mundo. Foi
promovida pelo FMI, por economistas liberais como Milton Friedman, pela Escola de Chicago
e por fundamentalistas de livre mercado, entre outros, sendo por eles apregoada como a
solução que resolveria os problemas econômicos mundias, reduzindo a pobreza e acelerando
o desenvolvimento global.
Agora, já passados 28 anos que as "receitas neoliberais" vêm sendo aplicadas, em maior ou
menor grau, por um grande número de países - entre os quais se inclui o Brasil - a ONU
resolveu analisar os resultados obtidos por esses fortes ventos liberalizantes, e medir seus
efeitos nas populações dos países onde as práticas neoliberais estão sendo adotadas.
O fluxo de dinheiro inverteu-se, e os capitais fugiram dos países mais pobres, indo para os
mais ricos: "Houve uma tremenda liberalização financeira e se pensava que o fluxo de
capital iria dos países ricos aos pobres, mas ocorreu o contrário", anotou Sundaram. "Como
exemplo, citou que os EUA recebem investimentos dos países em desenvolvimento,
concretamente nos bônus e obrigações do Tesouro, e em outros setores". Cumpre ressaltar
que essa "liberalização" de fluxos financeiros é muito assimétrica. Os países que mais
defendem a liberalização total dos fluxos de capitais não a praticam dentro de suas
fronteiras. Os Estados Unidos, com seu forte discurso liberalizante criou, por exemplo, a
"Community Reinvestment Act" (Lei do Reinvestimento Comunitário) que obriga seus bancos
a reaplicar localmente parte do dinheiro que captam na comunidade. A Alemanha resistiu a
todas as pressões para "internacionalizar" seus capitais; hoje 60% da poupança da
população alemã está em caixas municipais, que financiam pequenas empresas, escolas e
hospitais. A França criou um movimento chamado de "Operações Financeiras Éticas". A
apregoada liberdade irrestrita para os fluxos de capitais parece ter sido adotada só pelos
países sub-desenvolvidos, que se vêem freqüentemente submetidos a graves crises
causadas por sua vulnerabilidade às violentas movimentações especulativas mundiais.
Essa diferença entre o discurso liberalizante dos países desenvolvidos e suas ações práticas
foi reconhecida até por Johan Norberg , o jornalista suéco autor do "best-seller" In Defense
of Global Capitalism que "atira coqueteis Molotov retóricos nas potências ocidentais cujo
discurso em prol dos livre-mercados é grandemente prejudicado por suas tarifas draconianas
sobre a importação de produtos têxteis e agrícolas, as duas áreas onde os países sub-
desenvolvidos teriam condições de competir". Le Monde, 12/2/2004.