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Autoria do Relatório
Vera Lucia Luiza (coordenação técnico operacional)
Ângela Esher (coordenação do componente de Satisfação do Usuário)
Elizabeth Moreira dos Santos
Fernando Genovez Avelar
Isabel Cristina Martins Emmerick
Maria Auxiliadora Oliveira (coordenação geral)
Mônica Rodrigues Campos
Thiago Botelho Azeredo
COORDENAÇÃO GERAL:
Maria Auxiliadora Oliveira
Médica, Doutora em Planejamento e Gestão de Ciência e Tecnologia/ Engenharia de
Produção/COPPE/UFRJ
Núcleo de Assistência Farmacêutica / ENSP / FIOCRUZ
EQUIPE:
Ângela Esher (coordenadora do componente de Satisfação do Usuário)
Cientista social, Mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública,
Pesquisadora do Núcleo de Assistência Farmacêutica / ENSP / FIOCRUZ
CONSULTORAS PERMANENTES:
Elizabeth Moreira dos Santos
Médica, Mestre em Saúde Pública, Doutora em Community Health (EUA), Professora Adjunta
do Departamento de Endemias Samuel Pessoa/ENSP/Fiocruz
CONSULTORES EVENTUAIS:
Gabriela Rieveres Borges de Andrade
José Rodrigo de Moraes
Leonardo da Costa Cremonezi
REVISÃO DE QUESTIONÁRIOS:
Renata Schmeider Viaro
Simone Auxiliadora Borges Oliveira
FINANCIAMENTO E APOIO
Programa Nacional de DST/Aids-Brasil
Contato:
naf@ensp.fiocruz.br; dora@ensp.fiocruz.br; vera@ensp.fiocruz.br
021 3882 9023; 2260-1824 Fax: 2260 1652
ÍNDICE
RESUMO......................................................................................................................................8
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................9
1.1 Marco Teórico...............................................................................................................10
1.2 Pressupostos teóricos....................................................................................................19
1.3 Questão do estudo.........................................................................................................19
1.4 Objetivos........................................................................................................................19
1.4.1 Geral ........................................................................................................................................19
1.4.2 Específicos...............................................................................................................................19
2 METODOLOGIA.........................................................................................................20
2.1 Estratégia de pesquisa ..................................................................................................20
2.2 Aspectos operacionais ..................................................................................................26
2.2.1 Seleção das unidades de observação........................................................................................26
2.2.2 Abordagem dos serviços e profissionais de saúde ...................................................................29
2.2.3 Entrevistas com os usuários .....................................................................................................31
2.2.4 Indicadores, variáveis e análise................................................................................................32
2.3 Considerações éticas.....................................................................................................36
2.4 Limitações do estudo ....................................................................................................36
3 RESULTADOS .............................................................................................................37
3.1 Aspectos atuais da organização do programa............................................................38
3.2 Assistência Farmacêutica em HIV/Aids .....................................................................39
3.3 Atores envolvidos na utilização de medicamentos.....................................................44
3.4 Sobre os usuários, sua satisfação com a farmácia e adesão ao tratamento .............47
4 DISCUSSÃO .................................................................................................................55
5 CONCLUSÃO...............................................................................................................60
Tabela 1. Número acumulado de casos de aids segundo o local de residência. Brasil, 1980-
2002*. .................................................................................................................................27
Tabela 2. Tamanho da amostra de pacientes e frações globais de amostragem por UF
(considerando uma margem de erro máxima de 7,5%). Estudo Avaliação da Dispensação
para PVHA, 2005................................................................................................................28
Tabela 3. Distribuição da amostra de pacientes por UF, município e unidade dispensadora da
amostra. Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005..........................................28
Tabela 4. População de unidades dispensadoras (UD) informada pelo PN DST/Aids e pelas
secretarias estaduais durante o ETAC e amostra planejada e executada de UD visitadas.
Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005.........................................................38
Tabela 5. Disponibilidade da lista pactuada de medicamentos para infecções oportunistas nas
unidades de saúde. Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005..........................39
5
Tabela 6. Percentual de unidades com disponibilidade dos ARV e MIO. Estudo Avaliação da
Dispensação para PVHA, 2005...........................................................................................41
Tabela 7. Aspectos de caracterização dos profissionais entrevistados. Estudo Avaliação da
Dispensação para PVHA, 2005...........................................................................................44
Tabela 8. Porcentual dos profissionais que declaram fácil acesso às recomendações de
tratamento (dos que se aplicam). Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005....45
Tabela 9. Percentual de indicações de cada local como espaço onde o usuário pode discutir as
decisões a serem tomadas no seu tratamento. Estudo Avaliação da Dispensação para
PVHA, 2005 .......................................................................................................................45
Tabela 10. Satisfação geral dos profissionais entrevistados com a Farmácia em cada unidade de
saúde. Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005. ............................................46
Tabela 11. Ranqueamento das dimensões da satisfação segundo os profissionais de saúde.
Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005.........................................................46
Tabela 12. Nota média em cada dimensão da satisfação segundo os profissionais da saúde
entrevistados. Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005. ................................46
Tabela 13. Caracterização da amostra de usuários entrevistados para o projeto. Estudo
Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005.....................................................................47
Tabela 14. Associação entre variáveis selecionadas e ter satisfação alta segundo as medidas I e
III. Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005...................................................48
Tabela 15. Distribuição dos usuários entrevistados segundo a medida de satisfação geral simples
(medida IV) e média dos escores da satisfação segundo as diferentes escalas (medidas I, II
e III). Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005. .............................................49
Tabela 16. Distribuição dos usuários segundo sua opinião sobre tempo despendido para chegar à
unidade dispensadora e tempo médio de deslocamento para chegar às unidades
dispensadoras, em minutos. Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005. ..........52
Tabela 17. Distribuição dos usuários segundo sua opinião sobre tempo de espera para receber os
medicamentos e tempo médio de espera na fila e no balcão das unidades dispensadoras,
em minutos. Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005....................................52
Tabela 18. Número e percentual de usuários que declararam ter recebido informações sobre
medicamentos no dia da entrevista, segundo fonte de informação. Estudo Avaliação da
Dispensação para PVHA, 2005...........................................................................................53
Tabela 19. Número e percentual de usuários que declararam pedir orientação sobre
medicamentos a cada fonte, em caso de dúvida. Estudo Avaliação da Dispensação para
PVHA, 2005. ......................................................................................................................53
Tabela 20. Distribuição das respostas válidas para adesão por UF. Estudo Avaliação da
Dispensação para PVHA, 2005...........................................................................................54
Tabela 21. Percentual de usuários aderentes, por Unidade da Federação. Estudo Avaliação da
Dispensação para PVHA, 2005...........................................................................................54
Tabela 22. Número e percentual de usuários aderentes por classe econômica. Estudo Avaliação
da Dispensação para PVHA, 2005......................................................................................54
Tabela 23. Correlação (coeficiente de correlação de Pearson – r) entre os escores de
"desempenho dos serviços" e os escores de "satisfação dos usuários" obtidos para cada
dimensão. Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005. ......................................55
6
Siglas e Abreviaturas:
3TC Lamivudina
ABC Abacavir
AF Assistência Farmacêutica
AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
AL Alagoas
AM Amazonas
APV Amprenavir
ARV Medicamentos Antiretrovirais
ATV Atazanavir
AZT ou ZDV Zidovudina
BPE Boas Práticas de Estocagem
CDC Código de Defesa do Consumidor
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CMPF Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de
Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira
CNS Conselho Nacional de Saúde
COPPE Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós Graduação e Pesquisa de
Engenharia
d4T Estavudina
DATASUS Banco de dados do Sistema Único de Saúde
ddI Didanosina
ddC Zalcitabina
DLV Delavirdina
EC Enteric Coated
EDM Essential Drug Medicines Department (WHO)
EFV Efavirenz
ENSP Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca
ETAC Entrevista Telefônica Assistida ao Computador
EUA Estados Unidos da América
FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz
FP Formulário de Pesquisa
GM Gabinete do Ministro
GO Goiás
HAA Hospital Dr. Anuar Auad
HDT Hospital de Doenças Tropicais
HIV Human Immunodeficiency Virus
IDV Indinavir
ISS Imposto Sobre Serviços De Qualquer Natureza
LILACS Literatura Latino americana e do Caribe em Ciências da Saúde
LP/r Lopinavir/ Ritonavir
MEDLINE National Library of Medicine
MIO Medicamentos para Infecções Oportunistas
MS Ministério da Saúde
MSH Management Science for Health
MT Mato Grosso
NAF Núcleo de Assistência Farmacêutica
NFV Nelfinavir
NVP Nevirapina
OMS Organização Mundial de Saúde
ONU Organização das Nações Unidas
7
Resumo
A Assistência Farmacêutica às Pessoas Vivendo com HIV e Aids (PVHA) é um
elemento fundamental da resposta brasileira à epidemia. O Estudo “Avaliação Nacional
da Dispensação de Medicamentos para as PVHA” teve por objetivo a avaliação
qualidade da dispensação de medicamentos antiretrovirais (ARV) e medicamentos para
infecções oportunistas (MIO) no Brasil, focalizando os aspectos de estrutura e processo,
bem como os resultados relativos à satisfação dos usuários, considerando os principais
fatores do contexto organizacional que influenciam estas relações. A satisfação com
serviços de saúde é influenciada por uma mistura de características próprias do usuário
e outras do serviço de saúde, mas essas últimas seriam as principais responsáveis pela
determinação daquela variável. Assim, a aferição da satisfação dos usuários pode então,
ser assumida como uma avaliação de aspectos de estrutura, processo e resultado do
cuidado sob ponto de vista do usuário sendo preditora de comportamentos do mesmo,
como utilização do cuidado, continuidade e adesão. Neste estudo compreende-se
satisfação como a reação positiva do usuário do Programa aos serviços recebidos. A
adesão é percebida como uma importante variável na qual os serviços de saúde podem
intervir não só para a aumentar a eficácia da medicação, mas também para diminuir a
chance do surgimento de resistência do HIV aos medicamentos anti-retrovirais. Foram
visitadas 29 unidades de saúde e entrevistados os respectivos responsáveis pela
dispensação de medicamentos do Programa, 62 dispensadores, 72 prescritores. Foram
entrevistados 1.412 usuários sendo 62% do sexo masculino, 54,8% solteiros, 44,9% se
identificavam como da cor branca e 37,9% parda, 38,9% tinham como ocupação o
trabalho fora de casa e 28,2% estavam aposentados ou pensionistas. 71,3% eram
pertencentes às classes econômicas C e D. 25,8% declararam ter primeiro grau completo
e 29,3% colegial completo. A média de idade foi de 39,4 anos, o tempo de sorologia
positiva para o HIV foi de 5,8 anos, em média, enquanto o tempo médio de tratamento
foi de 4,7 anos. Cinqüenta e cinco por cento dos usuários se declararam “satisfeitos” e
atribuíram, em média, uma nota de 7,1 a 7,2 aos serviços de dispensação. Já entre
aqueles que se declararam “muito satisfeitos” (34,6%), a nota variou de 8,1 a 8,6. A taxa
média de adesão encontrada na amostra de usuários para os quais foi possível fazer esta
verificação foi de 80,9%. Das variáveis analisadas, a única que demonstrou uma
associação significativa à adesão foi a classe sócio-econômica, sendo a proporção de
indivíduos aderentes (taxa de adesão) menor quanto mais baixa a classe. Para além da
avaliação pontual, foi preocupação constante a formulação de estratégias e instrumentos
que possibilitem o monitoramento e constantes avaliações de componentes da
assistência farmacêutica, considerando a satisfação do usuário podendo fornecer
subsídios para orientação de políticas públicas, além de elucidar padrões de valores e
preferências dos usuários proporcionando um melhor entendimento de expectativas e
necessidades em situações específicas vividas por muitas pessoas com o HIV.
9
1 Introdução
A infecção pelo HIV é, atualmente, a quarta causa de morte no mundo. A
UNAIDS e WHO (UNAIDS/WHO, 2005) estimam que em 2005, 40.3 milhões de
pessoas viviam com o HIV/aids no mundo, sendo que 95% delas eram habitantes de
países em desenvolvimento e menos desenvolvidos. Essa situação, um problema de
saúde pública de dimensão global – pandemia, é objeto de preocupação de governos,
organizações internacionais e não governamentais em todo o mundo.
Com a evolução da qualidade do diagnóstico e do tratamento, a aids hoje já não
é mais, per se, uma sentença de morte. Sua evolução depende não apenas das
características individuais do paciente e da infecção mas, preponderantemente, do
acesso à atenção e a serviços de saúde de qualidade, de auto-cuidado e de promoção à
qualidade de vida, de tal forma que as pessoas com HIV/aids podem viver,
produtivamente, por vários anos.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde (PN-Aids/MS, 2004) desde o início da
década de 80 até junho de 2004, foram notificados 362.364 casos de aids. Estima-se que
atualmente cerca de 597 mil pessoas estejam infectadas com o vírus HIV no país (PN-
Aids/MS, 2003).
A política nacional de combate à epidemia é resultado de uma construção
coletiva que tem tido como atores importantes a sociedade civil, a organização das
pessoas vivendo com HIV/aids e o Ministério da Saúde, possibilitando a estruturação e
organização do Programa Brasileiro de Aids. O Programa incorpora os princípios gerais
do SUS, quais sejam, a descentralização e integralidade das ações, a universalidade do
acesso aos bens e aos serviços de saúde e o controle social. Fundamenta-se na premissa
de que a prevenção e a assistência não podem estar dissociadas (MS-Brasil, 2003).
O Programa implica em um amplo conjunto de intervenções, desenvolvidas
pelas três esferas de governo e pelas organizações não governamentais, incluindo
atividades de atenção, prevenção, suporte social e outros. No que concerne à atenção, o
programa consiste tanto na disponibilidade de medicamentos, para o que conta com
cerca de 480 unidades dispensadoras, como também com uma rede de atenção integral,
que inclui hospitais acreditados, serviços especializados de atenção, hospitais-dia e
centros de testagem para monitoramento da infecção pelo HIV mediante realização de
exames laboratoriais (Oliveira et al., 2002; MS, 2003b).
Em 1991, o Ministério da Saúde implementou uma política de distribuição de
medicamentos antiretrovirais (ARV) e para infecções oportunistas (MIO). A partir de
1996, com a aprovação da lei 9.313, que garante aos portadores do vírus HIV e aids o
direito de receber gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), todos os
medicamentos necessários ao seu tratamento (Brasil, 1996), a distribuição de
medicamentos ARV ganhou regularidade. Esta lei, utilizada como instrumento legal
para reivindicação de direitos, marca o início de grandes mudanças no âmbito da
política de Assistência Farmacêutica aos portadores de HIV/aids. Neste sentido, foi
necessário formular e implementar um sistema logístico de medicamentos envolvendo
as três esferas de governo, que inclui seleção, programação, aquisição, distribuição e
uso racional (Oliveira et al., 2002).
10
S e le ç ã o
U tiliz a ç ã o : P re s c riç ã o P ro g ra m a ç ã o
e D is p e n s a ç ã o
G e r e n c ia m e n t o
F in a n c ia m e n t o
R e c u rs o s H u m a n o s
S i s t e m a d e In f o r m a ç õ e s
C o n t ro le e A va l ia ç ã o
D is t r i b u i ç ã o A q u is iç ã o
A rm a z e n a m e n to
Intervenções
es Dete
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Capacidade do Abastecimento de
usuário de pagar medicamentos
pelos medicamentos Tipo
Quantidade
s
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De
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Demanda de
ina
Preços de medicamentos
Det
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Produtos e Poder de
Disponibilidade Tipo
s
serviços compra de Quantidade
de
pr
da
od
Uso
ali
ut
o
Qu
Satisfação
s
do usuário
s
pontos de
Det
n te
expectativas Adequação Acessibilidade dispensação/
ina
er
te r m
an
De
tes
Passos
Envolver os
interessados
Compartilhar as Descrever o
lições aprendidas programa
e assegurar seu PADRÕES
uso Úteis
Factíveis
Apropriados Definir o
Acurados desenho da
Justificar as avaliação
conclusões
Obter
evidências
confiáveis
1.4 Objetivos
1.4.1 Geral
1.4.2 Específicos
2 Metodologia
Esta pesquisa consiste metodologicamente na condução de um inquérito com
abordagem transversal. Inclui elementos da avaliação normativa, já que se baseia em
padrões e normas consagrados nacional e internacionalmente, e de pesquisas avaliativas.
O primeiro nível de análise é constituído pelas unidades dispensadoras. Outros níveis de
análise a serem abordados no estudo dizem respeito às três esferas de governo com
interferência no processo, assim como aos principais atores envolvidos – usuários,
prescritores, dispensadores e gestores.
O Estudo “Avaliação Nacional da Dispensação de Medicamentos para as
PVHA” propõe-se a focalizar dois eixos.
O primeiro deles é a qualidade da dispensação de medicamentos antiretrovirais
(ARV) e medicamentos para infecções oportunistas (MIO) no Brasil. São focalizados
aspectos relativos à estrutura disponível (recursos materiais e humanos) e a processos
(serviços e atividades) pertinentes à produção dos efeitos esperados.
O segundo eixo trata da avaliação de resultados, considerando-se a satisfação
dos usuários com o processo de dispensação e a adesão ao tratamento.
A abordagem da satisfação procurou conhecer a opinião dos usuários acerca da
experiência vivida com os serviços de farmácia no momento da entrevista,
contemplando, adicionalmente, variáveis sócio-demográficas e da experiência prévia
com o atendimento público de dispensação. Neste estudo compreende-se satisfação
como a reação positiva do usuário do Programa aos serviços recebidos.
Assim como Kalichman et al. (Kalichman et al., 2000), neste trabalho adesão é
percebida como uma importante variável na qual os serviços de saúde podem intervir
não só para a aumentar a eficácia da medicação, mas também para diminuir a chance do
surgimento de resistência do HIV aos medicamentos anti-retrovirais. Foram
considerados aderentes ao tratamento os usuários que declararam ter tomado quantidade
entre 95 a 105% da dose prescrita nos últimos três dias.
Indicadores de resultado
Indicadores de serviço
(estrutura e processo)
Presença do Existência do
Disponibilidade
Medicamento Medicamento
Qualidade
Técnica da Acurácia
Dispensação
Qualidade Geral dos
medicamentos
Qualidade
Técnica do Resolução de sintoma
Medicamento
Reações Adversas
Adequação Aspecto
Limpeza
Ambiência Conforto
Sinalização
Autonomia
Aspectos
Interpessoais Dignidade
Confidencialidade
Outrossim, entende-se que a satisfação geral dos usuários pode tanto ser medida
diretamente, por meio de questões que se refiram à opinião dos usuários sobre o serviço
recebido com um todo, quanto indiretamente, por meio de questões que refiram a
22
Figura 5. Modelo lógico: componentes da Assistência Farmacêutica, com foco na dispensação de medicamentos às PVHA
Ativismo e Controle social; Papel dos atores
Nacional Nacional Nacional
Nacional Nacional Estadual ou Regional Estadual ou Regional Estadual ou Regional
Local
Estadual Estadual Municipal Municipal Municipal
Local Local Local
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
Definir elenco de ARV Assegurar Assegurar qualidade Assegurar Promover o uso Promover os meios para a
e MIO e respectivos suprimento de ARV e de estocagem e dispensação racional de execução de suas
Objetivo
protocolos de MIO de qualidade ao distribuir adequada medicamentos responsabilidades
tratamento menor preço possível adequadamente
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
Elenco e protocolo de Disponibilidade Disponibilidade Produtos de Comportamento de uso Infraestrutura adequada ao
tratamento definidos continuada e geográfica de ARV e qualidade, racional de funcionamento do programa
suficiente de ARV e MIO de qualidade dispensados em medicamentos
Produto MIO nas unidades embalagens adequado por parte de
dispensadoras adequadas, com profissionais e
informação para o pacientes
uso adequado
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
Disponibilidade de
informações técnicas e
gerenciais
Atendimento das prescrições do elenco padronizado com medicamentos de Usuários informados Adesão ao tratamento
Evidência de Planejamento das atividades
qualidade, com garantia de acessibilidade geográfica e satisfeitos Prescrição adequada
resultado (Disponibilidade,
(Disponibilidade; Sustentabilidade financeira, Acessibilidade geográfica) (Adequação) (Adequação)
Sustentabilidade financeira,
Acessibilidade geográfica e
Adequação)
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS
Impacto Acesso da população aos ARV e MIO com garantia da continuidade dos tratamentos
ACESSO E USO RACIONAL
26
Cabe ressaltar que o último estágio da seleção dos usuários não foi aleatório,
tendo em vista foram abordados os usuários presentes na unidade no dia da entrevista e
não a partir de um sorteio baseado em lista prévia.
A Tabela 2 apresenta o tamanho da amostra de pacientes a serem entrevistados
segundo peso amostral em cada estado incluído no estudo e a Tabela 3 a amostra
calculada para cada unidade dispensadora, com base nas informações recebidas quanto
ao número total de pacientes em tratamento, após pequenas modificações realizadas no
plano elaborado pelo estatístico, em virtude de informações obtidas no ETAC.
Tabela 2. Tamanho da amostra de pacientes e frações globais de amostragem por UF
(considerando uma margem de erro máxima de 7,5%). Estudo Avaliação da
Dispensação para PVHA, 2005.
Secretaria Secretaria
Formulário para coleta de Tarefa do Unidade
Fonte de dados Estadual de Municipal de
dados entrevistador dispensadora
Saúde Saúde
Entrevista aos usuários5 PVHA Entrevista
Observação da
receita e dos X
medicamentos
recebidos no dia
1. FP1, FP2 e FP3
2. ETAC = Entrevista telefônica assistida por computador
3. FP4, FP5 e FP6
4. FP7, FP8 e FP9
5. FP Satisfação
Quadro 7. Critérios utilizados para avaliação das boas práticas de estocagem (BPE)
Pontuados para o cálculo do indicador
1. Os locais estão limpos, sem poeira ou sujeira aparente, com instalações em boas
condições higiênico-sanitárias.
2. O piso, paredes e teto estão em boas condições de conservação (pisos, balcões e
paredes de cor clara, laváveis e de fácil higienização).
3. O local dispõe de um método para controlar a temperatura (e.g. espaço entre o piso e
o teto com pelo menos 3 metros, refrigerador de ar, etc.).
4. A ventilação é suficiente. Há janelas que possam ser abertas, saídas de ar
(respiradouros, exaustores).
5. Os produtos estão protegidos da ação direta da luz solar (e.g. os vidros das janelas
são pintados ou há cortinas para proteger do sol).
6. A área é livre de umidade (e.g. sem goteiras no telhado ou teto, infiltração nas
paredes e/ou teto, etc.).
7. Medicamentos são estocados sem contato direto com o solo e paredes.
8. Há locais para conservação a frio (geladeiras) com termômetro (ambos
funcionando).*
9. Medicamentos são armazenados de forma sistemática (e.g. ordem alfabética, por
classe terapêutica ou por ordem de vencimento).
10. Não há evidências de pestes (insetos ou roedores) no local.
Não pontuados (informativos)
questão adicional que se destinava à medida de satisfação geral por uma medida
simples.
A terceira parte continha perguntas relativas à aspectos de processo a serem
apreendidas pela informação dos usuários (usuários que sabem como tomar os
medicamentos; prescrições completas; medicamentos adequadamente rotulados;
proporção de itens atendidos).
A última parte continha uma lista padrão de bens e serviços que se destinavam à
categorização do status econômico dos usuários segundo o CCEB (Critério de
Classificação Econômica Brasil). Nessa seção perguntava-se também a escolaridade dos
entrevistados.
Como referido anteriormente (na seção 2.1 “Estratégia de pesquisa”), as
dimensões originalmente propostas foram definidas segundo alguns componentes e cada
componente teórico foi traduzido em um número variável de afirmativas de opinião.
Além disso, foram introduzidas quatro afirmativas que se referiam diretamente à
satisfação geral dos usuários. As opções de resposta oferecidas foram: 1 (não concordo,
totalmente); 2 (não concordo, em partes); 3 (concordo, em partes); e, 4 (concordo,
totalmente).
Para a análise, primeiramente foi feita a inversão dos valores das respostas
fornecidas às afirmativas que expressassem opiniões desfavoráveis, para que houvesse
um sentido único nas respostas, com valores mais altos correspondendo a melhores
opiniões.
Para obter um único valor (escore ou nota) como resposta para cada componente
da satisfação foi feita a soma dos valores relativos às respostas fornecidas para os itens
respectivos, ajustando este resultado à escala decimal, sendo 0 a pior opinião possível
para aquele componente e 10 a melhor opinião possível.
Na Figura 6 é apresentada a equação para ajuste do escore (nota) de cada
componente:
Figura 6. Equação dos escores da satisfação na escala decimal
∑ pontos no componente
Escore componente = * 10
Os escores das dimensões da satisfação foram obtidos por meio de médias dos
escores de seus componentes. Os das medidas de satisfação geral foram descritos na
seção 2.1 (Estratégia de Pesquisa), quando essas medidas foram apresentadas e
explicadas.
De acordo com o modelo teórico da satisfação, determinadas características do
entrevistado (e não do serviço de saúde) poderiam influenciar na satisfação. Com
objetivo de demonstrar associações significativas entre as variáveis predisponentes ou
confundidoras e a satisfação, utilizou-se testes de qui-quadrado (χ2) sendo calculada a
razão de chances (OR – Odds Ratio) sempre que possível.
As associações foram calculadas para novas variáveis criadas de forma a
representar aqueles usuários satisfeitos segundo as diferentes medidas de satisfação: ter
satisfação alta segundo as escalas de satisfação (medidas I a III) – significa ter grau de
satisfação acima da mediana em cada medida; estar satisfeito segundo a medida simples
36
3 Resultados
As ETAC ocorreram entre a segunda quinzena de julho e a primeira de agosto.
Alguns contatos foram realizados posteriormente no sentido de se conseguir
documentos e informações não obtidas no primeiro contato. As ETAC com os
coordenadores estaduais do Programa ou seu substituto ocorreram conforme planejado.
A principal dificuldade foi quanto à obtenção de informações relativas aos
medicamentos (como critérios e especificações para a compra), principalmente sobre o
elenco pactuado de MIO.
Quanto ao nível municipal, foram realizadas as ETAC previstas, à exceção de
um município, dada à impossibilidade de cumprir os trâmites exigidos pelo mesmo de
submissão do projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa local, sob risco de comprometer o
andamento de todo o projeto. As demais dificuldades foram semelhantes às relatadas
para as ETAC estaduais.
Todas as unidades de saúde previstas no estudo foram contatadas anteriormente
à pesquisa de campo. As principais dificuldades encontradas foram, igualmente, a
desconcentração das informações necessárias entre diferentes setores e profissionais e o
retorno do Termo de Autorização dentro do prazo pré-estabelecido o que, em alguns
casos, resultou que os pesquisadores tivessem de viajar sem o documento, obtendo sua
assinatura ao se apresentarem na US, acarretando dispêndio adicional de tempo.
A coleta de dados nas unidades de saúde ocorreu no período de 15 a 26 de
agosto de 2005. No estado do Rio de Janeiro, tendo em vista alguns percalços no
período inicial (greve, eventos que envolveram profissionais e usuários, informação da
exigência de submissão do projeto ao CEP local somente na chegada à US e não no
contato telefônico prévio) a coleta foi estendida até a primeira quinzena de setembro, de
forma a completar a amostra prevista.
Foram visitadas 29 unidades de saúde (correspondendo a 26% das UD existentes
no estados incluídos no estudo) e entrevistados os respectivos responsáveis pela
dispensação de medicamentos do Programa, 62 dispensadores, 72 prescritores e 1.412
usuários.
Na Tabela 4 são apresentados os números de unidades dispensadoras informados
pelo PN DST/Aids e pelas secretarias estaduais durante o ETAC e amostra planejada e
executada de visitas às UD.
38
Na abordagem aos usuários, a perda por recusa representou, em média, 41% dos
incluídos no estudo, variando de 8% no estado de Rondônia a 124% em Santa Catarina.
A partir deste ponto, as unidades de saúde serão apresentadas indistintamente,
por referência numérica, tendo em vista o compromisso assumido de sigilo e
confidencialidade.
100,0
90,0
80,0
70,0
60,0
%
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
22 24 4 2 17 25 16 1 21 10 14 15 26 12 27 8 11 23 3
Unidade de Saúde
% médio do registro do estoque que corresponde à contagem física para os medicamentos em estoque
%médio da variação dos registros individuais de estoque
360
330
300
Média dos dias de desabastecimento
270
240
210
180
150
120
90
60
30
0
2 8 10 11 13 14 15 23 24 25
Unidade de saúde
se disponibilidade média de 88% (DP 10%) para os ARV e de 63% (DP 16%) para os
MIO. A Tabela 6 mostra o número e percentual de unidades com disponibilidade para
cada um dos produtos traçadores verificados.
Tabela 6. Percentual de unidades com disponibilidade dos ARV e MIO. Estudo
Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005.
UD
Medicamento Porcentual
c/estoque
Medicamentos para infecções oportunistas e outros
Preservativos masculinos 12 41%
Itraconazol Cápsulas 100 mg 15 52%
Sulfametoxazol + trimetroprima comp 400+80 17 59%
Ciprofloxacino comp 500 ou 250 mg 20 69%
Aciclovir 400mg ou valaciclovir 500mg comp 21 72%
Fluconazol comp 100 mg 25 86%
Medicamentos anti-retrovirais
Abacavir ABC Comprimido 300mg 19 66%
Amprenavir APV Cápsula 150 mg 21 72%
Atazanavir ATV Cápsulas de 200mg 24 83%
Saquinavir SQV caps 200mg 24 83%
Ritonavir RTV caps 100 mg 25 86%
Didanosina ddI comp tamponados 100mg / lib. entérica de 400 mg 26 90%
Lopinavir/ Ritonavir LP/r caps 133,33/33,3mg 26 90%
Tenofovir TDF Comprimido300mg 27 93%
Efavirenz EFV Cápsulas de 600mg 27 93%
Lamivudina 3TC 150mg + Zidovudina AZT 300mg 27 93%
Estavudina d4T Cápsula 40mg 28 97%
Indinavir IDV Cápsula 400mg 28 97%
Nelfinavir NFV comp 250mg 28 97%
Nevirapina NVP Comprimido 200mg 28 97%
90
80
70
60
%
50
40
30
20
10
0
1 2 4 5 7 8 9 10 11 12 13 15 16 17 19 20 21 22 23 25 26 27 28
Unidade de Saúde
% de itens de BPE (Boas práticas de estocagem) atendidos no local de estocagem dos medicamentos
% de itens de BPE (Boas práticas de estocagem) atendidos no local de dispensação dos medicamentos
42
100
90
80
70
60
%
50
40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
Unidade de Saúde
43
20
18
16
Número de Unidades Dispensadoras
14
12
10
0
até 25% 26 - 50% 51 - 75% 76% e mais
45 30
atendimento na farmácia
30 20
25
15
20
15 10
10
5
5
0 0
UD c/ privacidade UD s/ privacidade
15
Fundamental incompleto
Fundamental completo
Médio completo
Superior completo
42
Quanto à satisfação com o trabalho da farmácia, 73,6% dos médicos, 82,8% dos
responsáveis da dispensação e 90,3% dos dispensadores se declararam satisfeitos ou
muito satisfeitos (Tabela 10).
Tabela 10. Satisfação geral dos profissionais entrevistados com a Farmácia em cada
unidade de saúde. Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005.
Grau de satisfação Médicos Responsável Dispensadores
da
Dispensação
Nada satisfeito 1,4% 0,0% 1,6%
Pouco satisfeito 25,0% 17,2% 8,1%
Satisfeito 65,3% 62,1% 38,7%
Muito satisfeito 8,3% 20,7% 51,6%
Variáveis % n
Tempo de tratamento (n = 1409; 99,8%) 4,7 anos 3,4
Número de pessoas no domicílio com o 2,6 pessoas 2,01
entrevistado (n = 1407; 99,6%)
Dimensões da satisfação
Figura 15. Escore médio de satisfação dos usuários segundo dimensões da satisfação.
Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005.
10
Escore médio de satisfação
9
8
7 7,7 7,7
7,1 7,4
7,1
6 6,7
5
4
3
2
1
0
Conveniência Presença do Qualidade Qualidade Ambiência Aspectos
Medicamento Técnica da Técnica do Interpessoais
Dispensação Medicamento
Dimensões da satisfação dos usuários
Figura 16. Escore médio de satisfação dos usuários segundo dimensões do acesso a
medicamentos. Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005.
10
9
Escore médio de satisfação
8
7,7
7 7,3
6,7
6
0
Oportunidade Disponibilidade Adequação
Dimensões do acesso
Figura 17. Escore médio de satisfação dos usuários segundo componentes da satisfação.
Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005.
Confidencialidade
Dignidade
Autonomia
Sinalização
Conforto
Componentes da satisfação
Limpeza
Aspecto
Resolução de Sintomas
Reação Adversa
Acurácia
Existência do Medicamento
Escolha de provedores
Organização do serviço
Entre aqueles que concordam totalmente com a assertiva “Eu gasto muito tempo
esperando na fila para receber os meus medicamentos”, a média de espera foi de 36,9
minutos. Já entre aqueles que não concordam totalmente, o tempo de espera para
recebimento de atendimento na farmácia foi de 6 minutos.
Tabela 17. Distribuição dos usuários segundo sua opinião sobre tempo de espera para
receber os medicamentos e tempo médio de espera na fila e no balcão das unidades
dispensadoras, em minutos. Estudo Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005.
“Eu gasto muito tempo Número e percentual de
esperando na fila para usuários em cada
Tempo médio de espera na fila
receber os meus categoria de
em minutos (IC 95%)
medicamentos”. concordância
Categorias N %
Não concorda totalmente 846 60 6,0 (5,2 - 6,7)
Não concorda em partes 215 15 8,6 (6,9 - 10,3)
Concorda em partes 219 16 16,9 (13,0 - 20,7)
Concorda totalmente 129 9 36,9 (27,8 - 46,0)
Total 1409 100 10,9 (9,7 - 12,1)
respectivamente), demonstrando que, dentre aqueles que dizem despender muito tempo,
a proporção de indivíduos satisfeitos é menor.
Este estudo incluiu ainda, informações sobre a utilização dos medicamentos e
adesão.
Dos 452 entrevistados que admitiram ter interrompido alguma vez o tratamento,
em 90,7% dos casos outra pessoa ficou sabendo. Destas, 86,1% foi o médico e 49,3%
familiares; e apenas em 15,1% pessoa da farmácia.
Segundo a declaração dos usuários, os profissionais que mais orientaram sobre o
uso de medicamentos no dia da entrevista foram médicos (70,1%) e pessoa da farmácia
(44,4%), conforme Tabela 18. Em caso de dúvida quanto ao uso dos medicamentos,
93% dos entrevistados relata que recorre ao médico e 5,7% à farmácia (Tabela 19).
Tabela 18. Número e percentual de usuários que declararam ter recebido informações
sobre medicamentos no dia da entrevista, segundo fonte de informação. Estudo
Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005.
Fonte de informação sobre Usuários entrevistados
medicamentos no dia da entrevista Nº %
Médico 357 70,1
Pessoa da farmácia 226 44,4
Enfermeiro 19 3,7
Assistente social 10 2,0
Grupo de apoio 4 0,8
Amigos 3 0,6
Tabela 19. Número e percentual de usuários que declararam pedir orientação sobre
medicamentos a cada fonte, em caso de dúvida. Estudo Avaliação da Dispensação para
PVHA, 2005.
Fonte de orientação sobre Usuários entrevistados
medicamentos em caso de dúvida Nº %
Médico 1266 93,0
Assistente social 78 5,7
Pessoa da farmácia 76 5,6
Amigos 68 5,0
Enfermeiro 64 4,7
Grupo de apoio 47 3,5
Para a medida da taxa de adesão aos ARV prescritos, definiu-se como usuário
aderente aquele que, nos três dias que antecederam à entrevista, tivesse tomado de 95 a
105% das doses prescritas.
A taxa média de adesão encontrada na amostra de usuários para os quais foi
possível fazer esta verificação (Tabela 20) foi de 80,9%. Na Tabela 21 são apresentadas
as taxas de adesão encontradas nas UF onde se conseguiu realizar esta verificação num
mínimo de 20 usuários. Pode-se observar uma importante variação na proporção de
usuários aderentes por UF, ainda que estes resultados estejam comprometidos pela baixa
proporção de verificações possíveis na maioria dos locais visitados.
54
Tabela 20. Distribuição das respostas válidas para adesão por UF. Estudo Avaliação da
Dispensação para PVHA, 2005.
Nº de respostas válidas (%
UF Nº entrevistados
respostas válidas)
Alagoas 135 13 (9,6)
Amazonas 145 12 (8,3)
Goiás 174 143 (82,2)
Mato Grosso 140 2 (1,4)
Paraíba 139 31 (22,3)
Rio de Janeiro 177 65 (36,7)
Rondônia 115 8 (7,0)
Santa Catarina 154 0 (0,0)
São Paulo 176 118 (67,0)
Tocantins 57 21 (36,8)
Total 1412 413 (29,2)
Alguns estudos sugerem que a adesão ao tratamento pode ser influenciada (ou
predita) por uma série de variáveis sócio-demográficas (Nemes et al., 2004). Foi testada
a associação da adesão às variáveis: sexo, idade, escolaridade, classe sócio-econômica,
ocupação/ atividade, tempo de sorologia positiva conhecida para o HIV e tempo de
tratamento, consideradas como possíveis predisponentes ou preditores da adesão. Além
dessas, variáveis como “ter recebido orientação” no dia da entrevista e “saber utilizar os
medicamentos” foram testadas para tentar estabelecer uma relação entre as atividades de
informação realizadas nas unidades dispensadoras e a adesão.
Dessas variáveis, a única que demonstrou uma associação significativa à adesão
foi a classe sócio-econômica, sendo a proporção de indivíduos aderentes (taxa de
adesão) menor quanto mais baixa a classe (Tabela 22).
Tabela 22. Número e percentual de usuários aderentes por classe econômica. Estudo
Avaliação da Dispensação para PVHA, 2005.
Nº usuários aderentes
Classe econômica * (% usuários
aderentes)
A 13 (100,0)
B 78 (83,0)
C 128 (85,3)
D 96 (74,4)
E 14 (66,7)
Total 329 (80,8)
2
* Associação (teste do χ ) de tendência linear significativa (p = 0,004)
55
4 Discussão
Foram encontradas diferenças entre o número de unidades dispensadoras
cadastradas pelas três esferas de programa (federal, estadual e municipal). O sistema de
informações do PN DST/Aids deve permitir a atualização pronta e permanente desta
informação, tendo em vista sua importância para a gestão de várias atividades.
Chamou atenção a magnitude da perda em Santa Catarina. Segundo o supervisor
e os pesquisadores de campo, o horário de funcionamento da dispensação externa era de
8 às 15h e o argumento mais utilizado para a recusa por parte dos usuários foi a "falta de
tempo” pois aproveitavam seu horário de almoço no trabalho para buscar os
medicamentos. Em Florianópolis, a dispensação dos medicamentos é realizada por uma
unidade central. Desta forma, o vínculo de atendimento e consulta dos usuários se dá em
outra localidade e até mesmo em outro dia. Relatos sobre a dificuldade em comparecer
em dois locais no mesmo dia (unidade para a consulta e unidade para recebimento dos
medicamentos) foram freqüentemente ouvidos pela equipe de pesquisa. Como não havia
identificação dos usuários que se recusavam participar não foi possível caracterizar essa
perda.
Observou-se neste estudo que uma minoria dos municípios visitados mobiliza
uma comissão para definir sua lista de medicamentos pactuados. Isto tem como
conseqüências possíveis a baixa legitimidade e aceitação da lista pelos prescritores,
além de comprometer a qualidade das listas. Efetivamente, pode-se observar nos
elencos enviados pelos municípios medicamentos com especificações incompletas,
sobreposição de alternativas terapêuticas, além de indicações não cobertas (ausência de
opções pactuadas para tratamento para infecções oportunistas corriqueiras).
56
farmacêutico como responsável técnico (RT). Como conseqüência prática significa que
o profissional está presente na maioria das UD, podendo responder técnica e
administrativamente pelo serviço, mas não pode ser eticamente imputado perante seu
conselho de classe quanto a eventuais problemas. Este é um problema recorrente, pois
como o Conselho de Farmácia limita o número de estabelecimentos pelos quais os
profissionais podem assumir responsabilidade técnica e, em geral, não há compensação
financeira para tal atividade no serviço público, os mesmos preferem fazê-lo no setor
privado, como forma de complementação de renda.
Foi alta (84% em média, DP 28%) a proporção de usuários que conheciam as
informações sobre o uso de medicamentos. No estudo da Assistência Farmacêutica
(OPAS/OMS & MS, 2005) encontrou-se valor de 77,6% para usuários de unidades de
cuidados básico de saúde. Pode ter contribuído para este resultado a cronicidade do uso,
que faz com que os portadores se tornem conhecedores dos medicamentos.O fato desta
verificação apenas ter sido possível, de acordo com a metodologia utilizada, com os
usuários que tinham prescrição médica no dia da entrevista pode ter influenciado os
achados. Cabe considerar que a adesão ao tratamento depende de três aspectos: o
acesso aos produtos prescritos; a compreensão das instruções (e a possibilidade de
consulta a documento escrito) e a motivação para o uso correto. Assim, o fato da
maioria dos usuários conhecerem as informações no momento da entrevista não deve
desmotivar o emprego de condutas profissionais consagradas como a orientação
completa e correta na interação com os profissionais e o fornecimento de prescrição
completa e material educativo.
Cabe observar que os dados foram apresentados em um único gráfico na
intenção de facilitar o cotejamento das informações, mas a coleta dos dados se deu de
forma diferenciada. A pergunta se a pessoa havia sido orientada na dispensação e a
observação dos produtos adequadamente rotulados foi feita a todos os entrevistados.
Para averiguar se o usuário sabia utilizar seus medicamentos, foram contrastadas as
informações fornecidas por ele e sua prescrição. Portanto, só foi possível a realização
desta etapa entre aqueles que a portavam (29,2%).
Para ser considerado como adequadamente rotulado, o produto deveria
apresentar a denominação genérica, concentração, validade, nº registro MS e bula do
paciente ou equivalente. Com base no relato dos pesquisadores de campo, o valor
encontrado refletiu o fato de muitos pacientes retirarem o rótulo logo após o
atendimento e da ausência de bulas em muitos medicamentos.
A baixa privacidade oferecida pelo ambiente de dispensação pode ter influído na
possibilidade dos profissionais das farmácias oferecerem orientação aos usuários.
Outrossim, observou-se que nos locais onde o ambiente oferecia privacidade
também era maior o tempo disponível para dispensação (Figura 12, p.44). Da mesma
forma, quando o ambiente oferecia privacidade e havia mais tempo disponível dos
funcionários por paciente, o percentual médio de usuários que se declararam orientados
pela farmácia foi maior.
O cálculo do tempo médio disponível considerou a relação entre o total de horas
trabalhadas pelo conjunto de profissionais que atendem usuários do programa e o
número de PHVA inscritas na UD. Não foi verificado se este tempo era efetivamente
utilizado no atendimento.
A despeito de diferenças entre categorias e o grande desvio padrão dos
resultados, todos os profissionais têm tempo médio maior que 5 anos de trabalho com a
PVHA.
58
5 Conclusão
A avaliação realizada neste estudo possibilitou um melhor conhecimento da
situação da assistência farmacêutica fornecida às pessoas com HIV e Aids nos dez
estados visitados e pode apontar a fragilidade de pontos importantes. Divergências no
número unidades dispensadoras cadastradas, na quantidade de pessoas recebendo
medicamentos, estoques com controle deficiente, pouco treinamento de recursos
humanos em determinados serviços são algum dos itens que merecem atenção.
Para além da avaliação pontual, foi preocupação constante a formulação de
estratégias e instrumentos que possibilitem o monitoramento e constantes avaliações de
componentes da assistência farmacêutica, considerando aspectos de estrutura e processo
e da satisfação do usuário. A fim de um melhor entendimento de expectativas e
necessidades em situações específicas vividas por muitas pessoas com o HIV, torna-se
61
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