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MÓDULO XII
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
Direito Econômico e Financeiro
Direito Eleitoral
Direito Internacional
Direito Previdenciário
Direitos Humanos
Medicina Legal
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MÓDULO XII
DIREITO ADMINISTRATIVO
Licitação – pressupostos e modalidades
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DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVO
1. PRESSUPOSTOS
Não é somente com seus próprios meios, ou por intermédio de suas entidades ou
órgãos, que a Administração Pública, gestora dos interesses da coletividade, realiza as suas
atividades. Usualmente necessita contratar terceiros, e o faz, seja para aquisição, execução
de serviços, locação de bens, seja para a concessão e permissão de serviços públicos, entre
outros.
A escolha dos que serão contratados pela Administração Pública não pode decorrer
de critérios pessoais do administrador ou de ajustes entre interessados. A escolha dos que
serão contratados decorrerá do procedimento denominado licitação, de obrigatoriedade
imposta por regra constitucional, à luz do artigo 37, inciso XXI.
• pressuposto lógico;
• pressuposto jurídico;
• pressuposto fático.
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MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 14ª ed. Editora Malheiros, 2002.
p.479.
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A Administração não pode, por isso, atender a interesse outro que não seja o
demonstrado por necessidade da coletividade. A Administração não contrata para satisfazer
a necessidade do setor privado, mas para atender ao interesse público.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
A nossa legislação, para alguns autores2, prevê duas exceções ao dever de licitar, a
saber:
O artigo 17, incisos I e II, da Lei n. 8.666/93 cuida das hipóteses de dispensa de
licitação em casos de alienação de bens públicos.
único para a hipótese que a Administração necessita. A avaliação deve ser prévia
e o preço compatível com o valor de mercado;
d) investidura;
“a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após
avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de
outra forma de alienação;
§1.º - Os imóveis doados com base na alínea b do inciso I deste artigo, cessadas as
ações que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica
doadora.(...)”
Necessário observar o § 4.º do artigo em estudo que traz uma exceção à regra de
dispensa de licitação para a doação de bens públicos, móveis ou imóveis - exigindo a
licitação, sob pena de nulidade do ato, quando se tratar de doação com encargo:
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O artigo 24 da Lei n. 8.666/93 trata de todos os outros casos de dispensa que não se
refiram à alienação de bens públicos:
• Inciso II: dispensa a licitação para outros serviços e compras de valor até 10 %
do limite previsto para a sua aquisição na modalidade de convite e para
alienações nos casos estabelecidos na lei (artigo 23, inciso II).
As condições exigidas para que uma licitação deserta possa vir a ocasionar uma
contratação sem licitação são: a Administração deve demonstrar que a realização de um
novo procedimento licitatório lhe trará prejuízos e as condições de contratação devem ser
as mesmas da licitação deserta.
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• Inciso VI: poderá ser dispensada a licitação “quando a União tiver que intervir
no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento”.
• Inciso II: trata de contratação direta quando o serviço for de natureza singular e
desenvolvido por profissional notoriamente especializado. São necessários,
portanto, dois requisitos: serviço de natureza singular (artigo 13, incisos I a
VIII) e realizado por profissional notoriamente especializado (no próprio artigo
25, § 1.º, a lei dispõe quem é o profissional notoriamente especializado).
3. MODALIDADES DE LICITAÇÃO
licitação:
• Concorrência
• Tomada de preços
• Convite
• Concurso
• Leilão
Há uma modalidade de licitação que não consta no artigo citado acima, instituída
inicialmente por Medida Provisória, ora transformada na Lei n. 10.520, de 17 de julho de
2002: é a licitação por Pregão. Assim, hoje subsistem seis modalidades, já que o PREGÃO
passou definitivamente a integrar o rol de modalidades.
3.1. Concorrência
A concorrência está prevista no artigo 22, § 1.º, da Lei n. 8.666/93 e pode ser
definida como “modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de
habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos
no edital para execução de seu objeto”.
A Lei prevê, no artigo 23, a tabela de valores para cada modalidade de licitação. A
concorrência é a modalidade obrigatória para os valores determinados nos incisos deste
artigo.
Temos, ainda, casos em que a lei manda que seja adotada a modalidade
concorrência, independentemente de “valores”, a saber:
• nos casos de alienação (ver exceções que constam no tópico 3.5. deste módulo);
• licitações internacionais;
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É uma modalidade mais simplificada, mais célere que a concorrência e, por esse
motivo, não está voltada a contratos de grande valor econômico, e sim aos de vulto médio.
• Cadastrados: para que a empresa tenha seu cadastro, deverá demonstrar sua
idoneidade. Uma vez cadastrada, a empresa estará autorizada a participar de
todas as tomadas de preço.
Assim, aquele que não atende aos requisitos para o cadastramento, mas atende aos
requisitos para aquela tomada de preços poderá participar.
3.3. Convite
O convite está previsto no artigo 22, § 3.º, da Lei n. 8.666/93, e pode ser definido
como “modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto,
cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade
administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o
estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu
interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas”.
De acordo com a liberalidade da lei, esses são os dois grupos que podem participar
do convite. Há, entretanto, uma construção interpretativa da doutrina que entende que um
terceiro grupo poderia participar da licitação:
O artigo 22, § 3.º, da Lei n. 8.666/93 deixa claro e induvidoso que a carta-convite
deve ser afixada em local de acesso público, de forma que as pessoas não cadastradas ou
não convidadas tomem conhecimento do convite e, se interessadas, possam participar da
licitação (apenas a modalidade convite é que não exige a publicação em imprensa oficial).
Podem-se utilizar modalidades mais rigorosas quando o que está previsto é uma
modalidade menos rigorosa; porém, o inverso não é possível (artigo 23, § 4.º, da Lei
8.666/93).
3.4. Concurso
O artigo 22, § 4.º, da Lei n. 8.666/93 prevê o concurso, que pode ser definido como
“modalidade de licitação aberta entre quaisquer interessados para escolha de trabalho
técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos
vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com
antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias”.
Essa modalidade de licitação não pode ser confundida com o concurso para
provimento de cargo público. O concurso é uma modalidade de licitação específica, que
tem por objetivo a escolha de um trabalho técnico, artístico ou científico.
3.5. Leilão
Previsto no artigo 22, § 5.º, da Lei n. 8.666/93, pode ser definido como “modalidade
de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a
Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação
de bens imóveis prevista no artigo 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao
valor da avaliação”. (itálico nosso)
O artigo 19 dispõe que, nos casos de alienação de um bem que tenha sido adquirido
por via de procedimento judicial ou por dação em pagamento, a alienação pode ser feita
por leilão. Nos demais casos, somente por concorrência.
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PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito Administrativo. 14.ª ed. Jurídico Atlas, 2002. p.323.
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3.6. Pregão
Modalidade licitatória inicialmente inserida pela Medida Provisória n. 2.026, de
maio de 2000, reeditada na Medida Provisória n. 2.182-16 de 28.6.2001, transformada na
Lei n. 10.520, de 17 de julho de 2002.
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DIREITO CIVIL
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DIREITO CIVIL
1. LOCAÇÃO
− o usufrutuário pode alugar o bem dado em usufruto (por exemplo: o pai pode
alugar o bem do filho menor);
O condômino não poderá dar isoladamente, em locação, prédio comum, por ter
apenas parte ideal. A locação de bem indivisível só é permitida se os condôminos
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GONÇALVES, Carlos Roberto. Sinopses Jurídicas: Direito das Obrigações. 5.ª ed. São Paulo: Saraiva,
2001. tomo I, p. 32.
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DIREITO CIVIL
− Pessoa casada não precisa da autorização do outro consorte para locar objeto
que lhe pertence, salvo se for contrato de locação de prédio urbano por prazo
igual ou superior a 10 anos (artigo 3.º da Lei n. 8.245/91). Qualquer um dos
cônjuges pode contratar como locatário; após a morte deste, o outro terá
direito de continuar com a locação (artigo 11 da Lei n. 8.245/91).
anos; III) o locatário deve explorar o mesmo ramo de comércio pelo prazo mínimo de três
anos ininterruptos.
− Suscetível de gozo: significa que o objeto deve ser lícito e possível (artigo 166,
inciso II, do Código Civil).
− Determinado ou determinável .
− Dado em locação por quem tenha capacidade para tal: proprietário, mandatário,
enfiteuta, usufrutuário, inventariante etc.
1.4. Remuneração
Remuneração é a quantia que o locatário paga periodicamente pelo uso da coisa e
que ocorre, em regra, mediante dinheiro. O valor pode ser estabelecido por vontade das
partes ou por ato governamental, como no caso de aluguel de táxi. O preço deve ser certo.
A locação poderá ter tempo determinado ou não, embora não possa ser perpétua. O
contrato é temporário. Não há qualquer limite de prazo locativo, a não ser para pessoa
jurídica de direito público interno. No caso da União, os prazos não podem ultrapassar 10
anos (Dec.-lei n. 9.760/46). A Lei n. 8.245/91, no artigo 3.º, dispõe que, se o contrato de
locação for superior a 10 anos, dependerá do assentimento do outro cônjuge.
Se houver prazo convencionado, o locador não poderá retomar o prédio antes desse
período nem o locatário poderá devolvê-lo sem o pagamento de multa (artigo 4.º da Lei n.
8.245/91).
Caso ocorra alienação do imóvel locado, o novo adquirente somente poderá retomar
a coisa nos casos legais (artigo 8.º da Lei n. 8.245/91).
a) Direitos
• Cobrar antecipadamente o aluguel: desde que a locação não seja garantida por
caução real ou fidejussória e também não seja para temporada com prazo não
superior a três meses.
− Caução em dinheiro, espécie de garantia real que não poderá exceder o valor
de três meses de aluguel, efetuada mediante depósito em poupança, em nome
do locador e do locatário (conta conjunta), pelo prazo de duração da locação.
As correções monetárias e os juros revertem em favor do inquilino, quando
levantados no término da locação.
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b) Deveres
• Entregar ao locatário a coisa alugada: em estado que possa servir ao uso a que
se destina (artigo 566 do Código Civil e artigo 22, inciso I, da Lei n. 8.245/91).
Os elementos de fruição, tais como – no caso de imóvel – instalação elétrica,
serviço de água etc. devem estar intactos no bem. Muito se discute a respeito do
telefone integrar a locação; há julgado afirmando que a linha telefônica não
integra o contrato locatício. Caso o imóvel esteja em construção, com obra
inacabada no momento da locação, o locatário poderá pedir a resolução do
contrato, com devolução das prestações pagas e pagamento da multa contratual.
A entrega da coisa locada é o principal dever do locador, por ser o meio
indispensável para fruição do uso e gozo do bem, que constitui elemento
essencial do contrato de locação. Sem tal entrega, a locação não se efetiva. O
locador deverá fornecer ao inquilino, caso esse solicite, descrição minuciosa do
estado do imóvel, quando do início da locação, com expressa referência aos
eventuais defeitos existentes (artigo 22, inciso V, da Lei n. 8.245/91).
coisa alugada se deteriorar, sem culpa do locatário, esse poderá pedir redução
proporcional do aluguel ou rescindir o contrato, se a coisa não servir mais ao fim
a que se destinava.
• Garantir o uso pacífico da coisa locada, durante o tempo do contrato (artigo 22,
inciso II, da Lei de Locações e artigo 566, inciso II do Código Civil).
a) Direitos
• Purgar a mora: tal direito serve para evitar a rescisão da locação – requerido no
prazo da contestação da ação de despejo – e engloba o pagamento dos aluguéis e
demais encargos, além dos honorários do advogado do locador (artigo 62, inciso
II, da Lei de Locações). Não cabe o pedido de purgação se o locatário utilizou
esse benefício por duas vezes, no prazo de 12 meses anteriores ao novo
requerimento. No caso de obstáculo judicial, poderá purgar a mora além do prazo
legal.
• Ser despejado somente nos casos previstos em lei, mediante denúncia cheia
(motivada) ou vazia.
b) Deveres
• Usar o bem para o destino da locação: o imóvel residencial só deve ser usado
como moradia, e o comercial para as atividades a que se destina. Não configura
mudança de destinação o advogado ou médico manter escritório ou consultório;
o dentista manter consultório num dos cômodos da residência; manter um
instituto de beleza em casa, e até pequena escola primária.
• Tratar o bem alugado como se fosse seu (artigos 569, inciso I, do atual Código
Civil, e 1.211, do Código Civil de 1916): a desobediência implica rescisão e
indenização das perdas e danos.
• Restituir a coisa ao locador no mesmo estado que a recebeu (artigos 23, inciso
III, da Lei de Locações, e 569, inciso IV, do Código Civil): excluem-se as
deteriorações decorrentes do uso regular da coisa. O contrato que cede a terceiro
a exploração de pedreiras ou salinas é de compra e venda e não locação,
exatamente porque a devolução não será nos moldes em que foi entregue o bem.
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• Fazer consertos no bem locado (artigo 23, inciso V, da Lei de Locações): não
deixar que a deterioração impere, como, por exemplo, realizando a substituição
de vidros quebrados, goteiras, fechaduras etc.
• Responder pelo incêndio do prédio (artigo 1.208 do Código Civil de 1916): pode
se eximir da responsabilidade se demonstrar que houve caso fortuito ou força
maior, vício de construção ou propagação de fogo originado em outro prédio. Se
o imóvel tiver mais de um inquilino, cada um responde pela sua parte.
• Não alterar a fachada e a forma interna do prédio sem anuência prévia e escrita
do locador (artigo 23, inciso VI, da Lei de Locações).
• Permitir vistoria no imóvel locado (artigo 23, inciso IX, da Lei de Locações):
previamente agendada, podendo o mandatário comparecer no lugar do locador.
Em caso de alienação, o locatário deve permitir que terceiros visitem o imóvel.
• Pagar o prêmio de seguro de fiança (artigo 23, inciso XI, da Lei de Locações).
a) Causas
utilização. Para maior aprofundamento ver Súmulas ns. 80, 175, 374, 409,
410, 483, 485 e 486 do Supremo Tribunal Federal.
Ao término dos contratos celebrados depois da entrada em vigor da atual Lei e com
prazo igual ou superior a 30 meses, o proprietário poderá pedir a desocupação do prédio
sem precisar justificar, notificar ou avisar, desde que ingresse com ação de despejo (artigo
46 da Lei de Locações). O locatário terá 30 dias para desocupar o imóvel – artigo 63 da Lei
de Locações.
Nos contratos com prazo de locação inferior a 30 meses, não é possível a retomada
do imóvel com fundamento na denúncia vazia, se o contrato prorrogou-se,
automaticamente, por prazo indeterminado. Para o locador reaver seu imóvel é preciso
demonstrar uma das hipóteses previstas nos incisos do artigo 47 da Lei n. 8.245/91.
Nos contratos assinados antes da vigência da atual Lei, que vigorem ou venham a
vigorar por prazo indeterminado, o locador pode retomar o prédio sem qualquer
justificativa, concedendo ao locatário o prazo de 12 meses para desocupação. Se houve
revisão no valor do aluguel, a denúncia somente poderá ser exercida após 24 meses da data
da revisão, se essa ocorreu nos 12 meses anteriores à data da vigência da Lei de Locações
(artigo 78). O prazo para entrega do imóvel inicia com a notificação do locatário.
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− Alienação: artigo 8.º da Lei de Locações – “se o imóvel for alienado durante a
locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias
para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado, se o contrato
contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à
matrícula do imóvel”.
2. CONTRATOS REAIS
2.1. Mútuo
a) Características
Para Carvalho de Mendonça, o mútuo é mercantil bastando que uma das partes seja
comerciante. O empréstimo bancário é sempre mercantil, mesmo que o mutuário não seja
comerciante, pois é atividade habitual das financeiras (comércio) conceder empréstimos a
curto, médio ou longo prazo.
− Fungibilidade: o mútuo recai sobre bens que podem ser substituídos por outros
do mesmo gênero, quantidade e qualidade. Exemplo: empréstimo de um livro,
desde que o exemplar não seja raro nem sua edição esteja esgotada.
2.1.2. Requisitos
O mútuo apresenta três tipos de requisitos:
De acordo com artigo 588 do Código Civil, o mútuo feito à pessoa menor, sem
autorização daquele que detém sua guarda, não poderá ser reavido pelo mutuário, nem
pelos fiadores, salvo (artigo 589 do Código Civil):
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• Formais: o mútuo tem forma livre, exceto se for oneroso, caso em que deverá ser
convencionado expressamente (artigo 591 do Código Civil). A prova do mútuo
poderá ser feita pela emissão de nota promissória, confissão formal de dívida ou
recibo da soma emprestada. O mútuo mercantil não requer forma escrita, salvo
para efeito de prova e de registro contábil; se for elaborado verbalmente, a prova
testemunhal só poderá ser admitida se o valor do empréstimo não exceder a 10
salários mínimos (artigo 401 do CPC).
a) Obrigações do mutuário
b) Direitos do mutuante
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c) Obrigações do mutuante
• Ocorrência das hipóteses do artigo 592 do Código Civil, quando não estipulado
prazo.
• Rescisão por culpa de uma das partes. Exemplo: não pagamento de juros.
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2.2. Comodato
Características
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2.2.2. Requisitos
São requisitos do comodato:
− infungíveis;
− inconsumíveis;
− móveis ou imóveis.
• Guardar e conservar a coisa como se fosse sua (artigo 582 do Código Civil): o
comodatário deve procurar não desgastar ou desvalorizar a coisa, sob pena de
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responder por perdas e danos. Não pode alugar o bem emprestado nem emprestar
novamente a coisa. O ônus com a guarda e manutenção da coisa correm por
conta do comodatário, que pode cobrar as despesas extraordinárias e as
benfeitorias, e ainda reter o bem até o ressarcimento (artigo 1.219 do Código
Civil).
• Limitar o uso da coisa estipulada no contrato (artigo 582 do Código Civil): caso
o comodatário não respeite o acordo, responderá por perdas e danos. O uso
indevido que acarreta, por terceiro, um dano qualquer no bem, é de
responsabilidade do comodatário, podendo o mesmo requerer regressivamente o
pagamento efetuado (RT 487/75).
• Responder pelos riscos da coisa (artigo 583 do Código Civil): correndo risco, o
objeto do comodato e outros do comodatário, se esse salvar os seus,
abandonando o do comandante, responderá pelo dano, ainda que advindo de
fortuito e força maior. É a hipótese de incêndio e de inundações. Nessas ocasiões
o comodatário não é obrigado a salvar nenhum bem, porém se salvar algum deve
ser o do comodante. Caso proceda em contrário, pagará pelo prejuízo. É o
proprietário (comodante) quem responde pelo caso fortuito e força maior, porém
não na hipótese supramencionada.
• Não pedir a restituição do bem dado antes do prazo: o bem dado em comodato
deve permanecer com o comodatário até o prazo estipulado ou até o fim a que se
destina (artigo 581 do Código Civil).
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• Advento do termo: se não houver termo ajustado, extingue-se após o uso regular
da coisa para os fins a que foi emprestada.
• Alienação da coisa.
2.3. Depósito
2.3.1. Conceito
É o recebimento da guarda temporária de um bem móvel, pelo depositário, até o
momento em que o depositante o reclame (artigo 627 do Código Civil).
2.3.2. Elementos
Cinco são os elementos do depósito:
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- legal: decorre da lei, como, por exemplo, artigo 649 do Código Civil;
• guardar a coisa;
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3. MANDATO
3.1. Conceito
É o contrato pelo qual alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar
atos ou administrar interesses (artigo 653 do Código Civil).
Mandatário: é aquele que passa a atuar na vida jurídica em nome e por conta do
mandante.
• Não solene: não exige forma prescrita em lei para ter validade (artigo 656 do
Código Civil).
• renúncia do mandatário;
4. SEGURO
4.1. Conceito
Seguro é o contrato pelo qual uma das partes (segurador) obriga-se para com outra
(segurado), mediante o pagamento de um prêmio, a indenizá-la de prejuízo decorrente de
riscos futuros, previsto no contrato (artigo 757 do Código Civil).
O prêmio é o valor que o segurado paga à seguradora para obter o direito a uma
indenização, se ocorrer o sinistro oriundo do risco garantido e previsto no contrato. É
denominado por alguns ágio de seguro.
(artigo 24 do Dec.-lei n. 73/66); porém, tais cooperativas só poderão operar nos seguros
agrícolas e seguros de saúde.
Aplica-se a teoria do risco nas relações de seguro: "o pagamento das indenizações
será efetuado mediante a simples prova do dano e independentemente da apuração da
culpa".
O contrato de seguro é tanto o meio pelo qual a pessoa física ou jurídica se protege
contra os riscos que ocorrem em sua vida como uma garantia de execução contra as
obrigações contraídas, um reforço de crédito, pois as dívidas do segurado estarão
afiançadas pelo contrato de seguro.
• Bilateral: gera obrigações para o segurado e para o segurador, já que esse deverá
pagar a indenização, se ocorrer o sinistro, e aquele pagar o prêmio, sob pena de o
seguro caducar. O segurador tem o direito de haver o prêmio estipulado pelo
risco, mesmo que o sinistro não se verifique (artigo 764 do Código Civil).
poderá ser muito maior do que o prêmio recebido. O ganho ou a perda dos
contraentes depende de fatos futuros e incertos, que constituem o risco.
• Boa-fé (artigo 765 do Código Civil): a sanção por não guardar a boa-fé é a perda
do valor do seguro e o pagamento do prêmio vencido (artigo 766 do Código
Civil), se tal se der por parte do segurado; e o pagamento em dobro do prêmio, se
por parte da seguradora.
4.3. Requisitos
a) Subjetivos
• O segurado deve ter capacidade civil: o incapaz que desejar fazer um contrato de
seguro deverá estar devidamente representado ou assistido. Se o contrato for
feito mediante procurador, esse também responde perante o segurador pelas
inexatidões ou lacunas que inserir no contrato.
b) Objetivos
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• Licitude: o objeto descrito na apólice deve ser lícito e possível. Se for ilícito,
como, por exemplo, seguro de operações de contrabando, nulo será o contrato.
Esse é o teor do artigo 762 do Código Civil.
• Valor determinado: o valor do objeto deve ser certo. A apólice precisa conter o
valor do objeto segurado para cálculo da indenização do risco.
c) Formais
a) Direitos
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• Optar pela não utilização do seguro: casos em que o pequeno valor do dano não
compensa acionar o seguro.
b) Deveres
• Abster-se de tudo que possa aumentar os riscos: não pode dar causa ao aumento
dos riscos, sob pena de perder o seguro. Exemplo: seguro de residência e
posterior instalação de depósito de fogos de artifício.
• Ser leal: ser sincero e agir de boa-fé, sob pena de anulação do contrato por dolo
(artigo 765 do Código Civil) ou de perder o valor do prêmio (artigo 766 do
Código Civil).
a) Direitos
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- o segurado deu à coisa segurada valor superior ao real (artigo 778 do Código
Civil);
- existir vício, no contrato, que possa tirar sua eficácia (artigos 766 e 784 do
Código Civil);
• Acionar o autor do sinistro, para reaver o desembolso que teve com o pagamento
da indenização do segurado.
b) Deveres
• Tomar medidas para eliminar ou diminuir os riscos que podem afetar a coisa
segurada.
• pela superveniência do risco que faça perecer o bem segurado: pago o valor pela
seguradora, o contrato perde seu objeto;
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1. FASE PRÉ-FALIMENTAR
Se o credor tiver em seu favor alguma garantia real, deverá renunciar a essa
garantia.
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Por esse rito, o requerido será citado para, no prazo de 24 horas, apresentar a defesa
que tiver. Poderá, nesse prazo, efetuar o chamado “depósito elisivo” – depósito, em Juízo,
da quantia devida,o que impossibilita a declaração de falência do requerido, pois
descaracteriza a impontualidade. A Súmula n. 29 do Superior Tribunal de Justiça dispõe
que o depósito elisivo deverá abranger o principal, juros, correção monetária e honorários
de advogado.
O requerido será citado para que, em 24 horas, apresente a defesa que tiver; a lei
denomina essa defesa de embargos.
natureza constitutiva, porque cria uma nova situação jurídica, na qual se inserem
o falido e seus credores.
• Específicos: estão dispostos no art. 14, par. ún., da Lei de Falências. São eles:
Exemplo:
Período suspeito
- deverá ser fixado prazo para a habilitação dos credores, que varia entre 10 a
20 dias;
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__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO COMERCIAL
Tal recurso é cabível apenas na hipótese de a falência ter sido declarada com base no
art. 1.º da Lei de Falências.
Embargos são recursos de retratação, pois são dirigidos ao Juízo de 1.º grau.
Contra a decisão de 1.ª instância dos embargos, cabe recurso de apelação para 2.ª
instância.
O art. 20 da Lei de Falências dispõe que, se o requerente agir com dolo ao pedir a
falência do devedor, a própria sentença denegatória poderá fixar uma indenização em favor
desse.
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__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO COMERCIAL
• ao juiz;
• ao síndico.
O juiz preside o processo falimentar, determinando a prática dos atos que se façam
necessários.
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__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO COMERCIAL
2. FASE FALIMENTAR
• seu parecer;
• informações do falido;
Abre-se, então, novo prazo de cinco dias, no qual os credores poderão impugnar
créditos declarados.
• qualquer credor;
• síndico;
• falido.
Uma vez decorrido o prazo para impugnação, abre-se novo prazo de três dias, no
qual o credor que teve seu crédito impugnado poderá contestar a impugnação.
Na sequência, abre-se prazo de cinco dias para que o Ministério Público dê o seu
parecer. O parquet impugna créditos absurdos, inverídicos.
Por fim, os autos são conclusos ao juiz da falência. Teremos, então, duas situações:
Uma vez decididos todos os créditos, deverá o síndico organizar o quadro geral de
credores (visão global do passivo).
O quadro geral dos credores deve ser publicado, sendo que, a partir de então,
começa a fluir o prazo de apelação contra sentença que admitiu ou excluiu o crédito na
falência (termo inicial do recurso – publicação do quadro geral de credores).
Observações importantes:
Em seguida, abre-se novo prazo de cinco dias, em que o falido poderá contestar. A
ausência da contestação não anula o inquérito, uma vez que não se fala em contraditório no
inquérito. Não se fala em citação (não é ação). Os prazos são contínuos.
• Não havendo denúncia nem queixa subsidiária, o juiz, se entender que não é o
caso de ação penal, exara um despacho determinando o apensamento junto aos
autos de falência.
• Se não houver denúncia ou queixa subsidiária, mas o juiz entender que é o caso,
determinará a remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça (art. 28 do
CPP).
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__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO COMERCIAL
Nos cinco dias seguintes ao término do prazo para apresentação desse relatório,
poderá o falido pedir concordata suspensiva.
Se o falido não a pedir nesse prazo ou se pedir e tiver o pedido denegado, nas
quarenta e oito horas seguintes será publicado o aviso de que trata o art. 114 da Lei de
Falências. O aviso é a comunicação aos interessados que vai ser dado início à liquidação da
falência.
• Leilão
• Propostas
A escolha cabe ao síndico, que pode ainda optar pela venda dos bens separada ou
conjuntamente. Ele escolherá, levando em conta o melhor aproveitamento econômico
possível. Exceções:
• Art. 123 da Lei de Falências: credores que perfaçam no mínimo 2/3 dos créditos
admitidos poderão optar por qualquer forma de realização do ativo,
independentemente de assembléia de credores. Esses 2/3 poderão, além de optar
pelo leilão ou pela proposta, determinar a venda em bloco a um terceiro pré-
determinado, desde que observado o valor mínimo da avaliação dos bens, para
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__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO COMERCIAL
que não ocorra fraude. Os 2/3 podem, ainda, optar pela constituição de uma
sociedade, com o objetivo de dar continuidade aos negócios do falido.
Leilão: Peculiaridades:
• No leilão de que trata a Lei de Falências, são alienados tanto os bens móveis
quanto os imóveis.
• No leilão de que trata a Lei de Falências, os bens poderão ser arrematados pelo
maior lance, ainda que não se alcance o valor da avaliação.
- União
- Estadose DF
- Municípios
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DIREITO COMERCIAL
Uma vez vendidos os bens e pagos os credores, quando possível, deverá o síndico
apresentar a sua prestação de contas, nos termos do art. 69 da Lei de Falências. Essa
prestação de contas pode ser impugnada e, ao final, decidida por sentença, contra a qual
cabe recurso de apelação.
Caso o síndico deixe de apresentar esse relatório, ele deverá ser destituído, passando
essa responsabilidade ao Ministério Público.
Uma vez apresentado esse relatório, o juiz profere sentença encerrando o processo
falimentar.
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DIREITO COMERCIAL
3. FASE PÓS-FALIMENTAR
• pagamento ou novação, desde que, nessa 2.ª hipótese, com garantia real (pode
ser prestada por terceiro);
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MÓDULO XII
DIREITO CONSTITUCIONAL
Intervenção Federal
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DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO CONSTITUCIONAL
1. INTERVENÇÃO FEDERAL
Conforme leciona HUGO NIGRO MAZZILLI, “há dois tipos de intervenção, a espontânea,
em que o presidente da República age de ofício, e a provocada, quando o presidente agirá,
conforme o caso, de forma discricionária ou vinculada. Será discricionária quando por
solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coato ou impedido, porque se aterá
o presidente a critérios de oportunidade e conveniência, não estando obrigado a decretá-la
se entender que não é o caso. Por último, a intervenção vinculada ocorre em duas
hipóteses:
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Essa ação, por vezes denominada representação interventiva, tem por objeto a
intervenção federal em uma das unidades da Federação, a intervenção Federal em
Município de Território ou, ainda, a intervenção Estadual em um Município.
A autoridade ou o órgão responsável pelo ato impugnado terá trinta dias para se
manifestar. Em seguida, o relator terá trinta dias para elaborar seu relatório.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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MÓDULO XII
DIREITO DO TRABALHO E
PROCESSO DO TRABALHO
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
DIREITO DO TRABALHO E
PROCESSO DO TRABALHO
1. DISPENSA
• Férias: O trabalhador recebe o valor das férias com um aumento de 1/3 sobre o
salário.
• 13.º Salário.
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__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Também terá direito às férias proporcionais, desde que tenha mais de 1 ano de
serviço, com o acréscimo de 1/3 (TST, Enunciado n.328). Porém, se o empregado não tiver
completado um ano no mesmo emprego e pedir demissão não fará jus às férias
proporcionais (TST, Enunciado n.261)
1.3. Aposentadoria
• Por tempo de contribuição.
• Por idade.
O rol do art. 482 da CLT, que dispõe os casos que constituem falta grave, é taxativo.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Para se caracterizar a dispensa por justa causa, devem ser preenchidos os seguintes
requisitos:
constitui falta grave. A prática de atos abusivos durante a greve, contudo, é falta grave.
• Atraso salarial.
2. CADUCIDADE
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MÓDULO XII
DIREITO PENAL
Homicídio
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DIREITO PENAL
DIREITO PENAL
Homicídio
• homicídio simples;
• homicídio privilegiado;
• homicídio qualificado.
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__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO PENAL
• Autor: é a pessoa que pratica a conduta descrita no tipo, o verbo do tipo (é quem
subtrai, quem constrange, quem mata).
• Partícipe: é a pessoa que não comete a conduta descrita no tipo, mas de alguma
forma contribui para o crime. Exemplo: aquele que empresta a arma, incentiva.
Para que exista co-autoria e participação, é necessário que exista liame subjetivo, ou
seja, a ciência por parte dos envolvidos de que estão colaborando para um fim comum.
Resposta: Ocorre quando duas ou mais pessoas querem cometer o mesmo crime e
agem ao mesmo tempo, sem que uma saiba da intenção da outra, e o resultado morte
decorre da conduta de um só agente, que é identificado no caso concreto. O que for
identificado responderá por homicídio consumado e o outro por tentativa.
1.1.3. Classificação
É um crime simples, comum, instantâneo, material e de dano.
impropriedade do objeto na conduta de quem tenta tirar a vida de pessoa já morta e, neste
caso, não há tentativa de homicídio, ainda que o agente não soubesse que a vítima estava
morta. Haverá também crime impossível, mas por absoluta ineficácia do meio, quando o
agente usa, por exemplo, arma de brinquedo ou bala de festim.
1.1.5. Consumação
Dá-se no momento da morte (crime material). A morte ocorre quando cessa a
atividade encefálica (Lei n. 9.434/97, artigo 3.º). A prova da materialidade se faz por meio
do laudo de exame necroscópico assinado por dois legistas, que devem atestar a ocorrência
da morte e se possível as suas causas.
1.1.6. Tentativa
• Tentativa branca de homicídio: ocorre quando o agente pratica o ato de
execução, mas não atinge o corpo da vítima que, portanto, não sofre qualquer
dano em sua integridade corporal.
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CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Parte Geral. 2.ª ed. São Paulo: Saraiva. vol. I
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DIREITO PENAL
As hipóteses são de natureza subjetiva porque estão ligadas aos motivos do crime:
_ Reação imediata (logo em seguida...): não pode ficar evidenciada uma patente
interrupção entre a provocação e a morte. Leva-se em conta o momento em
que o sujeito ficou sabendo da provocação.
Resposta: No privilégio, a lei exige que o sujeito esteja sob o domínio de violenta
emoção, enquanto na atenuante, basta que o sujeito esteja sob a influência da violenta
emoção. O privilégio exige reação imediata, já a atenuante não.
3.1. Classificação
• Quanto aos motivos: incisos I e II.
a) Emprego de veneno
É necessário que seja inoculado de forma que a vítima não perceba. Se o veneno for
introduzido com violência ou grave ameaça, será aplicada a qualificadora do meio cruel.
Certas substâncias que são inofensivas para as pessoas em geral poderão ser consideradas
veneno em razão de condições de saúde peculiares da vítima, como no caso do açúcar para
o diabético.
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DIREITO PENAL
b) Emprego de fogo
Se além de causar a morte da vítima o fogo ou explosivo danificarem bem alheio, o agente
só responderá pelo homicídio qualificado (artigo 163, parágrafo único, inciso II, do Código
Penal).
c) Emprego de explosivo
d) Emprego de asfixia
• Asfixia mecânica
_ Enforcamento: é a força da gravidade que faz com que o peso da vítima cause
sua morte (por exemplo: o pescoço da vítima é envolto com uma corda).
• Asfixia tóxica:
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__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO PENAL
• Tortura: Deve ser a causa direta da morte. Trata-se de meios que causam na
vítima intenso sofrimento físico ou mental. A reiteração de golpes, dependendo
da forma como ela é utilizada, pode ou não caracterizar a qualificadora de meio
cruel (exemplos: apedrejamento, paulada, espancamento etc.).
O crime de tortura com resultado morte (artigo 1.º, § 3.º, da Lei n. 9.455/97), que
prevê pena de reclusão de 8 a 16 anos, não se confunde com o homicídio qualificado pela
tortura. A diferença está no elemento subjetivo. No homicídio qualificado, o agente quer a
morte da vítima e utiliza meio que causa intenso sofrimento físico ou mental. No crime de
tortura com resultado morte, no entanto, o agente tem a intenção de torturar a vítima, mas
acaba provocando sua morte culposamente (trata-se de crime preterdoloso - dolo no
antecedente e culpa no conseqüente).
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DIREITO PENAL
a) Traição
b) Emboscada ou tocaia
c) Dissimulação
Quando uma pessoa armada mata outra desarmada, a jurisprudência não configura a
qualificadora por razão de política criminal.
a) Teleológica
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DIREITO PENAL
b) Conseqüencial
• ocultação de outro crime: o agente quer evitar que alguém descubra que o crime
foi praticado;
3.2. Comentários
• Premeditação não é qualificadora.
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DIREITO PENAL
Se o crime tem mais de uma qualificadora que incide sobre um fato, aplica-se
somente uma delas. Exemplo: homicídio triplamente qualificado. Basta uma qualificadora
para alterar os limites da pena. As demais qualificadoras passam a ter a função de influir na
dosagem da pena dentro dos novos limites. Aqui, surge a seguinte questão:
Questão: O delito disposto no artigo 121 do Código Penal pode ser qualificado e
privilegiado ao mesmo tempo?
Resposta: Sim, desde que as qualificadoras sejam objetivas, pois as hipóteses que
tratam do privilégio são todas de natureza subjetiva – tornando-se inconciliáveis com as
qualificadoras subjetivas (o homicídio não poder ser, a um só tempo, cometido por motivo
de relevante valor social e por motivo fútil).
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DIREITO PENAL
• Imperícia: ocorre quando uma pessoa não possui aptidão técnica para a
realização de uma certa conduta e mesmo assim a realiza, dando causa à morte.
O fato de a vítima também ter agido com culpa não exclui a responsabilidade do
agente. Não há compensação de culpas em Direito Penal.
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DIREITO PENAL
Só se aplica a quem agiu com culpa e não socorreu. Não se aplica o aumento:
• quando o socorro não era possível por questões materiais, ameaça de agressão
etc.
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DIREITO PENAL
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DIREITO PENAL
Penas:
Artigo 299 do Código de Trânsito Brasileiro – vetado. O perdão judicial foi vetado
porque já constava no Código Penal. Apesar de ter sido vetado, é aplicável aos acidentes de
trânsito.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Processo de Execução
• execução provisória;
Salientamos que algumas dessas medidas serão estudadas à luz das recentes
modificações introduzidas no Código de Processo Civil, após a explicitação dos demais
princípios atinentes à matéria.
É importante ressaltarmos que não se busca sanção ao devedor, mas sim a satisfação
ao credor. Deve haver uma proporcionalidade, pois sempre que houver necessidade de
sacrifício, deverá ser no limite do necessário.
• proibição da arrematação de bens do devedor por preço vil (art. 692, do CPC);
• execução provisória;
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
“Art. 287. Se o autor pedir que seja imposta ao réu a abstenção da prática de
algum ato, tolerar alguma atividade, prestar ato ou entregar coisa, poderá
requerer cominação de pena pecuniária para o caso de descumprimento da
sentença ou da decisão antecipatória de tutela (arts. 461, § 4o e 461-A).” (NR)
A execução das obrigações de fazer, de não fazer e de entrega de coisa passa a ter
um regime uniforme, de acordo com as regras estabelecidas pelos artigos 461 e 461-A,
além de poder ser aplicado o disposto no artigo 588, no que couber, conforme expressão da
própria lei.
O artigo 461-A passa a tratar especificamente das regras a serem utilizadas pelo
magistrado quando da aplicação de preceitos coercitivos visando à efetivação da entrega
de coisa concedida em sede de tutela antecipatória.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
“Art. 461.............................................................................
Considera-se na doutrina, ainda incipiente, esse rol exemplificativo, uma vez que no
texto do referido parágrafo encontra-se a expressão “tais como”, de forma a indicar a
possibilidade de aplicação de outras medidas não previstas neste artigo, corroborando,
assim, a previsão do artigo 273, § 3.º, que prega a aplicação, no que couber, dos institutos
dos artigos 588, 461 e 461-A do Código de Processo Civil. Dessa maneira, o limite das
tutelas é o limite das restrições expressas nos comandos constitucionais.
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder
a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.
Atendendo à uniformização das efetivações de tutela proposta pela lei, foi inserido
no texto do Código de Processo Civil o artigo 461-A, que determina a aplicação de regras
semelhantes às previstas para a execução de obrigações de fazer e de não fazer, para a
entrega de coisa, com pequenas alterações que a assemelham às ações executivas lato
sensu.
Surge da aplicação das regras acima, a dedução de que, na execução das obrigações
de fazer e de não fazer, fundadas no artigo 461, aplicam-se subsidiariamente as regras dos
artigos 632 e seguintes do Código, e na execução das obrigações de entrega de coisa
(artigo 461-A), subsidiariamente as regras dos artigos 621 e seguintes, quando se tratar de
título executivo extrajudicial.
Dessa feita, principiam vozes na doutrina no sentido de identificar erro na lei, pois
quem não possui título executivo tem a possibilidade de obter efetivação mais rápida da
decisão interlocutória concessiva de tutela antecipada (nos moldes do artigo 461-A) do que
aqueles que possuem títulos executivos extrajudiciais, que devem seguir as regras dos
artigos 621 e seguintes, em que são previstos embargos com possibilidade de suspensão da
execução etc.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Incursão necessária:
Mais uma vez, cumpre observar o texto dos artigos 273, § 3.º, 461 e 461-A, que, ao
utilizarem a expressão “efetivação da tutela”, assume visão iconoclasta do sistema,
quebrando, assim, a idéia da tripartição dos feitos em virtude de seus objetivos,
conseqüentemente deixando de exigir um novo processo de execução para que se possa,
nos mesmos autos e de forma mais célere, obter a efetivação do provimento antecipatório,
atendendo ao princípio da instrumentalidade das formas.
Uma vez que se fala em efetivação, surge o complicador de, quando em antecipação
de tutela de pagamento de quantia e ante a aplicação irrestrita de todo o artigo 588,
devidamente ampliado, ser possível ou não o cabimento de embargos do devedor, pois não
há propriamente execução e, via de regra, não há possibilidade de surgimento de fatos
novos não discutidos em contestação (matéria superveniente) que pudessem embasar a
interposição de embargos. Somente se vislumbra a possibilidade de, por meio de petição
atravessada nos autos, apresentar fatos novos que possibilitem a revogação da tutela
antecipada, notadamente ante o seu caráter rebus sic stantibus, ou, imediatamente após a
decisão concessiva, interpor recurso de agravo.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
“III - fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença
objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior;
Embora o referido artigo, em seu inciso III, determine ficar sem efeito os atos
objeto de execução provisória de sentença posteriormente modificada, deve-se dar especial
atenção aos atos que envolvam terceiros de boa-fé, que, salvo melhor juízo, devem ser
mantidos, com conseqüente indenização do devedor prejudicado, por meio da execução da
caução acima referida, que por sua vez, serve mesmo no caso de restituição efetiva ao
status quo ante, a exemplo da ocorrência de lucros cessantes pela temporária privação da
coisa.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O parágrafo 2.º do modificado artigo 588 prevê ainda a dispensa de caução para a
execução dos créditos alimentares, esses interpretados amplamente, ante a não-
diferenciação do legislador, caso seu valor não exceda a 60 salários mínimos e o exeqüente
esteja em estado de necessidade. Mesmo que o valor ultrapasse os 60 salários mínimos,
atendendo à mens legis do artigo em questão, deve o juiz se limitar ao valor legal apenas
para o fim da não-exigência de caução. Assim, a tendência é a incorporação no conceito de
créditos alimentares, até mesmo daqueles decorrentes de ilícito (judiciais), mesmo porque,
aqui, a medida coercitiva adotada não é a prisão civil do devedor, mas apenas a inexigência
de caução, ante a consagrada orientação de interpretação parcimoniosa (cum granu salis)
do risco de irreversibilidade do provimento antecipatório, com fulcro na
proporcionalidade.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Pode o credor satisfazer o seu crédito, aceitando o próprio bem penhorado como
pagamento, ocorrendo o que se denomina adjudicação. Nesse caso, para que esta seja
possível, não pode haver outros credores habilitados.
Pergunta-se: Cabe execução por quantia certa com penhora dos bens da Fazenda
Pública?
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Parágrafo único. O juiz, ao despachar a inicial, poderá fixar multa por dia de
atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a
alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo.”(NR)
Via de regra, com a entrega da coisa objeto da execução, quer da tutela antecipada,
quer da sentença, extingue-se o feito. No entanto, resta a possibilidade de correr a
execução pelo restante, a exemplo de lucros cessantes pela temporária privação da coisa,
que pode, em havendo caução, executá-la inclusive.
“Art. 627...........................................................................
Em caso de inexistência da coisa a ser entregue, seu valor deve ser apurado em
avaliação, por regra. Não sendo essa possível, o credor exeqüente faz estimativa e o juiz
arbitra o valor, que deve ser apurado, de acordo com a correção terminológica conferida ao
parágrafo 2.º do referido artigo, em liquidação por arbitramento, mesmo de forma
incidental.
Essa mesma discussão foi transferida, com menor força, todavia, ao processo de
execução para a entrega de coisa, pois, em que pese a ter havido a possibilidade, ao menos
em regra (quando da execução fundada em título executivo judicial), de o devedor deduzir
seu direito de retenção por benfeitorias em sede de contestação, quando da execução para a
entrega de coisa há a possibilidade de embargos, que possuem natureza de ação.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
“Art. 744. Na execução para entrega de coisa (art. 621) é lícito ao devedor
deduzir embargos de retenção por benfeitorias (NR)...”.
Permanece, todavia, a dúvida, a ser extirpada pela doutrina, se cabem embargos por
retenção na execução por título judicial ou na efetivação de tutela antecipada nas
obrigações de entrega, em razão da remissão ao artigo 621, no caput do artigo 744, que se
refere ao título extrajudicial somente.
• expropriação;
• desapossamento;
• transformação.
• definitiva;
• provisória.
Qualquer que seja a modalidade das execuções de fazer ou não-fazer, é regida por
meios de coerção e princípios expressos no Código, notadamente no texto do artigo 644,
alterado pela Lei n. 10.444/02, conforme segue:
O texto do artigo supra exige que a efetivação das obrigações de fazer e de não
fazer sejam cumpridas, primordialmente, de acordo com as regras do artigo 461, atendendo
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__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
A execução começa por iniciativa da parte, do credor, que pode desistir total ou
parcialmente da execução.
13
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Na execução, pode-se alegar o pagamento, mesmo não sendo nos embargos, desde
que haja prova, sem necessidade de garantir o Juízo. É uma das hipóteses da denominada
exceção de pré-executabilidade.
A execução é feita em proveito do credor, porém deverá ser feita de forma menos
gravosa para o devedor (v. art. 620 do CPC), desde que não prejudique a satisfação do
credor.
3.1.1. Introdução
A abordagem desta forma de execução deve ser bastante criteriosa, já que a mesma
serve como substrato para as demais formas de execução. Ademais, tem mais incidência
prática.
Uma vez citado, o devedor deverá pagar em 24 horas, sob pena de penhora, sob
pena de o Oficial de Justiça definir os bens a serem penhorados. Aqui não há defesa, mas
sim um prazo para o devedor cumprir voluntariamente a obrigação. O prazo é de 24 horas e
não de um dia, pois contamos em minutos. Assim, se o réu for citado às 13:05 horas, terá
até às 13:05 horas do dia seguinte para nomear bens à penhora e não até o final do dia, pois
o prazo não é contado em dias, como já falamos. Por isso, o Oficial deve mencionar o
horário em que efetuou a citação. Caso o Oficial de Justiça não certifique o horário, o
prazo correrá até o final do dia seguinte.
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__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Havendo vários devedores, o prazo é independente para cada um, não existindo a
prerrogativa de se aguardar que o último seja citado.
Pode ser contra devedor solvente, ocasião em que se procederá de forma singular, e
também pode haver execução por quantia certa contra devedor insolvente, que é a
execução universal por concurso de credores.
Execução por quantia certa contra devedor solvente começa com a apresentação de
memória de cálculo, que é um demonstrativo (arts. 604 e 614 do CPC).
O credor pede que o réu seja citado para pagar ou nomear bens à penhora em vinte e
quatro horas, sob pena de ter tantos bens penhorados quanto bastem para satisfazer o
crédito.
Na execução por quantia, se o Oficial não encontra o devedor, mas localiza o seu
patrimônio, ele deverá proceder ao arresto (art. 653 do CPC).
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Cumpre observar que o arresto não se confunde com a ação cautelar de arresto (arts.
813 e ss. do CPC), que dá início a um processo cautelar e que tem como requisitos fumus
boni iuris e o periculum in mora.
Feito o arresto, deverá haver uma nova tentativa de localização e citação pessoal do
réu. Não sendo possível, terá lugar a citação por edital (art. 653 do CPC), sendo que, nessa
ocasião, faz-se a citação e a conversão do arresto em penhora.
Aplicam-se ao arresto as regras da penhora. Não se faz penhora se essa não cobrir
nem mesmo as despesas e custas, atendendo assim ao princípio da utilidade da execução.
Quando não localizados bens do devedor, suspende-se o processo.
A citação por edital pressupõe a prévia tentativa de encontrar o réu pelos meios de
citação pessoal. Em relação ao curador especial, essa citação é inválida.
O réu tem o ônus de impugnação especifica (art. 302 do CPC), tal regra não se
aplica ao curador e ao Ministério Público, que podem embargar inclusive por negativa
geral.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
A citação ficta deve ser feita apenas quando o réu não for localizado ou seu
paradeiro for desconhecido. A jurisprudência exige primeiramente o esgotamento dos
meios de localização pessoal. O esgotamento ocorre no momento do arresto.
Se o executado for localizado, ele será citado e poderá nomear bens à penhora.
Penhora é ato de apreensão de patrimônio sujeito à regra de responsabilidade patrimonial.
O devedor responde por suas dívidas com seu patrimônio.
Nos casos em que o devedor tenta evitar que a regra de responsabilidade recaia
sobre seu patrimônio, está configurada fraude contra credor.
Se o devedor não fizer uma nomeação válida, o credor poderá recusá-la, caso em
que o direito passará para ele, o exeqüente.
Compete ao devedor nomear bens à penhora; não o fazendo, caberá ao credor, que
vai poder invadir o patrimônio do devedor.
“Art. 659..............................................................................
O parágrafo 4.º do respectivo artigo altera a lei para estabelecer que o registro da
penhora não é constitutivo do ato, pois, com efeito, há penhora sem registro. Todavia, é
ônus do exeqüente o registro desta em cartório, mediante apresentação de certidão de
inteiro teor da decisão e independentemente de mandado, para que o exeqüente obtenha a
presunção absoluta de conhecimento por terceiros, da penhora efetivada.
Se sobre o bem penhorado recair garantia real, o credor titular dessa garantia deverá
ser intimado da penhora. Garantia real: hipoteca, penhor, anticrese (sobre a receita, renda).
O credor não hipotecário pode penhorar bem sobre o qual recaia uma hipoteca,
porém deverá intimar o credor hipotecário. Intimado o credor com garantia real, é
dominante na jurisprudência de que ele deverá mover a sua própria execução, sob pena de
se extinguir a garantia, dando margem ao devedor opor embargos de devedor.
• Quando o credor aceita o valor dado pelo devedor no ato de nomeação (requisito
indispensável da nomeação), sob pena de a avaliação ser ineficaz;
• Quando os bens forem de pequeno valor (ou, na hasta pública, forem vendidos
ou não).
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
A hasta pública deve ser precedida, em regra, de publicação de edital (art. 620 do
CPC). Quanto mais patrimônio se obtiver na hasta pública, menos gravosa é a execução
para o devedor, evitando-se que nova penhora aconteça. Então, quanto mais pessoas
estiverem na hasta pública, melhor será para o devedor.
Leilão é para bem móvel e Praça, para bem imóvel. O gênero é hasta pública.
Hasta pública ordinariamente tem duas seções: Na primeira, o bem só poderá ser
alienado pelo valor da avaliação, na segunda, por qualquer valor, desde que não seja por
preço vil que, conforme a jurisprudência, é relativo. Aceita-se em torno de 60% a 70% para
não ser vil, o juiz é quem decidirá.
Na hasta pública, o bem poderá ser arrematado (ato de alienação). Poderá ser
arrematado por uma terceira pessoa, ou pelo próprio credor (oferecendo o valor do seu
crédito para pagamento). Se o credor arremata e o seu crédito é superior ao valor do bem,
ficará com crédito.
Parte da jurisprudência diz que a arrematação pelo credor só pode se dar pelo valor
da avaliação (beneficiando o devedor).
Se o bem não for arrematado por falta de licitante, ele poderá ser adjudicado pelo
credor; a adjudicação é uma figura análoga à dação em pagamento.
Adjudicação: Pelo valor da avaliação. Não havendo licitante, ficará com o credor.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
1. PERÍCIAS
A perícia é um exame realizado por quem tem conhecimento técnico específico. Sua
finalidade é prestar auxílio ao juiz em questões fora de sua área de conhecimento profissional.
A perícia pode ser realizada a qualquer momento, desde o Inquérito Policial até a
execução. Quando realizada no inquérito, a perícia é determinada pela autoridade policial, que
pode determinar a realização de qualquer perícia, exceto a perícia de insanidade mental, que
somente pode ser determinada pelo juiz. O juiz pode determinar a realização de qualquer
perícia. Nos termos do artigo 26, inciso I, alínea “b”, da Lei n. 8.625/93, o promotor pode
requisitar perícia dentro de procedimento presidido por ele, como por exemplo, durante
inquérito civil.
O juiz, ao apreciar o laudo pericial, não é obrigado a acatá-lo, mas, para afastá-lo,
deve fazê-lo fundamentadamente.
As partes não podem interferir na nomeação dos peritos (artigo 276 do Código de
Processo Penal). Não há no Processo Penal a figura do assistente técnico. As partes podem
requerer, particularmente, uma perícia e juntá-la aos autos.
Na perícia realizada por precatória, quem nomeia o perito é o juiz deprecado. Salvo na
Ação Penal Privada em que, havendo acordo entre querelante e querelado, a nomeação será feita
pelo juiz deprecante (artigo 177 do Código de Processo Penal).
• fundamentação (doutrina);
• conclusão (doutrina).
Sempre a perícia deve ser realizada por dois peritos, sob pena de nulidade relativa.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
2. INTERROGATÓRIO
2.1. Introdução
Interrogatório é o ato processual pelo qual o acusado é ouvido pelo juiz sobre a
imputação contra ele formulada. O interrogatório possibilita ao acusado o exercício de
autodefesa.
A autodefesa pode ser renunciada pelo acusado. Constitui-se a autodefesa de: direito
de presença, que é o direito do acusado acompanhar a realização dos atos processuais,
depoimentos das testemunhas; e direito de audiência, que é o direito do acusado ser
ouvido, participando da formação do livre convencimento do juiz. O réu também tem a
garantia constitucional de permanecer calado em seu interrogatório, sem que qualquer
sanção lhe seja aplicada.
O artigo 188 do Código de Processo Penal estabelece o roteiro das perguntas que
devem ser feitas no interrogatório.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
• Ato processual oral. Exceções: para o surdo, as perguntas serão feitas por escrito
e respondidas oralmente; para o mudo as perguntas serão feitas oralmente e
respondidas por escrito; para o surdo-mudo, as perguntas e as respostas serão
feitas por escrito. Se o réu for estrangeiro ou surdo-mudo e analfabeto, será
nomeado um intérprete que funcionará também como curador.
• Ato individual.
• Ato privativo entre juiz e réu. As partes não podem fazer reperguntas. O
defensor poderá, entretanto, zelar pela regularidade formal do processo. Com a
entrada do Novo Código Civil, não se exige mais a presença de curador para o
menor de 21 anos.
O artigo 194 do Código de Processo Penal foi ab-rogado, à semelhança do artigo 15,
pois o acusado maior de 18 e menor de 21 anos não é mais relativamente incapaz, podendo
realizar todos os atos da vida civil, dispensando curador.
3. CONFISSÃO
3.1. Conceito
Confissão é a admissão pelo réu da autoria dos fatos a ele imputados. A confissão
refere-se à autoria do fato. A materialidade do delito não é objeto da confissão. A confissão
feita perante a autoridade judicial configura atenuante genérica nos termos do artigo 65,
inciso III, alínea “d”, do Código Penal. A confissão não é mais considerada a rainha das
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
• Qualificada: quando o réu admite a autoria dos fatos a ele imputados, mas alega
algo em seu benefício, opõe um fato modificativo ou impeditivo, por exemplo:
excludente de antijuridicidade, culpabilidade.
• Implícita: quando o acusado não admite a autoria, mas realiza atos que levam
indiretamente à conclusão de que ele é o autor do delito. Exemplo: quando o
acusado procura ressarcir o ofendido dos prejuízos causados pela infração.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
4. PROVA TESTEMUNHAL
4.1. Conceito
Testemunha é toda pessoa estranha ao processo e eqüidistante das partes, chamada
em Juízo para depor sobre os fatos que caíram sobre seus sentidos.
4.2. Classificação
• direta ou “de visu”: depõe sobre os fatos que presenciou – teve contato direto;
• indireta ou “de audito”: depõe sobre os fatos que tomou conhecimento por
terceiros, que “ouviu dizer”;
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
4.3. Características
• Retrospectividade: depõe sobre fatos passados.
• Depor e dizer a verdade: acerca do que souber e sobre o que lhe for perguntado.
O juiz deverá advertir a testemunha das penas do falso testemunho. A testemunha
não pode se recusar a depor. O cônjuge, o ascendente, o descendente e o irmão do
réu, entretanto, são dispensados de depor, exceto se não for possível, por outro
modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. Eles têm a
obrigação de comparecer, mas não de depor. Se vierem a depor, não prestam
compromisso de dizer a verdade (artigo 208 do Código de Processo Penal).
4.5. Informantes
Informantes são as pessoas que não prestam compromisso de dizer a verdade.
São os menores de 14 anos e os deficientes mentais.
4.6. Contradita
É o meio adequado de se argüir a suspeição ou a inidoneidade da testemunha. O
momento de se contraditar é logo após a qualificação da testemunha. Se contraditada, o
juiz ouve a parte contrária e decide antes de iniciar a oitiva da testemunha. O juiz poderá
ouvi-la como informante.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
4.7. Intimação
Apesar da lei referir-se a intimação, doutrinariamente trata-se de notificação, pois a
testemunha é comunicada sobre a realização de ato futuro.
5. DECLARAÇÕES DO OFENDIDO
Sempre que possível, o juiz deverá ouvir o sujeito passivo da infração (artigo 201 do
Código de Processo Penal).
· Vítima não responde pelo crime de falso testemunho (observação: se der causa a
investigação policial ou a processo judicial, imputando a alguém crime de que o sabe
inocente, responderá pelo crime de denunciação caluniosa).
· Vítima não precisa ser arrolada pelas partes, devendo ser ouvida de ofício pelo juiz.
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MÓDULO XII
DIREITO TRIBUTÁRIO
Auto de Infração
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DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO TRIBUTÁRIO
Auto de Infração
Convém ressaltar a opinião de RUY BARBOSA NOGUEIRA com relação ao auto de infração
e de imposição de multa:
“A legislação do IPI, como a do ICMS e ISS, previram que o agente fiscal pode
impor desde logo, na peça de acusação que é o auto de infração, a multa (passando a
designar essa peça de auto de infração e de imposição de multa), e, se o contribuinte não a
discutir e pagar dentro do prazo assinalado, terá abatimento. Como já salientamos, tais
disposições ferem os princípios de justiça, transformando agentes fiscais em árbitros e
coagindo o contribuinte. Esse não é o ‘processo regular`, não obedece sequer ao princípio
do contraditório, que o CTN assegura ao contribuinte, mesmo nas hipóteses mais delicadas
do seu art. 148. O auto de infração, a representação etc. nada mais são do que atos de
instauração de lançamento de ofício ou de revisão de lançamento: apenas início de
procedimento.”
Prossegue o autor esclarecendo que “de vezes, sob a epígrafe ‘auto de infração’,
deparamo-nos com 2 atos: um de lançamento, exigindo o tributo devido; outro de aplicação
de penalidade, pela circunstância de o sujeito passivo não ter recolhido, em tempo hábil, a
quantia pretendida pela Fazenda. Dá-se a conjunção num único instrumento material,
sugerindo até possibilidades híbridas. Mera aparência. Não deixam de ser duas normas
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DIREITO TRIBUTÁRIO
jurídicas distintas postas por expedientes que, por motivos de comodidade administrativa,
estão reunidos no mesmo suporte físico.
Pela freqüência com que ocorrem essas conjunções, falam, alguns, em “auto de
infração” no sentido largo (dois atos no mesmo instrumento) e “auto de infração” stricto
sensu, para denotar a peça portadora de norma individual e concreta de aplicação de
penalidade a quem cometeu ilícito tributário”.
• ciência ao contribuinte de que deve pagar o tributo, num dado prazo (notificação
do lançamento);
• ciência ao contribuinte de que deve pagar a multa, num dado prazo (notificação
do auto de infração).
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DIREITO TRIBUTÁRIO
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Armas de Fogo
1.1.Inciso I
“Omitir as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou
deficiente mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua
propriedade, exceto para a prática do desporto quando o menor estiver acompanhado do
responsável ou instrutor”.
Cuida-se de crime próprio, já que a conduta deve ser de sujeito com qualidade
especial, ou seja, o crime ora analisado deve ser praticado pelo proprietário ou mero
possuidor da arma de fogo.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A arma de fogo é o objeto material da infração. Embora seja necessário que esteja
apta à realização de disparos, não é imprescindível que ela esteja municiada. O menor de
18 anos ou o deficiente mental poderão fazê-lo facilmente. Aliás, no Ministério Público de
São Paulo, sustenta-se expressamente a desnecessidade: Tese n. 145 (Recursos
Extraordinários e Especiais): O artigo 10 da Lei n. 9.437/97 não exige esteja a arma
municiada (DOE de11.10.00, p.26).
1.2. Inciso II
“Utilizar arma de brinquedo, simulacro de arma capaz de atemorizar outrem, para o
fim de cometer crimes”.
Mas, malgrado a crítica ora feita, as posições que ora veremos procuram, pelo
menos, evitar o bis in idem em matéria penal com o crime de roubo circunstanciado
(inciso I do § 2.° do artigo 157 do código Penal). A primeira posição, pressupõe a validez
da Súmula n. 174 do Superior Tribunal de Justiça: No crime de roubo, a intimidação feita
com arma de brinquedo autoriza o aumento de pena. Para essa primeira corrente,
praticado o crime de roubo com arma de brinquedo, o agente responderá como incurso,
exclusivamente, no artigo 157, § 2.°, inciso I, do Código Penal, que absorverá o crime
previsto na Lei de Armas de Fogo. A segunda posição parte da premissa de que a Súmula
n. 174 deve ser ignorada. Assim, o autor do roubo responderá como incurso no artigo 157,
caput , do Código Penal – porquanto a arma de brinquedo não pode ser equiparada à
arma de fogo para o efeito de circunstanciar o crime de roubo – e no artigo 10, § 1.°,
inciso II, da Lei n. 9.437/97.
Disparar, que constitui o núcleo do tipo, significa atirar, desfechar, descarregar uma
arma de fogo. Referida conduta pode ser praticada por qualquer pessoa, o que nos leva a
concluir que o crime é comum. Acionar munição, por sua vez, significa deflagrá-la,
utilizando o agente de outros meios, excetuado o emprego de arma de fogo (exposição da
munição ao calor, por exemplo). O elemento subjetivo do tipo é o dolo.
alvo; efeito moral sobre pessoal; exercício, manejo; outros efeitos especiais (artigo 3.°,
LXIV).
Elemento espacial do tipo: a conduta deve ser praticada em local habitado, nas suas
adjacências, na via pública ou em direção à via pública.
Tratando-se de local habitado, não importa a quantidade de pessoas que nele resida
ou esteja presente. Mas, tratando-se de um local ermo a ponto de ser considerado
desabitado, não haverá crime.
No que diz respeito à via pública, mesmo situada em local ermo, sempre haverá
infração.
O que acima foi dito não exclui a possibilidade de ser imputado ao agente outros
comportamentos consumados anteriormente (exemplo: aquisição, guarda ou ocultação
ilegais de armas de fogo, aplicando-se o concurso material).
competência da Justiça Comum Estadual. Logo, a partir de janeiro de 2002, a vigorar esse
entendimento, os crimes previstos no artigo 10, caput e § 1.° serão da competência dos
Juizados Especiais Criminais. Observe-se, no entanto, a orientação adotada pelo Ministério
Público de São Paulo, consubstanciada no Entendimento Uniforme n. 8 da Terceira
Procuradoria de Justiça, no sentido de que a Lei n. 10.259/01 não deve ser aplicada no
âmbito da Justiça Estadual. O fundamento é de que “estaria o Poder Judiciário apenas
autorizado a declarar a inconstitucionalidade da lei nova atuando como legislador negativo,
proibida sua atuação como legislador positivo, pena de estender, por via jurisdicional, o
conceito de crime de menor potencial ofensivo a hipóteses não contempladas pelo novo
texto legal, o que representaria usurpação da competência constitucional do Poder
Legislativo.”
Podemos dizer, de um modo geral, que são de uso restrito as armas automáticas, os
revólveres ou pistolas semi-automáticas (cujo calibre é superior a .380 mm), os fuzis e os
acessórios que permitam potencializar o uso da arma de fogo ou dificultar sua localização
(equipamentos para visão noturna, silenciadores de tiro, quebra-chamas), as armas
dissimuladas, as armas de fogo de alma lisa, de calibre superior ao doze etc. Em alguns
casos, só a perícia poderá indicar se a arma de fogo é de uso restrito.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
3.1. Inciso I
“Suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma
de fogo ou artefato”.
3.2. Inciso II
“Modificar as características da arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a
arma de fogo de uso proibido ou restrito”.
Como salienta FERNANDO CAPEZ, a lei incriminou o que deveriam ser atos
preparatórios. No entanto, no momento em que o agente procede às alterações das
características, passa a possuir arma de fogo de uso restrito, incorrendo na primeira
conduta do artigo 10, caput (“possuir”), impondo-se-lhe a qualificadora do § 2.º. A
primeira conduta – inciso II do § 3.º – ficará absorvida por força do princípio da
consunção, como meio necessário impunível. Na prática, o dispositivo terá rara aplicação.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
O novo dispositivo traz dois núcleos do tipo que se encontram no artigo 253 do
Código Penal, ou seja, fabricar e possuir. Tanto o inciso III, ora estudado, quanto o artigo
253 do Código Penal referem-se a um mesmo objeto material: explosivo. Concluímos,
então, que possuir ou fabricar engenho ou artefato explosivo são condutas que doravante
serão tipificadas no inciso III do § 3.° do artigo 10 da Lei n. 9.437/97. O mesmo ocorrerá
com os comportamentos de fornecer, adquirir e transportar, porquanto para praticá-los é
necessário deter o explosivo. Observe o quadro abaixo, referente ao supracitado objeto
material:
Explosivo
Fabricar Fabricar
Possuir Possuir
Adquirir Empregar
Transportar
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Objetos Materiais
Gás asfixiante
Atenção: Tanto o artigo 253 do Código Penal quanto o inciso III do § 3.º do artigo
10 da Lei de Armas são crimes de perigo. Assim, se ocorrer efetiva explosão, que ponha
em risco a vida ou o patrimônio de outrem, aplicaremos o artigo 250 ou 251 do Código
Penal.
Exige-se prova da potencialidade lesiva dos artefatos, o que se fará por perícia.
3.4. Inciso IV
Possuir condenação anterior por crime contra a pessoa, contra o patrimônio e por
tráfico ilícito de entorpecente e drogas afins.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Exige-se, todavia, que o crime praticado esteja relacionado com a função pública
por ele exercida. Cumpre destacar entendimento diverso, defendido pelo Prof. Fernando
Capez, no sentido de que “não é imprescindível que o crime seja praticado no exercício da
função pública ou de algum modo relacionado com esta”.7
7
CAPEZ, Fernando. Arma de Fogo: Comentários à Lei n. 9.437, de 20-2-1997. São Paulo: Saraiva, 1997
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PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL
Sentença
Diz a autora que, no dia 15 de julho de 1999, o veículo de sua propriedade, a saber,
um Gol MI, cor branca, ano 1997, placas DBO 1667, conduzido por Álvaro da Costa,
transitava pela Rodovia Anhanguera, km 124, município de Somália, quando veio a
atropelar um animal canino de cor marrom, que atravessava o fluxo de veículos no sentido
canteiro central – acostamento, causando danos em seu veículo no montante de R$
2.117,28.
SENTENCIE.
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PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL
Nome
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PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL
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PRÁTICA DE PROCESSO PENAL
Coincidência e Hambúrgueres
Art. 10 da Verifique os núcleos do caput do art. 10, inserindo aqueles que foram
Lei n. praticados pelos indiciados.
9.437/97
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PRÁTICA DE PROCESSO PENAL
“Dois assaltantes, um deles acusado de ser o líder de uma quadrilha que já realizou
vários assaltos a joalherias e bancos em São Paulo, foram presos dentro do Shopping
Iguatemi, na zona sul da cidade, na manhã de ontem (1.º de agosto de 2000). Outros dois
ladrões estão foragidos. A prisão ocorreu depois de uma coincidência. O motorista de uma
das vítimas dos ladrões, que teve uma Cherokee roubada na noite anterior, reconheceu o
veículo do patrão parado no estacionamento do local. Imediatamente, avisou a segurança
do shopping, que chamou a polícia. Ao abrirem o carro, os policiais encontraram três fuzis:
dois AR-15, americanos, e um Fal 7.62, de fabricação belga; uma pistola semi-automática,
calibre 45, e um alicate de pressão, além de muita munição. Pelo forte armamento,
acredita-se que os assaltantes iriam roubar uma joalheria ou um carro-forte que estava no
estacionamento do shopping, afirmou o delegado do Grupo Armado de Repressão a
Roubos e Assaltos (GARRA) ... Por meio do circuito interno de segurança do shopping, a
polícia conseguiu localizar os assaltantes andando no segundo pavimento. Próximo ao
McDonald’s, foi preso Roberval Taylor, de 33 anos, fugitivo da prisão e condenado a 20
anos por roubo. Ele estava na companhia de um homem identificado como Moacir Xisto,
de 21 anos. No momento, nenhum dos dois estava armado. O armamento estava dentro do
carro....”
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PRÁTICA DE PROCESSO PENAL
Nome
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PRÁTICA DE PROCESSO PENAL
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EXERCÍCIOS
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ADMINISTRATIVO
1
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2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CIVIL
1. O que é venda "ad corpus" e venda "ad mensuram" ? Qual a diferença entre elas?
________________________________________________________________________
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
3. O que é a venda com reserva de domínio? Qual o seu efeito em face ao inadimplemento
do comprador?
________________________________________________________________________
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
3
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO COMERCIAL
3. Qual documento deve apresentar o credor para requerer a falência, com base no artigo
2.º, inciso I, da Lei das Falências?
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CONSTITUCIONAL
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
3. Quais são as faltas cometidas pelo empregado consideradas como justa causa para a
rescisão do contrato de trabalho?
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
4. Quais as faltas cometidas pelo empregador, consideradas graves e que constituem justa
causa?
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
5. Como é feita a divulgação pela União dos montantes de cada tributo arrecadado?
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ELEITORAL
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
4. O que é necessário para um partido político ter seu estatuto registrado junto ao TSE?
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO INTERNACIONAL
1. Qual a posição do Supremo Tribunal Federal quanto aos Tratados e à vigência interna
dos mesmos?
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PENAL
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
3. Que vem a ser delação à confissão? Qual a sua importância quando feita a confissão?
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO TRIBUTÁRIO
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITOS HUMANOS
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1. Quantos núcleos foram inseridos pelo legislador no caput do art. 10? O que você
entende por crime de ação múltipla? Quando dois ou mais comportamentos previstos
no caput do art. 10 configurarão um único crime?
2. Qual é o objeto material do art. 10, caput? Exige-se perícia desse objeto? Por quê?
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
4. Porte de duas armas de fogo, sendo uma delas de uso restrito , sem autorização e num
mesmo contexto fático. Dê a classificação jurídico-penal e justifique-a.
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
MEDICINA LEGAL
1. O que é debilidade?
2. Em relação aos órgãos múltiplos, a lesão que afeta apenas um dos órgãos é considerada
grave ou gravíssima?
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
ATENÇÃO
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XII
GABARITO
Exercícios Objetivos – Módulo XI
CURSO ANUAL – OPÇÃO 3
1 2 3 4 5
D. Administrativo E B B D A
D. Civil B E A C C
D. Comercial A C D A D
D. Constitucional D B A B D
D. do Trabalho C C D B C
D. Econ. e Financeiro D D B C A
D. Eleitoral A A C D A
D. Internacional C B D A B
D. Penal C D A B C
D. Previdenciário E D B C A
D. Proc. Civil A A C D C
D. Proc. Penal D A D D B
D. Tributário C C C D C
D. Humanos A A D B B
Leg. Penal Esp. C B C A B
Medicina Legal C B B D B
Tutela A C D C C
3
___________________________________________________________________
MÓDULO XII
PROVÃO
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
DIREITO ADMINISTRATIVO
1
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
c) concorrência;
d) em nenhuma das alternativas anteriores.
2
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
10. (Conc. Proc. do Estado): Acerca da extinção dos atos administrativos, é incorreto
dizer:
a)atos administrativos ineficazes admitem revogação;
b)atos administrativos ineficazes não podem ser anulados;
c)atos administrativos ilegítimos podem ser anulados tanto pela Administração Pública,
quanto pelo Poder Judiciário;
d)atos administrativos nulos jamais podem ser convalidados.
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
DIREITO CIVIL
1. (Conc. Del. Pol./SP/99): A lei nova que estabeleça disposições gerais ou especiais a
par das já existentes:
a) modifica a lei anterior;
b) revoga a lei anterior;
c) não revoga nem modifica a lei anterior;
d) ab-roga a lei anterior.
2. (XLII Conc. MP/RS): "A” e "B", após namorarem durante cinco meses, resolvem
contrair casamento, fazendo-o perante autoridade competente. Passados seis
meses da cerimônia, "A” começa a apresentar um desvio de comportamento,
revelando-se portador de esquizofrenia. Diante disso, "B", provando que contraiu
o casamento sem o conhecimento prévio da doença, deduz em face de “A"
pretensão de direito material buscando invalidar o matrimônio. Isto posto, é
correto afirmar-se que:
a) o casamento é nulo por erro essencial quanto à pessoa;
b) o casamento é existente e eficaz, porque celebrado perante autoridade competente e por
pessoas capazes que manifestaram livre consentimento ao ensejo da celebração e,
portanto, não pode ser invalidado, restando somente possibilidade de dedução de
pretensão de direito material à dissolução da sociedade conjugal por violação a dever do
matrimônio;
c) o casamento é anulável;
d) o casamento não é passível de ser invalidado, porque aquele que aceita contrair
matrimônio após tão somente cinco meses de namoro é imprudente, estando inibido de
promover pedido fundado em erro essencial quanto à pessoa;
e) nenhuma das alternativas anteriores está correta.
1
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
2
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
8. (39.º Conc. Mag./MG): Roderico arredou sua cerca alguns metros para dentro das
terras de Tróilo. Passados alguns meses, este, por suas próprias mãos, voltou com a
cerca para seu lugar de origem. Roderico, imediatamente, propôs ação de
reintegração de posse contra Tróilo. Pode-se asseverar, diante do quadro que:
a) Roderico será vitorioso, uma vez que já não cabia a autodefesa da posse;
b) Tróilo será vitorioso, se lançar mão do caráter dúplice da possessória;
c) Tróilo será vitorioso, uma vez que prove ser o verdadeiro dono da faixa invadida;
d) Roderico será vitorioso, se provar que comprara o imóvel com a cerca;
e) Tróilo será vitorioso, uma vez que a ação proposta deveria ter sido a reivindicatória.
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
10. (Conc. Del. Pol./SP/98): Os bens móveis, cujo uso importa a destruição imediata de
sua própria substância, são denominados:
a) indivisíveis;
b) consumíveis;
c) fungíveis;
d) singulares.
4
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
DIREITO COMERCIAL
2
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
d)os sócios respondem solidariamente, mas sempre dentro dos limites e na proporção de
suas respectivas contribuições para os fundos sociais.
10. (173.º Conc. Mag./SP): De acordo com a lei de falências, qual das seguintes
afirmações é incorreta?
a)Não produz efeito relativamente à massa falida, o pagamento de dívidas não vencidas,
realizado pelo devedor dentro do termo legal da falência;
b)São revogáveis relativamente à massa falida, todos os atos praticados com intenção de
prejudicar credores, independentemente de prova da fraude do devedor e do terceiro que
com ele contratar;
c)Se o síndico da falência não propuser a ação revocatória no prazo legal, qualquer credor
poderá propô-la;
d)O pagamento de dívidas vencidas e exigíveis, realizado dentro do termo legal da falência
por qualquer modo que não seja o previsto no contrato, é ineficaz em relação à massa
falida.
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
DIREITO CONSTITUCIONAL
1
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
5. O art. 5º da Constituição afirma que todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
à propriedade. Assim, é correto afirmar:
a) o regime jurídico das liberdades públicas protege tanto as pessoas naturais, quanto as
pessoas jurídicas;
b) a garantia de igualdade não significa que todos tenham igual acesso aos remédios
constitucionais, pois o estrangeiro não pode impetrar mandado de segurança, já que não
é cidadão brasileiro;
c) não há diferença entre direitos e garantias individuais;
d) ao estrangeiro não residente no Brasil, mas em trânsito, nenhum direito constitucional é
garantido.
e) a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade
significa que esses bens não poderão ser restringidos ou afetados sob nenhum aspecto.
2
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
1
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
b) 90 dias após o final do mandato, caso seja eleito, inclusive como suplente, salvo se
cometer falta grave, devidamente apurada nos termos da Consolidação das Leis do
Trabalho;
c) 1 ano após o final do mandato, caso seja eleito, inclusive como suplente, salvo se
cometer falta grave, devidamente apurada nos termos da Consolidação das Leis do
Trabalho;
d) 45 dias após o final do mandato, caso seja eleito, inclusive como suplente, salvo se
cometer falta grave, devidamente apurada nos termos da Consolidação das Leis do
Trabalho.
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
1. (Conc. Proc. Faz. Nac.): A lei orçamentária anual, de acordo com previsão
constitucional, deverá conter:
a) plano plurianual;
b) as diretrizes orçamentárias;
c) o orçamento fiscal, de investimento e da seguridade social relativos à União, órgãos e
entidades da área;
d) o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e orçamentos fiscal, de investimento e da
seguridade social da União e das entidades afins;
e) o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais.
2. (Conc. Proc. Faz. Nac.): A Lei n. 4.320/64 estabelece as normas gerais de Direito
Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos
Estados, dos Municípios e dos Distrito Federal. São normas gerais:
a) diretrizes, vetores para outras normas;
b) normas federais;
c) normas aplicáveis somente à União;
d) normas de planejamento;
e) normas de controle orçamentário.
e) a norma federal superveniente suspende a eficácia da norma estadual, no que lhe for
contrário.
4. (Conc. Proc. Faz. Nac.): A dívida contratada por curto prazo , para satisfazer
necessidades momentâneas do Tesouro, é:
a) dívida fundada;
b) dívida ativa;
c) dívida consolidada;
d) dívida diferida;
e) dívida flutuante.
2
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
8. (Conc. Proc. Faz. Nac.): Estabelece a Constituição Federal que “no âmbito da
legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas
gerais” e, “inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência plena, para atender as suas peculiaridades”: vindo lei federal sobre
normas gerais de caráter orçamentário fica revogada a lei estadual da mesma
natureza?
a) apenas no que lhe for contrário;
b) apenas na parte suplementar;
c) coexiste com lei estadual, no que não lhe for contrário;
d) suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário;
e) aplicar-se-á a lei federal apenas aos órgãos federais.
10. (Conc. Proc. Faz. Nac.): Dispor sobre limites globais e condições para as operações
de crédito externo e interno da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal é competência privativa do (da):
a) Senado federal;
b) Congresso Nacional;
c) Câmara dos Deputados;
d) Tribunal de Contas da União;
e) Conselho Monetário Nacional.
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
DIREITO ELEITORAL
1
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
e) convenções partidárias;
f) apreciar e julgar a prestação de contas relativas a campanhas eleitorais, apresentada por
órgãos públicas.
2
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
4
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
DIREITO INTERNACIONAL
1
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
5. (Conc. Juiz Fed. 3ª Reg.): A Corte Internacional de Justiça, órgão da ONU, tem
sede em:
a) Genebra (Suiça);
b) Haia (Holanda);
c) Nova York (EUA);
d) Viena (Áustria).
6. (Conc. Juiz Trab. 23ª Reg.): Podem ser consideradas fontes do Direito
Internacional ou mais precisamente os elementos aplicáveis em decisões proferidas
pela Corte Internacional de Justiça:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo de direito;
c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d) todas estão corretas.
7. (Conc. Juiz Fed. 3ª Reg.): Para garantir a eficácia das normas de proteção aos
direitos humanos pactuados em Tratado Internacional, no âmbito dos países
membros da Organização dos Estados Americanos – OEA, é competente:
2
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
8. (Conc. Juiz Fed. 5ª Reg.): Um tratado internacional passa a ser vigente no Brasil e
pode ser aplicado pelo Juiz, SOMENTE após sua:
a) ratificação pelo Senado Federal;
b) ratificação pelo Congresso Nacional;
c) ratificação internacional pelo Presidente da República;
d) aprovação pelo Congresso Nacional, por um Decreto Legislativo;
e) promulgação pelo Presidente da República.
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
DIREITO PENAL
3. (Conc. Del. Pol./SP/98): São elementos do crime culposo, sem os quais haverá fato
atípico:
a) descumprimento de dever de cuidado, previsibilidade objetiva e resultado involuntário;
b) conduta voluntária, previsibilidade subjetiva e descumprimento do dever de cuidado;
c) conduta e resultado voluntários, previsibilidade subjetiva e tipicidade;
d) negligência, imperícia e imprudência, conduta involuntária e nexo causal.
2
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
9. (Conc. XLII - MP/RS): “A”, ao tentar abrir, por equívoco, porta de carro alheio,
supondo ser o seu, muito semelhante, foi violentamente atacado por "B”, o
proprietário do veículo, o qual supôs estar sendo vítima de furto. "B",
defendendo-se da acusação de lesões corporais, alegou legítima defesa putativa, a
qual teria, no caso, as seguintes características:
a) era um erro de tipo permissivo, o qual, de conformidade com a teoria limitada da
culpabilidade, implicava a exclusão ou a atenuação da culpabilidade dolosa;
b) um erro de permissão ou erro de proibição indireta, cuja conseqüência era a exclusão do
dolo e da culpa;
c) foi erro de tipo incriminador, impedindo o fato típico doloso;
d) era um erro de tipo permissivo, excluindo, segundo nosso ordenamento jurídico, a
culpabilidade dolosa;
e) a culpabilidade culposa ou negligente também restou excluída com o reconhecimento
do erro de permissão, a exemplo do que aconteceu com o dolo.
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
4
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
1
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
2
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
10. (10.º Conc. Juiz Federal): Para efeito de contagem de tempo de serviço, é
incorreto afirmar que:
a) é vedada a contagem, de tempo de serviço público com o de atividade privada, quando
concomitantes;
b) para efeito dos benefícios previstos no regime geral de Previdência Social ou no serviço
público é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na atividade
privada, rural e urbana, e do tempo de contribuição ou de serviço na administração
pública, hipótese em que os diferentes sistemas de previdência social se compensarão
financeiramente;
c) não será contado por um sistema o tempo de serviço utilizado para concessão de
aposentadoria pelo outro;
d) o tempo de serviço militar, bem como aquele em que o segurado esteve em gozo de
auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez não podem ser computados para efeito
de contagem de tempo de serviço, visando à obtenção de aposentadoria por tempo de
serviço.
4
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
3. (39.º Conc. MP/MG): Quando o autor deixar de promover os atos e diligências que
lhe competir, por mais de trinta dias, o Juiz deverá, nos termos legais:
a) extinguir, imediatamente, o processo sem o julgamento do mérito;
b) ordenar a intimação pessoal da parte para suprir a falta em quarenta e oito horas;
c) ouvir a parte contrária;
d) suspender o processo;
1
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
e) determinar o arquivamento provisório dos autos até o autor dar andamento ao feito,
promovendo os atos e diligências que lhe competir.
6. (38.º Conc. MP/MG): Ainda que não resulte de norma expressa, a jurisdição é
informada por certos princípios, universalmente aceitos e reconhecidos, que
servem para esclarecer e desenvolver o seu conceito. Tendo em mente esses
conceitos, é incorreto afirmar que:
a) aquele que, a pretexto de exercer a jurisdição, pratica ato próprio da atividade
jurisdicional, sem a observância do princípio da investidura, comete, em tese, o crime
de usurpação de função pública;
b) onde não impera a lei, não há lugar para o exercício da função jurisdicional;
c) respaldado no princípio do juiz natural, o legislador constitucional não permitiu os
chamados juízos e tribunais de exceção, criados para o julgamento de determinadas
pessoas ou de crimes de determinada natureza;
d) o princípio da indeclinabilidade decorre de postulado constitucional, que prescreve: "a
lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito";
2
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
e) nem mesmo em casos raros e específicos, a lei institui certas exceções ao princípio da
inércia dos órgãos jurisdicionais.
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
4
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
1. (Conc. Del. Pol./SP/99): Nos crimes de ação penal de iniciativa privada, o inquérito
policial será iniciado:
a) de ofício, pela autoridade policial;
b) mediante representação do ofendido ou de seu representante legal;
c) mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público;
d) mediante requerimento do ofendido ou de quem tenha capacidade para representá-lo.
1
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
e) a distribuição.
6. (Conc. Del. Pol./SP/98): São dentre outros, princípios que regem as provas:
a) da identidade física do juiz e do livre convencimento motivado;
b) do estado de inocência e da oficialidade;
c) da auto-responsabilidade das partes e da aquisição ou comunhão;
d) da concentração e da oportunidade regrada.
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
4
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
DIREITO TRIBUTÁRIO
1
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
a) acontece naqueles tributos em que a legislação tributária impõe ao Fisco todo o labor da
constituição do crédito tributário;
b) somente estará completado se a Administração permanecer omissa no prazo de cinco
anos contados do primeiro dia do exercício seguinte ao da realização do fato gerador;
c) exige que o Fisco homologue expressa ou tacitamente os pagamentos antecipados
realizados pelo próprio contribuinte sem qualquer participação estatal;
d) suspende a exigibilidade do crédito tributário.
2
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
DIREITOS HUMANOS
3. (Conc. Del. Pol./SP/98): No que pertine à evolução histórica dos direitos humanos,
é correto afirmar que a primeira Constituição brasileira a contemplar os direitos
humanos fundamentais foi a:
a) Constituição de 1937;
b) Constituição de 1891;
c) Constituição de 1946;
d) Constituição de 1824.
1
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
6. (Conc. Del. Pol./SP/98): São dentre outras, características dos direitos humanos
fundamentais:
a) a irrenunciabilidade, a universalidade e a proporcionalidade.
b) a complementaridade, a previsibilidade e a efetividade.
c) a inalienabilidade, a imprescritibilidade e a irrenunciabilidade.
d) a dependência, a oficialidade e a historicidade.
9. (Conc. Del. Pol./SP/99): Quem presidiu a Comissão das Nações Unidas responsável
pela redação final da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948?
a) Winston Churchill;
b) Eleanor Roosevelt;
c) Charles De Gaulle;
d) Mohandas K. Gandhi.
10. (Conc. Del. Pol./SP/98): Dentre as ações internacionais intentadas contra o Estado
Brasileiro perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos podemos
destacar:
a) o caso referente à violação dos direitos das populações indígenas no Brasil,
especialmente perpetrada contra a comunidade Yanomani;
b) o caso da morte, por policiais, de cento e onze presos, na Casa de Detenção (conhecida
como “Presídio do Carandiru”), no Município de São Paulo;
c) os casos de violência rural no Estado do Pará, com registros de assassinatos e agressões
vitimando trabalhadores rurais;
d) todas as assertivas acima estão corretas.
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
1
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
4. Qual o sistema utilizado pelo legislador para a definição dos crimes hediondos:
a) judicial;
b) legal
c) misto
d) n.d.a.
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
MEDICINA LEGAL
1. (Conc. Del. Pol./SP/99): Em acidentes por choque elétrico, a vítima pode morrer
por asfixia, devido à contração tetânica dos músculos torácicos, que realizam os
movimentos respiratórios. A asfixia, no caso, é provocado por:
a) confinamento;
b) constrição das vias aéreas;
c) sufocação direta;
d) sufocação indireta.
1
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
6. (Conc. Del. Pol./SP/99): No que tange aos laudos e atestados médicos, podemos
afirmar que:
a) são equivalentes.
b) tratam das mesmas questões.
c) cada um deles trata de questões específicas.
d) o laudo tem valor jurídico maior que o atestado.
9. (Conc. Del. Pol./SP/00): Noticiou-se, há tempos, que certo lutador de boxe, durante
uma contenda, mutilou uma orelha do adversário com uma dentada. Ao exame,
um médico legista reconheceria, no órgão ofendido, uma ferida:
a) incisa;
b) corto-contusa;
c) cortante;
2
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
d) pérfuro-cortante.
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
PROVÃO
Aluno(a):
1
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
2
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
3
__________________________________________________________________________ MÓDULO XII
10.(173.º Conc. Mag/SP): Quando o produto durável é fornecido com identificação clara
do seu fabricante, produtor, construtor ou importador, as pessoas solidariamente
responsáveis pelos danos causados ao consumidor, pelo fato do produto, são:
a) o fabricante, o comerciante e o construtor nacional;
b) o fabricante, o comerciante e o importador;
c) o fabricante, o importador e o construtor;
d) o importador, o construtor e o comerciante.