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MÓDULO XXI
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
Direito Econômico e Financeiro
Direito Eleitoral
Direito Internacional
Direito Previdenciário
Direitos Humanos
Medicina Legal
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MÓDULO XXI
DIREITO ADMINISTRATIVO
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DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVO
1.2. Definição
O art. 524 do Código Civil estabelece que propriedade é o direito de usar, gozar,
usufruir e dispor de um determinado bem, e de reavê-lo, de quem quer que injustamente o
esteja possuindo.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
• Propriedade urbana – art. 182, § 2.º, da CF: a propriedade urbana cumpre sua
função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor – plano diretor (art. 182, § 1.º, da CF) é o
documento legal que estipulará as regras para o desenvolvimento ordenado de
uma sociedade, de uma cidade. O plano diretor deverá conter: demarcação de
zona de proibição de construção; zona de indústria; zona de residência; zona
comercial; zona de tombamento e outras situações.
1.4.1. Requisição
Requisição é meio de intervenção na propriedade, que traz restrições ao direito de
uso, diante da hipótese de iminente perigo público (exemplos: inundação, incêndio,
sonegação de gêneros de primeira necessidade, conflito armado, comoção intestina).
É disciplinada pelo art. 5.º, inc. XXV, da Constituição Federal: no caso de iminente
perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
A ocupação gera indenização, caso exista prejuízo decorrente do uso do bem pela
Administração Pública.
bem-estar social. Assim, por exemplo, para a construção de um prédio, será necessário
respeitar determinada altura, em obediência à lei de zoneamento. São preceitos de ordem
pública, por isso impostos de forma unilateral e imperativa. Deverão, contudo,
corresponder às justas exigências do interesse público.
O direito subjetivo entre vizinhos, nas limitações administrativas, é assunto que vem
causando profundas divergências nos tribunais. Há julgados que negam ação ao vizinho
para exigir de seu confinante o atendimento das limitações.
É entendimento de Hely Lopes Meirelles1 que, “no direito de construir, por expressa
determinação do Código Civil, as normas de vizinhança são sempre complementadas pelas
limitações administrativas ordenadoras da construção e assecuratórias da funcionalidade
urbana”.
1.4.4. Servidão
A servidão é meio de intervenção na propriedade particular, que estabelece restrição
quanto ao uso, por intermédio de imposição específica, concreta e onerosa, visando
possibilitar a realização de obras e serviços públicos; por exemplo: obrigação, imposta a
determinada propriedade privada, de suportar a passagem de fios de energia elétrica –
imóveis particulares onerados como serventia pública.
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Direito Administrativo Brasileiro: Limitação Administrativa. 26.ª ed. São Paulo: Malheiros , 2001. p. 596.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
1.4.5. Tombamento
O tombamento é o meio de intervenção na propriedade que faz restrições quanto ao
uso, justificando-se nas hipóteses de proteção ao patrimônio artístico, cultural e científico,
de coisas ou locais que devam ser preservados (art. 216, § 1.º, da CF).
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DIREITO CIVIL
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DIREITO CIVIL
DIREITO CIVIL
Sucessão é a transmissão dos bens de uma pessoa para outra, podendo ser inter
vivos ou causa mortis.
O Princípio da Saisine foi acolhido no artigo 1.784 do Código Civil (Le mort saisit
le vif – A morte transfere a posse ao vivo).
O herdeiro que sobrevive ao de cujus, ainda que por apenas um instante, recebe a
herança e a transmite aos seus sucessores, mesmo se morrer no momento seguinte.
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DIREITO CIVIL
2. SUCESSÃO HEREDITÁRIA
2.1. Conceito
A sucessão hereditária consiste na transmissão de bens de uma pessoa, em razão de
morte, aos sucessores previstos na lei ou nomeados em testamento.
Quando se fala em pessoa que vem a falecer, está se falando da pessoa natural (ser
humano), que tenha nascido com vida, e não da pessoa jurídica. A morte da pessoa natural
acarreta a abertura da sucessão, que também pode decorrer da ausência; essa, entretanto,
num primeiro momento, faz surgir a abertura da sucessão provisória, para, depois de
transcorrido o lapso legal, consolidar a sucessão definitiva.
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DIREITO CIVIL
• Herança é o conjunto de bens, direitos e obrigações deixados por uma pessoa aos
seus sucessores (sentido genérico).
b) Sucessão testamentária
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DIREITO CIVIL
2.3. Sucessores
Também chamados herdeiros e legatários, verdadeiras espécies do gênero sucessor,
são os beneficiários da herança, tanto por sucessão legítima quanto por sucessão
testamentária, seja a título universal ou singular.
Se o bem deixado ao legatário for infungível, ele adquire seu domínio desde logo; se
fungível, somente após a partilha. Quanto à posse, ele pode requerer aos herdeiros
instituídos quando da abertura da sucessão, mas esses não são obrigados a entregar antes de
se certificarem de que o espólio é solvente.
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DIREITO CIVIL
3. TRANSMISSÃO DA HERANÇA
A transmissão da herança ocorre no momento da abertura da sucessão (princípio da
saisine). Logo após a morte do de cujus, os herdeiros entram na posse dos bens – o
inventário e a partilha servem somente para formalizar a transmissão dos bens, atendendo
ao princípio da continuidade registral. Com relação a alguns bens, não há necessidade de
inventário e partilha.
Com a morte do titular dos bens, portanto, os herdeiros passam ao domínio e à posse
dos bens. A posse direta cabe ao administrador provisório (artigo 985 do Código de
Processo Civil) até que o inventariante preste o compromisso (artigo 940, parágrafo único,
do Código de Processo Civil).
O inventário deve ser feito no foro do domicílio do autor da herança, ainda que o
óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, será
considerado o local da situação dos bens; e se além da falta de domicílio, o de cujus
possuía bens em lugares diferentes, será considerado o lugar do óbito (artigo 96 do Código
de Processo Civil).
A capacidade para suceder regula-se pela lei vigente à data da abertura da sucessão
(artigo 1.787 do Código Civil). São capazes, para suceder, as pessoas previstas na lei ou no
testamento, podendo ser pessoa natural ou jurídica.
Os direitos do nascituro estão assegurados nos artigos 2.º e 1.798 do Código Civil,
que o tornam capaz para suceder. À prole eventual (futuro filho de alguém denominado
pelo testador) é garantido o direito de sucessão (artigo 1.799, inciso I, do Código Civil).
A comoriência, de acordo com o artigo 8.º do Código Civil, ocorre quando dois ou
mais indivíduos falecem na mesma ocasião, sem que seja possível determinar se um
precedeu ao outro. Nesse caso, não herdam entre si, e sim cada qual transmite sua herança
aos seus sucessores.
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DIREITO CIVIL
É indivisível, pois não se pode aceitar a herança em parte; o mesmo cabendo ser
dito com relação à renúncia. Mas, se testado ao herdeiro um legado, é possível a aceitação
desse e a renúncia da herança, e vice-versa (artigo 1.808, § 1.º, do Código Civil).
Por fim, ressalte-se que o eminente Des. Carlos Roberto Gonçalves, em sua obra,
determina ser a aceitação negócio jurídico “não-receptício”, porque independe de
comunicação a outrem para a produção dos seus efeitos.
A aceitação pode ser retratada, desde que não prejudique os direitos dos credores.
O herdeiro não responde pelas dívidas do morto, que superem a força da herança.
Em razão desta disposição, inserida inclusive no texto constitucional, extinguiu-se a
denominada aceitação a benefício do inventário, uma vez que, legalmente, hoje todas as
heranças aceitas não implicam prejuízos maiores que o valor os bens recebidos pelos
herdeiros.
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DIREITO CIVIL
A renúncia deve ser expressa e solene. Faz-se por escritura pública ou por termo nos
autos, não se admitindo renúncia tácita. A renúncia, ainda, não pode ser condicional,
parcial ou a termo. É possível, todavia, renúncia da herança e aceitação do legado, ou vice-
versa; entretanto, numa ou noutra situação, deve ser feita na totalidade da herança ou do
legado.
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DIREITO CIVIL
O direito à sucessão aberta é considerado bem imóvel (artigo 80, inciso II, do
Código Civil), independentemente dos bens que componham a herança.
O herdeiro só poderá renunciar se o seu ato não prejudicar eventuais credores. Não
produz efeitos a renúncia à herança, feita até dois anos antes da decretação da quebra
(artigo 52, inciso I, do Decreto-lei n. 7.661/45).
A renúncia deve ser expressa, feita por escritura pública ou termo nos autos. A
renúncia imprópria também é chamada translativa ou in favorem.
Incide o imposto causa mortis (40% ao Incide o imposto causa mortis e o ITBI
Estado sobre bens imóveis) (esse somente sobre bens imóveis)
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DIREITO CIVIL
5. HERANÇA JACENTE
De acordo com os artigo 1.819 e seguintes, herança jacente é aquela para a qual não
aparecem herdeiros, sejam legítimos ou testamentários, ou, ainda que existentes, são
excluídos da herança (deserdação, indignidade).
6. SUCESSÃO DO AUSENTE
6.1. Conceito
De acordo com o Código Civil, o ausente é pessoa que está em local incerto e não
sabido, não tendo deixado procurador para administrar os seus bens. A proteção do ausente
tem caráter patrimonial, não objetivando resguardar sua pessoa.
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DIREITO CIVIL
O curador deve ser remunerado com base em porcentagem da renda líquida anual do
ausente, não podendo superar 10%. O curador responde pelos prejuízos causados, por ação
ou omissão, culposa ou dolosa.
Após um ano da publicação do 1.º edital, sem que o ausente tenha se manifestado,
poderão os interessados requerer a abertura da sucessão provisória, com a citação pessoal
dos herdeiros presentes e do curador e, por editais, a dos ausentes, para oferecerem artigos
de habilitação.
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DIREITO CIVIL
Para Carvalho Santos, todavia, não é possível a cessão de quinhão hereditário após a
abertura de sucessão provisória.
Caso um dos sucessores, na defesa de seus interesses, litigue contra o ausente, o juiz
deverá providenciar a nomeação de curador especial para defender os interesses desse
último.
Resumindo:
• os herdeiros podem intentar ações próprias contra terceiros, inclusive no que diz
respeito a doações inoficiosas do ausente em vida;
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DIREITO CIVIL
De acordo com o artigo 484 do Código Civil de 1916, se o cônjuge do ausente tiver
falecido ou for impedido de exercer o pátrio poder, os filhos serão considerados como se
órfãos fossem, ficando sob tutela.
7. REPRESENTAÇÃO
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DIREITO COMERCIAL
Contratos – Parte Geral
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DIREITO COMERCIAL
DIREITO COMERCIAL
1. TEORIA GERAL
A pacta sunt servanda, também conhecida como princípio da força obrigatória dos
contratos, reflete a máxima de que o contrato faz lei entre as partes contratantes; uma vez
firmado, todas as obrigações assumidas no contrato são de cumprimento obrigatório,
sujeitando-se, em caso de inadimplemento, às penalidades da lei ou do próprio contrato,
sem prejuízo da possibilidade do cumprimento coercitivo.
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DIREITO COMERCIAL
Importante se faz compreender que, além das alterações trazidas pelo novo Código
Civil, a grande responsável pela autonomia conferida às partes no momento da contratação
é a legislação consumerista, a qual, ao tutelar aqueles que celebram contratos em situação
de desigualdade, abriu espaço para aqueles que têm condições equivalentes disporem
livremente de sua vontade, contratando da maneira que melhor lhes aprouver, desde que as
disposições contratuais não se choquem com interesses públicos e, muito menos, firam o
ordenamento jurídico vigente.
Com efeito, o novo codex prima pela equivalência entre as prestações contratuais,
isto é, a manutenção do equilíbrio contratual buscando evitar que algum contratante
obtenha vantagens às quais não tenha dado causa. Esta equivalência não será verificada
exclusivamente quando da fixação preliminar das obrigações, mas deverá ser analisada a
qualquer momento, desde que o cumprimento torne-se excessivamente oneroso a uma das
partes. Nessa hipótese, constatada a injustiça contratual, restará cabível a resolução por
onerosidade excessiva, prevista nos artigos 478 a 480 do estatuto civil.
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DIREITO COMERCIAL
Já os contratos unilaterais são aqueles em que somente uma das partes contratantes
assume obrigação, como na doação, no comodato etc.
Reais são os contratos que exigem, para a formação do vínculo além do consenso de
vontades, a entrega da coisa contratada (da res). É exemplo de contrato real o mútuo
bancário, que para ser considerado realizado necessita da entrega do dinheiro pelo
mutuante (banco) ao mutuário. Outros exemplos de contratos reais são o comodato e o
depósito.
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DIREITO COMERCIAL
Os contratos atípicos são aqueles que, apesar de não estarem previstos em lei (nem
suas peculiaridades, ou mesmo os direitos e obrigações que são assumidas pelas partes),
são firmados pelas pessoas que, no próprio instrumento contratual, estipulam as obrigações
e os direitos assumidos, o nome da própria avença, as eventuais condições etc. Essa
modalidade de contrato reflete, em todas as considerações, o princípio da autonomia das
vontades. O fundamento para sua validade é encontrado no artigo 425 do Código Civil de
2002.
b) Formas anormais de extinção dos contratos (artigos 472 a 480, do Código Civil)
Das hipóteses acima definidas, podemos verificar alguns exemplos. Nesse sentido,
se nos basearmos em um contrato de locação para fins não-residenciais, temos:
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DIREITO COMERCIAL
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MÓDULO XXI
DIREITO CONSTITUCIONAL
DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
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DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO CONSTITUCIONAL
1. FINANÇAS PÚBLICAS
Finanças Públicas é matéria disciplinada nos artigos 163 a 169 da Constituição Federal.
Pelo princípio da unidade, a lei orçamentária anual deve ser única, consolidando os
diversos orçamentos setorizados.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
De acordo com o artigo 169 da Constituição Federal, as despesas com pessoal ativo e
inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder
aos limites previstos em lei complementar, sendo que, atualmente, a matéria está
disciplinada no artigo 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n.
101/2000).
A sessão legislativa não é interrompida enquanto não for aprovado o Projeto de Lei de
Diretrizes Orçamentárias (artigo 57, § 2.º, da Constituição Federal). Se não receber a
proposta orçamentária no prazo fixado nas constituições (Federal ou Estaduais) ou nas
Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a lei
orçamentária vigente (artigo 32 da Lei n. 4.320/64).
Exemplo: os precatórios apresentados até 1.º.7. 2003 devem ser pagos até o final de
2004, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
de parcelamento) que não forem liquidadas até o final do exercício a que se referem, terão
poder liberatório dos tributos da entidade devedora.
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MÓDULO XXI
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Recursos em Espécie
1. RECURSOS
• ordinário;
• de revista;
• agravo de instrumento;
• agravo de petição;
• agravo regimental;
• pedido de revisão;
• adesivo;
• embargos declaratórios;
• extraordinário;
• correição parcial.
A sede legal desse recurso consta do art. 895 da Consolidação das Leis do Trabalho
que, por defeito redacional, estabelece caber o recurso apenas das decisões definitivas, o
que não é verdade, uma vez que as decisões que terminam o feito na Justiça do Trabalho,
como, por exemplo, o acolhimento de uma exceção de incompetência em razão da matéria,
também podem ser impugnadas por meio de recurso ordinário.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Não se trata de verdadeiro recurso, uma vez que o juiz que prolatou a sentença não
recorre da própria decisão, o que seria absurdo. É uma simples e necessária remessa de
ofício ao tribunal para que a decisão seja revista, objetivando resguardar interesses
públicos.
Somente vai para o Tribunal Superior do Trabalho, por meio desse recurso, matéria
de direito. As matérias de fato têm, como último veículo de apreciação, o recurso ordinário.
Nos termos do art. 896 da Consolidação das Leis do Trabalho, na sua redação atual,
cabe recurso de revista das decisões proferidas em grau ordinário, quando:
Nesse sentido, o recurso de revista, além de servir para que o órgão judiciário
superior reexamine a matéria de direito, também serve como uniformizador da
jurisprudência e como defesa, vamos dizer assim, da manutenção do sistema
constitucional.
II – Transcreva, nas razões recursais, as emendas e/ou trechos dos acórdãos trazidos
à configuração do dissídio, mencionando as teses que identifiquem os casos confrontados,
ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso
(Res. n. 35/94, DJ 18-21 e 22.11.94) ”.
Claro está que a divergência jurisprudencial ensejadora do recurso deve ser atual.
1.2.1. Prequestionamento
A Súmula n. 297 do Tribunal Superior do Trabalho estabelece:
Nos termos do § 2.º do art. 896 da Consolidação das Leis do Trabalho, não caberá
recurso de revista das decisões dos Tribunais Regionais do Trabalho (Plenos ou Turmas)
em execução de sentença, inclusive no processo incidente de embargos de terceiro, “salvo
na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal”.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
• da decisão agravada;
• da petição inicial;
• da contestação;
• da decisão originária;
Facultativamente, outras peças, que o agravante reputar úteis, poderão ser juntadas.
Assim, seja qual for o recurso denegado, caberá agravo de instrumento. O agravo é
autuado em separado, aplicando-se, para a formação do instrumento, no que couber, além
do dispositivo da Consolidação das Leis do Trabalho, os arts. 524 e 525 do Código
Processual Civil.
O prazo para interposição do recurso é de oito dias. Tem igual prazo o agravado,
para contraminutar.
A Lei n. 9.756/98 também introduziu novas regras em relação a esse recurso, com o
objetivo de celeridade processual, porque com todas as cópias que devem ser juntadas no
instrumento, como visto linhas atrás, o Tribunal ad quem, em tese, acolhendo o agravo,
poderá julgar de imediato o recurso que obteve despacho denegatório.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
O agravo de petição está disciplinado no art. 897, “a”, da Consolidação das Leis do
Trabalho. É recurso próprio para as decisões do juiz da Vara do Trabalho ou do juiz de
Direito investido de jurisdição trabalhista, nas execuções.
Concordamos com José Augusto Rodrigues Pinto (Execução Trabalhista, LTr) quando
afirma que o agravo de petição cabe das decisões definitivas, em processo de execução
trabalhista, e das decisões interlocutórias que envolvem matéria de ordem pública capaz de
justificar o novo exame de seu conteúdo.
Também não são cabíveis contra decisão proferida em agravo de instrumento oposto
de despacho denegatório de recurso de revista.
Na audiência, por ocasião das razões finais, poderá qualquer das partes impugnar o
valor fixado; se, entretanto, o juiz o mantiver, o interessado poderá interpor o recurso de
revisão, em um prazo de 48 horas, sem efeito suspensivo. A sede legal encontra-se na Lei
n. 5.584/70, que dispõe sobre regras de direito processual.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
O prazo de oito dias tem cabimento nas ações julgadas “procedentes em parte”, isto
é, quando os litigantes são ao mesmo tempo vencedores e vencidos.
Nesses casos, quando uma das partes recorre, a outra, que não interpôs recurso, além
de fazer as contra-razões, poderá aderir ao recurso principal.
O recurso adesivo seguirá a sorte do principal, porque a ele está subordinado quanto
aos requisitos formais. Por exemplo, se o principal não subir por intempestivo, o adesivo
também não sobe.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Cabe correição quando existentes dois pressupostos: ato judicial atentatório à boa
ordem de procedimento e que não possa ser impugnado por recurso.
A tarefa de fixar prazo tem sido cometida aos regimentos internos dos tribunais.
Segundo norma do Tribunal Superior do Trabalho, o prazo é de cinco dias e, assim, esse
prazo é, normalmente, reproduzido pelos tribunais regionais.
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MÓDULO XI
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Para melhor entender a atuação que o Estado deverá ter hoje no domínio
econômico, mister perquirir uma visão histórica da questão.
1. LIBERALISMO E INTERVENCIONISMO
A História mostra que têm havido combinações entre esses três modelos, originando
famílias de sistemas, conforme a predominância de cada um.
surgir as constituições chamadas liberais. Com essas constituições, que foram o primeiro e
fundamental instrumento para a implantação do sistema descentralizado ou autônomo
supracitado, surgiram as idéias complementares, entre as quais se destacam:
As falhas apresentadas por esse sistema, que podem ser chamadas falhas de
mercado, são cinco e correspondem à ausência dos pressupostos que haviam lastreado a
concepção liberal na sua formulação, quais sejam:
uma segunda e extremamente poderosa motivação, que se acoplou à primeira e que decorre
das preferências políticas quanto ao desempenho total do sistema, levando o Estado não
somente a completá-lo, mas também a direcioná-lo deliberadamente visando fins
específicos.
Essas preferências, repise-se, que são inspiradas nos valores próprios de cada povo,
traduzem-se em fins, que são aspirações ainda mais ou menos vagas e gerais.
3
Curso de Economia: Introdução ao Direito Econômico. 1997. p. 198-199.
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
3. AS FALHAS DO ESTADO
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Nesse sentido se pode afirmar que, quando o legislador julga ser necessária uma
maior rigidez do controle estatal, os ordenamentos setoriais são conferidos a entidades ou
órgãos do próprio Estado, mas alheios à sua administração central, com a qual não
possuem vínculos de hierarquia ou de significativo controle. São os casos das agências
reguladoras aqui no Brasil, ou das commissions norte-americanas e das autoridades
independentes francesas e espanholas.
No entanto, não se deve refutar o diálogo que pode, como deve, existir entre as
entidades reguladoras independentes e os sistemas político e econômico; porém, não pode
chegar a sobrepujá-las, a captá-las.
Os seus dirigentes devem ter em mente que a independência da qual essas entidades
são dotadas só será capaz de propiciar os benefícios sociais para os quais foram instituídas,
se a própria entidade, no seu âmago, atender aos princípios maiores da Administração
Pública e do Estado de Direito, mantendo-se sempre plurais e transparentes diante dos
diversos segmentos que a compõem e do meio social envolvente.
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
A análise do art. 173 da Constituição Federal permite afirmar que, salvo os casos
previstos na própria Constituição, a exploração direta da atividade econômica pelo Estado
constitui-se uma exceção. A regra é a de que o Estado não deve atuar diretamente no
domínio econômico, podendo assim agir em situações excepcionais, restritas à necessidade
decorrente de dois fatores que deverão estar previstos em lei: imperativos de segurança
nacional e relevante interesse coletivo.
Obs: para um detalhamento mais efetivo recomenda-se a leitura dos artigos 173 a 181 da
Constituição Federal.
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MÓDULO XI
DIREITO ELEITORAL
Crimes Eleitorais
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DIREITO ELEITORAL
DIREITO ELEITORAL
Crimes Eleitorais
A polícia das eleições é a Federal, embora, por solicitação dessa ou por requisição
da Justiça Eleitoral, a Polícia Civil e a Polícia Militar possam atuar concomitantemente.
Não há previsão de interrogatório, o qual poderá ser facultado pelo juiz eleitoral ao
acusado. Recebida a denúncia, o acusado é citado para contestar em dez dias, seguindo-se
com a colheita dos depoimentos das testemunhas e com as alegações finais (arts. 355 a 364
do CE).
A execução da pena por crime eleitoral será realizada pelo Juízo das Execuções
Criminais, nos termos da Súmula n. 192 do Superior Tribunal de Justiça. O
acompanhamento de medidas suspensivas decorrentes do artigo 89 da Lei n. 9.099/95 é
feito pelo próprio Juízo eleitoral (Juízo processante), conforme decidiu o Superior Tribunal
de Justiça no Conflito de Competência n. 18.673, DJU de 19.5.1997. Durante os efeitos da
condenação, o sentenciado fica com seus direitos políticos suspensos (artigo15, inciso III,
da Constituição Federal).
Em face das decisões do Tribunal Regional Eleitoral cabem recurso especial (artigo 121,
§ 4.º, incisos I e II, da Constituição Federal) ou recurso ordinário (artigo 121, § 4.º,
inciso V, da Constituição Federal), no prazo de três dias. Contra decisão do Presidente
do Tribunal Regional Eleitoral que negue seguimento ao recurso especial cabe agravo de
instrumento, em três dias (artigo 279 do CE).
No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos crimes comuns que lhe forem
conexos, assim como nos recursos e na execução que lhes digam respeito, aplicar-se-á,
como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal (artigo 364 do CE).
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DIREITO INTERNACIONAL
Direito Internacional Privado e Comércio Internacional
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DIREITO INTERNACIONAL
1. INTRODUÇÃO
2. NOÇÕES
3. CONTRATOS INTERNACIONAIS
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A formação do contrato abrange uma série de atos por meio dos quais surge,
concretizado, o consentimento contratual. É um período de ajuste de vontades para a
conclusão do acordo. Nesse período entram as noções de oferta e aceitação do contrato,
cujas regras o Direito Interno não satisfaz plenamente. Observamos que o mundo moderno
possui meios diversos de comunicação, que incluem não só carta, telefone, telegrama, mas
também fax e computador, e que certamente podem ensejar interpretações diferenciadas do
momento da consumação das vontades para a feitura do contrato.
Aqui, nosso espaço é muito limitado para o desenvolvimento das teses possíveis,
fazendo-se necessária a leitura de livros específicos sobre os contratos internacionais e suas
configurações. Basta-nos saber, e essa a finalidade de parte deste módulo, que o Direito
Internacional Privado e o Direito do Comércio Internacional têm regras bem diferenciadas
dos diversos ramos do Direito Interno de cada um dos Estados.
4. ARBITRAGEM INTERNACIONAL
A arbitragem tem sido muito utilizada no Direito Internacional Público para dirimir
conflitos entre os Estados e, também, no Direito do Comércio Internacional, para dirimir
conflitos entre comerciantes. A arbitragem caracteriza-se como um procedimento de
composição de conflitos de interesses que atua fora dos quadros estabelecidos da jurisdição
estatal. Seu fundamento último encontra-se na autonomia da vontade.
A solução por meio de arbitragem pode vir nos contratos de comércio internacional
como um compromisso, uma vez que é preferível à tutela dos Estados, por ser mais rápida
e mais consentânea à substância das relações comerciais – lidando muitas vezes com
produtos perecíveis – e com a necessidade de soluções rápidas, desapegadas de
formalismos e do encaminhamento por várias instâncias, juízos e recursos para a
confirmação definitiva.
Muitas associações de arbitragem têm sido criadas para fazer valer tais
compromissos, quer nas Américas, quer no Velho Mundo. As questões que lhes são
submetidas nas lides de comércio internacional, os árbitros resolvem pelas regras de direito
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consuetudinário, reconhecidas pelos comerciantes, pelo bom senso – não é apanágio dos
árbitros, porque os juízes também devem tê-lo – e pela eqüidade.
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É crime de perigo concreto, uma vez que a lei exige efetiva situação de perigo
(“tornando-o nocivo à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo”).
Os crimes podem ser de dano ou de perigo. No primeiro caso, a lei exige um dano
efetivo (morrer, machucar etc.). No segundo, basta o perigo, que prescinde de resultado
material (perigo de comer e morrer). O crime de perigo divide-se em:
• Perigo abstrato: apesar das teorias contra, ainda existe no Direito Penal. A
conduta é presumida, pela lei, como perigosa.
Um produto com validade vencida, por exemplo, não se enquadra nesse artigo,
salvo se comprovado que se tornou nocivo à saúde.
A nocividade pode ser positiva ou negativa (divisão feita pela doutrina). A positiva
constata-se no caso de o produto ser nocivo à saúde. A negativa, na hipótese de ter
reduzido valor nutritivo (o produto deixa de conter suas propriedades; por exemplo, perde
suas vitaminas).
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DIREITO PENAL
A epígrafe da Lei n. 9.677/98, que dá nova redação ao artigo, afirma ser hediondo
esse crime, mas o texto não confirma isso, e a epígrafe não tem força de lei. Adveio a Lei
n. 9.695/98, que inclui somente a falsificação de remédios no rol dos crimes hediondos,
não mencionando a falsificação de alimentos.
Não basta a prática dessas condutas – é necessário que elas tornem o produto
nocivo à saúde ou que reduzam seu valor nutritivo.
1.1.5.Objeto material
O objeto material é a substância ou produto alimentício, ou seja, aquilo destinado à
alimentação de ser humano.
O § 1.º do art. 272 do Código Penal equipara bebidas, com teor alcoólico ou não, a
alimentos.
A conduta não se tipifica com os alimentos que estão sendo transportados para o
supermercado, ainda não destinados ao consumo.
1.1.7.Consumação e tentativa
A consumação ocorre quando o produto se torna nocivo à saúde ou tem reduzido o
seu valor nutritivo. O efetivo consumo do produto é mero exaurimento.
A tentativa é possível.
• Insumos farmacêuticos: são produtos utilizados para fazer o remédio, mas que
não são propriamente medicamentos. Exemplo: sabor artificial de laranja, para
melhorar o gosto do remédio.
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A tentativa é possível.
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R.: Sim, não é preciso o cometimento de um delito; basta que haja associação com o
fim de praticar crimes.
P.: Pode haver quadrilha ou bando, ainda que não se identifiquem todos os seus
membros?
R.: Depende. Exemplo: quatro pessoas são denunciadas por formação de quadrilha;
demonstrado que um deles não era integrante, os outros três não responderão pelo delito
por atipicidade (o tipo exige mais de três para configuração). Se, no entanto, seis são
denunciados e um consegue provar que não fazia parte do bando, os outros cinco poderão
responder pelo delito, desde que preenchidos os requisitos do art. 288 do Código Penal.
Não demonstrada a existência da quadrilha ou bando, in dubio pro reo, todos serão
absolvidos.
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• Associação: reunião.
P.: Qualquer reunião de quatro pessoas, com finalidade de praticar crime, tipifica
quadrilha ou bando?
R.: Não. O tipo exige um vínculo especial que diferencia a quadrilha ou bando do
concurso de agentes.
A quadrilha ou bando pode praticar um crime só. Mas a intenção deve ser para a
prática de vários crimes.
Exemplo: configura quadrilha ou bando a união de mais de três pessoas que desejam
cometer diversos crimes, ainda que não consigam praticar nenhum, ou pratiquem um,
sendo logo desmantelada pela polícia.
R.: Não. Por exemplo, não configura quadrilha ou bando, a reunião de mais de três
pessoas para a prática do jogo de bicho.
R.: Não. O crime de quadrilha ou bando exige a intenção de praticar crime (dolo).
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R.: Quadrilha ou bando não é um crime continuado, mas sim os crimes que ela(e)
pratica podem ser continuados. A quadrilha ou bando é crime autônomo em relação aos
crimes que ela(e) comete.
R.: Não. Os que executarem o delito serão autores diretos; os demais, mandantes ou
partícipes.
Por vezes pode não existir o flagrante do crime praticado pela quadrilha, mas deve-
se ficar atento porque sempre haverá flagrante em relação ao crime de quadrilha ou bando.
A Lei n. 8.072/90, no art. 8.º, traz um tipo específico para a quadrilha ou bando que
praticar crimes hediondos ou assemelhados. Se o delito praticado for o da Lei n. 6.368/76
(Lei de Tóxicos), será observado o preceito do seu art. 14, cuja pena será a do art. 8.º da
Lei n. 8.072/90 – por ser posterior e benéfica ao réu.
A união deve ser de, no mínimo, quatro pessoas, porque o tipo estabelece “... mais
de três pessoas ...”.
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2.1.7. Casuísticas
Chefe de quadrilha é preso e continua – dentro da penitenciária – controlando os
integrantes do bando; desmantelado o grupo pela polícia, o chefe não será denunciado
novamente, pois o crime é o mesmo – trata-se de conduta permanente.
Se esse mesmo chefe formar outra quadrilha dentro da prisão, será denunciado pelo
art. 288 do Código Penal – formação de novo bando.
A arma imprópria é o objeto feito para outra finalidade (exemplos: faca, tesoura,
bisturi etc.). A arma própria é aquela fabricada para ferir ou matar (exemplos: revólver,
espingarda, metralhadora etc.).
P.: Uma arma apenas basta para configurar o aumento da pena, ou todos os
integrantes devem estar armados?
R.: Prevalece na jurisprudência que não. A mera existência da arma é suficiente para
incidência da causa de aumento.
P.: Podemos aplicar essa causa de aumento para a quadrilha ou bando de crimes
hediondos?
R.: Sim. A causa de aumento pode ser aplicada ao art. 8.º da Lei n. 8.072/90.
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R.: Não. O art. 8.º da Lei n. 8.072/90, que altera os limites da pena prevista no art.
288 do Código Penal, deveria constituir um parágrafo desse tipo penal, pois trata-se de
uma forma qualificada do crime de quadrilha ou bando.
R.: Sim. Pode-se aplicar o aumento de pena da quadrilha ou bando armada no art.
8.º da Lei dos Crimes Hediondos.
Obs.: na Lei de Tóxicos, o art. 14 é um tipo autônomo, pois modifica o caput do art.
288 do Código Penal, traz nova capitulação ao delito de quadrilha ou bando formado para
fins de tráfico ilícito de entorpecentes, que será denunciado pelo art. 14 da Lei n. 6.368/76
(que é tipo autônomo e específico). A pena a ser aplicada, entretanto, será a prevista no art.
8.º da Lei n. 8.072/90, por ser lei posterior mais benéfica.
P.: O dispositivo, contido na Lei dos Crimes Hediondos, pode ser aplicado ao art.
288 do Código Penal?
Denuncia-se pelo delito de quadrilha ou bando (art. 288 do CP), com a causa de
aumento prevista no parágrafo único do dispositivo, em concurso material com o crime de
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DIREITO PENAL
roubo (art. 157 do CP), aumentado pelo emprego de arma (art. 157, § 2.º, inc. I, do CP).
Essa é a posição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e
majoritária na doutrina, com o fundamento de não constituir bis in idem, pois são delitos
autônomos; o primeiro tutela a paz pública; o segundo, o patrimônio. Nada obstante,
encontra-se, na doutrina e jurisprudência minoritária, o entendimento de a hipótese
configurar bis in idem.
Atenção: para efeito de denúncia, não se discute a questão do bis in idem; a exordial
deve ser ampla, porque pode não ser confirmada a acusação.
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• Que seja idônea, apta a iludir, capaz de enganar qualquer pessoa, considerando-
se o padrão médio da sociedade.
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R.: Não, pois não é escrito. Entretanto, se a fita fizer parte de um laudo pericial, há
crime, pois passa a fazer parte do documento escrito.
Não se pode falsificar carta anônima; por não ser identificada, não condensa o
pensamento de alguém.
O telegrama pode ser documento público, caso seja expedido por funcionário
público e contenha conteúdo público.
R.: Sim. Desde que seja considerado público no país de origem e que satisfaça os
requisitos de validade previstos no nosso ordenamento, como, por exemplo, tradução
realizada por tradutores públicos juramentados.
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3.1.10. Consumação
O crime consuma-se quando existe a falsificação ou alteração. É crime de natureza
formal; basta o resultado jurídico, não precisa do resultado naturalístico.
3.1.11. Tentativa
É possível porque a conduta é plurissubsistente.
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Exige-se, entretanto, que faça uso do documento a mesma pessoa que o falsificou.
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DIREITO PENAL
P.: Um cheque, devolvido pelo banco por insuficiência de fundos, é tomado por
alguém para falsificação. É documento público ou particular que a pessoa está
falsificando?
R.: O cheque devolvido não pode ser transmitido por endosso; logo, não é mais
considerado documento público por equiparação. Então, configura documento particular.
R.: Sim. Mas, nesse caso, deixa de ser mera petição e ganha a qualidade de
documento.
Por exemplo, quando alguém falsifica um documento público, ainda que seu
conteúdo seja verdadeiro, o documento é falso. A falsificação material torna todo o
documento falso.
Não tem sentido discutir a falsidade ideológica quando todo o documento é falso. A
falsidade ideológica existirá quando o documento for verdadeiro e somente o conteúdo for
falso.
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DIREITO PENAL
• Fazer inserir declaração falsa ou diversa da que deveria constar: é fazer com
que terceiro insira. Trata-se de falsidade ideológica indireta, ou seja, o agente
atua indiretamente e quem efetiva a falsidade é outra pessoa.
Declaração diversa da que deveria constar não precisa ser necessariamente falsa.
Exemplo: declaração de bens; a pessoa coloca outro documento no lugar da declaração de
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DIREITO PENAL
bens. A declaração não é falsa (o documento é verdadeiro), mas é diferente da que deveria
constar.
5.6. Casuísticas
Alguém, que pega a assinatura de um amigo em uma folha em branco e preenche
como confissão de dívida, pratica o crime de falsidade ideológica.
Se uma pessoa pegar uma folha e falsificar a assinatura de outra, pratica o crime de
falsidade material.
Uma pessoa assina um cheque e entrega para outra preencher; se essa preencher o
cheque com um valor superior, pratica o crime de falsidade ideológica.
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DIREITO PENAL
Se, em um boletim de ocorrência, o escrivão inseriu fatos que não foram narrados, o
crime é de falsidade ideológica. A falsificação é do conteúdo, pois o escrivão não alterou o
documento, apenas inseriu declaração falsa.
O agente não precisa conseguir seu objetivo. O crime estará consumado com a
conduta descrita no tipo.
Registrar filho alheio como próprio (“adoção à brasileira”) não configura o crime
em pauta, e sim o do art. 242 do Código Penal – crime especial.
20
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DIREITO PENAL
“Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados a que se referem os arts.
297 a 302:
É crime remetido; significa que tem como elemento do tipo a menção expressa a
outro tipo penal.
O uso deve ser efetivo, não bastando mencionar que possui o documento.
• se, em uma festa, o policial, no momento de uma revista, pega uma CNH falsa,
não há o delito de uso de documento falso, porque a habilitação não se presta
para identificar pessoas; o fato, porém, pode não ser atípico e, se preenchidos os
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DIREITO PENAL
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa, se o fato não constitui
elemento de crime mais grave”.
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DIREITO PENAL
• Atribuir a terceiro: fazer pessoa se passar por outra, que efetivamente existe ou é
fruto de criação.
R.: Não, exige-se manifestação do agente. O mero silêncio não configura o crime.
Não é preciso falar que é outra pessoa, basta agir como tal. Exemplo: assinatura.
É importante que essa seja indevida, ilícita. Se for devida, configura exercício
arbitrário das próprias razões (art. 345 do CP).
O uso de documento falso prevalece sobre a falsa identidade, porque essa constitui
elemento daquele.
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DIREITO PENAL
Se a pessoa se faz passar por funcionário público e exerce a função pública, comete
usurpação de função pública (art. 328 do CP).
P.: Quando a pessoa apenas finge ser funcionário público, mas não exerce qualquer
ofício, qual o crime que comete?
R.: Segundo o art. 45 da Lei das Contravenções Penais “não comete o crime de
falsa identidade, mas a contravenção do art. 45 da LCP, aquele que, sem assumir a
personalidade de qualquer outro indivíduo, simplesmente finge ser funcionário público”
(TACrimSP, Ac., rel. Cunha Camargo, JUTACrim 22/282)5.
5
FRANCO, Alberto Silva e STOCO, Rui (coord.). Código Penal e sua Interpretação Jurisprudencial: Parte Especial.
7.ª ed. São Paulo: RT, vol. 2, 307.
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Contribuição Social
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Contribuição Social
• Teoria Fiscal.
• Teoria Parafiscal.
Teoria do Duas cotas são pagas: uma pelos Não há atualidade em tal salário e
Salário Atual serviços prestados e a outra para a nem ele é pago diretamente pelo
Seguridade Social. empregador.
Após a Constituição Federal de 1988, com seu art. 149, houve o término da
divergência doutrinária, que se pacificou no sentido de que a contribuição social para a
Previdência Social tem natureza jurídica de tributo.
7
Esclarece, tal entendimento, Roque Antonio Carrazza , ao comentar o art. 149,
parágrafo único, da Constituição Federal:
Pelo exposto, percebe-se que a contribuição social é um tipo de tributo híbrido: ora
se assemelha com imposto, ora com taxa.
7
Curso de Direito Constitucional Tributário. 16.ª ed. São Paulo: Malheiros.
2
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Uma vez considerada tributo, a contribuição social deverá estar adstrita aos
princípios tributários, como, por exemplo, o da legalidade, o do tratamento isonômico por
intermédio da capacidade contributiva, entre outros.
3
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Observação: a Tabela acima foi alterada pela Portaria MPAS n. 525, de 20.5.2002.
Para a pessoa que ganha até três salários mínimos, a lei n. 9.311/96 autoriza que a
alíquota seja reduzida em pontos percentuais proporcionais ao valor da Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
O segurado tem de ficar um certo período em cada classe de salário-base para que
possa mudar para outra. Esse período é chamado interstício.
8
Fundamentos da Seguridade Social. São Paulo: Atlas, 2001. p. 52.
4
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
De 1 a 6 12 De 200,00 De 40,00
a 936,94 20 a 187,39
7 12 1.093,08 20 218,62
8 24 1.249,26 20 249,85
9 24 1.405,40 20 281,08
10 - 1.561,56 20 312,31
A tabela de transição, que está sendo gradativamente extinta, somente se aplica aos
segurados contribuintes individuais (antigos autônomos, equiparados a autônomos e
empresários) que estavam filiados ao Regime Geral de Previdência Social antes da
vigência da Lei n. 9.876/99. Nesse sentido, o artigo 28, inciso III, da Lei n. 8.212/91 (com
redação dada pela Lei n. 9.876/99), o artigo 4.º da Lei n. 9.876/99 e o artigo 278-A do
Decreto 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social).
A partir dessa data há uma tabela transitória que está excluindo as escalas. Quem se
filiou após 28.11.1999 teve a possibilidade de ingressar diretamente na 3.ª classe,
extinguindo-se, assim, a 1.ª e a 2.ª classes. Dessa forma, como já ressaltado,
gradativamente todas as classes serão extintas.
9
Op. cit. p. 53.
5
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Contudo, se, de um lado, uma empresa “X” paga a uma advogada a quantia de R$
1.000,00, deverá contribuir para a Previdência com 20% sobre esse valor. Por outro lado, a
segurada também contribuirá à Previdência, com base em idêntica alíquota, incidente sobre
a mesma base de cálculo. Entretanto, permite a Lei que a segurada desconte 45% do valor
efetivamente recolhido ou declarado pelas empresas a que tenha prestado serviço, incidente
sobre a remuneração que esta tenha pago ou creditado, limitada a dedução a 9% do
respectivo salário-de-contribuição (e não da sua contribuição). Assim sendo, a advogada
em questão poderá deduzir de sua contribuição de R$ 200,00 (20% x 1.000,00) o montante
de R$ 90,00 (45% da contribuição da empresa, que foi de R$ 200,00). Como esse valor não
ultrapassa 9% do salário-de-contribuição desse segurado contribuinte individual (lembre-se
que o salário-de-contribuição do contribuinte individual é o total das remunerações
recebidas, observado o limite-teto do salário-de-contribuição), pode ser integralmente
deduzido, resultando em uma contribuição final de R$ 110,00 (R$ 200,00 - R$ 90,00).
• Parceiro.
• Meeiro.
• Arrendatário.
• Pescador artesanal.
Todas essas figuras devem exercer suas atividades sob regime de economia familiar.
O conceito de regime familiar está contido no § 1.o do artigo 12 da Lei n. 8.212/91. Cada
um dos integrantes desse núcleo familiar, ou seja, cônjuges, companheiros e filhos ou
equiparados maiores de 16 anos, é considerado segurado especial.
6
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
A contribuição corresponderá a:
O segurado especial que também opta por contribuir como facultativo não perde a
condição de segurado especial. A opção visa melhorar seu salário- de-contribuição, para
que possa usufruir benefícios acima do mínimo previsto no citado artigo 39 da Lei n.
8.213/91.
Sempre que o segurado especial comercializar sua produção rural e o adquirente for
uma pessoa jurídica, essa fica sub-rogada no direito de descontar a contribuição de 2,1% e,
depois, recolher aos cofres da Previdência. Se não houver a retenção e o recolhimento aos
cofres públicos, quem estará sonegando será a empresa.
Artigo 195 da Constituição Federal– “A seguridade social será financiada por toda a
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro”.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
contribuintes, agindo, assim, como responsáveis tributárias– art. 128 do Código Tributário
Nacional.
15 anos 12%
20 anos 9%
25 anos 6%
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Incidem, ainda, 12%, 9% ou 6% sobre o valor pago aos segurados que exerçam
atividade que dê direito a aposentadoria especial, respectivamente em 15, 20 ou 25 anos.
O produtor rural, pessoa física com empregado, contribuirá também com 0,1%
para o financiamento das prestações por acidentes de trabalho.
Ao final, o produtor rural, pessoa física com empregado, vai contribuir com
uma alíquota total de 2% sobre a receita bruta proveniente da comercialização rural.
•Sempre que contratar transportador autônomo, o produtor rural deve reter 2,5% do
valor dos serviços realizados.
•O produtor rural também é obrigado a reter 15% do valor bruto do pagamento feito
pelos serviços prestados por trabalhadores autônomos.
O produtor rural, pessoa jurídica, contribui com 0,1% para o financiamento das
prestações por acidente de trabalho.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
•Sempre que contratar transportador autônomo, a empresa deve reter 2,5% do valor
dos serviços realizados.
•A empresa também é obrigada a reter 15% do valor bruto do pagamento feito pelos
serviços prestados por trabalhadores autônomos .
Consoante SÉRGIO PINTO MARTINS10, “aqueles clubes que não proporcionarem a prática
do futebol profissional, organizado na forma da Lei n. 9.615/98, não se beneficiarão da
alíquota diferenciada e terão de recolher a contribuição normal de 20% sobre a folha de
pagamento de seus empregados”.
10
Direito da Seguridade Social. 13.ª ed. Atlas. p. 212
11
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Conforme alerta SÉRGIO PINTO MARTINS11, “não estão incluídas no sistema: a CPMF e a
contribuição previdenciária do empregado”.
•Sempre que contratar transportador autônomo, a empresa deve reter 2,5% do valor
dos serviços realizados.
11
Fundamentos de Direito da Seguridade Social. Atlas, 2.001. p. 64
12
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Essa isenção não é automática, devendo ser requerida pela entidade beneficente de
assistência social; se preenchidos todos os requisitos legais, será deferida.
Gozam de isenção integral entidades de área beneficente que não visam lucros.
Essas entidades podem até receber alguma forma de remuneração, que, no entanto,
deve ser usada unicamente para a sobrevivência da entidade.
•Sempre que contratar transportador autônomo, a entidade deve reter 2,5% do valor
dos serviços realizados.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
• empregados;
• trabalhadores avulsos;
•Sempre que a cooperativa contratar transportador autônomo, ela deve reter 2,5% do
valor dos serviços realizados.
Ficam isentas:
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Procedimentos Especiais
1. AÇÕES POSSESSÓRIAS
A proteção da posse faz-se por meio dos interditos, que são apenas três:
• interdito proibitório.
A ação é considerada possessória quando o seu objeto envolve posse; por isso, é
imprescindível identificar qual a relação jurídica que o sujeito mantém com a coisa.
Não basta, entretanto, que a causa de pedir envolva direitos possessórios; a ação de
nunciação de obra nova e os embargos de terceiro não se encaixam no rol das ações
possessórias. O que conduz à ação de reintegração de posse é o esbulho; no caso de
manutenção, deve haver a turbação; e, no interdito proibitório, deve existir grave ameaça
de esbulho à posse.
1.1. Fungibilidade
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
“A propositura de uma ação possessória, em vez de outra, não obstará a que o juiz
conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos requisitos
estejam provados”.
Turbação é todo ato que embaraça o livre exercício da posse; esbulho é o ato pelo
qual alguém priva outra pessoa do poder, de fato, sobre a coisa.
1.2. Legitimidade
Quando a turbação ou o esbulho for causado por menor púbere, será possível ajuizar
ação contra ele; porém, o menor deverá estar assistido por seus pais ou responsáveis. No
caso de menor impúbere, a ação deverá ser ajuizada em face do responsável pelo incapaz.
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
A pessoa jurídica, de direito privado ou público, poderá ocupar o pólo passivo das
ações possessórias, pois a ninguém é dado o direito de desapossar outrem sem o devido
processo legal.
1.3. Competência
Trata-se de competência absoluta, não podendo ser derrogada ou modificada. Serão
propostas, as ações possessórias, no foro onde o imóvel violado estiver localizado ou, em
se tratando de bem móvel, no foro do domicílio do réu.
1.4. Procedimento
O juiz pode conceder ou não a liminar possessória, que constitui uma antecipação de
tutela com requisitos próprios: entre eles encontra-se a violação do direito possessório a
menos de ano e dia.
conhecem o fato não servirá como prova para a concessão direta da liminar, visto que a
prova testemunhal deve ser produzida em Juízo.
1.4.2. Caução
O artigo 925 do Código de Processo Civil estabelece: “Se o réu provar, em
qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de
idoneidade financeira para, no caso de decair da ação, responder por perdas, o juiz
assinar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução sob pena de ser depositada a
coisa litigiosa”.
O juiz, portanto, ao conceder a liminar, em princípio não pode exigir do autor que
ele preste uma caução real ou fidejussória. O que o sistema prevê é que o réu, na sua
defesa, possa requerer que o autor preste caução, sob o argumento de que este não teria
idoneidade financeira para arcar com os prejuízos caso não tenha a tutela jurisdicional a
seu favor. Nesse caso, o juiz pode fixar a caução, sob pena de o bem, objeto da ação
possessória, ser depositado. Essa regra do Código de Processo Civil deve ser interpretada
sistematicamente, ou seja, o réu deve demonstrar o risco pela falta de idoneidade financeira
e, ainda, deve colocar em dúvida a cautelar concedida.
1.4.3. Resposta
Concedida a liminar, o réu será citado para responder a demanda. O prazo para
resposta é de 15 dias. Entretanto, o Código de Processo Civil prevê dois termos iniciais
para esse prazo:
4
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
1.4.4. Recurso
Proferida a sentença, cabe contra ela o recurso de apelação. A posição dominante é a
de que essa apelação será recebida nos efeitos suspensivo e devolutivo, visto que a ação
possessória não se enquadra em nenhuma das situações do artigo 520 do Código de
Processo Civil.
• não se deve julgar a posse em favor daquele a quem evidentemente não pertence
o domínio.
Essa interpretação tem sido afastada pela doutrina e pela jurisprudência. Pode
ocorrer que o autor e o réu estejam afirmando a sua posse com base na existência de um
domínio; nesse caso, a finalidade do artigo 923 do Código de Processo Civil não existe
mais, visto as próprias partes estarem alegando o domínio. O juiz, portanto, somente pode
decidir uma ação possessória com base na propriedade se ambas as partes invocarem a
qualidade de donas da coisa.
• O juiz não pode deferir a liminar antes de ouvir o representante do Poder Público
(art. 928, par. ún., do CPC).
6
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
É requisito essencial da ação de nunciação de obra nova que a obra seja nova; não se
encontre em fase de acabamento e que os prédios sejam vizinhos.
Cumpre observar a diferença entre ação de dano infecto e ação de nunciação de obra
nova. Com efeito, A ação de dano infecto pode ser exercida quando o prédio do vizinho
ameaça ruir. Vizinho é todo aquele que mora suficientemente perto, para que a obra feita
em um dos imóveis repercuta no outro. Ação de nunciação de obra nova é remédio
processual que visa solucionar conflitos no confronto do direito de construir com o direito
de vizinhança.
O artigo 934, inciso II, do Código de Processo Civil dispõe que cabe nunciação de
obra nova ao condômino, para impedir a alteração da coisa comum. A alteração de
substância exige o consentimento de todos os condôminos.
2.1. Procedimento
Deferida a ratificação, ela retroage até a data dos embargos extrajudiciais – eficácia
ex tunc da decisão.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
A ação de nunciação de obra nova é dotada de concessão de liminar, que pode ser
concedida de plano ou depois de realizada a audiência de justificação.
R.: A ação publiciana é uma ação de natureza petitória que pode ser impetrada
quando alguém já usucapiu, mas não tem o imóvel registrado em seu nome.
R.: A procedência da ação publiciana não vale como registro no Cartório de Registro
de Imóveis para o usucapião.
Usucapião especial pode ser alegado em defesa, hipótese em que a sentença que o
reconhecer poderá ser levada a registro no Cartório de Registro de Imóveis (Lei n.
6.969/81).
3.1. Procedimento
Foro competente para o procedimento especial do usucapião de terras particulares é
o da situação do bem usucapiendo. O Juízo será o cível, salvo se houver Vara Especializada
dos Registros Públicos.
A petição inicial deve observar tanto os requisitos gerais, contidos no artigo 282,
quanto os especiais, contidos nos artigos 941 e 942, todos do Código de Processo Civil:
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
• todos os confinantes;
Se um dos dois primeiros for citado por edital e não aparecer, o juiz deve nomear
curador especial, tendo incidência o disposto no artigo 9.º, inc. II, do Código de Processo
Civil.
A sentença confere, ao autor, título que lhe permite transcrever o imóvel no Registro
Público.
4.1. Introdução
A propriedade privada, conforme dispõe o artigo 1.228 do Código Civil, implica o
direito de usar, gozar e dispor; porém, para que gere realmente eficácia erga omnes é
indispensável que o registro seja perfeito. Nessa linha de raciocínio, a área da propriedade
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
deve ser de precisão absoluta para que o titular tenha plena segurança de todos os efeitos
dos seus direitos e prerrogativas.
Tanto a ação de divisão como a de demarcação pode ser feita de forma amigável,
sendo desnecessário recorrer ao Judiciário.
4.2.1. Introdução
A ação de demarcação está prevista no artigo 946, inc. I, do Código de Processo
Civil: "Cabe a ação de demarcação ao proprietário para obrigar o seu confinante a estremar
os respectivos prédios, fixando-se novos limites entre eles ou aviventando-se os já
apagados". Visa, portanto, por fim a conflito de limites. Devem existir dois ou mais
imóveis confrontantes.
• títulos da propriedade;
Não precisa haver uma exata limitação da área. O autor descreve os limites que
entende correto, muito embora o objetivo da ação seja descobrir os verdadeiros limites. Se
o autor não coloca quais os limites que entende correto, a inicial é inepta, pois não garante
qualquer defesa. A indicação dos confinantes é fundamental, para que todos possam ser
atingidos pela demarcatória.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
4.2.3. Procedimento
O procedimento é o peculiar do ordinário, contendo em especial a obrigatoriedade
de prova técnica.
A citação dos réus que moram na Comarca será pessoal; dos demais, por edital (art.
953 do CPC).
O prazo para contestação é de 20 dias, sendo prazo comum; mesmo quando houver
litisconsortes não se conta em dobro. Segue como o procedimento ordinário, porém com
prova técnica. O juiz deverá nomear dois arbitradores e um agrimensor, antes de sentenciar.
Os arbitradores farão um laudo minucioso e o agrimensor juntará planta da região,
podendo as partes se manifestarem no prazo comum de dez dias sobre o que julgarem
conveniente.
4.3.1. Introdução
A ação de divisão está prevista no artigo 946, inc. II, do Código de Processo Civil:
"Cabe a ação de divisão ao condômino, para obrigar os demais consortes a partilhar a coisa
comum”. Sendo o imóvel divisível, qualquer dos condôminos está legitimado a promover a
ação para a divisão da coisa comum, pois o condomínio, no caso, goza de absoluta
temporariedade.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
4.3.3. Procedimento
Na ação de divisão é requisito a sentença transitada em julgado que diga admissível
a divisão. Após, passa-se ao trabalho de divisão efetiva. Os dois arbitradores e o
agrimensor são nomeados e medirão o imóvel para divisão.
A avaliação da área e das benfeitorias será feita pelo laudo do agrimensor. As partes
são ouvidas em 10 dias, e o juiz passa a partilhar a área (art. 979 do CPC). É elaborado,
então, o auto de divisão, assinado pelo juiz, agrimensor e arbitradores. Tem-se, assim, a
sentença homologatória de divisão. Por fim, cada título será levado a registro no Cartório
de Registro de Imóveis.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Do Procedimento do Júri
1. JUDICIUM CAUSAE
1.1. Desaforamento
Durante essa fase é possível que ocorra o pedido de desaforamento (artigo 424 do
Código de Processo Penal). Desaforamento é o deslocamento da competência territorial do
Júri. Somente a sessão de julgamento é que se desafora. Os demais atos são praticados na
comarca onde corre o processo.
O desaforamento deve ser sempre para a comarca mais próxima, desde que nela não
existam os mesmos motivos que ensejaram o desaforamento. Assim, por exemplo, um
crime que causou revolta em toda uma região, não adianta desaforar para uma cidade
vizinha.
1
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
• o juiz, por representação; salvo no último caso (d), em que só as partes podem
requerer.
O desaforamento pode ser pedido até um dia antes da sessão do julgamento. Por não
ter efeito suspensivo, deve ser requerido o quanto antes.
Resposta: Sim. É possível novo desaforamento desde que, na nova comarca, surjam
novos motivos.
1.2. Libelo
O libelo é a “peça inaugural do judicium causae, consistente em uma exposição
escrita e articulada do fato criminoso, contendo o nome do réu, as circunstâncias
agravantes e todas as demais que influam na fixação da sanção penal. (...) O libelo é
composto de três partes: introdução, articulado e pedido. Na introdução, consta a menção
ao processo-crime, a designação do acusador, pelo seu cargo, e o nome do réu (exemplo:
‘Por libelo-crime acusatório, diz a Justiça Pública, por seu Promotor de Justiça infra-
assinado, nos autos do processo-crime 428/90, que move contra o réu Ernestino de Souza,
o seguinte: (...)’). No articulado, o fato criminoso e suas circunstâncias vêm expostos em
artigos sintéticos e objetivos (exemplo: ‘Que provará: 1) que o réu efetuou disparos de
arma de fogo contra a vítima, produzindo-lhe os ferimentos descritos no laudo de fls.; 2)
que esses ferimentos foram a causa da morte da vítima; 3) que o réu é reincidente’). No
pedido, a acusação deve requerer a procedência da ação, com o recebimento do libelo e a
condenação do acusado pelo Júri, como incurso no tipo incriminador, pelo qual foi
pronunciado (exemplo: ‘Isto posto, requeiro seja o presente libelo recebido, e o réu levado
a julgamento perante o júri, como incurso no artigo 121, caput, do Código Penal, a fim de
ser condenado’)”13.
13
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 7.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 580
2
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
O libelo é oferecido pela acusação (Ministério Público) somente contra o réu que foi
intimado da decisão de pronúncia. A pronúncia só transita em julgado após a intimação do
réu.
O libelo é uma peça articulada, ou seja, deve ser escrita na forma de artigos. Se
houver mais de um crime na pronúncia, deverá ser elaborada uma série de artigos para
cada crime. Se houver mais de um réu, deve ser realizado um libelo para cada réu.
3
_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Se o Ministério Público não oferece o libelo, o juiz não pode mais nomear promotor
ad hoc para apresentá-lo, já que essa figura viola o artigo 129, § 2.º, da Constituição
Federal de 1988. Hoje, o juiz aplica o artigo 28 do Código de Processo Penal, por analogia.
Também não há que se falar em aplicação de multa pelo juiz, pois isso violaria a autonomia
do Ministério Público (artigo 127, § 2.º, da Constituição Federal).
Oferecido o libelo, esse será examinado pelo juiz, que poderá ou não recebê-lo.
Caso não o receba, o juiz deverá notificar o Ministério Público para que apresente outro em
48 horas (artigo 418 do Código de Processo Penal).
4
_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
DIREITO PROCESSUAL PENAL
1.4. Saneador
Apresentados o libelo e o contra libelo, o juiz determina a realização das diligências
necessárias. Após isso, profere um despacho saneador e marca a data para a sessão de
julgamento.
2. JULGAMENTO EM PLENÁRIO
• instalação da sessão;
• atos instrutórios;
• debates;
• julgamento.
14
Op. cit. p. 583.
5
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
O juiz anuncia o processo que será submetido a julgamento e ordena ao porteiro que
apregoe as partes e as testemunhas.
2.1.1. Ausências
a) Se o réu regularmente intimado não comparece
• Ausência injustificada:
6
_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
DIREITO PROCESSUAL PENAL
7
_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
DIREITO PROCESSUAL PENAL
legais por suspeição – parentesco com o juiz, promotor, advogado, réu ou com a vítima
(artigo 458 do Código de Processo Penal).
Se o jurado, aceito por um defensor e recusado por outro, também for rejeitado pelo
Ministério Público, será excluído, e não haverá cisão do julgamento.
Escolhidos os sete jurados, o juiz faz a seguinte exortação: “Em nome da lei,
concito-vos a examinar com imparcialidade essa causa e a proferir a vossa decisão,
conforme a vossa consciência e os ditames da Justiça.” Os jurados prometem e estarão
compromissados. A partir desse momento, passa a vigorar a incomunicabilidade dos
jurados.
2.4. Debates
Terminada a inquirição das testemunhas, o promotor lerá o libelo e os dispositivos
da lei penal em que o réu se acha incurso e produzirá a acusação. Concluída a acusação, o
defensor terá a palavra, para a defesa. O tempo será de duas horas para cada parte.
Havendo mais de um réu, o tempo será acrescido em uma hora.
A defesa não pode inovar sua tese no momento da tréplica devido ao princípio do
contraditório. Se inovar, essa tese não será quesitada.
Apartes são as intervenções que uma parte faz na fala da outra. Não estão previstos
em lei. Segundo a jurisprudência, são possíveis desde que exista concordância do orador, e
devem ser feitos de forma cordial e que não visem atrapalhar o orador.
2.5. Julgamento
Após os debates, o juiz pergunta aos jurados se eles estão habilitados a julgar ou se
precisam de mais esclarecimentos (artigo 478 do Código de Processo Penal). Esses
esclarecimentos devem relacionar-se somente com matéria de fato.
2.6. Quesitação
Atenção: assunto muito perguntado na fase oral!
Quesitação é o questionário; são as perguntas feitas pelo juiz aos jurados, que
deverão responder sim ou não. É elaborado com base no libelo, no contra libelo, no
interrogatório e nos debates. Como no Júri vige a defesa plena, todas as teses devem ser
quesitadas, ainda que incompatíveis. Haverá um questionário para cada réu, e uma série de
quesitos para cada crime.
Observações:
• Se os jurados reconhecerem que o réu agiu em legítima defesa, o juiz deve fazer
os quesitos sobre o excesso. Se os jurados reconhecerem a existência do excesso,
surgem dois caminhos:
Pergunta: Se o Júri absolve o réu de crime doloso contra a vida, a quem compete
julgar os crimes conexos?
Exemplo: no Júri, o advogado, sem negar a autoria, sustenta que não houve dolo
eventual, mas sim culpa imprópria. O crime de homicídio culposo praticado por militar em
serviço é da competência da justiça militar. A justiça comum é incompetente para julgar
esse delito. Deve o juiz aguardar o trânsito em julgado da desclassificação e remeter o caso
para a justiça militar, sob pena de violar regra constitucional de competência.
2.8. Sentença
“Encerrada a votação e assinado o termo referente às respostas dos quesitos, o juiz
deverá proferir a sentença.
12
_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
DIREITO PROCESSUAL PENAL
• Regular os debates. Para isso o Código de Processo Penal lhe concede o poder de
polícia.
15
CAPEZ, Fernando. Op. cit. p. 590
13
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MÓDULO XXI
DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Federais
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DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Federais
1.1. Competência
O Imposto de Importação é de competência da União Federal, liga-se diretamente às
relações do Brasil com outros países, razão pela qual exige-se a uniformidade do
tratamento tributário, projetando-se, no cenário internacional, a personalidade jurídica e
política da Federação como um todo, e não de cada Estado-membro.
1.2. Contribuinte
O contribuinte do Imposto de Importação é o importador ou quem a ele a lei
equiparar (artigo 22, inciso I, do Código Tributário Nacional). É considerado importador
qualquer pessoa, jurídica ou natural, regularmente estabelecida ou não, sendo suficiente a
introdução da mercadoria no território nacional com intenção de que aqui permaneça de
forma definitiva.
1.3. Função
O Imposto de Importação é instrumento relevante da política econômica, atuando na
proteção à indústria brasileira, pois permite a esta competir no mercado interno em
condições de igualdade ou de vantagem com produtos do exterior, aspecto que sobrepõe
sua relevância como fonte de arrecadação para o Tesouro. Predomina, portanto, sua função
extrafiscal.
1
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Tal fato gerador ocorre na data da entrada dos produtos estrangeiros no território
nacional. Se houver alteração da alíquota no período de tempo entre a obtenção de guia de
importação e o desembaraço aduaneiro ou efetivo desembarque, caberá solucionar a
questão de qual alíquota deve ser aplicada a maior ou a menor.
Com efeito, a não ser assim, estaria inviabilizada a importação, como atividade
empresarial. O governo poderia levar à ruína qualquer importador com um simples ato de
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
DIREITO TRIBUTÁRIO
Não basta a entrada física do produto no país, já que, para a incidência do imposto
de importação, os produtos devem ser destinados ao Brasil. Aeronaves com mercadorias
estrangeiras que pousam em nosso território, para fins de abastecimento, não sofrem a
incidência do tributo.
1.6. ALÍQUOTA
Aplicam-se dois tipos de alíquotas: a específica e a ad valorem.
1.7. Lançamento
O lançamento do Imposto de Importação é feito, geralmente, mediante declaração
prestada pelo exportador. A autoridade da Administração Tributária poderá recusar
qualquer dos elementos dessa declaração.
3
_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
DIREITO TRIBUTÁRIO
2.1. Competência
De acordo com o artigo 153, inciso II, da Constituição Federal, compete à União
instituir e cobrar impostos sobre “exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados”.
2.2. Função
O Imposto sobre Exportação tem função predominantemente extrafiscal; portanto, a
ele não se emprega o princípio da anterioridade (artigo 150, § 1.º, da Constituição Federal),
e o princípio da legalidade se mostra atingido pelo artigo 153, § 1.º, da Constituição
Federal. Tal fato se dá por ser o Imposto de Exportação instrumento da política econômica,
fonte de recursos financeiros para o Estado.
4
_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
DIREITO TRIBUTÁRIO
2.4. Alíquotas
Existem duas espécies de alíquotas no imposto de exportação:
2.6. Contribuinte
Segundo o artigo 27 do Código Tributário Nacional, contribuinte desse imposto é o
exportador ou quem a lei a ele equiparar.
Exportador, por sua vez, é aquele que remete a mercadoria, a qualquer título, para o
exterior, ou a leva consigo, não sendo necessário que seja empresário, já que a exportação,
como fato gerador do imposto em causa, pode ser eventual e sem intuito de lucro. Porém,
de um modo geral, exportador é um empresário que habitualmente realiza as operações de
exportação profissional.
2.7. Lançamento
O lançamento do Imposto de Exportação é feito, geralmente, mediante declaração
prestada pelo exportador. A autoridade da Administração Tributária poderá recusar
qualquer dos elementos dessa declaração.
6
_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
DIREITO TRIBUTÁRIO
Dessa forma, o Código Tributário Nacional acabou por incluir quaisquer tipos de
aumento do patrimônio da pessoa física ou jurídica como fato gerador do Imposto de
Renda. É justamente esse incremento que constituirá a base de cálculo do imposto.
•Arbitrado: se não houver meios de apuração do lucro real, por ausência de escritura
comercial e fiscal, ou por recusa na apresentação de livros e documentos, a
autoridade fazendária poderá estipular (de acordo com critérios razoáveis, por
exemplo, a média histórica do lucro da empresa) o lucro a ser tributado. Trata-se,
pois, de medida que visa proteger o Fisco e evitar fraudes.
•Presumido: utilizada pelas firmas individuais e pessoas jurídicas cuja renda anual
não ultrapasse os lindes legais. Distingue-se do lucro real por não haver a tributação
sobre o efetivo acréscimo patrimonial, mas sim sobre um lucro presumido.
3.3. Recolhimentos
7
_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
DIREITO TRIBUTÁRIO
Apesar de ser tributo de apuração anual (podendo ser trimestral para empresas),
tanto pessoas físicas como jurídicas estão obrigadas a fazer antecipações mensais. Para
pessoas físicas, aplica-se a tabela progressiva a seguir:
(R$) (%)
1.058,00 0 0
Tabela Progressiva para Cálculo Anual do Imposto de Renda de Pessoa Física para o
Exercício de 2003, Ano-Calendário 2002:
(R$) (%)
12.696,00 0 0
8
_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
DIREITO TRIBUTÁRIO
a) 15% (quinze por cento) sobre o lucro real, presumido ou arbitrado apurado pelas
pessoas jurídicas em geral, seja comercial ou civil o seu objeto;
3.5. Adicional
A parcela do lucro real que exceder ao resultado da multiplicação de R$ 20.000,00
(vinte mil reais) pelo número dos meses do respectivo período de apuração sujeita-se à
incidência do adicional, à alíquota de 10% (dez por cento). Também se encontra sujeita ao
adicional a parcela da base de cálculo estimada mensal, no caso das pessoas jurídicas que
optaram pela apuração do imposto de renda sobre o lucro real anual, presumido ou
arbitrado, que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
O adicional incide, inclusive, sobre os resultados tributáveis de pessoa jurídica que explore
atividade rural (Lei n.º 9.249, de 1995, artigo 3º, § 3.º). No caso de atividades mistas, a
base de cálculo do adicional será a soma do lucro real apurado nas atividades em geral com
o lucro real apurado na atividade rural.
3.4. Lançamento
O lançamento do Imposto sobre a Renda decorre da declaração que o contribuinte
fornece ao Fisco sobre o fato gerador do tributo.
9
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MÓDULO XI
DIREITOS HUMANOS
Lei n. 7.210/84 (Lei de Execução Penal)
Título I - Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução
Penal
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XI
DIREITOS HUMANOS
DIREITOS HUMANOS
1. INTRODUÇÃO
Examinando tudo o que já foi dito nos módulos anteriores, e tendo por base a
Constituição brasileira, induvidoso concluir que repousa no Estado o grande artífice da
construção, implementação, observância, defesa e respeito aos direitos humanos
fundamentais. Flávia Piovesan, a respeito, destaca que a consolidação da cidadania é
responsabilidade do Estado, responsabilidade essa derivada do texto constitucional, que
adotou, amplamente, a concepção contemporânea de cidadania.16
16
Temas de Direitos Humanos. 1.ª ed. Max Limonad, 1998. p. 205-229.
17
Op. cit. p. 206 e 226-227.
1
_________________________________________________________________________ MÓDULO XI
DIREITOS HUMANOS
O direito de punir, adverte Miguel Reale Júnior, “se desenrola em três momentos: o
primeiro, quando do mandamento do legislador para que o destinatário da norma se
abstenha de praticar o ato tipificado como crime, sob pena de sanção; o segundo momento,
quando a norma penal é desrespeitada, gerando o direito do Estado à persecução penal, na
busca de dar efetividade à ameaça antes genérica; no terceiro momento, se sobrevier ao fim
do processo penal uma condenação, surge o direito à execução desta pena”.20
A respeito da execução da pena, dispõe o artigo 1.º da Lei de Execução Penal (Lei n.
7.210/84): “A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou
decisão criminal ...”, ou seja, concretizada definitivamente a pena, deverá ela ser
efetivamente cumprida..
18
Idem, ibidem. p. 227-228.
19
Temas de Direitos Humanos. p. 229.
20
O Direito de Liberdade no Processo Penal. Revista Cejap, set. 2000, p. 27.
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO XI
DIREITOS HUMANOS
Assim, embora preso, o indivíduo deve ter respeitada a sua integridade física e
moral, bem como a sua dignidade. Luiz Vicente Cernicchiaro e Paulo José da Costa Junior
acentuam que “o conceito e o processo de execução, de modo algum, podem arranhar a
dignidade do homem, garantida contra qualquer ofensa física ou moral. Lei que
contrariasse esse estado, indiscutivelmente seria inconstitucional”.21
Importante papel, nesse sentido, está reservado ao Estado. Cândido Furtado Maia
Neto adverte: “Um Estado somente é democrático quando as autoridades públicas
constituídas (legisladores, polícia, promotores de justiça, juízes de direito e servidores
penitenciários), que protagonizam o sistema de administração de justiça, aplicarem o
Direito Penal-Penitenciário resguardando os princípios gerais de Direitos Humanos do
processado e do condenado preso”.22
21
Direito Penal na Constituição. 3.ª ed. São Paulo: RT, 1995. p. 144.
22
Direitos Humanos do Preso. Rio de Janeiro: Forense, 1998. p. 1-2.
3
_________________________________________________________________________ MÓDULO XI
DIREITOS HUMANOS
Nesse sentido, ainda, as precisas observações de Alberto Silva Franco: “Urge que o
juiz, além do normal exercício da jurisdição penal, faça valer, efetivamente, os direitos
fundamentais e garantias constitucionais do cidadão, no campo penal e processual penal,
todas as vezes em que tais direitos ou garantias suportem ou estejam em vias de suportar
algum tipo de lesão. Urge, ainda, que o Juiz Penal tome consciência de que, além da
jurisdição penal, exerce também a jurisdição constitucional das liberdades e que, por isso,
não pode compactuar com nenhum agravo à Constituição Federal”.24
23
Direitos Humanos e Execução Penal. In: Direitos Humanos – Visões Contemporâneas. publicação da Associação Juízes para a
Democracia, 2001. p. 117.
24
Lei de Crimes Hediondos. Fascículos de Ciências Penais. Porto Alegre: Sérgio Fabris Editor, 1992, ano 5, vol. 5, p. 55. Apud
STEINER, Sylvia Helena de Figueiredo. A Convenção Americana sobre Direitos Humanos e sua Integração ao Processo Penal
Brasileiro. São Paulo: RT, 2000. p. 134.
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DIREITOS HUMANOS
arbitrariamente. Ninguém poderá ser privado de sua liberdade, salvo pelos motivos
previstos em lei e em conformidade com os procedimentos nela estabelecidos”.
Ainda nesse Pacto, em seu artigo 10, encontramos outras disposições atinentes ao
tema. No item 1 está disposto: “Toda pessoa privada de sua liberdade deverá ser tratada
com humanidade e respeito à dignidade inerente à pessoa humana”. No item 2a,
encontramos: “As pessoas processadas deverão ser separadas, salvo em circunstâncias
excepcionais, das pessoas condenadas e receber tratamento distinto, condizente com sua
condição de pessoas não condenadas”. No item 2b, por sua vez: “As pessoas jovens
processadas deverão ser separadas das adultas e julgadas o mais rápido possível”.
Finalmente, no item 3: “O regime penitenciário consistirá em um tratamento cujo objetivo
principal seja a reforma e reabilitação moral dos prisioneiros. Os delinqüentes juvenis
deverão ser separados dos adultos e receber tratamento condizente com sua idade e
condição jurídica”.
1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua integridade física, psíquica e moral.
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos
ou degradantes. Toda pessoa privada de liberdade deve ser tratada com o respeito devido à
dignidade inerente ao ser humano.
5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos adultos e
conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento.
5
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DIREITOS HUMANOS
Além dessas disposições, a Organização das Nações Unidas prevê regras mínimas
para o tratamento dos reclusos, além do instrumento denominado Princípios Básicos para o
Tratamento dos Reclusos (Resolução n. 45/111, de 14.12.1990), que configuram regras
mínimas e princípios a serem observados na organização penitenciária e no tratamento dos
presos.
O instrumento normativo, ainda, prevê regras básicas com respeito à separação dos
reclusos em categorias. São elas, em síntese:
• pessoas presas por dívidas, ou outros reclusos do foro civil, devem ser mantidas
separadas de reclusos do foro criminal;
Além dessas, outras regras existem prevendo as condições dos estabelecimentos com
relação à higiene pessoal, vestuário, exercício e desporto, serviços médicos, informação e
direito de queixa dos reclusos, contatos com o mundo exterior, biblioteca e religião. E, por
fim, está estabelecido um sistema de disciplina e sanções.
De acordo com o artigo 1.º da Lei de Execução Penal: “A execução penal tem por
objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições
para a harmônica integração social do condenado e do internado”.
A execução penal, portanto, é uma atividade complexa, tendo, tal atividade, reflexos
no Direito Penal, no Direito Processual Penal e no Direito Administrativo.25
Aliás, e para que não reste dúvida, consta da Exposição de Motivos, no item 19, que
o princípio da legalidade “domina o corpo e o espírito da lei, de forma a impedir que o
excesso ou o desvio da execução comprometam a dignidade e a humanidade do Direito
Penal”.
31
MIRABETE, Julio Fabbrini. Op. cit. p. 33.
32
MARCHI DE QUEIROZ, Carlos Alberto. Resumo de Direitos Humanos e da Cidadania. São Paulo: Iglu, 2001. p. 130.
33
MIRABETE, Julio Fabbrini. Op. cit. p. 36.
8
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DIREITOS HUMANOS
penal, as medidas, limitações e decisões devem ser tomadas e os conflitos decididos pela
autoridade judiciária.
Julio Fabbrini Mirabete acentua: “A justiça penal não termina com o trânsito em
julgado da sentença condenatória, mas se realiza, principalmente, na execução. É o poder
de decidir o conflito entre o direito público subjetivo de punir (pretensão punitiva ou
executória) e os direitos subjetivos concernentes à liberdade do cidadão. Esse conflito não
se resume aos clássicos incidentes da execução, mas se estabelece também em qualquer
situação do processo executório em que se contraponham, de um lado, os direitos e deveres
componentes do status do condenado, delineados concretamente na sentença condenatória
e, de outro, o direito de punir do Estado, ou seja, de fazer com que se execute a sanção
aplicada na sentença”.35
34
BERGAMINI MIOTTO, Arminda . Curso de ciência penitenciária. vol. 3. São Paulo: Saraiva, 1975. p. 701, Apud MIRABETE,
Julio Fabbrini. Op. cit. p. 37.
35
MIRABETE, Julio Fabbrini.Op. cit. p. 37.
36
JARDIM, Afrânio Silva. Reflexão Teórica sobre o Processo Penal. Justitia 127/99. Apud MIRABETE, Julio Fabbrini. Op. cit. p.
39-40.
37
MIRABETE, Julio Fabbrini, Op. cit. p. 40.
9
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DIREITOS HUMANOS
Como destacamos anteriormente, o artigo 3.º, caput, diz textualmente que o fato de
alguém estar sentenciado definitivamente, cumprindo pena, ou mesmo preso
provisoriamente, não priva tal pessoa dos direitos humanos fundamentais que lhe são
inerentes, exceção feita, é claro, aos direitos incompatíveis com a situação específica de
indivíduo preso. Isso decorre da Carta Constitucional, não havendo possibilidade de
contraposição.
4. o direito à propriedade (art. 5.º, caput, e incs. XXII, XXVII, XXVIII, XXIX e
XXX, da CF);
5. o direito à integridade física e moral (art. 5.º, incs. III, V, X e XLIV, da CF; e art.
38 do CP);
10. direito à assistência judiciária (art. 5.º, inc. LXXIV, da CF; e arts. 15 e 16 da
LEP);
11. direito à indenização por erro judiciário ou por prisão além do tempo fixado na
sentença (art. 5.º, inc. LXXV, da CF).38
38
MIRABETE, Julio Fabbrini.Op. cit. p. 44-45.
10
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DIREITOS HUMANOS
4. direito à previdência social, embora com forma própria (art. 43 da LOPS e arts.
91 a 93 do respectivo regulamento; art. 39 do CP; e art. 41, inc. III, da LEP);
Esse dispositivo, vê-se, nada mais faz que reconhecer o princípio da igualdade
disposto no artigo 5.º, caput, da Constituição Federal, proibindo qualquer discriminação de
natureza racial, social, religiosa ou política, aqui também enquadrável a discriminação em
razão de opção sexual, que não tem guarida, mesmo nas prisões.
39
MIRABETE, Julio Fabbrini. Op. cit. p. 44-45.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
1. FIGURAS PENAIS
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
convoca-o e o mantém por várias horas em repartição pública, privando-o de sua liberdade
de locomoção.
Vejamos a jurisprudência:
“Ainda que não chegue a efetivar-se ilegal recolhimento ao cárcere, pratica abuso de
autoridade o militar que obriga a vítima a acompanhá-lo a diversos quartéis, com o
propósito de puni-la por alegado desrespeito à sua pessoa” (TACrimSP, rel. Valentim Silva,
JUTACrim 23/198).
Segundo o art. 5.º, inc. XI, da Constituição Federal: “A casa é asilo inviolável do
indivíduo, ninguém podendo nela penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso
de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial”.
agravada, é punida com uma sanção privativa de liberdade mais branda (de um mês e dez
dias a quatro meses de detenção ou multa). Para Gilberto e Vladimir Passos de Freitas, não
se aplica o art.150, § 2.°, do Código Penal, mas sim o art.3.º, “b”, da Lei n. 4.898/65. A lei
especial é mais abrangente em relação à sanção prevista no Código Penal e, também,
elevou o máximo da pena privativa de liberdade. Aplica-se, pois, o princípio da
especialidade. Assim, todo aquele que, no exercício de cargo, emprego ou função pública,
praticar violação de domicílio, estará incurso no art. 3.º, “b”, da Lei n. 4.898/6540. Para Rui
Stoco, no entanto, deve prevalecer o art.150, § 2.º, do Código Penal, pois nele o abuso de
poder constitui circunstância legal específica41.
Frise-se que a proteção constitucional é mais ampla, pois assegura não só o sigilo da
correspondência, mas, também, o das comunicações telegráficas, de dados e telefônicas.
Há casos nos quais a autoridade pode ler a correspondência alheia, sem que esse
comportamento configure abuso de poder. A garantia constitucional do sigilo da
correspondência e a figura penal em estudo não podem servir de escudo para a prática de
ilícitos penais, isto é, contra a coletividade. Vejamos algumas hipóteses:
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A propósito da Lei de Tortura (Lei n. 9.455/97), sustenta Rui Stoco que o aludido
diploma revogou a alínea “i” do art. 3.º e a alínea “b” do art. 4.º, ambos da Lei de Abuso de
Autoridade42. Não podemos concordar inteiramente com o ilustre autor. A tortura exige
finalidade específica, ou seja, só se configura se o agente visar um dos objetivos previstos
nos incisos I e II do art. 1.º. Entre esses fins não encontramos, por exemplo, a mera
maldade, o simples desejo de ver a vítima sofrer. Assim, se o torturador for movido por tais
finalidades, teremos o enquadramento no art. 3.º, “i”, da Lei n. 4.898/65. Na maioria dos
casos – é preciso admitir –, a autoridade visa a obtenção de confissões ou declarações.
Nessas hipóteses aplica-se a Lei de Tortura (art. 1.º, inc. I, “a”, c. c. o § 4.º, inc. I, do
mesmo artigo). Parece-nos mais acertado afirmar que a Lei de Tortura derrogou o art. 3.º,
“i”, da Lei de Abuso de Autoridade (revogação parcial do dispositivo).
Existe outra discussão a ser encarada: teria o art. 3.º, “i”, da Lei n. 4.898/65,
revogado o art. 322 do Código Penal (violência arbitrária)?
42
Op. cit.. p. 31
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Se, além do abuso, é cometido outro crime – lesões corporais ou homicídio, por
exemplo – aplica-se o concurso material de infrações (RT 563/396 e JUTACrim 47/207).
Essa é a orientação que predomina na jurisprudência. Há precedente nesse sentido, do
próprio Supremo Tribunal Federal, em voto do Min. Cordeiro Guerra (RTJ 101/595). Há
outra corrente que sustenta o concurso formal. O crime de abuso tem como objetividade
jurídica preservar a credibilidade do serviço público, o respeito à autoridade e os direitos e
garantias constitucionais do cidadão. Tais finalidades são diversas das perseguidas pelo art.
121 ou art. 129 do Código Penal.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
De acordo com o art. 5.º, inc. LXI, da Constituição Federal: “Ninguém será preso
senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar,
definidos em lei”.
a) Flagrante delito, cujas hipóteses e formalidades estão previstas nos artigos 301 e
seguintes do CPP.
I - Do juiz criminal:
II – Do juiz cível:
3. Prisão do falido (arts. 14, inc. VI; 35; e 151, § 3.º, da Lei de Falências – Dec.-lei
n. 7.661/45).
• Prisão para averiguações: cuida-se de medida não amparada na lei e que, assim,
constitui evidente abuso de poder.
A Constituição Federal, em seu art. 5.º, inc. XLIX, preceitua que é assegurado aos
presos o respeito à integridade física e moral. Como se não bastasse, o inciso III do citado
artigo determina o respeito à dignidade da pessoa humana, como um dos fundamentos do
Estado Democrático de Direito.
O Código Penal, por sua vez, dispõe que o preso conserva todos os direitos não
atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua
integridade física e moral (art. 38).
Pressupõe-se, para a aplicação da alínea em estudo, que a prisão seja legal. Não
obstante, a autoridade excede-se, praticando ou permitindo que a pessoa detida seja
atingida em sua dignidade. Há, nesse momento, abuso de poder. Citamos, como exemplos,
a exposição forçada do preso à imprensa ou ao público de uma maneira geral; sujeitá-lo ao
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XXI
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
escárnio coletivo; submetê-lo a trabalho degradante; sujeitá-lo a ofensas à sua honra, entre
outros comportamentos.
Segundo o art. 5.º, inc. LXII, da Constituição Federal, a prisão de qualquer pessoa e
o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família
do preso ou à pessoa por ele indicada.
Dispõe o art. 5.º, inc. LXV, da Constituição Federal que a prisão ilegal será
imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.
• Alínea “e”: levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar
fiança, permitida em lei.
Segundo o art. 5.º, inc. LXVI, da Constituição Federal, ninguém será levado à prisão
ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
autoridade policial à concessão de fiança, o preso – ou alguém por ele – poderá prestá-la
perante o juiz, nos termos do art. 335 do Código de Processo Penal.
Após o lapso de cinco dias ( art. 2.º, § 7.º, da Lei n. 7.960/89) ou de 30 dias (Lei n.
8.072/90), a liberação deverá ser automática, isto é, independentemente de ordem judicial.
Os prazos acima indicados poderão ser prorrogados por iguais períodos. Quanto à pena
privativa de liberdade, ou à medida de segurança, exige-se a ordem do juiz.
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MÓDULO XI
MEDICINA LEGAL
Medicina Forense Aplicada ao Código Penal
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MEDICINA LEGAL
MEDICINA LEGAL
1. INTRODUÇÃO
2. PONTOS RELEVANTES
1
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MEDICINA LEGAL
k) Conceituar perícia
Exames realizados por técnicos a serviço da Justiça. A perícia pode ser realizada
através de relatório (laudo ou auto), parecer (opinião) e atestado (constatação).
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MEDICINA LEGAL
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MÓDULO XI
PORTUGUÊS
Orientação para Pronúncias Questionáveis
Organização do Texto e o Ritmo da Escrita
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PORTUGUÊS
PORTUGUÊS
Ortoepia: parte da gramática que estuda a pronúncia; o erro gera a cacoepia (falar roba, em
vez de roubar).
Prosódia: estudo da tonicidade; a pronúncia da sílaba errada faz surgir uma silabada
(rúbrica em vez de rubrica).
eu adapto
ele adapta
aficionado
eu afrouxo
ele afrouxa
eu almejo (ê)
âmbar
eu apaziguo
ele apazigua
ele(s) apazigúe(m)
aresto (é)
eu arguo
ele argúi
eles argúem
1
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PORTUGUÊS
ele argüiu
austero (é)
autópsia
avaro
eu averiguo
ele averigua
ele(s) averigúe(m)
beneficente
blefe (é)
bodas (ô)
dúplex
caracteres (é)
cassetetes (é)
cateter (é)
eu cavouco
ele cavouca
condor
crosta (ô)
eu designo
ele designa
distinguir
docimasia
dolo (ó)
eu estouro
ele estoura
2
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PORTUGUÊS
exegese (z)(gé)
extra (ê)
experto (ecs)
filantropo (ô)
fluido (úi)
foro (ô)
fortuito (úi)
gratuito (úi)
hábitat
hieróglifo
homizio
ibero (é)
ileso (ê)
eu impregno (é)
ímprobo
eu impugno
ele impugna
incesto (é)
inodoro (ó)
eu inteiro
ele inteira
ínterim
juniores (ô)
látex
leso (é)
3
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PORTUGUÊS
lêvedo
mercancia
misantropo (ô)
mister (é)
necropsia
Nobel
novel
obséquio (z)
ômega
pecha (é)
eu peneiro
ele peneira
probo (ó)
eu propugno
ele propugna
pudico
eu readapto
ele readapta
recorde
eu repugno
ele repugna
eu resigno
ele resigna
eu roubo
ele rouba
rubrica
4
_________________________________________________________________________ MÓDULO XI
PORTUGUÊS
ruim
eu saúdo
ele saúda
servo (é)
sesta (é)
sintaxe (ce)
sobejo (ê)
subsidiar (ci)
subsídio (ci)
suor (ó)
sursis (sí)
têxtil
torpe (ô)
tóxico (csi)
tríplex
uxoricida (cso)
xérox
5
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PORTUGUÊS
A Constituição Federal do Brasil, em seu artigo segundo, dispõe que “são poderes
da União, independentes e harmônicos entre si, o legislativo, o executivo e o judiciário”.
A Constituição Federal do Brasil, em seu artigo segundo, dispõe que “são poderes
da União, independentes e harmônicos entre si, o legislativo, o executivo e o judiciário”.
Essa tripartição dos poderes resultou da nova concepção de Estado, pois, antigamente, os
reis encarnavam todos os poderes, ou seja, legislavam, julgavam e administravam.
geralmente ligados a três aspectos (muito flexíveis): – a mudança de tópicos (que são as
unidades que o texto vai construindo);
O controle preventivo, como o próprio nome diz, é aquele que ocorre antes da
criação da lei ou do ato normativo, pode ser feito pelo Poder Legislativo, por meio das
Comissões de Constituição e Justiça, no momento em que essas analisam os projetos de lei
que são submetidos ao seu crivo, pelo Poder executivo, por intermédio do chamado “veto
jurídico” e pelo Poder judiciário, no caso de ocorrer violação das normas constitucionais
do processo legislativo, desde que seja provocado tal controle por quem tenha direito
subjetivo ao devido processo legislativo, em regra é o parlamentar que participa do
processo legislativo.
O controle preventivo, como o próprio nome diz, é aquele que ocorre antes da
criação da lei ou do ato normativo e ele pode ser feito pelos três poderes: pelo poder
legislativo, por meio das Comissões de Constituição e Justiça, no momento em que essas
analisam os projetos de lei que são submetidos ao seu crivo; pelo poder executivo, por
intermédio do chamado “veto jurídico”; e pelo poder judiciário, no caso de ocorrer
violação das normas constitucionais do processo legislativo. Nesse último caso, ocorre
desde que seja provocado por quem tenha direito subjetivo ao devido processo legislativo,
8
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PORTUGUÊS
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TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
1. INTRODUÇÃO
O art. 3.º da Lei conceitua meio ambiente como o conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem física, química ou biológica, que permitem, abrigam e
regem a vida em todas as suas formas.
A doutrina faz distinção entre meio ambiente natural, meio ambiente artificial e
meio ambiente do trabalho:
• Meio ambiente do trabalho: existe uma dificuldade para saber se envolve relação
contratual de trabalho ou não. Tem competência para resolver esta questão a
Justiça do Trabalho (trabalho insalubre, p. ex.). Mas se há , por hipótese, uma
caldeira com perigo de explosão, colocando em risco grande número de pessoas,
tem competência a Justiça Estadual (decisão do STJ). Se o meio ambiente do
trabalho se relaciona com contrato de trabalho, relação trabalhista, tem
competência a Justiça Trabalhista. Caso se relacione à saúde, à segurança, tem
competência a Justiça Estadual. No campo do MP Estadual, atua a Promotoria de
Acidentes do Trabalho. Havia discussão se a competência era da Vara Comum ou
da de Acidentes do Trabalho. Hoje é pacífico, a competência é da Vara de
Acidente do Trabalho.
Um bem que não está tombado pode ter proteção judicial, pois o esgotamento da via
administrativa não é condição para o requerimento de proteção judicial. Não há vinculação.
Pode-se propor ação civil pública para obter decisão judicial de proteção do patrimônio
histórico.
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TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
A autoridade que faz o EIA é designada pela Secretaria do Meio Ambiente (área
federal e estadual). Nada impede que empresa privada o forneça.
Deve figurar no pólo passivo das ações todo aquele que, por ação ou omissão, direta
ou indiretamente, causar dano ou ameaça de dano ao meio ambiente, inclusive o próprio
Poder Público, desde que atue diretamente.
2
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TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XI
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
• pode ser autor da atividade danosa, p. ex., empresa estatal que polui um rio;
5
_________________________________________________________________________ MÓDULO XI
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
A responsabilidade do Estado por fato da natureza possui uma regra básica de que o
Estado não responde pelos acontecimentos da natureza. Há hipóteses, porém, em que há
concorrência de fatores, p. ex., inundação, porque a prefeitura não limpa os bueiros. É
possível responsabilizar o Estado, de forma subjetiva, desde que o fato da natureza seja
previsível.
1.6.2.Competência
A competência para processar a ação coletiva poderá ser da Justiça Federal, se presente
interesse da União, de entidade autárquica ou empresa pública federal, como ordena o art.
109, I, da Constituição Federal. No entanto, não prevalece anterior posicionamento do
Superior Tribunal de Justiça (Súmula 183 do STJ -cancelada), que ordenava a aplicação da
regra do § 3o. do referido dispositivo (processamento na Justiça Estadual sempre que
inexistente Vara da Justiça Federal no local do dano), porque inexistente ressalva expressa
na Lei 7.347/85 (Ação Civil Pública) e na Lei 8.078/90 (Código de Defesa do
Consumidor).
6
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TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
1.6.3. Litispendência
É possível o trâmite conjunto entre a ação para defesa do meio ambiente e ações
com efeitos análogos. Não se reconhece, todavia, litispendência:
• entre ação civil pública para tutela de direitos difusos e ação civil pública para
tutelar direitos coletivos;
• ação coletiva para defender direitos homogêneos e ação individual para proteger
o mesmo interesse;
• ação civil pública para defender interesses difusos e ação civil pública para
defender interesse individuais homogêneos.
R: Ação popular e ação civil pública com finalidade de defesa do meio ambiente,
pois, em ambos os casos, o titular do interesse é a coletividade.
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MÓDULO XXI
EXERCÍCIOS
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ADMINISTRATIVO
3. Estabelece o art. 5.º, inc. XXV, da Constituição Federal, que “no caso de iminente
perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.” Tal dispositivo
caracteriza qual modalidade de intervenção do Estado ao direito de propriedade
abaixo enumerada:
a) limitação administrativa;
b) servidão administrativa;
c) requisição;
d) ocupação temporária.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CIVIL
3. A aceitação da herança é:
a) indispensável para que se consolide a transmissão dos bens ao herdeiro;
b) a manifestação de vontade do beneficiário da herança, para que se complemente os
três momentos da transmissão: a abertura da sucessão, a delação da herança e a
aquisição;
c) tácita, quando resulta de atos compatíveis somente com a condição de herdeiro;
d) todas as alternativas estão corretas;
e) apenas as alternativas “a” e “c” estão corretas.
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2
_________________________________________________________________________MÓDULO XXI
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO COMERCIAL
2. Com o Novo Código Civil, além dos princípios clássicos do direito contratual,
foram elevados e acrescentados como princípios:
a) I, III, IV.
b) I, II, III
c) I, II, IV.
d) Todas as afirmações estão corretas.
a) por haver expressa previsão legal ou contratual, ou mesmo em razão de o contrato ter
sido celebrado por prazo indeterminado, as partes contratantes puderem rescindir o
contrato;
b) uma das partes, por não ter cumprido com a obrigação assumida, permite à outra
buscar a rescisão da avença;
c) as partes contratantes, arrependendo-se do contrato firmado, de comum acordo,
resolvem por bem rescindir a avença;
d) nenhuma das afirmações anteriores está corretas.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CONSTITUCIONAL
1. Qual princípio estabelece que todas as despesas e receitas devem estar previstas no
orçamento?
a) princípio da unidade;
b) princípio da legalidade;
c) princípio da universalidade;
d) princípio da exclusividade.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
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2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
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2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ELEITORAL
a) I – 1; II – 3; III – 2.
b) I – 1; II – 2; III – 3.
c) I – 3; II – 2; III – 1.
d) I – 3; II – 1; III – 2.
1
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_________________________________________________________________________MÓDULO XXI
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO INTERNACIONAL
a) I – 1; II – 3; III – 2.
b) I – 2; II – 3; III – 1.
c) I – 3; II – 1; III – 2.
d) I – 1; II – 2; III – 3.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PENAL
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
3. Qual a crítica recebida pela Teoria Parafiscal de sua definição da natureza jurídica
da contribuição social?
a) Arrecadando a autarquia a contribuição, não desnatura sua natureza tributária.
b) Não se pode enquadrá-la em nenhuma das espécies tributárias.
c) A contribuição pertence ao Direito Público, pois é compulsória, já que o seguro é
firmado entre particulares.
d) Não há ajustes de vontade quanto ao seu pagamento.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
III. No Direito brasileiro, o menor prazo para o usucapião é de cinco anos proveniente
da criação do usucapião especial pela Constituição Federal/88.
a) V – F – F.
b) F – V – V.
c) V – V – F.
d) F – F – V.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO TRIBUTÁRIO
1. Não pode ser cobrado, no mesmo exercício financeiro da publicação da lei que o
institui, o Imposto sobre:
a) Produtos Industrializados (IPI);
b) Importação de Produtos Estrangeiros (II);
c) Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários
(IOF);
d) a Renda de proventos de qualquer natureza (IR).
c) ilegítima, pois a União Federal não pode instituir tributos que não sejam uniformes em
todo o território nacional;
d) ilegítima, pois a diferença de riqueza não está prevista como suporte para essa diferença
de tributos em relação aos Estados.
4. A União Federal lança Imposto de Renda contra alguém que cedeu em comodato
um imóvel cuja proprietária é pessoa que não é seu dependente. A base de cálculo
do imposto correspondeu ao valor estimado do aluguel. Esse imposto:
a) é devido, porque ocorreu disponibilidade jurídica da renda, embora não recebida
efetivamente;
b) é devido, porque a União Federal pode estimar a renda virtual do imóvel cedido em
comodato, tributando-a;
c) é indevido, porque o fato gerador é a disponibilidade econômica ou jurídica da renda;
d) é devido, porque o comodatário não é dependente do comodante.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITOS HUMANOS
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
3. A inviolabilidade do domicílio:
a) é absorvida quando for crime-meio para a prática de outros abusos de autoridade;
b) enseja a aplicação da regra do concurso material com o delito previsto no art. 150, §
2.º, do Código Penal;
c) definida no art. 3.º, alínea “b”, admite a forma tentada;
d) é incompatível com o Estado Democrático de Direito.
4. O art. 3.º, alínea “c”, trata do sigilo da correspondência. Podemos afirmar que:
a) o tipo penal abrange as demais formas de comunicação, tais como a telefônica e a de
dados;
b) é absorvido, caso se configure crime previsto na Lei n. 6.538/78, que dispõe sobre
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os serviços postais;
c) a norma tutela uma garantia constitucional de cunho absoluto, não admitindo, por
exemplo, que a direção do estabelecimento penitenciário intercepte carta do preso;
d) n.d.a.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
MEDICINA LEGAL
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a) I – a; II – b; III – c.
b) I – b; II – a; III – c.
c) I – b; II – c; III – a .
d) I – a; II – c; III – b.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):