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Conselho Deontológico

Comunicado

Posição do CD a propósito a última edição do «Jornal Nacional – 6.ª feira»

Na sequência de queixas chegadas nos últimos dias, a propósito da recente polémica suscitada pela
entrevista concedida pelo bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, à jornalista Manuela
Moura Guedes, na edição do «Jornal Nacional - 6ª feira», do passado dia 22 de Maio, o Conselho
Deontológico do Sindicato dos Jornalistas considera o seguinte:

1- Ao contrário de discussões anteriores, centradas sobre casos concretos de conteúdo de notícias


e da investigação jornalística, a polémica surgida na sequência da entrevista dada pelo
bastonário da Ordem dos Advogados a Manuela Moura Guedes teve o condão de reposicionar
as questões no justo ponto da deontologia jornalística, nomeadamente quanto ao papel da pivô
naquele serviço noticioso da TVI.
2- O caso em apreço surge no contexto de um avolumar de situações sobre o «Jornal Nacional - 6ª
feira» que têm merecido acompanhamento e discussão no seio do Conselho Deontológico.
3- A questão que nos parece central neste debate prende-se com o facto de se saber até onde
pode ir a intervenção de um ou de uma jornalista pivô num espaço noticioso, ainda que
regendo-se por uma estratégia editorial própria, distinta dos restantes serviços informativos,
como acontece no caso «Jornal Nacional - 6ª feira».
4- O Conselho Deontológico considera que um jornalista que desempenha funções de
apresentador de um noticiário televisivo continua vinculado aos princípios éticos e
deontológicos que norteiam o exercício da profissão. Nesse sentido, considera-se inaceitável
que, para além de outros aspectos, na apresentação das notícias, o jornalista confunda factos e
opiniões e se exima da responsabilidade de comentar as notícias com honestidade.
5- Por isso, os apresentadores do serviço noticioso devem abster-se de introduzir apartes,
comentários, expressões e recorrer à linguagem não oral, susceptíveis de conotarem e
contaminarem o conteúdo informativo, comprometendo a própria isenção dos profissionais
que, conjuntamente, trabalham naquele espaço de informação.
6- O Conselho Deontológico considera que, sem prejuízo dos sempre discutíveis aspectos
editoriais, os pivôs devem estar claramente conscientes de qual o seu papel, se o de entertainer
ou o de jornalista, não devendo confundir o conflito e o espectacular com a importância das
notícias.
7- Do mesmo modo, considera-se que os jornalistas não podem substituir a acutilância pela
agressividade e devem, em nome do objectivo último de contribuir para um juízo final do
público, permitir que os seus entrevistados expressem os seus pontos de vista com serenidade e
não sejam apenas convidados a participar num espectáculo de enxovalho, em que eles são as
vítimas.
8- O Conselho Deontológico não pode deixar de reprovar o desempenho de Manuela Moura
Guedes na condução do «Jornal Nacional – 6.ª feira» e concitar a própria e a direcção da TVI ao
cumprimento dos valores éticos da profissão.

Lisboa, 29 de Maio de 2009


O Conselho Deontológico
do Sindicato dos Jornalistas

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