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ALMADA

REVISTA

NESTA MARÇO / ABRIL 2009


EDIÇÃO
APPDA de SETÚBAL — Associação Portuguesa para as Per-
APPDA 1 turbações do Desenvolvimento e Autismo

A APPDA de SETÚBAL, Asso- do autismo; indicações dos De acordo com o DSM-IV


ciação Portuguesa para as serviços que respondem à (Diagnostic and Statiscal
ABCREAL Perturbações do Desenvolvi- problemática do autismo Manual, 1994) os principais
3
mento e Autismo é uma Insti- (diagnóstico, estratégias de critérios de diagnóstico são:
tuição Particular de Solidarie- intervenção, terapias, …) e Redução qualitativa na inte-
AUTISMO

ENSINO dade Social (IPSS), fundada legislação de apoio às pessoas racção social recíproca;
4
ESTRUTURADO por um grupo de pais e técni- com Perturbações do Espectro Redução qualitativa na comu-
cos que vivem no Distrito de do Autismo e seus familiares. nicação, linguagem verbal e
Setúbal, que durante alguns não verbal; Atrasos no jogo

MODELO 5 anos, se encontraram para Paralelamente, a APPDA – simbólico e imaginativo.


D.I.R. partilharem informação, dúvi- Setúbal dinamiza reuniões
Os padrões repetitivos de
das, necessidades, para tenta- mensais de “Ajuda Mútua de
comportamento também são
rem entender a problemática Pais e Técnicos”, fomenta
uma característica relevante.
dos seus filhos, assim como acções de sensibilização e
FORMAÇÃO 7 as alterações que as suas formação subordinadas à pro- As pessoas com o Síndrome
PROFISSIO-
NAL PARA vidas estavam a ter e que blemática das Perturbações do de Asperger apresentam
PESSOAS consideraram indispensável a Espectro do Autismo e desen- características de autismo
COM DEFI- constituição de uma Associa- volve actividades pedagógicas mas têm inteligência média
CIÊNCIA
ção que promova o desenvol- para as crianças/jovens com ou mesmo acima da média e
vimento, a educação, a inte- Perturbações do Espectro do comunicam bem.
AGENDA 8 gração social e a participação Autismo.
O autismo é mais frequente
na vida activa das pessoas
no sexo masculino do que no
INTERNET com Perturbações do Desen- O que é o autismo
10 feminino (4 rapazes para 1
volvimento e Perturbações do
O autismo, também conhe- rapariga) e atinge cerca de 4
ACTIVIDA- Espectro do Autismo (P.E.A.),
10 no Distrito de Setúbal.
cido por Síndrome de Kan- a 5 pessoas em cada 10.000.
DES DESPO-
ner, é hoje considerado A prevalência estimada das
TIVAS EM como uma perturbação glo- perturbações do espectro
ALMADA A APPDA – Setúbal coloca à
bal do desenvolvimento autista, incluindo as do Sín-
disposição de pais e técnicos e
infantil associada a uma drome de Asperger, é de 10
sociedade em geral, informa-
disfunção cerebral e que se a 20 em cada 10.000.
ções alusivas à problemática
prolongará por toda a vida.
REVISTA GCPD JANEIRO / FEVEREIRO 2009 PÁGINA 2

Causas do autismo lhar em constante parceria com as uma mãe da Associação, para
famílias. explicar aos pequeninos o que é o
A exacta causa do autismo ainda
Autismo.
não foi identificada. Recente O diagnóstico precoce é muito
investigação aponta para uma importante pois permite actuar “A história que eu
variedade de situações nas quais tão cedo quanto possível. É tam- vou contar é uma
o desenvolvimento do cérebro bém essencial para as famílias fábula, poderão
vocês pensar que
fica afectado e que podem ocor- que necessitam de informação e
como todas as fábulas aconteceu
rer antes, durante ou depois do apoio.
há muito tempo, mas não, foi
nascimento. apenas ontem...
Dia 2 de Abril – Dia Mundial da
Aparece muitas vezes associado à Consciencialização do Autismo Tudo se passou numa pequena
epilepsia e a outras deficiências, quinta mesmo às portas da cida-
nomeadamente atraso mental e A ONU decretou em Dezembro de de, bem aqui ao nosso lado.
doenças, como o Síndrome do X 2007 que o dia 2 de Abril seria o
Quando D. Josefa se apercebe
Frágil, a fenilcetonuria e a escle- Dia Mundial da Consciencialização
que o seu filhote, o Pedrocas é
rose tuberosa. do Autismo. diferente, ele não fala, não brinca
com os outros, anda sempre de
O que se pode fazer
No âmbito da comemoração do cabeça na lua, só quer saber de
plantas. D Josefa descobre depois
Está provado que a adequação dia 2 de Abril de 2009, Dia Mun-
de falar com o mocho do pinhal
do ambiente e a aplicação de um dial da Consciencialização do
que o seu filhote é autis-
programa diário bem estruturado Autismo, a APPDA - Setúbal, Asso- ta. Embarca assim numa estra-
contribuem para aumentar as ciação Portuguesa para as Pertur- nha aventura feita de palavras
capacidades e reduzir as dificul- bações do Desenvolvimento e silenciosas... mas um dia o Pedro-
cas salva uma vida e ganha o
dades e os comportamentos per- Autismo, desenvolveu as seguin-
respeito de todos os animais da
turbadores. tes actividades no Cinema Charlot,
quinta...”
em Setúbal: - Exposição de dese-
Porque o autismo tem um largo Esta iniciativa foi de extrema
nhos sobre o que as crianças pen-
espectro, é necessário haver uma importância para consciencializar
sam do autismo e trabalhos elabo-
vasta gama de soluções educati- a comunidade sobre esta proble-
rados por crianças e jovens com
vas. Existem vários métodos edu- mática, com vista à integração do
Perturbações do Espectro do
cacionais tendo por base o cidadão portador de deficiência,
Autismo, com inauguração da
desenvolvimento da comunica- porque em Portugal existem 65
exposição às 17h00; - Encontro de
ção, das competências dos domí- mil autistas.
pais, famílias, profissionais, pes-
nios cognitivo e social e das
soas com autismo e outros inte-
capacidades de autonomia. A
ressados, das 18h às 20h.
equipa técnica que atende à APPDA—Setúbal
Durante este encontro foi contada
criança com autismo deve traba-
uma história infantil, escrita por

AUTISMO
REVISTA GCPD JANEIRO / FEVEREIRO 2009 PÁGINA 3

dos, com melhores resultados, ron- com particular destaque para a rea-
dando os 47% de taxa de sucesso. lização dos primeiros Cursos de
Relativamente a este método, senti- Análise Comportamental Aplicada
mos que existe em Portugal, um em Portugal - um curso para técni-
enorme desconhecimento em todos cos e outro curso para pais - que
os sectores da sociedade, nomea- decorreram em Maio de 2008 na
damente, na Saúde, no Ensino Universidade Lusófona de Lisboa. A
ABCREAL Regular e Ensino Especial, nas 18 de Setembro de 2008, na Funda-
Associações de Pais e Família e ção Calouste Gulbenkian, realizou-
O PRIMEIRO CENTRO finalmente na Classe Política. se a Conferência do Professor Dr.
Joseph Morrow, Presidente da Esco-
ABA “Applied Behavior Analysis”
Apesar dos excelentes resultados la americana Applied Behavior Con-
EM PORTUGAL alcançados já há anos em diversos sultants, Inc e Professor da Univer-
países, só agora surgiu o primeiro sidade da Califórnia, intitulada
pólo português especificamente “Behaviorism and Applied Behavior
O dia da consciencialização para o vocacionado para esta Interven- Analysis: History and Philosophy”.
Autismo que se celebra em dia 2 de ção : o Centro ABCREAL Portugal. Conferência que inaugurou o Centro
Abril, torna-se cada vez mais rele- ABCREAL Portugal que tem na pes-
vante porque o Autismo é uma Per- soa do Presidente
turbação do Desenvolvimento grave daquela prestigiada
que atinge um número cada vez organização california-
maior de casos em cada ano que na, a razão da sua
passa. Hoje, estima-se que cerca de existência. A Escola
uma em cada cento e cinquenta americana tem estado
crianças sofre de uma Perturbação sempre connosco e é
no Espectro do Autismo. Este dado ela que detém a super-
mostra claramente que o Autismo já visão técnica. Assim, a
é um sério problema de Saúde 29 de Setembro de
Pública. Neste momento, a preva- 2008, o Centro abriu a
lência do Autismo é superior à da primeira sala para rea-
Sindrome de Down, Paralisia cere- O Centro é uma Cooperativa de lização de intervenção
bral, surdez, e défices de visão. Solidariedade Social, fundada em ABA em crianças maioritariamente
Tem também, uma prevalência Setembro de 2008, e que é respon- entre os 2 e os 6 anos. E a 3 de
superior à diabetes, SIDA e neopla- sável pela implementação em Por- Fevereiro de 2009, inaugurou-se a
sias da infância todas somadas. tugal, do primeiro Centro de Inter- segunda sala destinada a crianças
venção Comportamental, baseada um pouco mais crescidas.

A Applied Behavior Analysis (ABA) no método “Applied Behavior Analy-


ou Análise Comportamental Aplica- sis” (ABA) para crianças e jovens Todas estas iniciativas representam
da é a única metodologia que apre- AUTISTAS. passos muito importantes na luta
senta evidência científica da sua contra o Autismo em Portugal e é
eficácia e segurança no tratamento Na sua curta existência, o Centro nossa missão continuar a contribuir
do Autismo, com taxas de recupera- ABCREAL Portugal orgulha-se de ter para a formação de técnicos portu-
ção para um “funcionamento nor- já realizado diversos eventos de gueses e para a implementação das
mal” que atinge, segundo os estu- elevado valor técnico e científico, intervenções baseadas na evidência
científica.

AUTISMO
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Neste sentido, o Centro ABCREAL 19 de Junho de 2009, o centro urgente de Intervenção. E Portugal
Portugal orgulha-se de ser o promo- mundial do ABA e poderá tornar-se, pode ser um Centro crucial nessa
tor e organizador de um novo e em breve, o pólo difusor do ABA na Acção!
importante evento, em estreita Europa pela alta performance do
colaboração com a Universidade ABCREAL Portugal, como foi carac- Albertina Marçal e Carlos França
Lusófona e a Fundação Calouste terizado pelos nossos mentores Centro ABCREAL Portugal
Gulbenkian, o1º Congresso americanos e já entendido por www.abcrealportugal.org
Internacional em Portugal alguns dos nossos Parceiros que tão
sobre Intervenção Comporta- entusiasticamente e generosamente
mental no Autismo e Perturba- se têm junto a nós, providenciando-
ções de Desenvolvimento - nos um precioso apoio.
Applied Behavior Analysis O misterioso incremento mundial do
(ABA)- Passado, Presente e Autismo torna-se na nossa civiliza-
Futuro. Um Congresso que tornará ção cada vez mais envelhecida um
Portugal, nos próximos dias 18 e facto ainda mais perturbador e

Tratando-se no ”espectro do autis- lidar com as crianças com autismo.


AUTISMO
mo” de um grupo heterogéneo, iden-
tificar todas as características dos Em Portugal e desde 1996 o ensino
ENSINO ESTRUTURADO alunos é fundamental para que as estruturado tem sido a resposta
respostas educativas sejam diferen- educativa nas escolas de ensino
ciadas e sustentadas nas áreas for- regular para os alunos com PEA.
tes, só desta forma será possível
O autismo condiciona significativa-
alcançar o sucesso nas aprendiza- Este modelo e numa perspectiva
mente o desenvolvimento, levando a
gens, colmatando assim as dificulda- educacional, foca-se essencialmente
que a criança/jovem independente-
des de comunicação, de interacção e no proporcionar de capacidades de
mente do seu nível intelectual, tenha
de comportamento. comunicação, organização e prazer
uma forma específica de pensamento
na partilha social, ajudando assim a
e de funcionamento, caracterizado
O ensino estruturado rege-se pela criança com PEA a tornar-se num
essencialmente pelas dificuldades em
filosofia do modelo TEACCH que foi indivíduo autónomo. Trata-se de um
compreender e responder de forma
desenvolvido por Eric Schopler e trabalho que se baseia essencial-
adequada às diferentes situações,
colaboradores na década de 1970, na mente nas áreas fortes, encontradas
seleccionar e processar informação e
Carolina do Norte (Estados Unidos). frequentemente nestas crianças, no
ainda responder a estímulos senso-
Ele surgiu na sequência de um pro- processamento visual, memorização
riais. Reconhecer a variabilidade de
jecto de investigação cujo objectivo de rotinas e interesses especiais,
combinações e envolver a família em
era ensinar aos pais técnicas com- podendo ser adaptado a necessida-
todo o processo é fundamental para
portamentais e métodos de educação des individuais e a níveis diferencia-
intervir com pessoas com (Perturba-
especial para ajudar as famílias a dos de funcionamento.
ção do Espectro do Autismo) PEA.

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A sua flexibilidade leva a uma fácil As unidades • Conhecimento da sensibilidade


adequação para cada criança/aluno de ensino do aluno no que respeita a estímulos
tendo em conta a sua forma de estruturado sensoriais
aprender e pensar, facilitando o são um recurso
encontrar das estratégias mais ade- pedagógico
• Tarefas diárias sempre de acor-
do com o que o aluno é capaz de
quadas para responder adequada- que pretende
realizar
mente a cada caso. dar uma res-
posta especiali- • Promoção da autonomia
Trata-se assim de um conjunto de zada às crian- As situações de aprendizagem estru-
medidas e estratégias que, têm como ças do sistema público com perturba- turadas vão incutir segurança e con-
base a estruturação externa do espa- ção do espectro do autismo. fiança factores determinantes na
ço, do tempo e dos materiais e activi- rentabilização das competências das
dades, com o objectivo de promover O ambiente é organizado tendo como crianças com PEA
a organização interna que, por sua base a diferenciação pedagógica e os
vez irá facilitar os processos de seguintes princípios:
aprendizagem, de autonomia e ainda
• Rotinas claras e objectivas Gracinda Vilaça
a melhoria dos problemas de com-
Educadora Especializada
portamento, também muito presen- • Ambiente calmo e previsível
tes nos alunos com PEA .

É um modelo integrador da aborda- da, que tem como objectivo envolver


gem das Perturbações da Relação e a criança numa relação afectiva.
O MODELO D.I.R.
da Comunicação, baseado numa pers-
pectiva estruturalista do desenvolvi- Os seus princípios básicos são:
Intervenção em crianças mento, na certeza de que em todas
• Seguir a actividade da criança
com Perturbações da as crianças existe alguma capacidade
Relação e Comunicação • Entrar na sua actividade e
para comunicar e que essa capacida-
apoiar as suas intenções, ten-
de depende do seu grau de motiva-
do sempre em conta as dife-
ção .
renças individuais e os está-
O modelo D.I.R (modelo baseado no É um modelo de intervenção intensiva
dios do desenvolvimento.
Desenvolvimento, nas Diferenças e global, que associa a abordagem
Individuais e na Relação) é um • Através da nossa própria
Floor-time com o envolvimento e par-
modelo de intervenção que tem vindo expressão afectiva e das nos-
ticipação da família, com diferentes
a ser desenvolvido, com a obtenção especialidades terapêuticas, Integra- sas acções, levar a criança a
de resultados encorajadores, pelo ção Sensorial, Terapia da Fala e a envolver-se e a interagir
Interdiciplinary Council on Develop- articulação e integração nas estrutu- • Abrir e fechar “ciclos de comu-
mental and Learning Disorders (ICDL, ras educacionais. nicação”
2000), dirigido por Stanley Greenspan • Alargar a gama de experiên-
e Serena Wieder, nos Estados Unidos. A abordagem Floor-time é um modo cias interactivas da criança
de intervenção interactiva não dirigi- através do jogo

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• Alargar a gama de competên- Sensorial. Os sinais variam em convencionais de comunicação, pré-


cias motoras e sensoriais padrões de hiper ou hipo reactivida- simbólicos e simbólicos, alargando as
adaptando a intervenção às de a determinados estímulos senso- suas intenções comunicativas às cate-
diferenças individuais de cada riais. Estes padrões de reactividade gorias pragmáticas não utilizadas. Pre-
criança. vão condicionar as respostas com- tende-se que a criança comece a usar
• Tentar mobilizar em simultâ- portamentais e emocionais e, conse- gestos naturais como a alternância do
neo os seis níveis de funciona- quentemente, a aprendizagem e o olhar, o apontar (proto-imperativo para
mento emocional. desenvolvimento. a intenção comunicativa de pedir e
proto-declarativo para a atenção con-
junta), a expressão facial, o acenar
Em conjunto com as interacções não
com a mão e com a cabeça, o beijar e
directivas do Floor-time, devem ainda
abraçar, como formas comunicativas
ser usadas interacções semi-
pré-simbólicas convencionais. Como
estruturadas de resolução de proble-
objectivo último pretende-se que a
mas em que a criança é levada a
criança venha a utilizar formas comuni-
cumprir objectivos específicos de
cativas simbólicas, a palavra, o gesto
aprendizagem através da criação de
codificado e o símbolo codificado.
desafios dinâmicos que a criança deve
resolver.
A Terapeuta da Fala, os pais e os
outros interlocutores são liderados pela
A Integração Sensorial é o proces-
modalidade preferida da criança, forne-
so neurológico através do qual o
As crianças do espectro do autismo cendo-lhe estrutura e consistência nas
S.N.C. recebe, regista, organiza, asso-
são descritas como tendo alterações interacções comunicativas em todos os
cia e interpreta o input sensorial
do processamento e/ou modulação contextos.
(visão, audição, olfacto, gosto, tacto,
sensorial que interferem nas activi-
movimento) que vai usar para criar
dades do dia a dia e consequente- O Programa de Estudo e Intervenção
uma “resposta adaptada” (em intensi-
mente no comportamento e capaci- nas Perturbações da Relação e Comuni-
dade e duração), do corpo ao meio
dade de se relacionar com os outros. cação, baseado no Modelo D.I.R., fun-
ambiente (Ayres 1989). Quando este
A intervenção usando a Integração ciona, desde 1997, através de uma
processo se realiza de forma adequa-
Sensorial tem como objectivo dar associação privada sem fins lucrativos,
da a criança desenvolve competências
oportunidade para a integração do a Associação de Apoio à Unidade da
para se acalmar, estar atento e
input sensorial controlado, no con- Primeira Infância (AAUPI), em horário
aprender, coordenar os movimentos e
texto de actividades que tenham pós-laboral, com o apoio da Unidade da
interagir com o ambiente, pessoas e
significado e sejam adequadas para Primeira Infância (Hospital Dona Este-
objectos.
a criança, de modo a conseguir uma fânia, Centro Hospitalar de Lisboa Cen-
“resposta adaptada” que integre o tral, EPE).
Para a maioria das crianças todo este
input sensorial.
processo desenvolve-se de forma
automática mas, para uma pequena Graça Santos
percentagem os sentidos não intera- Terapeuta ocupacional
A Terapia da Fala tem como objec-
gem de forma eficaz e a criança apre-
tivo fornecer à criança instrumentos
senta uma disfunção da Integração

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PROGRAMAS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL


PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E INCAPACIDADE

Os Programas de Formação Profissional para Pessoas com Defi- O Reconhecimento, Validação e Certificação de Competên-
ciência e Incapacidade sofreram alterações com a publicação cias (RVCC), compreende uma mais valia, possibilitando a
do dec.- lei nº 213/2007 de 29 de Maio, pois o programa Cons- aquisição de um nível de escolaridade mais elevado, nomea-
telação que regulamentava o acesso e o financiamento das damente, no âmbito da Reabilitação Profissional.
acções cessou com o fim do QCA III.
Do ponto de vista do emprego e formação profissional, a
O actual Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiências obtenção da escolaridade básica (9º ano) ou de nível secun-
e Incapacidades, visa apoiar entidades de Reabilitação Profis- dário, potencia a inserção profissional, a par de uma valori-
sional que desenvolvem actividades formativas e que progressi- zação / enriquecimento do background dos indivíduos, ao
vamente aproximem os seus modelos de intervenção e de res- verem, de uma forma explicita, o seu percurso de vida tra-
posta ao SNQ (sistema nacional de qualificações, dec- lei duzido em competências académicas.
396/2007).
Saliente-se ainda, o facto do reconheci-
As entidades do Concelho que são apoiadas por A actual regulamenta- mento do 9º ano e/ou do nível secun-
este programa e desenvolvem estas acções são a dário, permitir o acesso à qualificação
ção dos Programas de
APPACDM - Centro Quinta dos Inglesinhos e a profissional, permitindo a frequência de
CERCISA. Formação Profissional formação qualificante, que certifica
altera a carga horária profissionais perante o mercado de
Deste modo, os cursos de Formação Profissional trabalho.
e os benefícios sociais
desenvolvidos por estas entidades, têm como
anteriormente vigen-
objectivo dotar os seus destinatários de compe- De uma forma geral, o processo RVCC
tências pessoais e profissionais de modo a que os tes. inscreve-se numa dinâmica intra e
formandos possam ser integrados em mercado interpessoal, que se sustenta na singu-
normal de trabalho. laridade de cada história de vida. Assim sendo, a multiplici-
dade de situações que surgem no âmbito da Reabilitação,
A regulamentação deste programa alterou a carga horária e os não parece ser um entrave ao reconhecimento de compe-
benefícios sociais anteriormente vigentes, a saber: tências, pois tal como acontece em todos os processos de
reconhecimento, a questão fulcral parte sempre do indivi-
dual. É, efectivamente, na diferença que encontramos histó-
As acções têm uma duração de 2900h (cerca de 2 anos quando
rias de vida potenciadoras de aquisição de saberes, que são
anteriormente eram 4 anos) e os apoios dados aos formandos
passíveis de verificação no quotidiano de cada um. O RVCC
são o subsídio de alimentação, transporte, seguro escolar e a
assume-se como um processo que privilegia o individual e
bolsa de profissionalização, actualmente calculada com base no
modos não-formais de interiorização de conhecimentos.
rendimento familiar indexado aos escalões de abono de família.

Neste sentido, o trabalho a realizar nos Centros Novas


Verifica-se ainda que no quadro actual os formandos só pode-
Oportunidades, no que se relaciona com a adaptação dos
rão frequentar nova acção decorridos 18 meses sobre a saída
referenciais de competências-chave, tendo por base as
da última acção frequentada.
especificidades dos indivíduos portadores de deficiência,
constitui uma ferramenta essencial, na promoção da inser-
A criação de novas respostas no âmbito da educação regular,
ção profissional, visto que aproxima os candidatos a empre-
diminuiu a procura de formação profissionalizante nos centros
go aos requisitos das entidades empregadoras.
especializados. Por outro lado, a baixa escolaridade da grande
maioria dos formandos, ( inferior ao 9º ano), impossibilita o
Paula Montez, Alexandra Lhansol, Ana Silvestre
acesso à qualificação profissional e neste sentido o RVCC assu-
me uma particular importância.
REVISTA GCPD JANEIRO / FEVEREIRO 2009 PÁGINA 8

AGENDA
TOME NOTA

Plano para Reestruturação e Desen-


volvimento dos Serviços da Saúde
Mental em Portugal,
Análise Comportamental Aplicada,
Plano de Acção 2007 – 2016
Intervenções na Escola, Casa e Con-
textos Clínicos O subgrupo de trabalho da saúde mental do Grupo
Concelhio para a Deficiência do Concelho de
APPDA de Coimbra e o Centro ABA – Realiza um
Almada, organiza no Complexo Desportivo do Feijó, no
Workshop: “Análise Comportamental Aplicada, próximo dia 21 de Maio pelas 14:00, uma sessão de
Intervenções na Escola, Casa e Contextos Clínicos”, esclarecimento sobre o Plano para Reestruturação e
dia 9 de Maio, das 10.00H às 18.00H, Desenvolvimento dos Serviços da Saúde Mental em Por-
tugal, Plano de Acção 2007 – 2016, da responsabilidade
www.centroaba.com
da Comissão Nacional de Saúde Mental.

Pretende-se proporcionar a reflexão e o debate sobre a


temática da Saúde Mental; Informar e Sensibilizar os
participantes sobre a problemática da Saúde Mental.

Para mais informações:


GIRA – FSO “Gaivota”, Rua Nossa Senhora D´Assunção,
A Motricidade Humana e seus Corpos nº 18 –A, 2820 Charneca de Caparica, Telef: 21 297 03
99 Fax: 21 297 03 99 E-mail: leo-
nia.clemente@gira.org.pt

A Sociedade Portuguesa de Motricidade Humana


convida todos os interessados a participarem no colóquio
“A Motricidade Humana e seus Corpos” que
decorrerá no Campus Universitário de Almada do
Instituto Piaget no próximo dia 23 e 24 de Abril.
Com este evento a Sociedade Portuguesa de Motricidade
Humana procura promover a interdisciplinaridade na
abordagem convergente do humano, enquanto realidade
dramática em movimento desiderativo e intencional para
a sua plena realização, bem como seduzir alunos, pro-
fessores e estudiosos, para esta nova abordagem unitá-
ria do ser humano.
As inscrições estão abertas.

Para mais informações contactar:


Dra. Licínia Alfaiate , telefone 21 294 6250.
REVISTA GCPD JANEIRO / FEVEREIRO 2009 PÁGINA 9

AGENDA
TOME NOTA

SEMINÁRIO BURNOUT E ENGAGEMENT- LIDAR COM O STRESS NA SAÚDE


Este seminário, a realizar no próximo dia 4 de Junho de 2009, é organizado pelo Hospital da Sant’Ana , Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa, e pretende ser a via para a discussão interdisciplinar, com tónica no trabalho em equipa, como
fonte de suporte social; na qualidade de vida no trabalho com impacto na satisfação profissional, envolvimento e esforço
no trabalho e na relação e equilíbrio família/trabalho, numa perspectiva de bem-estar pessoal e com consequências pro-
fissionais.
O evento reúne uma série de especialistas na matéria, que vêm apresentar as suas reflexões, metodologias e investiga-
ções sobre o tema em causa, estando abertas desde já as inscrições.
O conceito de burnout apareceu pela primeira vez em artigos publicados por Freudenberger (1974) e Maslach (1981),
procurando chamar a atenção para o facto de o burnout constituir um fenómeno mais comum do que inicialmente se
poderia pensar. Entendido como um processo constituído por 3 dimensões: exaustão emocional (carência de entusiasmo
e energia e esgotamento de recursos pessoais); despersonalização (distanciamento excessivo frente a pessoas) e baixa
realização pessoal (autoavaliações negativas) tem sido alvo de investigação nos diversos contextos de expressão, a
saber saúde, educação e organizações.
MAIS INFORMAÇÕES:
http://www.scml.pt/

SUGESTÕES DA CNOD:

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Queluz – Realiza um Fórum com o título “Dificuldade
em Comunicar... de que lado está a barreira?”, no dia 9 de Maio, no Salão Nobre dos Bombeiros Voluntários de Queluz.
Para mais informações: forumbvqueluz@gmail.com

Reabilitação e Inserção Social –Realiza dois Workshops Temáticos, a ter lugar na Sala de Actos do ISPA, nos dias
23 e 24/4, das 9.30H às13.30H e das 14.30H às 18.30H, no âmbito das comemorações dos 10 anos da Licenciatura em
Reabilitação e Inserção Social, Tel: 218811771Leg

APD – Associação Portuguesa de Deficientes – Realiza Conferência Nacional sobre o tema “Deficiência e
Pobreza. Acabar com o círculo vicioso”, dia 19/6 no Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian,
Tel:213889883/4mês

INR – Realiza o Fórum Mensal INR, dia 30/4 das 15.00H às 17.30H, com o Tema: “Stress das
Famílias e dos Técnicos de Reabilitação Mitos e Realidades”, no Auditório do INR, www.inr.pt
REVISTA GCPD JANEIRO / FEVEREIRO 2009
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SUGESTÕES:
Actividades Desportivas em Almada
@ Associação para o Desenvolvimento Integrado – Lan-
çou um livro sobre: Guia de Turismo Acessível “Rotas Sem
No mês de Abril, a Câmara Municipal de Almada, através do
Barreiras”. www.terrasdentro
Departamento de Acção Desportiva, apoiou a realização de 2
eventos: 1 de âmbito nacional e outro de âmbito regional..
@ Parlamento Europeu – Organiza estágios remunerados
Nos próximos dias 4 e 5 de Abril, o Complexo Municipal dos
para pessoas com deficiência, Prazo de apresentação de can-
didaturas: 15 de Maio, Para mais informações: Desportos recebeu uma das jornadas do Campeonato Nacio-
http://www.europarl.europa.eu/parliament/public/ nal de Goalball, modalidade desportiva destinada a pessoas
staticDisplay.do?id=147&pageRank=48language=PT
com deficiência visual. Ao mesmo tempo que decorreu esta
actividade desportiva, a ACAPO organizou, de 3 a 5 de Abril,
@ O projecto Gsolidário foi criado para ajudar instituições também no Complexo Municipal dos Desportos, uma forma-
de solidariedade social. O Gsolidário é um site de pesquisa ção Internacional para Árbitros de Goalball Nível I.
que utiliza o motor de busca do Google. Os resultados apre-
Á semelhança de anos anteriores decorre no Concelho de
sentados no Gsolidário são os mesmos resultados obtidos
Almada, mais um Torneio Regional de Primavera, da modali-
quando a pesquisa é feita no Google. A diferença é que ao
pesquisar no Gsolidário está a ajudar a angariar dinheiro para dade de natação, destinado a pessoas com deficiência inte-

instituições de solidariedade social. lectual, organizado pela Associação Nacional de Desporto


Defina o Gsolidário como a sua página inicial. Faça parte deste para a Deficiência Intelectual – Portugal (antiga ANDDEM).
projecto: Pesquise! Este será o primeiro evento a realizar –se nas Piscinas Muni-
Para mais informações consulte www.gsolidario.org cipais da Sobreda e decorrerá a 23 de Abril.
O projecto Gsolidário foi criado de forma a que todos os cida-
Desta forma cumpre-se o desígnio de Almada desportiva,
dãos que utilizem a internet possam ajudar a sua instituição.
inclusiva e solidária.

O Gsolidário contempla todas e quaisquer instituições, associa-


ções e fundações que tenham o estatuto de uma IPSS
(Instituições Particulares de Solidariedade Social), que sejam
equiparadas a uma IPSS (Casas do Povo e Cooperativas de
Solidariedade Social) ou que tenham o estatuto de ONGD
(organizações não-governamentais de desenvolvimento) com
as seguintes áreas de intervenção: Educação para o Desenvol-
vimento e Ajuda Humanitária.

Para fazer parte da lista de instituições de solidariedade social


do Gsolidário, basta que envie um e-mail para institui-
coes@gsolidario.org com o logótipo e uma breve apresentação
da sua instituição. Bimensal

Correio electrónico:
gcpdalmada@gmail.cm

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