Sie sind auf Seite 1von 9

O que Filosofia?

Surgiu nos séculos VII-VI a.C. nas cidades gregas situadas na Ásia Menor. Começa
por ser uma interpretação des-sacralizada dos mitos cosmogônicos difundidos pelas
religiões do tempo. Não apenas de mitos gregos, mas dos mitos de todas as religiões
que influenciavam a Ásia menor. Os mitos foram, segundo Platão e Aristóteles, a
matéria inicial de reflexão dos filósofos. Eles tornaram-se num campo comum da
religião e da filosofia, revelando que a pretensa separação entre esses dois modos do
homem interpretar a realidade não é tão nítida como aparentemente se julga.
Modernamente é a disciplina, ou a área de estudos, que envolve a investigação, a
argumentação, a análise, discussão, formação e reflexão das ideias sobre o mundo, o
Homem e o ser. Originou-se da inquietude gerada pela curiosidade em compreender e
questionar os valores e as interpretações aceitas sobre a realidade dadas pelo senso
comum e pela tradição.
o que é Filosofia, Chauí (1995) nos responde que poderia ser a decisão de não
aceitar as coisas como óbvias, as idéias, os fatos, as situações, os valores e os
comportamentos; em síntese, Filosofia pode ser definida como a não aceitação dos
elementos da existência humana sem antes havê-los investigados e compreendidos.
_____________________________________________________________________
Filosofia Grega
Filosofia é a arte que busca conhecer racionalmente a natureza, o ser humano, o
universo e as transformações que neles ocorrem. Entende-se por filosofia grega os
períodos que existiram antes e depois de Sócrates, sendo eles: Período pré-socrático,
Período socrático, Período sistemático e Período helenístico.
O período pré-socrático ou cosmológico foi caracterizado pela physis (natureza) que
buscava entender racionalmente a origem e as transformações ocorridas na natureza
ao longo do tempo para também dessa forma entender o que de fato ocorreu com o
ser humano. Nesse período se destacou Tales de Mileto.
O período socrático ou antropológico foi marcado pela democracia que dava igualdade
a todos nas polis (cidades) dando direito à participação no governo e ainda pela
mudança na educação grega já que as pessoas precisavam saber falar e induzir as
demais.
O período sistemático marcado pela atuação de Aristóteles que introduziu todo o saber
inespecífico para que se conhecesse todas as coisas que abrangesse vários princípios
e várias formas do pensamento, o que recebeu o nome de lógica.
O período helenístico foi marcado por seu aparecimento após a decadência política
das polis e pelo aparecimento de doutrinas que além de trabalhar com a natureza e a
lógica, buscavam enfatizar a felicidade e a ensinar formas de dirigir a vida.
Em tais períodos houve filósofos de atos destacados como: Sócrates que fundou a
filosofia humanista, Platão como seguidor de Sócrates fundou a Academia de Atenas e
Aristóteles que considerado o maior filósofo sistematizou a lógica e vários outros
conhecimentos como metafísica, moral e política.
____________________________________________________________________

A filosofia tem uma história de mais de dois mil e quinhentos anos. Foi na Grécia
Antiga que esta ciência surgiu e tomou as primeiras proporções. Embora vivessem em
cidades-nações distintas e rivais entre si, os gregos conseguiram desenvolver uma
comunidade única de língua, religião e cultura, que foi responsável pelo grande
avanço da ciência na Idade Antiga. A genialidade grega foi responsável pelo avanço de
diversas áreas do conhecimento, como artes, literatura, música e filosofia.
A filosofia grega pode ser dividida em três fases: período pré-socrático, socrático e
helenístico. No período pré-socrático, a Filosofia foi utilizada para explicar a origem do
mundo e das coisas ao redor. Os pré-socráticos buscavam um princípio que deveria
ser presente em todos os momentos da existência de tudo. Os principais filósofos
dessa fase foram: Tales de Mileto, Heráclito, Anaximandro, Xenófanes e Parmênides.
O período socrático foi caracterizado pela mudança em relação ao objeto de estudo da
filosofia, passando da metafísica para o homem em si. Esse caráter antropológico se
deu através dos três principais filósofos gregos: Sócrates, Platão e Aristóteles.
O período helenístico compreende desde o final do Século III a.C até o Séc. II d.C.
Essa fase foi marcada pela associação da visão cristã à filosofia, passando a crer mais
em soluções individuais que coletivas. Entre os filósofos deste período, podemos citar:
Marco Aurélio, Séneca, Epíteto, Lucano, Pirro de Elis, Antístenes, Diógenes de
Sínope, etc.
Introdução
A palavra filosofia é de origem grega e significa amor à sabedoria. Ela surge desde o
momento em que o homem começou a refletir sobre o funcionamento da vida e do
universo, buscando uma solução para as grandes questões da existência humana. Os
pensadores, inseridos num contexto histórico de sua época, buscaram diversos temas
para reflexão. A Grécia Antiga é conhecida como o berço dos pensadores, sendo que
os sophos ( sábios em grego ) buscaram formular, no século VI a.C., explicações
racionais para tudo aquilo que era explicado, até então, através da mitologia.
Os Pré-Socráticos
Podemos afirmar que foi a primeira corrente de pensamento, surgida na Grécia Antiga por
volta do século VI a.C. Os filósofos que viveram antes de Sócrates se preocupavam muito
com o Universo e com os fenômenos da natureza. Buscavam explicar tudo através da razão e
do conhecimento científico. Podemos citar, neste contexto, os físicos Tales de Mileto,
Anaximandro e Heráclito. Pitágoras desenvolve seu pensamento defendendo a idéia de que
tudo preexiste a alma, já que esta é imortal. Demócrito e Leucipo defendem a formação de
todas as coisas, a partir da existência dos átomos.

Período Clássico
Os séculos V e IV a.C. na Grécia Antiga foram de grande desenvolvimento cultural e
científico. O esplendor de cidades como Atenas, e seu sistema político democrático,
proporcionou o terreno propício para o desenvolvimento do pensamento. É a época
dos sofistas e do grande pensador Sócrates.
Os sofistas, entre eles Górgias, Leontinos e Abdera, defendiam uma educação, cujo
objetivo máximo seria a formação de um cidadão pleno, preparado para atuar
politicamente para o crescimento da cidade. Dentro desta proposta pedagógica, os
jovens deveriam ser preparados para falar bem ( retórica ), pensar e manifestar suas
qualidades artísticas.
Sócrates começa a pensar e refletir sobre o homem, buscando entender o
funcionamento do Universo dentro de uma concepção científica. Para ele, a verdade
está ligada ao bem moral do ser humano. Ele não deixou textos ou outros
documentos, desta forma, só podemos conhecer as idéias de Sócrates através dos
relatos deixados por Platão. Platão foi discípulo de Sócrates e defendia que as idéias
formavam o foco do conhecimento intelectual. Os pensadores teriam a função de
entender o mundo da realidade, separando-o das aparências. Outro grande sábio
desta época foi Aristóteles que desenvolveu os estudos de Platão e Sócrates. Foi
Aristóteles quem desenvolveu a lógica dedutiva clássica, como forma de chegar ao
conhecimento científico. A sistematização e os métodos devem ser desenvolvidos
para se chegar ao conhecimento pretendido, partindo sempre dos conceitos gerais
para os específicos.
Período Pós-Socrático
Está época vai do final do período clássico (320 a.C.) até o começo da Era
Cristã, dentro de um contexto histórico que representa o final da hegemonia
política e militar da Grécia.Ceticismo : de acordo com os pensadores céticos,
a dúvida deve estar sempre presente, pois o ser humano não consegue
conhecer nada de forma exata e segura.Epicurismo : os epicuristas,
seguidores do pensador Epicuro, defendiam que o bem era originário da
prática da virtude. O corpo e a alma não deveriam sofrer para, desta forma,
chegar-se ao prazer.Estoicismo : os sábios estóicos como, por exemplo Marco
Aurélio e Sêneca, defendiam a razão a qualquer preço. Os fenômenos
exteriores a vida deviam ser deixados de lado, como a emoção, o prazer e o
sofrimento.
Pensamento Medieval
O pensamento na Idade Média foi muito influenciado pela Igreja Católica
Desta forma, o teocentrismo acabou por definir as formas de sentir, ver e
também pensar durante o período medieval. De acordo com Santo Agostinho,
importante teólogo romano, o conhecimento e as idéias eram de origem
divina. As verdades sobre o mundo e sobre todas as coisas deviam ser
buscadas nas palavras de Deus. Porém, a partir do século V até o século XIII,
uma nova linha de pensamento ganha importância na Europa. Surge a
escolástica, conjunto de idéias que visava unir a fé com o pensamento
racional de Platão e Aristóteles. O principal representante desta linha de
pensamento foi Santo Tomás de Aquino. Pensamento Filosófico Moderno
Com o Renascimento Cultural e Científico, o surgimento da burguesia e o fim
da Idade Média, as formas de pensar sobre o mundo e o Universo ganham
novos rumos. A definição de conhecimento deixa de ser religiosa para entrar
num âmbito racional e científico. O teocentrismo é deixado de lado e entre em
cena o antropocentrismo ( homem no centro do Universo ). Neste contexto,
René Descartes cria o cartesianismo, privilegiando a razão e considerando-a
base de todo conhecimento. A burguesia, camada social em crescimento
econômico e político, tem seus ideais representados no empirismo e no
idealismo.No século XVII, o pesquisador e sábio inglês Francis Bacon cria um
método experimental, conhecido como empirismo. Neste mesmo sentido,
desenvolvem seus pensamentos Thomas Hobbes e John Locke.
O iluminismo surge em pleno século das Luzes, o século XVIII. A experiência,
a razão e o método científico passam a ser as únicas formas de obtenção do
conhecimento. Este, a única forma de tirar o homem das trevas da ignorância.
Podemos citar, nesta época, os pensadores Immanuel Kant, Friedrich Hegel,
Montesquieu, Diderot, D'Alembert e Rosseau.O século XIX é marcado pelo
positivismo de Auguste Comte. O ideal de uma sociedade baseada na ordem
e progresso influencia nas formas de refletir sobre as coisas. O fato histórico
deve falar por si próprio e o método científico, controlado e medido, deve ser a
única forma de se chegar ao conhecimento.Neste mesmo século, Karl Marx
utiliza o método dialético para desenvolver sua teoria marxista. Através do
materialismo histórico, Marx propõe entender o funcionamento da sociedade
para poder modificá-la. Através de uma revolução proletária, a burguesia seria
retirada do controle dos bens de produção que seriam controlados pelos
trabalhadores.Ainda neste contexto, Friedrich Nietzsche, faz duras críticas aos
valores tradicionais da sociedade, representados pelo cristianismo e pela
cultura ocidental. O pensamento, para libertar, deve ser livre de qualquer
forma de controle moral ou cultural.
Época Contemporânea
Durante o século XX várias correntes de pensamentos agiram ao mesmo
tempo. As releituras do marxismo e novas propostas surgem a partir de
Antonio Gramsci, Henri Lefebvre, Michel Foucault, Louis Althusser e Gyorgy
Lukács. A antropologia ganha importância e influencia o pensamento do
período, graças aos estudos de Claude Lévi-Strauss. A fenomenologia,
descrição das coisas percebidas pela consciência humana, tem seu maior
representante em Edmund Husserl. A existência humana ganha importância
nas reflexões de Jean-Paul Sartre, o criador do existencialismo.
______________________________________________________________
Filosofia Grega
A filosofia grega dividi-se em antes e depois de Sócrates. Foram pré-socráticos Tales
de Mileto (fim do século VII - início do VI a.C.); Pitágoras (582 - 497 a.C.); Demócrito
(460 - 370 a.C.); Heráclito (535 - 475 a.C.); e Parmênides (540 - ? a.C.). No tempo de
Sócrates predominava a escola dos sofista que se serviam de reflexão para atingir fins
imediatos, ainda que por falso argumentos. O maior dos sofista foi Pitágoras.
Sócrates (470 - 399 a.C.) - Fundou a Filosofia Humanista. Criou a maiêutica ("parto
das idéias"), método de reflexão que consiste em multiplicar as perguntas para obter, a
partir da indução de casos particulares, um conceito geral do objetivo. Para Sócrates,
a virtude era uma ciência que se podia aprender. Uma voz interior, daimon, indicaria o
caminho do bem. Irônico, hábil em confundir o interlocutor, cercado de discípulos
extravagantes, como Alcebíades, atraiu muitos inimigos. Acusado de renegar os
deuses e corromper a juventude, Sócrates foi condenado a beber cicuta (tipo um
veneno), o que fez com bravura e serenidade.
Platão (427 - 347 a.C.) - Principal discípulo de Sócrates, fundou a Academia de
Atenas. Segundo sua teoria, baseadas nas idéias (formas essenciais), o mundo real
transcende o mundo das aparências, o qual nada mais é do que uma derivação das
idéias matrizes. Em suas obras políticas, destaca como virtudes essenciais a bravura,
a serenidade e a justiça. Obras importantes: Apologia de Sócrates**, Críton, O
Banquete, Fédon, Fedro e A República.
Aristóteles (384 - 322 a. C.) - Considerado por muitos como o maior filósofo de todos
os tempos. Abarcou todos os conhecimentos de seu tempo - Lógica, Física,
Metafísica, Moral, Política, Retórica e Poética. Sua obra foi editada pela primeira vez
no séc. I a.C. por Andrônico de Rodes. Partindo de Sócrates e Platão, Aristóteles
sistematizou os princípios da Lógica, formando uma ciência que ele chamou de
Analítica. Sua Metafísica estuda o "ser enquanto ser"e investiga os "primeiros
princípios" e as "causas primeiras do ser". Em sua Teologia, Aristóteles procura
demonstrar racionalmente a existência de Deus, o "primeiro motor móvel", o "não-vir-
a-ser", o "ato puro".
_____________________________________________________________________
A história filosófica teve início a mais de dois mil e quinhentos anos. Foi na Grécia Antiga que esta
ciência nasceu e ganhou suas primeiras dimensões.

Apesar de conviverem em cidades-nações diferentes e adversárias entre si, os gregos conse guiram dar
origem a uma comunidade única em relação à língua, religião e cultura que impulsionou o grande salto
da ciência na Idade Antiga.

A extraordinária capacidade intelectual grega foi a causadora do extraordinário progresso das diversas
áreas do conhecimento, as artes, a literatura, a música e a própria filosofia.

A Filosofia se esforça por conhecer de forma clara e racional a natureza, o ser humano e o universo que
nos rodeia e a metamorfose que nelas acontecem.
A filosofia grega pode ser dividida em três etapas: período pré-socrático, socrático e helenístico.

No período pré-socrático, a Filosofia foi empregada para elucidar a procedência do mundo e das coisas a
sua volta, foi representado pela physis (natureza) que procurava compreender através da razão a
origem e as mudanças que acometeram a natureza e o ser humano ao longo do tempo; destacou-se
nesta fase o filósofo Tales de Mileto.

Já o período socrático apontou para uma modificação a respeito do elemento de pesquisa da filosofia,
que sai da metafísica e caminha em direção ao homem em si.

Este período destacou-se pelo surgimento da democracia que concedeu o direito de paridade a todas as
pessoas que vivessem nas polis - hoje cidades – concedendo-lhes inclusive a faculdade legal de tomar
parte no governo e se necessário sugerir alguma mudança na educação grega já que as pessoas tinham
precisão de saber falar e persuadir as demais.

O período helenístico surgiu após o declínio político das polis e o surgimento de um conjunto de
disciplinas que, além de trabalhar com a natureza e o estudo das leis do raciocínio, procuravam também
dar ênfase a felicidade e a ensinar as pessoas a encontrarem a maneira correta de direcionarem a
própria vida.

Nestes períodos ocorreram vários atos por parte de alguns filósofos que mereceram grande destaque,
tais como: a criação da filosofia humanista por Sócrates, a fundação da Academia de Atenas por Platão e
a doutrinação da lógica e de muitos outros conhecimentos como a metafísica, a moral e a política por
Aristóteles.

A Filosofia, entendida como uma reflexão crítica a respeito de tudo o que se relaciona com a
existência do homem, nasceu na Grécia Antiga. A palavra "filosofia" é, inclusive, de origem
grega e vem de phílos, "amigo", e sophía, "sabedoria"..É costume homenagear Sócrates,
filósofo que viveu entre 469 e 399 a.C., chamando os pensadores que o antecederam de
filósofos pré-socráticos.

Os pré-socráticos - A Filosofia Grega caracterizou-se, até o advento de Sócrates, pelas idéias


a respeito da natureza e pelo desenvolvimento das técnicas de argumentação filosófica. Os
primeiros filósofos, devido à preocupação de explicar racionalmente o mundo natural, são
também chamados de Filósofos da Natureza ou de físicos (do grego phýsis, "natureza").Eis
uma pequena lista dos pré-socráticos mais importantes: Tales de Mileto (625-547 a.C.),
Anaxímenes de Mileto (585-525 a.C.), Pitágoras de Samos (570-495 a.C.), Xenófanes de
Cólofon (570-475 a.C.), Heráclito de Éfeso (c. 500 a.C.), Parmênides de Eléia (c. 515 a.C.),
Empédocles de Acragás (492-432 a.C.) e Demócrito de Abdera (460-370? a.C.).

Sócrates, Platão e Aristóteles

No final do século V a.C. o interesse primordial dos filósofos desviou-se do mundo natural para
a compreensão do homem, do seu comportamento e de sua moral.Sócrates (469-399 a.C.),
um dos maiores pensadores de todos os tempos, pretendia nada saber e dizia que todos já
possuíam o conhecimento do que era correto dentro de si. Para trazer esse conhecimento à
tona ele fazia perguntas bem dirigidas e questionava sistematicamente seus interlocutores afim
de que a sabedoria aflorasse. A suprema sabedoria seria, aparentemente, o conhecimento do
bem, ou pelo menos o reconhecimento honesto da própria ignorância.Platão (429-347 a.C.),
admirador e discípulo de Sócrates, fundou a Academia de Atenas, famosa escola de Filosofia
em que mestre e discípulos viviam em comum, debatendo constantemente os mais variados
temas. Ao lado de idéias fundamentalmente teóricas, como a contraposição das aparências à
realidade, a crença na existência de uma alma eterna e na vida após a morte, Platão propunha,
de forma eminentemente prática, que a cidade ideal deveria ser governada por um rei-filósofo.
Aristóteles (384-322 a.C.) foi o mais importante dos discípulos de Platão. Ao contrário de seu
mestre, mais preocupado com questões transcedentais, Aristóteles acreditava que o
conhecimento devia ser procurado no mundo material e real. Fundou, para isso, o Liceu de
Atenas, escola em que ele e seus discípulos dedicaram suas vidas à discussão filosófica,
estudo, ensino e pesquisas em larga escala, abrangendo praticamente todo o conhecimento da
época. A lógica, uma das mais importantes disciplinas filosóficas, foi estabelecida por
Aristóteles.

As escolas helenísticas Com a decadência política das cidades gregas e o apogeu dos
reinos helenísticos o homem, antes importante para sua cidade-estado, tornou-se apenas a
minúscula parte de enormes impérios. As principais escolas filosóficas do Período Helenístico
passaram então a dar mais atenção à busca da felicidade pessoal e, além da lógica e das
tradicionais explicações sobre a natureza do mundo, forneceram a seus adeptos um conjunto
de preceitos para ordenar e dirigir a vida.O ceticismo, em que se destacou Pírron de Élis (365-
275 a.C.), preconizava que não é possível o entendimento através dos sentidos humanos e
pregava completa indiferença diante de todas as coisas. O epicurismo, desenvolvido por
Epicuro (341-270 a.C.), pregava a felicidade humana através do exercício do livre arbítrio e da
idéia de que as ações humanas não eram determinadas pelos deuses. O estoicismo, fundado
por Zênon de Cítion (333-262 a.C.) e desenvolvido por Crisipo (280-207 a.C.), ensinava que o
único bem verdadeiro é a virtude, e o único mal verdeiro, a fraqueza moral; e, ainda, que o
prazer consiste em viver unicamente de acordo com a razão, mostrando indiferença e
imperturbabilidade diante de tudo o mais.O estoicimo foi a mais difundida e influente das
doutrinas helenísticas. Em Roma, teve adeptos ilustres como Sêneca (4-65 d.C.) e o imperador
Marco Aurélio (121-180 d.C.).

O neoplatonismo

Desenvolvido por Plotino (205-270 d.C.) no século III d.C., no início da decadência do Império
Romano, o neoplatonismo foi a última contribuição do pensamento grego à Filosofia.Plotino
reuniu diversos conceitos imaginados por Platão (429-347 a.C.) e refundiu-os numa doutrina
profundamente espiritual e mística. Ensinava que era necessário purificar a alma abandonando
o mundo material — manifestação 'inferior' de uma entidade única, absoluta e eterna, o 'Bem'
(também chamado de 'Uno') —, para que a alma pudesse ascender e voltar a fazer parte dessa
entidade imaterial, acessível apenas através da 'razão pura'. Finalmente, dois séculos depois
que o cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano, sob o Imperador Constantino
I (273-337 d.C.), a pressão dos bispos cristãos levou o Imperador Justiniano (482-565 d.C.) a
fechar a escola neoplatônica de Atenas, um dos últimos baluartes do pensamento grego em
529 a.C..O ano de 529 d.C. assinala, conforme a tradição, o fim "físico" da Filosofia Grega.
Justiniano, porém, chegou tarde demais: o cristianismo já estava impregnado dos conceitos
filosóficos platônicos e neoplatônicos e a quase totalidade da Filosofia Ocidental moderna é,
em essência, a própria Filosofia Grega...

A filosofia grega e a teolgia cristão


As influências da Filosofia grega sobre a teologia cristã parecem apresentar suas primeiras
manifestações logo nas cartas do apóstolo Paulo, sendo, no entanto, mais evidentes a partir do
desenvolvimento da Patrística. Mas até onde a teologia se encontra comprometida com o
pensamento grego? Quais são os fatores de integração entre uma e outra? A teologia cristã
apresenta algo de original?
Segundo Padovani e Castagnola (1994), o pensamento grego pode ser divido em quatro
períodos: 1) naturalista, 2) sistemático, 3) ético e 4) religioso. Neste último, o espírito humano
procura a solução integral do problema da vida na religião ou nas religiões.

O problema da vida é agudamente sentido, pelo fato de ser profundamente sentido o problema
do mal. Deste problema, não se acha, racionalmente, uma explicação plena, e, por
conseguinte, se recorre à concepção de uma queda arcana, original, do espírito, de um
conseqüente encarceramento do espírito no corpo, e de uma purificação e libertação ascética e
mística. (PADOVANI; CASTAGNOLA, 1994, p. 169).

O fator principal de integração entre a filosofia grega e teologia cristã ocorrida nos primeiros
séculos da era vulgar, segundo os autores, é a solução do problema do mal, mediante os
dogmas cristãos fundamentais da queda original e da redenção pela cruz. Seria essa solução
a “grande originalidade prática, filosófica e moral, do cristianismo”. (Ibid., p. 169)

No entanto, se o cristianismo tem por base a fé, cabe questionar: qual a necessidade de uma
filosofia cristã? Ou, por que o cristianismo se apropriou tanto da tradição grega? (MARQUES,
NESI, 2008, p. 26). Padovani e Castagnola afirmam que pelo fato de ser uma religião, uma
sabedoria, o cristianismo pressupõe uma específica concepção do mundo e da vida, o que é
um fator de integração com a filosofia, além de implicar uma elucidação e sistematização
racional do próprio conteúdo sobrenatural da Revelação, mediante uma disciplina específica,
que é a teologia dogmática. O teísmo herdado dos hebreus, por exemplo, não tem uma
justificativa racional, como em Aristóteles, e é da grande tradição especulativa grega que o
pensamento cristão tomará essa justificativa. (Ibid., p. 181)

Mas os embates ocorridos dentro da igreja em seus primeiros séculos mostram que a
integração entre a filosofia e teologia cristã não foi considerada, pelo menos consensualmente,
benéfica ou mesmo desejável, como evidencia a clássica questão de Tertuliano, no século III:
“Qual é a relação que existe entre Atenas e Jerusalém? Ou entre a academia e a igreja?”
(MACGRATH, 2005, p. 269).

Contudo, havia aqueles que incentivavam um diálogo amistoso e um envolvimento construtivo


com o mundo da filosofia secular. Afinal, “todas as verdades não eram também verdades
divinas?”. Isso é, “2 + 2 = 4” não é verdade tanto para o cristão quanto para o pagão? Justino
Mártir, adotando uma atitude especialmente calorosa diante do platonismo, foi acusado por
seus críticos de apenas ter “batizado as idéias de Platão, sem que houvesse interagido com
elas de uma maneira suficientemente crítica”. Agostinho comparava a incorporação crítica da
filosofia ao cristianismo ao evento do Êxodo, quando o povo judeu, sob a liderança de Moisés,
levou consigo as riquezas do povo do Egito. Pois, não fora Moisés “educado em toda a
sabedoria dos egípcios”? (Ibid., p. 269)

Mas essa aproximação pode ser encontrada em um período ainda anterior na história do
Cristianismo. O simples fato de ser estabelecida uma correspondência entre Paulo de Tarso e
Sêneca já é suficiente para apontar a grande influência do estoicismo sobre o Cristianismo
(HIRSCHBERGER, 1959, p. 24). No entanto, conforme destaca Pépin (1979, p. 163), nem
sempre essa correlação entre o cristianismo e o mundo helênico e, especialmente, o
estoicismo, foi abordada com a finura que se deveria esperar.

Segundo ele, os historiadores “durante muito tempo quiseram estabelecer uma simples relação
de dependência num único sentido entre alguns aspectos da filosofia grega e o pensamento
cristão primitivo”, orientação essa que passou a ser contestada, entre outros, por Clemen, já
em 1913 (CHÂTELET, 1979, p. 163). Dessa forma, deve-se também destacar que o
Cristianismo foi original em alguns aspectos, e podemos citar dois deles a título de exemplo.
Em primeiro lugar, ao se voltar para o método de interpretação alegórica de textos
desenvolvidos pelos gregos, sobretudo os gregos “de obediência estóica” (Ibid., pág. 194), no
qual “os exegetas judaico-helenísticos beberam abundantemente para apoiar a sua
interpretação alegórica da Escritura” (Ibid., pág. 195), Pépin afirma que “a especificidade da
alegoria cristã reside no seu objecto, a Bíblia, e no modo de considerá-lo, nos resultados que
obtém e no modo de os obter” (Ibid., pág. 198). Neste aspecto, o Cristianismo trouxe uma
inovação em relação ao que era praticado em seu contexto helênico.

Em segundo lugar, de acordo com Padovani e Castagnola, a chamada “solução do problema


do mal, solução que constitui a integração filosófica proporcionada pelo cristianismo ao
pensamento antigo – que sentiu profundamente, dramaticamente, este problema sem o poder
solucionar – [...] representa a grande originalidade teórica e prática, filosófica e moral, do
cristianismo” (PADOVANI; CASTAGNOLA, 1994, p. 181). Assim, a solução do problema do mal,
mediante os “dogmas fundamentais do pecado original e da redenção pela cruz” constituem
uma outra originalidade do cristianismo (Ibid.).

A teologia cristã, como toda produção intelectual, apresenta características de um determinado


tempo e lugar, e questiona-se então como ela poderia não utilizar as categorias gregas de
pensamento de sua época para o desenvolvimento de uma teologia intelectualmente
sofisticada e também da apologética. Mas apesar da grande (e por muitas vezes contestada)
dependência da teologia em relação à Filosofia grega, ainda assim ela apresentou algo de
original, o que talvez seja razoável de se esperar se considerarmos a teologia dialeticamente,
como uma síntese da religião cristão com a filosofia grega.

Das könnte Ihnen auch gefallen