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Unidade de Florianópolis
Departamento Acadêmico da Construção Civil
Curso Técnico de Geomensura
Unidade Curricular: Geociências
ÁGUAS DE SUPERFÍCIE
SUMÁRIO
1 - ÁGUAS DE SUPERFÍCIE
As águas de superfície são formadas pelo conjunto de rios e lagoas, em
seus variados tamanhos, e ainda as massas de gelo e neve, nas suas diversas
formas de ocorrência, representam apenas 0,0002% do volume de água do
Planeta.
Entretanto, é muito importante estudar o seu comportamento, pois são as
águas de superfície que realizam o trabalho mais intenso de desgaste das formas
de relevo, além do trabalho de transportes e deposição de sedimentos, originando
deltas, planícies aluviais, etc. O seu aproveitamento permita à geração de energia
elétrica, o abastecimento de água potável, a irrigação de áreas agricultáveis, etc.,
estando, portanto, diretamente relacionado aos vários aspectos de interesse à
Geologia de engenharia.
O enfretamento de problemas de engenharia, que envolvem o
comportamento das águas de superfície, normalmente objeto de Hidrologia,
Hidráulica ou Engenharia de Recursos Hídricos, pode ter maior eficiência quando
leva em conta a análise desse comportamento pela Geologia de Engenharia.
Assim, os dados hidrológicos disponíveis podem ser mais bem compreendidos,
regionalizados, extrapolados, etc., quando utilizam, como referenciais, a
caracterização pertinente do meio físico. E, na falta daqueles dados, a Geologia
de Engenharia pode proporcionar a abordagem do problema por meio da
observação objetiva do meio físico, desvendando indicadores do comportamento
as águas da superfície.
A principal fonte de métodos e de conhecimentos úteis para essa
abordagem encontra-se na Geomorfologia, quando devidamente utilizados com
vistas à resolução dos problemas de engenharia. A Geologia de Engenharia
coloca-se, portanto, frente a esses problemas, como ferramenta de interpretação
das características geomorfológicas, para fins de engenharia.
Nessa atividade destaca-se o exercício da observação objetiva ou análise
do meio físico, direta (campo) ou indiretamente (fotos aéreas, cartas topográficas,
etc.) para fins de caracterização do comportamento das águas de superfície. Esta
análise permite, por exemplo, distinguir regiões com maior ou menor capacidade
de infiltração, com base na análise da densidade da rede de drenagem. Vários
outros exemplos podem ser considerados.
Análise deste tipo não podem deixar de contemplar os fatores atrópicos
que alteram significativamente o comportamento das águas de superfície. Através
das diversas formas de uso do solo. Analisar essas formas e interpretar seu papel
de infiltração e no escoamento é uma tarefa fundamental para o estudo do
comportamento das águas de superfície das bacias hidrográficas.
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2 - CICLO HIDROLÓGICO
As relações entre as várias formas de ocorrência de água se processam
dentro de um sistema fechado denominado ciclo hidrológico (figura 1.1).
O ciclo da água na natureza inicia-se com a evaporação que ocorre nos
mares, rios e lagos. O vapor d´agua, alcançando a atmosfera, é distribuído pelos
ventos e se precipita quando atinge temperaturas mais baixas. Quando chove
sobre a superfície da terra, uma parte da água se evapora e retorna á atmosfera:
outra se desloca por sobre a superfície, constituindo as águas de escoamento
superficial (rios e lagos). Parte da água da chuva infiltra-se no solo, formando as
águas subterrâneas. Além disso, uma pequena parcela é absorvida pelos animais
e plantas, sendo utilizada no seu metabolismo.
3 - BALANÇO HÍDRICO
Um balanço hídrico, efetuado num sistema definido, em geral uma bacia
hidrográfica, unidade básica dos estudos hidrológicos, corresponde a uma analise
comparativas e as quantidades de água que entram e saem do sistema, levando-
se em conta as variações das reservas hídricas, superficiais e subterrâneas,
durante certo período de tempo adotado, frequentemente anual.
Esse balanço envolve de um lado, como entrada, a precipitação,
apresentada Clima e Relevo e, de outro lado, o escoamento superficial, a
infiltração e a evapotranspiração, apresentados a seguir.
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3.2 Infiltração
A infiltração é a passagem de água da superfície para o interior do terreno.
É um processo que depende da disponibilidade da água, da natureza do terreno,
do estado de sua superfície, da sua cobertura vegetal e do seu teor de umidade.
A capacidade de infiltração de um solo é definida como sendo a taxa
máxima pela qual a água pode ser absorvida pelo solo. Em geral, os solos e as
rochas mais permeáveis apresentam maior capacidade de infiltração, favorecendo
a rápida percolação da água para o lençol subterrâneo, reduzindo o escoamento
superficial direto.
A infiltração influi nas características hidrológicas dos cursos d´agua. Os
rios permanentes, que apresentam fluxo relativamente constante durante todo
ano, mesmo durante os períodos de tempo seco, são mantidos pelas descargas
de águas subterrâneas armazenada no aqüífero. Aqueles que fluem somente em
períodos de chuvas, os denominados rios intermitentes ou periódicos, estão
geralmente drenando água que permaneceu na superfície e não se infiltrou,
apresentando assim fluxo muito variável, com grandes cheias ou pequenas
vazões.
3.3 Evapotranspiração
Um outro componente do ciclo hidrológico que é a evapotranspiração, que
corresponde à perda de água por evaporação a partir do solo e transpiração das
plantas. Os fatores que influenciam a evapotranspiração de uma bacia
hidrográfica podem ser estimados através do balanço hídrico, medindo-se as
precipitações na bacia e vazões na seção em estudo.
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5 - VAZÃO
Vazão é o volume de água escoado na unidade de tempo, em uma
determinada seção do curso d´agua. É, geralmente, expressa em metros cúbicos
por segundo (m³/s) ou em litros por segundo (1/s).
Devido ao comportamento sazonal das chuvas, a vazão de um rio é muito
variável ao longo do ano, mas também varia de ano pra ano.
Chama-se freqüência de uma vazão (Q), em uma seção de um curso de
água, o número de ocorrências da mesma em um dado intervalo de tempo. Nas
aplicações práticas, a freqüência é, em geral, expressa em termo de período de
retorno ou período ou tempo de recorrência (T): na seção considerada de um
rio, ocorrerão valores iguais ou superiores ao valor Q apenas uma vez a cada T
anos (Pinto et al. 1973).
A variação das vazões pode ser de tal forma importante que determina
períodos em que os rios chegam a secar, caracterizando-os como rios
intermitentes, como se comportam os rios nas demais regiões, os rios são
permanentes.
As vazões podem ser classificadas em vazões normais e vazões de
cheia. As vazões normais são as que escoam comumente no curso da água,
enquanto as vazões de cheias são as que, ultrapassando um valor limite,
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6 - BACIAS HIDROGRÁFICAS
Bacia hidrográfica ou bacia de drenagem de um rio até a seção
considerada, ou exutório, é a área de drenagem que contém o conjunto de
cursos d´agua que convergem para esse rio, ate a seção considerada, sendo,
portanto, limitada em superfície montante, pelos divisores de água, que
correspondem aos pontos mais elevados do terreno e que separam bacias
adjacentes. O conjunto de curso d´água, denominada rede de drenagem, está
estruturado, com todos seus canais, para conduzir a água e os detritos que lhe
são fornecidos pelos terrenos da bacia de drenagem.
A quantidade de água que atinge os rios está na dependência das
características físicas de sua bacia hidrográfica, da precipitação total e deu seu
regime, bem como das perdas devidas à evapotranspiração e á infiltração.
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6.1.1 Forma
A forma superficial de uma bacia hidrográfica é importante devido ao tempo
de concentração, devido como o tempo, a partir do início da precipitação, que
uma gota d´agua de chuva leva para percorrer a distância entre o ponto mais
afastado da bacia e o seu exutório.
Existem vários índices utilizados para determinar a forma de bacias, procurando
relacioná-las com formas geométricas conhecidas e que, entre outras coisas, são
indicativos de uma maior ou menos tendência para a ocorrência de enchentes
destas bacias: coeficiente de compacidade e fator de forma.
• Coeficiente de compacidade (Kc): é a relação entre o perímetro da bacia
(P, em km) e a área (A, em km²) de um circulo com a área igual a da bacia.
P
K c = 0,28 (1.5)
A
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A
K f= (1.6)
L2
Uma bacia com um fator de forma baixo (por exemplo, estreita e longa) é
menos sujeita a enchentes que outra de mesmo tamanho porem com maior fator
de forma (por exemplo, circular).
6.1.2 Relevo
O relevo de uma bacia hidrográfica e, principalmente, a declividade dos
seus terrenos, exerce grande influencia sobre a velocidade do escoamento
superficial, afetando, portanto, o tempo em que água da chuva leva para
concentrar-se nos leitos fluviais, constituintes da rede de drenagem das bacias.
O conhecimento de declividade e das curvas hipsométricas da bacia são
úteis para o seu zoneamento quanto ao uso e ocupação do solo, estudo dos
processos erosivos, etc.
A curva hipsométricas é a representação gráfica do relevo médio de uma
bacia e constitui o estudo da variação da elevação dos vários terrenos da bacia,
com referencia ao nível do mar.
A organização espacial dos rios é influenciada e controlada pelas
características geomorfológicas e estruturas geológicas de bacia de drenagem. A
altitudes das camadas, bem como outras estruturas geológicas, influem tanto na
topografia e forma de bacia, como também no padrão da drenagem.
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∑|
d= (1.7)
A
Onde:
d = densidade de drenagem
Σ | = somatório de todos os comprimentos (1) de cursos d´agua contidos na
bacia;
A = área da bacia
Fig. 1.4 Classificação genética baseada na disposição dos rios em relação à atitude das camadas
geológicas (Suguio e Bigarella 1990)
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Fig. 1.5 Classificação geométrica da disposição espacial dos rios e seus afluentes
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7 - DINÂMICA FLUVIAL
Uma corrente encontra-se em equilíbrio fluvial quando não se verifica, em
qualquer ponto de seu curso, erosão ou deposição de material. O perfil de
equilíbrio de um rio é influenciado por muitos fatores, como volume e carga da
corrente, tamanho peso de carga, declividade, etc. Nos pontos em que a
velocidade aumenta, ocorre erosão. Já, onde há decréscimo de velocidade, tem
lugar a sedimentação.
A velocidade das águas de um rio depende basicamente da declividade,
do volume das águas, da forma da seção e da rugosidade do leito. Qualquer
alteração destas variáveis modifica a velocidade das águas e, consequentemente,
as condições de transporte, deposição ou erosão (Christofoletti, 1988).
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BIBLIOGRAFIA
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