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The Emergency of monitoring the natural impacts caused by the Nature

Tourism Activities – The example of Terceira Island – Azores.

A emergência da monitorização dos impactes naturais causados pelas


actividades de Turismo de Natureza – O exemplo da ilha Terceira- Açores.

Caeiro, N. & Nascimento, S. & Rosa, P. (2009)

Escola Superior de Desporto de Rio Maior


Instituto Politécnico de Santarém
Abstract:
The nature Tourism Activities, in the types and categories of the protected areas and
the negative impacts in the natural resources, must be a concern, not only political but
also a responsibility of all the people and non governmental entities.
The environmental impact evaluation, must be a tool of the future Terceira’s Island
Natural Park, at the time, in a fase of homologation.
The creation of the Terceira INP, must be seen as a way to achieve the Nature
Conservation fullness, and a way for its touristic promotion and sustainable
development.
Being the nature, one of the most promoted resources of the Azores, it’s important to
protect it and determinate ways, procedures and rules to minimize ominous causes to
the nature.

Resumo:
A prática de actividades de turismo de natureza nos tipos e categorias de áreas
protegidas e potenciais impactos negativos nos recursos naturais, devem ser uma
preocupação não apenas politica, como também de pessoas e entidades não
governamentais.
A avaliação do impacte ambiental deve ser uma ferramenta do futuro Parque Natural
da ilha Terceira, que se encontra neste momento em fase de promulgação.
A criação do PNI Terceira deve ser visto como um meio para se atingir a plenitude da
conservação e gestão da natureza, mas também da sua promoção turística e
desenvolvimento sustentável.
Sendo a natureza um dos recursos mais promovidos pela Região Autónoma dos
Açores, importa protegê-lo e determinar formas, procedimentos e regras para
minimizar causas nefastas para a natureza.
1. Introdução: O Turismo de Natureza nas áreas protegidas

Uma das formas de preencher os tempos de lazer poderá ser pela prática de
actividades físicas/desportivas ao ar livre, em contacto com a natureza,
frequentemente proporcionando, pela aventura que proporcionam, pela
descoberta e pelo desafio que representam, emoções aos seus praticantes.
A estas actividades são atribuídas designações como “desportos de aventura”,
“actividades físicas em ambiente de natureza”, “ desportos de natureza”,
“Outdoor”, entre outros. (Martinho, 1997).
O Desporto de natureza é aquele cuja prática aproxima o homem da natureza
de uma forma saudável e seja enquadrável na gestão das áreas protegidas e
numa política de desenvolvimento sustentável (Decreto regulamentar nº 18/99
de 27 de Agosto).
É natural assumir, que os espaços “naturais/rurais”, onde pareça ser menor a
pressão humana sobre o meio natural, são muito procuradas para estas
práticas físicas. Entre esses espaços distinguem-se, no contexto internacional
e nacional, as áreas protegidas. (Sousa, C., Jacinto, P., s/d)
Desde logo, se percebeu a “função económica” que estas actividades poderiam
desempenhar nestas áreas protegidas. Neste contexto, podemos afirmar que a
presença destas actividades nas áreas protegidas sejam também
oportunidades para o fomento de actividades económicas, que beneficiem as
populações das zonas onde ocorrem e se possível, contribuam para a
sustentação das estruturas das áreas protegidas.
No sentido do crescimento, tem aumentado também as preocupações com o
planeamento e a gestão do turismo, nomeadamente aquele que se encontra
vocacionado para a prática de actividade física em contexto natural (Seabra,
1999). Estas preocupações residem, principalmente, nas avaliações dos
impactes causados pelas actividades de Turismo de Natureza e na
consequente criação de metodologias de monitorização que permitam manter o
controlo do desgaste físico dos espaços naturais.
2. A avaliação de Impactes ambientais e as metodologias de
monitorização

A Lei Constitucional n.º 1/2005, de 12 de Agosto, no artigo n.º 66, foca o direito
a um ambiente saudável de vida humano, incumbindo ao Estado, num quadro
de um desenvolvimento sustentável, entre outros deveres “ordenar e promover
o ordenamento do território, tendo em vista uma correcta localização das
actividades, um equilibrado desenvolvimento sócio-económico e a valorização
da paisagem…criar e desenvolver reservas e parques naturais e de recreio,
bem como classificar e proteger paisagens e sítios, de modo a garantir a
conservação da natureza e a preservação de valores culturais de interesse
histórico ou artístico…promover o aproveitamento racional dos recursos
naturais, salvaguardando a sua capacidade de renovação e a estabilidade
ecológica, com respeito pelo principio da solidariedade entre gerações”.
Neste sentido, percebe-se que o conceito ambiente, não é meramente a
preservação da natureza e seus recursos, mas sim uma continuidade de
procedimentos correctos e adequados à sensibilização da conservação da
natureza ao longo dos anos. Ao abordar a sustentabilidade, direcciona-se
também para um conceito ecologicamente estável, preservando a cultura e
história locais, desenvolvendo de forma criteriosa a economia local.
No seguimento destas ideias, surgem as formas/instrumentos que são capazes
de avaliar e monitorizar o uso público dos parques naturais, nomeadamente a
Avaliação de Impacte Ambiental (AIA).
A Avaliação de Impacte Ambiental é um instrumento de carácter preventivo da
politica do Ambiente, sustentado na realização de estudos e consultas, com
efectiva participação pública e análise das possíveis alternativas, que tem por
objecto a recolha de informação, identificação e previsão dos efeitos
ambientais de determinados projectos, bem como a identificação e propostas
de medidas que evitem, minimizem ou compensem esses efeitos, tendo em
vista uma decisão sobre a viabilidade da execução de tais projectos e
respectiva pós-avaliação (Decreto-Lei nº69/2000, de 3 de Maio).
A compreensão da AIA, implica a noção do termo Impacte Ambiental. Estes
são definidos como o conjunto das alterações favoráveis e desfavoráveis
produzidas em parâmetros ambientais e sociais num determinado período de
tempo e numa determinada área, resultantes da realização de um projecto,
comparadas com a situação que ocorreria, nesse período de tempo e nessa
área, se esse projecto não viesse a ter lugar (Partidário, M. & Pinho, P., 2000)
Defendemos que os impactes nestas áreas, derivados das actividades de
turismo de natureza, devem ser monitorizados desde a sua raiz. O estudo dos
impactes causados por determinadas modalidades, permite uma melhor
organização das áreas protegidas em diversos factores: Permissão do uso;
épocas de uso; adequação de locais a modalidades específicas; criação de
infra-estruturas naturais mais adequados e minimizem o desgaste derivado da
utilização (Barros, M. 2003)
Consideramos estes factos de extrema importância, utilizando como exemplos,
estudos já realizados em países como a Nova Zelândia, Brasil, Austrália ou
Estados Unidos, países pioneiros no desenvolvimento das actividades de
Desporto de Natureza, na criação de parques naturais e na sua monitorização.
Através de autores como Marion (2006), Takahashi (2005) ou Goeft e Alder
(2001) realizaram-se estudos intensivos de monitorização de trilhos em parque
naturais, procurando perceber os principais impactes causados pelas
modalidades neles praticadas. Os resultados destes estudos, permitiram
perceber uma série de factores fundamentais para um correcto uso recreativo
dos parques: Capacidades de carga associados a diferentes espaços; tipos de
trilhos direccionados para determinadas modalidades; diferenças nos impactes
causados entre modalidades diferenciadas; melhoria dos sistemas de
monitorização já utilizados.
É fundamental Portugal estar em concordância com politicas de países
desenvolvidos, possuindo mais de 20% de áreas protegidas (Espanha não
ultrapassa os 10%). A criação da Lei de Bases do Ambiente, Decretos-Lei
relacionados com a Animação Turística, Turismo de Natureza, Animação
Ambiental, visam contribuir para assegurar a biodiversidade através da
conservação (Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de Fevereiro).
De extrema importância foi a criação de dez (10) novos produtos estratégicos
do turismo (onde consta o Turismo de Natureza), que fazem parte do Plano
Estratégico Nacional de Turismo (PENT 2007-2013), onde foca o Turismo de
Natureza como um dos produtos mais emergentes na Região Autónoma dos
Açores.
Assim, é de maior relevo a existência efectiva de planos de monitorização
adequados de impacte ambiental.
3 – Enquadramento Legal

No ano 2007 surge uma revisão do Decreto Legislativo Regional n.º 21/93/A,
de 23 de Dezembro, surgindo o Decreto Legislativo Regional n.º 15/2007/A -
Rede Regional de Áreas Protegidas dos Açores.
Segundo o mesmo diploma, “a classificação e reclassificação das áreas
protegidas assenta num modelo de gestão e tem como objectivo o
estabelecimento de categorias de classificação que enquadrem a
uniformização e compatibilização das áreas protegidas adoptadas e
promovidas pela The World Conservation Union (IUCN), a mais importante
organização internacional dedicada à conservação da natureza.
No artigo 2º do presente diploma, considera-se como um dos objectivos gerais
a promoção de “actividades de turismo e de lazer compatíveis com os valores
naturais protegidos, visando a compatibilização com o desenvolvimento sócio-
económico das áreas classificadas.”
A Rede Regional de Áreas Protegidas da Região Autónoma dos Açores integra
o Parque natural de ilha (PNI), sendo constituído pelas áreas terrestres
classificadas no território de cada ilha, podendo abranger ainda áreas
marítimas até ao limite exterior do mar territorial.
Assim, em fase de discussão pública encontra-se o Parque Natural da ilha
Terceira.
O Professor Eduardo Dias (Universidade dos Açores), numa entrevista para a
RTPAçores(URLhttp://ww1.rtp.pt/acores/index.php?article=3144&visual=3&layo
ut=10&tm=10) foca a “necessidade da avaliação dos impactos ambientais
causados pela visitação…”
Fazendo jus ao Relatório Ambiental - Avaliação Ambiental Estratégica do Plano
Regional de Ordenamento do Território dos Açores (PROTA), a aposta no
turismo rural e de natureza, que privilegie actividades turísticas de reduzido
impacte ambiental constitui uma oportunidade a potenciar na Região, justifica a
importância que o turismo de natureza, mormente actividades de turismo de
natureza têm para a região.
O novo Parque Natural da Ilha Terceira está a provocar discussão entre o
ambiente e o turismo.
Segundo Marta Silva, jornalista da RTP Açores, “Um quarto da ilha passa a ser
área protegida, o que condiciona trilhos turísticos muito utilizados actualmente”
(URL
http://ww1.rtp.pt/acores/index.php?article=3144&visual=3&layout=10&tm=10)
Ainda existe uma certa crispação entre área protegida e condicionada e sua
correcta utilização por actividades de turismo de natureza. Estes, se forem
realizados em áreas protegidas com reduzido impacto negativo, poderá ser
uma mais valia para o desenvolvimento sustentável do próprio recursos natural
e do fluxo de economia para a localidade onde se insere.
Além dos Monumentos Naturais como o Algar do Carvão e as Furnas de
Enxofre, ambos muito visitados pelo turismo, zonas como a Serra de Santa
Bárbara, os Mistérios Negros, a Lagoínha e o Pico Alto estão dentro do
perímetro do parque (URL http://www.uac.pt/~geografia/pnis/ter_mapa/).
Lagoínha é uma Área Protegida de Gestão de Recursos e o Pico Alto pertence
à Reserva Natural do Biscoito da Ferraria.
É precisamente nessas zonas que se encontram alguns dos mais frequentados
trilhos turísticos da ilha e “spot´s” de algumas actividades de mar.
Assim, com esta criação de PNI Terceira, suas condicionantes e
desenvolvimento de actividades, torna-se fulcral que logo desde inicio existam
ferramentas que permitam uma correcta avaliação de impacte ambiental,
cruzando com estudos já elaborados, sempre com a missão de um
desenvolvimento sustentável da região.

4. Considerações finais:

Com base nos factos enunciados, consideramos emergente a criação, e


consequente aplicação de programas de monitorização, que permitam avaliar
impactes e estabelecer estratégias de prevenção, melhoria e adequabilidade.

Consideramos fundamental, a necessidade de mais investigação acerca desta


temática, e a consequente publicação dos estudos e resultados da mesma.
O desgaste e a degradação dos espaços naturais derivados das actividades de
turismo de natureza são uma realidade, e a justificação para a actuação
relativamente a isto terá de partir de novos estudos e novos resultados.
5. Referencias Bibliográficas

Barros, M. (2003). Caracterização da visitação dos visitantes e avaliação dos


imactos ecológicos e recreativos do Planalto do Parque Nacional de Itatiaia.
Dissertação com vista à obtenção do grau de Mestrado em Recursos Florestais.
Piracicaba, Brasil: Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura.

Decreto regulamentar nº 18/99 de 27 de Agosto – Regula o Desporto de Natureza

Decreto-Lei nº 69/2000, de 3 de Maio – Regula a Avaliação do Impacte Ambiental

Decreto-Lei n.º 69/2000 de 3 de Maio – Regime que regula a Avaliação de Impacte


Ambiental.

Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de Fevereiro – Regime que regula a biodiversidade

Decreto Legislativo Regional n.º 15/2007/A - Rede Regional de Áreas Protegidas


dos Açores.

Goeft, U., Alder,J.(2001). “Sustainable Mountain Biking: A Case Study from the
Shoutwest of Western Austrália. “in Journal os Sustainable Tourism, Vol.9, nº3.

Lei n.º 13/2002, de 19 de Fevereiro – Lei de Bases do Ambiente. Alteração à Lei


n.º 11/87, de 7 de Abril.

Lei Constitucional n.º 1/2005, de 12 de Agosto – Sétima revisão constitucional

Marion, L. (2006). Assessing and Understanding Trail Degradation: Results River


and Recreational Area. National Park Service. Australia.

Martinho, R. (1997). Motivações para a Prática de Actividades Desportivas na


Natureza. Tese de Mestrado. Faculdade de Ciências de Desporto e Educação
Física, Porto.

Partidário, M.R. & Pinho, P. (2000). Guia de Apoio ao Novo Regime de Avaliação
de Impacte Ambiental. Instituto de Promoção Ambiental (IPAMB) – Ministério do
Ambiente e do Ordenamento do Território, Lisboa.
PENT – Plano Estratégico Nacional Turismo 2007-2013 – Ministério da Economia
e da Inovação

PROTA (2008) – Plano Regional de Ordenamento do Território dos Açores –


Avaliação Ambiental Estratégica. Faculdade de Ciências e Tecnologia.
Universidade Nova de Lisboa

Sousa, C., Jacinto, P., s/d. Desportos de Natureza: Impactes Ambientais e sua
Minimização. Escola Superior Agrária de Castelo Branco.

Takahashi, L. (2005). “Indicadores de impacto para monitorar o uso público no


Parque Estadual Pico do Marumbi – Paraná”.In Rev. Árvore Vol.29,no.1, Viçosa,
Jan/Feb.

Outras referências consultadas

[1] Parque Natural da Ilha Terceira, acedido a 30 de Junho de 2009, em


http://ww1.rtp.pt/acores/index.php?article=3144&visual=3&layout=10&tm=10

[2] Parque Natural da Ilha Terceira - Versão para Participação Pública - Maio 2008,
acedido a 25 de Junho de 2009, em http://www.uac.pt/~geografia/pnis/ter_mapa/

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