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29 DESETEMBRO. S. MIGUEL, S. GABRIEL E S.

RAFAEL ARCANJOS

27. SÃO MIGUEL ARCANJO


Festa

– A missão dos Anjos. Os três Arcanjos que a Igreja honra de maneira particular.

– O Arcanjo São Miguel. A sua ajuda na luta contra o demónio.

– Pedir a esse Santo Arcanjo a sua contínua protecção para a Igreja.

Veneramos hoje a memória dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael,


profundamente arraigada em toda a Tradição da Igreja. O nome de Miguel
(em hebreu: Quem como Deus?) recorda o combate travado por esse Arcanjo
e pelos anjos fiéis contra Lúcifer e os seus seguidores, que se rebelaram
contra Deus e foram lançados no inferno. Deus escolheu São Gabriel (em
hebreu, fortaleza de Deus) para anunciar a Maria o mistério da Encarnação.
O nome de Rafael (em hebreu: remédio de Deus) evoca a sua missão de
médico e companheiro de viagem do jovem Tobias.

I. NO EVANGELHO DA MISSA, lemos estas palavras de Jesus:


Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os
anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem1.

São os anjos que louvam continuamente a Deus e “participam,


do modo que lhes é próprio, do governo de Deus sobre a Criação
como poderosos executores das suas ordens (Sl 109), conforme
o plano estabelecido pela Divina Providência. Os anjos têm por
missão cuidar com especial solicitude de todos os homens, em
favor dos quais apresentam a Deus as suas súplicas e
orações”2. A sua função como embaixadores de Deus estende-
se a cada um dos homens, principalmente àqueles que têm uma
responsabilidade específica no plano salvífico (aos sacerdotes,
por exemplo), e a todas as nações3. Todos os dias, a todas as
horas, no mundo inteiro, “no coração da Santa Missa”, apela-se
aos Anjos e aos Arcanjos para cantar a glória de Deus.

Hoje, é particularmente oportuno considerarmos que a Igreja


honra na sua liturgia “três figuras angélicas a quem a Sagrada
Escritura chama com um nome. O primeiro é o Arcanjo Miguel
(cfr. Dan 10, 13.20; Apoc 12, 7; Jd 9). O seu nome expressa em
síntese uma atitude essencial dos espíritos bons: Mica-El
significa Quem como Deus?” O segundo é Gabriel, “figura ligada
sobretudo ao mistério da Encarnação do Filho de Deus. O seu
nome significa: O meu poder é Deus ou Poder de Deus”. Por
último, Rafael, cujo nome “significa: Deus cura”4. Meditando
sobre a missão que lhes foi confiada, compreendemos o
ensinamento contido na Epístola aos Hebreus: Porventura não
são todos esses espíritos ministros de Deus, enviados para
exercer o seu ministério a favor daqueles que hão de receber a
herança da salvação?5

A existência dos anjos e a sua proximidade nos nossos


afazeres quotidianos movem-nos a pedir com a Liturgia da
Missa: Ó Deus, que organizais de modo admirável o serviço dos
anjos e dos homens, fazei que sejamos protegidos na terra por
aqueles que Vos assistem continuamente nos céus6. Devemos
incontáveis ajudas diárias aos nossos Anjos da Guarda, cuja
festa celebraremos dentro de uns dias, bem como aos Santos
Arcanjos. São uma prova palpável do amor que Deus Pai tem
pelos seus filhos. Recorremos a eles com frequência no meio
dos nossos trabalhos diários? Tratamo-los com confiança,
pedindo-lhes que nos ajudem a servir a Deus e que nos protejam
na nossa luta diária? Sentimo-nos seguros na sua companhia ao
longo do dia, especialmente quando chega a tribulação ou
quando estamos prestes a perder a serenidade e a paz dos
filhos de Deus?

II. LEMOS NA PRIMEIRA LEITURA da Missa: E houve no céu


uma grande batalha: Miguel e os seus anjos pelejavam contra o
dragão, e o dragão com os seus anjos pelejavam contra ele;
mas estes não prevaleceram e já não houve lugar para eles no
céu. E foi precipitado aquele grande dragão, aquela antiga
serpente, que se chama demónio e Satanás, que seduz todo o
universo; e foi precipitado na terra, e foram precipitados com
ele os seus anjos7.

Os Santos Padres interpretam estes versículos do Apocalipse


como testemunho da luta entre Miguel e o demónio quando os
espíritos angélicos foram submetidos a prova. Sob essa luz
entenderam também o combate que Satanás sustenta contra a
Igreja ao longo dos séculos e que se radicalizará no fim dos
tempos8.

Segundo tradições judaicas perfilhadas por alguns Padres da


Igreja, o demónio foi uma criatura angélica que se converteu em
inimiga de Deus quando se recusou a aceitar a dignidade
concedida ao homem9. Então ele e os seus seguidores foram
arrojados à terra, e desde então não cessam de tentar o homem
para que, pecando, fique também privado da glória de Deus. O
Antigo Testamento10 apresenta o Arcanjo São Miguel como
aquele que defende o Povo eleito em nome de Deus. A luta
constante contra o demónio, que “caracteriza a figura do
Arcanjo Miguel, é actual mesmo hoje, porque o demónio ainda
está vivo e continua a actuar na terra”11. Mais ainda: “Há épocas
em que a existência do mal entre os homens se torna
singularmente evidente no mundo [...]. Tem-se a impressão de
que o homem actual não quer ver esse problema. Faz todo o
possível para eliminar da consciência geral a existência desses
dominadores do mundo tenebroso, desses astutos ataques do
demónio de que fala a Epístola aos Efésios. Contudo, há épocas
históricas em que essa verdade da revelação e da fé cristã, que
tanto custa aceitar, se expressa com grande força e se torna
quase palpável”12.

Essa actuação do demónio na sociedade e nas pessoas, que


às vezes se expressa com grande força e se torna quase
palpável, levou a Igreja a invocar São Miguel como seu guardião
nas adversidades e contra as ciladas do demónio. Envia, Senhor,
em auxílio do teu povo o Arcanjo Miguel, para que nos sintamos
protegidos nas nossas lutas contra Satanás e os seus anjos13.
Ciladas reais e terríveis, que procuram aniquilar a vida de Cristo
nas almas.

A festa de hoje recorda-nos, além disso, “que ao começar a


Criação, brotou essa primeiríssima adoração da profundidade
espiritual dos seres angélicos, que mergulharam com todo o seu
ser na realidade do Quem como Deus: Miguel e os seus anjos
(Apoc 12, 7). Ao mesmo tempo, a leitura do Livro do Apocalipse
faz-nos tomar consciência de que a essa adoração, a essa
primeiríssima afirmação da majestade do Criador, se contrapôs
uma negação. Em oposição a essa orientação cheia de amor de
Deus (quem como Deus!), irrompeu uma plenitude de ódio em
rebelião contra Ele”14 que ainda parece sentir-se no mundo de
mil formas diversas.

Esta ausência de serviço amoroso a Deus e aos outros por


Deus lembra-nos que é necessário amá-lo e servi-lo com todo o
nosso ser, sem esperar nada em troca. Serviam! Senhor, eu te
servirei!, diremos muitas vezes, na intimidade do nosso coração.
Aproveitemos a festa de hoje para dizer a Jesus: Senhor, não
tenho outra ambição senão servir-te.

III. CRISTO É O VERDADEIRO VENCEDOR do pecado, do


demónio e da morte. E n’Ele vencemos sempre, com a ajuda dos
anjos e dos santos. Agora é o juízo deste mundo – dizia Jesus,
referindo-se aos últimos acontecimentos da sua vida aqui na
terra –, agora será lançado fora o príncipe deste mundo. E eu,
quando for levantado ao alto, atrairei tudo a mim15. E quando os
discípulos lhe contaram que, em seu nome, os demónios se lhes
submetiam, o Senhor exclamou: Eu vi Satanás cair do céu como
um relâmpago16.

No entanto, o triunfo dos cristãos sobre o demónio só terá


lugar no fim dos tempos. Por isso, São Pedro, depois de exortar
os cristãos à mais plena confiança em Deus – Descarregai sobre
Ele, diz-lhes, todas as vossas preocupações, porque Ele cuida
de vós –, chama-lhes vivamente a atenção para que se
mantenham vigilantes: Sede sóbrios e vigiai, porque o demónio,
vosso adversário, ronda-vos como um leão que ruge, buscando a
quem devorar17. E São Cipriano comenta: “Ronda-nos a cada um
de nós, como um inimigo que sitiou uma cidadela e explora as
muralhas e verifica se há algum ponto fraco e pouco seguro por
onde possa penetrar”18. Enquanto escrevia essas
recomendações, São Pedro devia recordar-se das palavras do
Mestre: Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou
instantemente para vos joeirar como o trigo; mas eu roguei por
ti, para que a tua fé não desfaleça...19

O grande triunfo do demónio nos nossos dias consiste em que


muitos o esqueceram ou pensam que se trata de crenças de
outras épocas menos avançadas culturalmente. Que nós não o
esqueçamos, pois a sua acção misteriosa na vida do mundo e
das pessoas é bem real e efectiva. Recorramos com frequência
ao Arcanjo São Miguel. No discurso que citamos, o Papa João
Paulo II recitou várias vezes, em nome da Igreja, uma antiga
oração ao Arcanjo: São Miguel Arcanjo, defendei-nos no
combate, cobri-nos com o vosso escudo contra os embustes e
ciladas do demónio. Subjugue-o Deus, instantemente o pedimos;
e vós, Príncipe da milícia celeste, pelo divino poder, precipitai
no inferno a Satanás e aos outros espíritos malignos que
vagueiam pelo mundo para perder as almas. Amém20.
(1) Jo 1, 51; (2) João Paulo II, Audiência geral, 30-VII-1986; (3) cfr. ib.; (4) cfr.
idem, Audiência geral, 6-VIII-1986; (5) Hebr 1, 14; (6) Oração coleta da Missa
do dia 29 de setembro; (7) Apoc 12, 7-9; (8) cfr. São Gregório Magno, Moralia,
31, 12; (9) cfr. Sagrada Bíblia, Apocalipse, EUNSA, Pamplona, 1989, nota a
Apoc 12, 7-9; (10) Dan 10, 13; 12, 1; (11) João Paulo II, Alocução no Monte
Sant’Angelo, 24-V-1987; (12) idem, Homilia em Munique, 3-V-1987; (13)
Liturgia das Horas, Preces de Laudes; (14) João Paulo II, Homilia, 29-IX-1983;
(15) Jo 12, 31-33; (16) Lc 10, 18; (17) 1 Pe 5, 7-8; (18) São Cipriano, De zelo et
livore, 2; (19) cfr. Lc 22, 31-32; (20) cfr. João Paulo II, Alocução, 24-IV-1987.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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