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TEMPO COMUM. VIGÉSIMO OITAVO DOMINGO.

CICLO B

38. O OLHAR DE JESUS


– A maior sabedoria consiste em encontrar Jesus Cristo.

– O encontro com o jovem rico.

– Jesus convida-nos a segui-lo.

I. OS TEXTOS DA MISSA deste Domingo falam da sabedoria divina, que


devemos estimar mais do que qualquer outro bem. Na primeira Leitura 1, lemos
o pedido que o autor do livro sagrado coloca nos lábios de Salomão: Invoquei o
Senhor, e foi-me concedido o espírito de sabedoria. Preferi-a aos reinos e aos
tronos, e em sua comparação tive as riquezas por nada. Não a equiparei às
pedras preciosas, porque todo o ouro ao seu lado é um pouco de areia, e à sua
vista a prata será considerada como lodo. Nada pode alcançar o valor do
conhecimento de Deus, que nos faz participar da sua intimidade e dá sentido à
vida: Preferi-a à saúde e à formosura, e resolvi tê-la por luz, porque o seu
resplendor não tem ocaso. E, além disso, todos os bens me vieram juntamente
com ela. Encontrei nas suas mãos inumeráveis riquezas.

O Verbo de Deus encarnado, Jesus Cristo, é a Sabedoria infinita, escondida


no seio do Pai desde a eternidade e agora acessível aos homens que estejam
dispostos a abrir o seu coração com humildade e simplicidade. Comparado
com Ele, o ouro é um pouco de areia, e a prata será considerada co-mo lodo,
nada. Ter Cristo é possuir tudo, pois com Ele nos chegam todos os bens. Por
isso cometemos a maior insensatez quando preferimos alguma coisa (honra,
riqueza, saúde...) ao próprio Cristo que nos visita. Nada vale a pena sem o
Mestre.

“Senhor, obrigado por teres vindo. Terias podido salvar-nos sem teres vindo.
Bastava simplesmente que quisesses salvar-nos; não se vê que a Encarnação
fosse necessária. Mas quiseste vir para termos o exemplo completo de toda a
perfeição [...]. Obrigado, Mestre, por teres vindo, por estares no meio de nós,
homem entre os homens, o Homem entre os homens, como um entre tantos
[...], e, apesar disso, o Homem que tudo atrai a si, porque, desde que veio, não
existe outra perfeição. Obrigado por teres vindo e porque eu posso ver-te e
alimentar a minha vida em ti”2.

Ser sábio, Senhor, é encontrar-te e seguir-te. Só acerta na vida quem te


segue.

II. NO EVANGELHO DA MISSA3, São Marcos relata o episódio de uma


pessoa que preferiu alguns bens ao próprio Cristo, que o convidara a segui-lo.
Quando Jesus saía com os seus discípulos a caminho de Jerusalém, apareceu
um jovem4 que se ajoelhou diante d’Ele e lhe perguntou: Bom Mestre, que
devo fazer para alcançar a vida eterna? O Senhor indica-lhe os Mandamentos
como caminho seguro e necessário para alcançar a salvação. O jovem, com
grande simplicidade, respondeu-lhe que os cumpria desde a infância. Então
Jesus, que conhecia a pureza daquele coração e o fundo de generosidade e de
entrega que existe em cada homem e em cada mulher, pondo nele os olhos,
mostrou-lhe afecto, amou-o com predilecção, e convidou-o a segui-Lo, pondo
de parte tudo o que possuía.

São Marcos, que nos transmite a catequese de São Pedro, deve ter ouvido o
relato dos lábios do próprio Apóstolo, em todos os seus pormenores. Como
Pedro devia lembrar-se desse olhar de Jesus que, no começo da sua vocação,
também pousara sobre ele e mudara o rumo da sua vida! E Jesus, fixando nele
o olhar, disse-lhe: Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas, que quer
dizer Pedro5. E a partir daquele instante a vida de Pedro foi outra.

Como gostaríamos de contemplar esse olhar de Jesus! Umas vezes,


imperioso; outras, de pena e de tristeza, por exemplo ao ver a incredulidade
dos fariseus6; outras, de compaixão, como à entrada de Naim, ao passar pelos
que levavam a enterrar o filho morto da viúva7. É esse olhar que comunica uma
força persuasiva às palavras com que convida Mateus a deixar tudo e segui-
lo8, ou com que se faz convidar a casa de Zaqueu, levando-o à conversão9. É
esse mesmo olhar que se enternece diante da fé e da grandeza de alma de
uma viúva pobre que deu tudo o que tinha 10, o mesmo que põe a descoberto a
alma diante de Deus e suscita a contrição, como no caso da mulher adúltera 11
e do próprio Pedro depois da sua tríplice negação12.

Jesus olhou com afecto para o jovem que se aproximara d’Ele e convidou-o:
“Segue-me. Caminha sobre os meus passos. Vem para o meu lado!
Permanece no meu amor!”13 É o convite que talvez nós tenhamos recebido um
dia..., esse em que resolvemos segui-lo sem mais altos e baixos. “O homem
precisa deste olhar amoroso: tem necessidade de saber-se amado, de saber-
se eternamente amado e escolhido desde toda a eternidade (cfr. Ef 1, 4). Ao
mesmo tempo, este amor eterno de eleição divina acompanha o homem
durante toda a vida como o olhar de amor de Cristo. E isto sobretudo no
momento da provação, da humilhação, da perseguição, do fracasso [...]. Então,
a consciência de que o Pai nos amou desde sempre no seu Filho, de que
Cristo nos ama a cada um e sempre, torna-se um ponto de apoio firme para
toda a existência humana. Quando tudo se conjuga para nos fazer duvidar de
nós mesmos e do sentido da nossa vida, então esse olhar de Cristo, ou seja, a
consciência do amor que n’Ele se mostrou mais forte do que todo o mal e toda
a destruição, essa consciência permite-nos sobreviver”14.

Cada um recebe uma chamada particular do Mestre, e da resposta a esse


convite dependem toda a paz e toda a felicidade verdadeiras. A autêntica
sabedoria consiste em dizer sim a cada um dos convites que Cristo, Sabedoria
infinita, faz ao longo da nossa vida, porque Ele continua a percorrer as nossas
ruas e praças. Cristo vive e chama. “Um dia – não quero generalizar; abre o teu
coração ao Senhor e conta-lhe a tua história –, talvez um amigo, um simples
cristão igual a ti, te fez descobrir um panorama profundo e novo, e, ao mesmo
tempo, antigo como o Evangelho. Sugeriu-te a possibilidade de te empenhares
seriamente em seguir Cristo, em ser apóstolo de apóstolos. Talvez tenhas
perdido então a tranquilidade e não a tenhas recuperado, convertida em paz,
enquanto livremente, porque te apeteceu – que é a razão mais sobrenatural –,
não respondeste sim a Deus. E veio a alegria, forte, constante, que só
desaparece quando te afastas d’Ele”15.

É a alegria da entrega, tão oposta à tristeza que afogou a alma do jovem rico
que não quis corresponder à chamada do Mestre.

III. VAI, VENDE QUANTO TENS e dá-o aos pobres, e terás um tesouro nos
céus; e vem depois e segue-me, disse Jesus a esse jovem que tinha muitos
bens. E as palavras que deviam comunicar-lhe uma grande alegria, deixaram-
lhe na alma uma grande tristeza: Mas ele, afligido por estas palavras, retirou-se
triste. “A tristeza deste jovem deve fazer-nos reflectir. Podemos ter a tentação
de pensar que possuir muitas coisas, muitos bens neste mundo, pode fazer-
nos felizes. E no entanto, vemos no caso deste jovem do Evangelho que as
muitas riquezas se converteram em obstáculo para aceitar o chamamento de
Jesus. Não estava disposto a dizer sim a Jesus e não a si próprio, a dizer sim
ao amor e não à fuga! O amor verdadeiro é exigente”16.

Se notamos no nosso coração um travo de desgosto e tristeza, é possível


que se deva a que o Senhor nos está pedindo alguma coisa e nós nos
recusamos a dá-la; não acabamos de deixar o coração livre de quaisquer laços
para segui-lo plenamente. É talvez o momento de nos lembrarmos das
palavras de Jesus no fim desta passagem do Evangelho: Em verdade vos digo
que todo aquele que deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou campos por
minha causa e por causa do Evangelho, receberá já agora no tempo presente
cem vezes mais em casas, irmãos, irmãs, mães, pais, filhos e campos,
juntamente com perseguições, e no século futuro a vida eterna.

... E vem depois e segue-me. Com que ansiedade não estariam todos à
espera da resposta do jovem! Com essa palavra – segue-me –, Jesus chamava
os seus discípulos mais íntimos. Era um convite que implicava acompanhá-lo
no seu ministério, escutar a sua doutrina e imitar o seu modo de vida... Agora,
depois da Ascensão aos Céus, esse seguimento não é, logicamente,
acompanhá-lo pelos caminhos e aldeias da Palestina, mas permanecer onde
Ele nos encontrou, no meio do mundo, e fazer nossa a sua vida e doutrina,
comunicar-nos com Ele mediante a oração, tê-lo presente no trabalho, no
descanso, nas alegrias e nas penas..., dá-lo a conhecer com o testemunho
alegre de uma vida simples e com a palavra.

Seguir o Senhor significa hoje empreender o caminho de uma vida de


empenho e de luta por imitar o Mestre. “Neste esforço de identificação com
Cristo, costumo distinguir como que quatro degraus: procurá-lo, encontrá-lo,
tratá-lo, amá-lo. Talvez vos sintais como que na primeira etapa. Procurai o
Senhor com fome, procurai-o em vós mesmos com todas as forças. Actuando
com este empenho, atrevo-me a garantir que já o tereis encontrado, e que
tereis começado a tratá-lo e a amá-lo”17.

O Senhor não deixa de chamar-nos para que tomemos a sério o caminho da


santidade no meio dos nossos afazeres diários. Jesus, hoje, continua a viver e
a chamar-nos. É o mesmo que percorria os caminhos da Palestina. Não
deixemos passar a oportunidade de assumir um compromisso definitivo, de pôr
a mão no arado com a firme disposição de nunca mais olhar para trás18.

(1) Sab 7, 7-11; (2) Jacques Leclerq, Treinta meditaciones sobre la vida cristiana, Desclée de
Brouwer, Bilbao, 1958, págs. 50-51; (3) Mc 10, 17-30; (4) cfr. Mt 19, 16; (5) Jo 1, 42; (6) cfr. Mc
2, 5; (7) cfr. Lc 7, 13; (8) cfr. Mt 9, 9; (9) cfr. Lc 19, 5; (10) cfr. Mc 12, 41-44; (11) cfr. Jo 8, 10;
(12) cfr. Lc 22, 61; Mc 14, 72; (13) João Paulo II, Homilia, 1.10.79; (14) João Paulo II, Carta aos
jovens, 31.03.85, 7; (15) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 1; (16)
João Paulo II, Homilia, 1.10.79; (17) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n.
300; (18) Lc 9, 62.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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