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UniCEUB: Centro Universitário de Brasília

Disciplina: Direito Constitucional I Turma: D


Professor: Gustavo Rabay Aluna: Ane Ferrari Ramos Cajado

Este texto tem o objetivo de recapitular – esquematicamente – a discussão feita por


Manoel Jorge e Silva Neto no capítulo 2 do seu livro intitulado Curso de Direito
Constitucional.

OBJETO
Estudar aquilo que é capaz de constituir uma nova sociedade: o poder constituinte.

PODER CONSTITUINTE X HIERARQUIA DAS NORMAS

Todo sistema jurídico constitucionalista preconiza que o pressuposto de validade


material de uma norma é está em consonância com o que se dispõe na constituição. E
a validade da constituição quem define? Segundo SILVA NETO, é necessária que a
constituição seja legítima o que equivale dizer que exista uma “(...) correspondência
do desejo coletiva e politicamente manifestado pela sociedade e as finalidades do
Estado positivamente inseridas na Constituição.” (SILVA NETO, 8) E como se canaliza
esse desejo para feitura de uma constituição? Isto se dá através do poder constituinte
para o qual vemos algumas definições abaixo1.

• Bidart Campos: “(...) é a competência, capacidade ou energia para constituir


ou dar constituição ao Estado, ou seja, para organizá-lo.”
• Carl Schmitt: “(...) poder constituinte é a vontade política cuja força ou
autoridade é capaz de adotar a concreta decisão de conjunto sobre
o modo e forma da própria existência política, determinando assim
a existência da unidade política como um todo.”
• Sieyès2: Poder constituinte é diferente de poder constituído. Para ele existiam
três fases no desenvolvimento da comunidade política, quais sejam:
• 1ª fase Existe uma intenção dos indivíduos em constituírem
uma nação
• 2ª faseHá uma vontade real comum de atuação na sociedade
política que, no entanto, não se concretiza em função da
dispersão pelo território.
• 3ª faseHá uma seleção dos assuntos mais vinculados ao
interesse público e confiança dos integrantes da nação a um
grupo de pessoas que irão exercer sua vontade de atuação
política. Essa fase = poder constituinte3.
• Silva Neto: “(...) é o poder inicial, autônomo e incondicionado, tendente a,
criando o Estado, dotá-lo de estrutura peculiar através de uma
Constituição.”

CARACTERES DO PODER CONSTITUINTE

Inicialidade É a “(...) necessidade de manifestação de alguns indivíduos para criar o


Estado”

1
Todas essas definições constam do mesmo texto, nas páginas 9 e 10.
2
Trata-se de Emmanuel-Joseph Sieyès, abade francês que publicou em 1788 o manifesto Qu’est ce que le
tiers état em defesa dos direitos do Terceiro Estado contra os privilégios dos Primeiro e Segundo Estados.
3
A Constituição para Sieyès enquanto instrumento normativo fundante da comunidade política deveria tratar
dos seguintes temas: representantes dos “associados”; órgãos de representação e suas formas, funções e meios
de exercer seu poder constituinte. Podemos dizer que Sieyès é jusnaturalista porque parte de direito político
natural do povo em constituir-se enquanto uma sociedade política.
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Disciplina: Direito Constitucional I Turma: D
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Autonomia  É a liberdade que tem o titular do poder constituinte de decidir acerca
“(...) do valor jurídico a conformar a estrutura do Estado”.
Incondicionalidade  É a liberdade do poder constituinte de não se subornar a “(...)
qualquer regra de forma ou de fundo”.

TITULARIDADE X EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE

Titularidade  Povo
Exercício  Eleitos pelo povo com o objetivo de realizar o poder constituinte.

ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE

Originário = Poder de fato


Derivado = Poder reformador/poder de competência constituição derivado.
= Temas constitucionalmente constitucionais. O poder originário é
Material
quem define quais serão esses temas
=Poder de elaboração de normas com a forma e a força jurídica
Formal próprias de uma constituição. Formalização dos temas materiais num
texto constitucional.
= Poder do elemento fundador da sociedade política em fazer aparecer
Inato
a entidade política coletiva
= Poder que deriva do inato por ser inviável a convocação dos
Adquirido detentores do poder inato sempre que se quiser realizar uma investida
constitucional.
= Originário + Inato + Material. É o poder que sempre terá (inato) a
Material
comunidade política (povo) de fazer nova eleição de temas materiais
originário
para constituir nova constituição.

PODER CONSTITUINTE DERIVADO

Alterações pontuais no texto



Quorum qualificado de 3/5 de votos dos

emenda
Poder de membros do Congresso Nacional em regime
reforma de votação de dois turnos.
constitucional • Modificações mais abrangentes
revisão constitucional • Voto da maioria absoluta dos membros do
Congresso Nacional em sessão unicameral.
Poder É o poder dos estados da federação de elaborarem suas constituições
constituinte estaduais.
decorrente

LIMITAÇÕES AO PODER DE REFORMA

• Competência de iniciativa para proposta de emenda Art. 60,


Processuais ou
• Quorum demandado para aprovação I/III e §
Procedimentais
Processo legislativo específico 2°
Art. 60,
Circunstanciais Estado de sítio, de defesa ou intervenção federal
§1°
Materiais • Explícitas: quanto à forma federativa do Estado; voto Art. 60,
direto, secreto, universal e periódico; separação de §4°
poderes; direitos/garantias individuais.
• Implícitas: titularidade do poder constituinte; titular do
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poder de reforma; alusivas ao processo da emenda.

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