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2ª Edição Eletrônica
Antologia
CÉLIA LAMOUNIER
Coordenadora
Outubro de 2009
Londrina - PR
www.celialamounier.net
2
ÍNDICE
A Organizadora 4
Angela Bretas 5
Angélica Teresa Almstadter 9
Arlete de Andrade 11
Belvedere 13
Célia Lamounier 15
Cristina Pires 18
Elane Tomich 20
Fátima Marques da Cunha 23
Lizete Abrahão 25
lucelena maia 27
Rose Mary Sadalla 29
Simone Barbariz 31
Vanderli Medeiros 33
Gustavo Dourado 35
Haroldo P. Barboza 37
JF MARQUES 39
José Geraldo Martinez 42
Net 7 Mares 45
Plínio Sgarbi 47
Valdez 49
Vanderley Caixe 52
3
CÉLIA LAMOUNIER
4
A letra
Angela Bretas
A letra
em linha reta
cansou
de ser correta
retificou
sua meta
curvou-se
nas palavras
acentuou
sua lavra
retornou
ao ABC
e sem pressa
aprendeu
a soletrar...
A letra
buscou
a vazão
da inspiração
aflorada
na calada
da madrugada
em que a fala
perdeu valor...
A letra
sem travas
se libertou
e moveu
de rebate
ao encontro
da partida
da despedida
dorida
pela ausência
5
presente
[imposta]
da carência
de si própria...
A letra
virou verso
criou prosa
gerou temas
gritou em
maiúsculas
[e minúsculas]
a fúria
abençoada
da
mente
já cansada
de buscá-la
em versos vãos
A letra
presente
correu livremente
ao encontro
da magia
da poesia
que aflorou
sem demora
na memória...
A letra
6
Conversando com as estrelas...
Angela Bretas
7
Acredita em mim estrela distante
Quando rogo por sua piedade
Sua força é grande, é possante
E pode me levar novamente ao encontro da felicidade...
www.angelabretas.com
8
Meu Quarto
Angélica Teresa Almstadter
9
Esse homem
Angélica Teresa Almstadter
10
Afins desafinados
Arlete de Andrade
11
Lamento
Arlete de Andrade
Atravessa-me o peito
Esta espada profundamente n’alma!
Grande é o meu sofrimento!
Esvai-se profusamente minhas forças.
Se me atormenta o arrependimento, também não
Posso tornar a ver o passado, não tivesse ele,
Quando presente, passado tão sorrateiramente.
Era moço e tão belo;
Tão faceiro e encantador!
Dói essa ferida que não fecha,
Incerto é o meu lamento...
É caminhar embaixo de um sol escaldante
E mirar o oásis...delírio!
Pega-me pelas mãos o destino, e me conduz.
Deixo-me levar como um menino
Pelas mãos da mãe.
Ah! Se eu pudesse encontrar
O vento que soprava,
A mesma estrela que brilhava,
Quando eu, ainda livre, podia
Caminhar a seu lado.
Qualquer agonia de espera é melhor
Do que o que não pode ser...
Estou em terra estranha,
Num lugar onde não falam minha
Língua, não usam meu costumes,
Não vivem o que acredito.
Sou culpada pelo que sinto,
Condenada pelo que quero.
Nem mesmo posso arrancar de mim
Essa lâmina.
Posta. Ainda que esmoreça se
Arrancá-la morrerei.
12
Senhora
Belvedere
O tempo passou.
Incontável.
Hoje nos encontramos
e no meu rosto
ainda o colorido,
mas mesclas
de saudades
das coisas perdidas.
Dizes que estou
a mesma.
Mas é outra a hora.
Chamam-me Senhora.
13
O camafeu
Belvedere
Tenho um camafeu
muito antigo,
adornado
por minúsculas
pérolas.
Herança
de minha tia
mais bela.
Não a conheci,
senão pelo retrato
em branco e preto,
exposto na sala
do casarão.
Ela se foi
muito cedo.
Dela,
além do camafeu,
herdei
parte do nome
e, claro, sobrenome.
De sua beleza,
dizem,
herdei traços.
De sua simplicidade
nenhum vestígio.
Ainda bem.
14
DANÇAR
Célia Lamounier
15
FRATERNIDADE
Célia Lamounier
16
Porque vamos trabalhar
Por um século de paz:
Vida feliz plena em Deus
Trocando o sal pelo mel
Que tesouros são os seus
Momentos na terra e céu
De amor e bens DIVIDIDOS.
Seus e meus passos são nossos
Passos firmes defendendo
A LIBERDADE DO POVO...
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17
Admoestação
Cristina Pires
18
Cânticos do vento
Cristina Pires
19
Mergulho no Azul
Elane Tomich
Disse-me um pescador
Vindo dos mares do sul,
Nunca mergulhe no azul
Que o azul tem tonalidades,
Que valem meias verdades.
Às vezes tem tom de amor,
Às vezes tem tom de dor
20
Nunca mergulhe no azul
Que é onde se esvai a razão
Sem o mapa do coração.
É onde as jangadas viram,
Buscando um eterno horizonte
O azul não tem norte ou sul
Nada que nos aponte.
21
Vitrine
Elane Tomich
Na vitrine refletida
Passando, me achei multidão...
Fita retrospectiva
De vinho, sangue e paixão,
feito fogos de artifício,
De procuras sem indícios.
Mas, verdade seja dita,
Do mundo via sacra viva
Refletidos...
Eram eus, tantos proscritos,
Em graça de solidão!
22
QUEM TANTO EU QUERIA
Fátima Marques da Cunha
23
IREI TE AMAR
Fátima Marques da Cunha
24
Imprevisto
Lizete Abrahão
25
Simplesmente não te encontrei
Lizete Abrahão
26
Florescer
lucelena maia
27
T A L V E Z...
lucelena maia
28
Poesias de mim
Rose Mary Sadalla
29
Abra a porta!
Rose Mary Sadalla
30
FAZER AMOR
Simone Barbariz
31
FRAUDANDO A DEMOCRACIA
Simone Barbariz
Retrocesso no processo
De onde nasceu a Democracia
Fortes dores foram sentidas
No parto desta menina
32
VOLTAS
Vanderli Medeiros
33
Dispo-me Nesse Poema
Vanderli Medeiros
E nesse despir-me,
deixarei que a inércia do tempo real vivido,
se perca nesse processo criativo e volátil...
34
Brasília
Gustavo Dourado
www.gustavodourado.com.br
35
BrasiLíngua
Gustavo Dourado
36
Meu ponto de apoio
Haroldo P. Barboza
37
Testemunha ocular
Haroldo P Barboza
38
Parto poético
JF MARQUES
39
E quem melhor compreende
da mãe o profundo amor
que o poeta que pare
o verso com a mesma dor?
se ambos tudo entregam
sem nada em volta esperar
o filho é irmão do poema
pois é parto o poetar.
26/04/2002
40
Barcarola à sereia
JF MARQUES
41
DÁ-ME UM TEMPO
José Geraldo Martinez
maestromartinez@terra.com.br
http://www.josegeraldomartinez.hpg.ig.com.br/
42
VOLTAREMOS!
José Geraldo Martinez
Voltaremos juntos .
Não é ficção !
Meu amor ! Voltaremos ...
em nossa reencarnação !
Faltou-nos aquela viagem sem endereço
por vários lugares do mundo .
Andar na montanha russa ,
lembras-te ?
Eu tinha um medo profundo !
Tomar um porre nós dois , faltou-nos.
Prá fazer amor depois !
Esquecer de tudo no outro dia .
Não deu tempo, meu amor , um de nós partiria !
Fui eu de costume , como sempre apressado ...
Desta feita, tu não levarias !
Sofri onde estou , vendo-te chorar...
E teu rosto banhado, eu não pude beijar .
Sofri , não imaginas!
De ver a tua dor e dizer-te que a vida segue por aqui ...
E perdão, minha amada ,
sequer me despedi !
Mas foi num dia calmo e as flores dormiam...
O vento com os arvoredos mexiam numa mansa sinfonia !
A lua entrava pela janela e cobrindo-me sentinela
o corpo que jazia.
Lembro-me no derradeiro instante de uma estrela cadente ...
Fiz ainda um pedido !
Deu tempo, amor , deu tempo ...
Para que reencarnes comigo !
E sei que em nome deste amor,
por tudo que sonhamos ...
serei atendido !
Faltou-nos ver a neve , cobrindo as chaminés ...
Estar numa ilha abandonada , olhando a maré !
Nosso último natal ...
em uma casinha branca no pé da serra .
43
E cobrir os teus cabelos
com flor da primavera!
Tu dormias quando parti ...
Queria abraçar-te , não consegui !
Não foi como sonhamos ...do mar nos levar .
Separados! Por azar.
Mas , onde estarei , velarei teus passos.
E te esperarei um dia , para um longo abraço ...
Voltaremos, não chores !
Lembras-te das boas notícias,
serei teu novamente .
Terás uma vida feliz por aí em tua vida terrena ...
E eu , aguardando-te aqui , de vida plena !
Voltaremos , não chores !
Vendo-te assim , sofrerei .
Eterno é o ser ...
Sou, hoje , uma estrela em esplendor !
A carne efêmera ...
Eterno o amor !
44
FLOR-DE-LIS
Net 7 Mares
45
SONETO DO AMIGO
Net 7 Mares
46
CHEGANDO AOS QUARENTA
_Plínio Sgarbi
47
fato... trato
_Plínio Sgarbi
48
No dia em que eu te encontrar
Valdez
49
Quando te encontrar serás meu mundo,
A minha compaixão, meu eu profundo.
50
SOLIDÃO
Valdez
51
Não Importa
Vanderley Caixe
Céu e tempestade
É noite sozinha
Chove aqui nessa varanda
Sem lua
Sem verdades
E a alma se amesquinha
Nessa vida ciranda
Nessa varanda
A chuva chove sozinha
Sem verdades
Sem lua
Eu não estou
O resto não importa
Se há verdades,
Se chove
Se não há lua
52
Quando a primavera chegar
(lembranças da Ditadura)
Vanderley Caixe
53