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QUINTA-FEIRA
“Se numa cidade se ateasse fogo em vários lugares, mesmo que fosse um
fogo modesto e pequeno, mas que resistisse a todos os embates, em pouco
tempo a cidade seria presa das chamas.
“Se numa cidade se acendesse nos pontos mais díspares o fogo que Jesus
trouxe à terra, e esse fogo resistisse ao gelo do mundo pela boa vontade dos
seus habitantes, em pouco tempo teríamos a cidade incendiada de amor de
Deus.
“O fogo que Jesus trouxe à terra é Ele próprio, é a Caridade: esse amor que
não só une a alma a Deus, mas as almas entre si [...] E em cada cidade estas
almas podem surgir nas famílias: pai e mãe, filho e pai, mãe e sogra; podem
encontrar-se também nas paróquias, nas associações, nas sociedades
humanas, nas escolas, nos escritórios, em qualquer parte [...] Cada pequena
célula acesa por Deus em qualquer ponto da terra propagar-se-á
necessariamente. Depois, a Providência distribuirá essas chamas, essas
almas-chamas, onde julgar oportuno, a fim de que em muitos lugares o mundo
seja restaurado ao calor do amor de Deus e volte a ter esperança”4.
A vida do cristão deve ser uma imitação da vida de Cristo, uma participação
no modo de ser do Filho de Deus. Isto nos leva a pensar, olhar, sentir, actuar e
reagir como Ele diante das pessoas. Jesus via as multidões e compadecia-se
delas, porque eram como ovelhas sem pastor8, com uma vida sem rumo nem
sentido. Jesus compadecia-se delas; o seu amor era tão grande que não se
deu por satisfeito enquanto não entregou a sua vida na Cruz. Este amor deve
apossar-se dos nossos corações: então compadecer-nos-emos de todos
aqueles que andam afastados do Senhor e procuraremos colocar-nos ao seu
lado para que, com a ajuda da graça, conheçam o Mestre.
Mas depois desse encontro único com o Senhor e com os nossos irmãos na
fé, acontecerá connosco o mesmo que aconteceu àqueles homens e mulheres
que eram curados das suas doenças nalguma cidade ou caminho da Palestina:
ficavam tão alegres que não cessavam de apregoar por toda a parte o que
tinham visto e ouvido, o que o Mestre tinha levado a cabo nas suas almas ou
nos seus corpos.
Quando o cristão sai da Missa tendo recebido a Comunhão, sabe que já não
pode ser feliz sozinho, que deve comunicar aos outros essa maravilha que é
Cristo. Cada encontro com o Senhor conduz à alegria e à necessidade de
comunicar aos outros esse tesouro. Foi assim que o cristianismo se propagou
nos primeiros séculos: como um incêndio de paz e de amor que ninguém pôde
deter.