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SUMÁRIO
Assunto Página
I – Introdução...........................................................................................02
O país vive uma nova fase na sua política urbana a partir da entrada em vigor do novo Código
de Trânsito Brasileiro - CTB, em janeiro de 1998. Após uma longa discussão envolvendo o
Estado e a sociedade, chegou-se à proposta do novo código, que traz inovações muito
importantes em relação à legislação anterior. O CTB está em fase de implantação, que envolve
não apenas a reorganização institucional nos níveis federal, estadual e municipal, mas
principalmente a sua assimilação pela sociedade brasileira.
Este texto apresenta a proposta preliminar da PNT, para ser debatida pela sociedade e pelos
membros do Sistema Nacional de Trânsito – SNT. Antes do debate desta proposta apresenta-se,
a seguir, um breve resumo das condições gerais do trânsito no país, as quais serviram de base
para as recomendações feitas na estruturação da PNT.
O Brasil possuía, em 1995, uma população de 152 milhões de pessoas, sendo que cerca de 120
milhões (79%) moravam em áreas urbanas. O crescimento da população urbana continua e
estima-se que esta proporção atingirá 90% em 2010.
O número de veículos no país tem crescido rapidamente nas últimas décadas: de 430.000 em
1950, o número aumentou para 3,1 milhões em 1970, chegando a 25 milhões em 1995 (Tabela
1). Estima-se que a frota atual esteja em torno de 29 milhões de veículos.
Ref: Ministério dos Transportes (1970 e 1990) para dados de veículos e IBGE (1996)
para dados de população
A tendência do crescimento da população urbana e da frota de veículos pode agravar mais ainda
a situação. Imaginando-se um crescimento anual de 2% a 3% da população urbana e de 4% da
frota de veículos, pode-se estimar que até o ano 2010 poderão ser acrescentados cerca de 50
milhões de habitantes às áreas urbanas e 20 milhões de veículos à frota nacional. Imaginando-se
também um aumento da renda média, ocorrerá um aumento da mobilidade média, com mais
deslocamentos sendo feitos por cada pessoa. O grande desafio é como acomodar, com qualidade
e eficiência, estes contingentes populacionais adicionais e os deslocamentos que eles farão,
considerando que o aumento da frota de automóveis, de seu uso e da mobilidade tende a
agravar os problemas de congestionamento, poluição e acidentes.
A maioria das cidades tem um departamento de transporte, trânsito ou vias públicas mas
raramente tem um departamento de urbanismo. O crescimento urbano ocorre praticamente sem
controle, com regulamentações sobre o uso e a ocupação do solo precárias ou inexistentes,
guiado mais de acordo com as leis do mercado referentes ao valor da terra e aos níveis relativos
de acessibilidade entre as regiões urbanas. Nas grandes cidades, as áreas centrais têm toda sorte
de usos e ocupações irregulares do solo feitas pelos setores de renda alta e média,
principalmente no que diz respeito à transformação de edificações residenciais em
comerciais; por outro lado, as áreas periféricas são ocupadas por setores de renda baixa, com
deficiência na oferta de escolas, hospitais e transporte público e geralmente levando a graves
problemas ambientais relativos à erosão do solo, coleta de esgotos e de lixo e de saneamento
público geral.
As autoridades locais normalmente não se prepararam para ter meios efetivos de fiscalização e
não podem evitar estas conseqüências; na realidade, a anistia a estas ocupações irregulares é
freqüente, resultando de pressões tanto dos setores de renda alta, quanto dos de renda baixa.
Outra conseqüência desta forma de desenvolvimento urbano é que ainda existe pouco controle
sobre o crescimento e o uso da cidade, o que leva a maiores distâncias de transporte e
ineficiência energética.
As políticas de transporte e trânsito raramente são coordenadas. Nas cidades muito pequenas –
nas quais não há transporte público -, as autoridades locais limitam suas atividades à
pavimentação de vias e à colocação de uma quantidade mínima de sinais de trânsito. Nas
cidades médias, o transporte público é normalmente tratado diretamente pelo prefeito e seu
pessoal técnico mais próximo. No entanto, estas atividades são normalmente feitas
separadamente daquelas relativas ao trânsito, que geralmente estão incluídas em um conjunto de
atividades relacionadas ao sistema viário. Nas grandes cidades, a maior complexidade dos
problemas de transporte e trânsito tende a gerar um enfoque mais coordenado entre as duas
áreas, todavia este enfoque ainda é deficiente e desvinculado das áreas responsáveis pelos
investimentos no sistema viário.
Por último, é necessário ressaltar que houve falta de interesse por parte dos governos anteriores,
ao não dotarem de recursos humanos e orçamentários os organismos estaduais e federais para
que executassem suas funções, principalmente as de operação, fiscalização, patrulhamento e
policiamento ostensivo. A cidadania foi desrespeitada de várias formas, seja pela ausência de
investimentos adequados na qualidade e na segurança da circulação de pessoas e mercadorias,
seja pelo fato dos estados não terem garantido aos seus Cetrans as condições mínimas para que
os recursos interpostos pelos cidadãos em respeito a autuações fossem adequadamente
considerados.
c) a questão econômico-financeira
Inicialmente, a crise fiscal do Estado, que tem limitado os recursos aplicados no transporte
urbano, principalmente nos sistemas de grande capacidade. Os recursos aplicados pelo governo
federal no transporte urbano nos últimos anos provêm de três fontes principais: do orçamento
geral da União (OGU), do BNDES e da Agência Especial de Financiamento Industrial -
FINAME (Lima, 1998). No âmbito estadual, os investimentos em trânsito foram feitos a partir
de dotações orçamentárias ligadas aos Detran e aos DER, respectivamente nas áreas urbanas e
nas rodovias, que na maior parte dos casos foram insuficientes para tratar dos problemas dos
seus respectivos estados. No âmbito municipal, os investimentos limitaram-se à instalação de
sinalização em algumas cidades e de investimentos de maior porte naquelas em que o processo
de municipalização foi antecipado (Brasiliense, 1998).
Energia e transporte - o consumo final de energia no Brasil em 1996 foi estimado em 197
milhões de toneladas equivalentes de petróleo - toe. O setor de transporte tem uma participação
importante neste consumo (Ministério de Minas e Energia, 1996), com cerca de 21% do
consumo total do país. Dentro do setor de transporte, o transporte rodoviário é a forma
predominante de uso de energia (90% de toda a energia consumida no setor), como
conseqüência das políticas de transporte adotadas nas últimas décadas. Quanto à forma
específica de energia usada, o óleo diesel é dominante, refletindo principalmente o grande uso
de caminhões no transporte rodoviário.
A gravidade do problema se expressa por meio dos prejuízos à saúde da população em geral e
em particular das pessoas idosas e das crianças. Por exemplo, na Região Metropolitana de São
Paulo, o número de dias com índices inadequados de concentração de poluentes alcançava, em
1996, 7% do total de dias do ano.
f) a qualidade no trânsito
g) os acidentes de trânsito
A adaptação das cidades para o uso privilegiado do automóvel tem levado à violação das áreas
residenciais e de uso coletivo, bem como a destruição do patrimônio histórico e arquitetônico,
devido à abertura de novas vias, ao remanejamento do tráfego para melhorar as condições de
fluidez e ao uso indiscriminado das vias para o tráfego de passagem.
O conjunto destas políticas tem levado à produção de grandes deseconomias urbanas, como
resultado deste crescimento descontrolado e da desorganização dos sistemas de transporte
urbano. As deseconomias mais importantes são as referentes ao congestionamento, à poluição,
ao consumo de combustíveis e uso do espaço viário. Um estudo recente da ANTP e do IPEA,
feito em dez cidades brasileiras, elaborou a primeira estimativa sistemática destas perdas
(Tabela 4).
Tabela 4: Desperdícios anuais em dez cidades brasileiras(1) devido ao
congestionamento severo (vias com capacidade esgotada), 1998.
Duas modificações do novo CTB são especialmente importantes: a responsabilização dos órgãos
públicos pela segurança na circulação de pedestres e veículos e a possibilidade de maior
interação Estado-sociedade.
Quanto ao segundo item, o novo código tem um capítulo dedicado ao cidadão, em que se
estabelece o direito de solicitação de esclarecimentos e projetos e a obrigatoriedade de resposta
(artigos 72 e 73).
b) a nova divisão de responsabilidades
O Novo CTB definiu que as atribuições relativas ao trânsito serão divididas entre os três níveis
de governo. No nível federal, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e o Departamento
Nacional de Trânsito (Denatran) são, respectivamente, os órgãos normativo e executivo
máximos da União com poderes exclusivos sobre a legislação de trânsito no país. No nível
estadual, os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detran) continuam responsáveis pelos
procedimentos de habilitação de condutores e licenciamento de veículos, sendo também
responsáveis pela fiscalização das infrações referentes a estas áreas; os Departamentos de
Estradas de Rodagem (DER) são responsáveis pelo planejamento, operação e fiscalização do
trânsito nas rodovias sob sua jurisdição. No âmbito municipal, os municípios passam a ter
participação legal, sendo responsáveis pelo planejamento, operação e fiscalização (de itens
específicos) do seu trânsito.
O novo código trata o tema da educação como essencial para mudar as condições do trânsito
brasileiro. A educação é abordada sob vários ângulos. Inicialmente, é definida como um direito
das pessoas e um dever do Estado (artigo 74) e é tornada obrigatória para os níveis de ensino de
1o, 2o e 3o graus (artigo 76), com prazo determinado para que o currículo mínimo seja sugerido
no início da vigência do código (artigo 315). O código determina também que os órgãos e
entidades tenham coordenadorias de educação de trânsito e que sejam organizadas escolas de
trânsito (artigo 74). Ele determina que 5% do valor das multas e 10% do valor dos Seguros
Obrigatórios (DPVAT) sejam aplicados em programas de segurança e educação. A divulgação
de programas especiais é tornada obrigatória nos meios de comunicação (artigo 75) e os
fabricantes e revendedores de veículos ficam obrigados a fornecer aos compradores material
especial sobre legislação e segurança de trânsito (artigo 338).
O novo código estabelece que a habilitação de condutores se dará em duas etapas. Após a
aprovação nos exames, o candidato recebe uma Permissão para Dirigir, válida por um ano. Caso
neste período ele não tenha cometido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima, nem
seja reincidente em infração leve, poderá receber a Carteira Nacional de Habilitação definitiva.
(artigo 148). Paralelamente, o novo código exige que no processo de habilitação sejam incluídos
os temas referentes aos primeiros socorros e à direção defensiva (artigos 147 e 148).
O código determina que os veículos automotores devem passar por vistorias periódicas, a
respeito das suas condições de segurança e de emissão de poluentes e ruídos (artigo 104). A
concessão do licenciamento é condicionada à aprovação nestes testes (artigo 131).
O novo código torna obrigatório o uso do cinto de segurança para todos os passageiros (artigo
65) e o transporte de crianças de até 10 anos no banco traseiro (artigo 64).
g) o respeito à cidadania
O novo código estabelece vários procedimentos que garantem amplo direito de defesa ao
cidadão que for notificado sobre a ocorrência de uma infração de trânsito. Inicialmente, a
autoridade de trânsito deve enviar a notificação em um prazo máximo de 30 dias, caso contrário
a notificação perde validade e a infração não pode ser computada. Recebida a notificação, o
cidadão pode interpor recurso junto a dois órgãos – a JARI e o Cetran – que deverão avaliar sua
validade. Este procedimento impede as grandes surpresas no licenciamento, quando apareciam
“multas” absolutamente desconhecidas, sem qualquer possibilidade de defesa.
O novo código introduz penas administrativas mais severas e penas pecuniárias mais altas para
as infrações (artigos 256 a 258) e define uma série de crimes de trânsito, que receberão as
maiores punições (artigos 302 a 312). O texto torna obrigatório o teste de alcoolemia quando há
suspeita de direção embriagada (artigo 277). O Código cria, ainda, o sistema de pontuação, pelo
qual a pessoa que somar um certo número de pontos decorrente de infrações de trânsito sofre
penas mais graves (artigo 259).
O código estabelece que a receita com a cobrança das multas só poderá ser aplicada em
programas e projetos de trânsito (artigo 320).
Estas inovações, somadas às obrigações legais que permaneceram do código anterior, implicam
em um conjunto de obrigações para todos os membros do Sistema Nacional de Trânsito. As
referidas obrigações estão resumidas nos quadros 1, 2 e 3 a seguir. Deve-se ressaltar que todos
os órgãos federais, estaduais e municipais têm a obrigação de aplicar recursos de multas em
projetos de trânsito.
No nível federal, os órgãos com atribuições são o Contran, o Denatran, a Polícia Rodoviária
Federal e o DNER.
Quadro 1: resumo das principais obrigações dos órgãos federais
No nível estadual, os órgãos com competências e atribuições são o Detran, o DER, o Cetran, a
Polícia Militar e a Jari.
O inadequado modelo atual de transporte urbano pode ser entendido como fator importante do
"custo Brasil", gerando deseconomias de grande impacto para a nossa sociedade. Por outro
lado, as grandes cidades formam a base da produção industrial e de serviços do país, e terão sua
importância aumentada frente aos novos requisitos de eficiência e competitividade que
caracterizam as mudanças econômicas mundiais e regionais, como as trazidas pela criação do
Mercosul. Assim, a eficiência da economia brasileira dependerá, em grande parte, do
funcionamento adequado desta rede de cidades e dos seus sistemas de transporte.
Os custos para a sociedade brasileira deste modelo inadequado de transporte urbano são
socialmente inaceitáveis e constituem importante obstáculo, sob o ponto de vista estratégico,
para o desenvolvimento do país. A permanência do modelo atual é, assim, incompatível não
apenas com uma melhor qualidade de vida em uma sociedade verdadeiramente democrática,
mas com a preparação do país para as novas condições de competição econômica em escala
global.
a) os problemas a enfrentar
O crescimento desordenado das cidades, com a geração de deseconomias crescentes para toda a
sociedade e especialmente para os setores de renda mais baixa, resultando em grandes impactos
negativos no meio ambiente, no patrimônio histórico e arquitetônico e na eficiência da economia
urbana.
b) os princípios a adotar
A cidade é um ambiente de uso coletivo, cujo acesso por meio dos sistemas de transporte deve
ser dividido democraticamente. Isto implica, no contexto brasileiro, em atribuir prioridade no
uso do sistema viário à circulação de pedestres, aos ciclistas e aos meios de transporte público
coletivo, especialmente os ônibus. Esta nova postura deve refletir uma mudança de paradigma,
por meio do qual se rompe com a formulação de políticas de apoio ao uso do automóvel e se
alteram as políticas de desenvolvimento urbano, transporte e trânsito, na direção da “gestão da
mobilidade urbana”. Esta gestão é entendida como ação coordenada baseada em princípios
relacionados ao interesse público e da maioria dos usuários.
O novo Código de Trânsito Brasileiro define uma divisão de responsabilidades entre os três
níveis de governo e os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito que
precisa ser implementada, respeitada e continuamente reforçada. O sucesso da administração
plena do trânsito depende da ação coordenada de todos, e não pode ser conseguida apenas pela
atuação isolada de um ou mais membros.
c) os objetivos a perseguir
Melhor qualidade de vida para toda a população, traduzida por melhores condições de
circulação, segurança e acessibilidade para realização das atividades necessárias à vida moderna.
Maior eficiência urbana, traduzida pela disponibilidade de uma rede de transportes integrada por
modos complementares, trabalhando em regime de eficiência, com prioridade efetiva para os
meios coletivos no uso do sistema viário.
Melhor qualidade ambiental, traduzida pelo controle dos níveis de poluição atmosférica e
sonora, pela preservação do patrimônio histórico e arquitetônico, e pela proteção das áreas
residenciais e de vivência coletiva contra o trânsito indevido de veículos.
Aprimorar o exercício das atribuições dos órgãos e entidades, principalmente nas atividades de
formação do condutor, para que este compreenda plenamente as responsabilidades que lhe são
atribuídas quando quiser obter uma permissão para dirigir um veículo.
A redução dos acidentes de trânsito - o país não pode mais suportar os custos sociais e
econômicos dos atuais índices de acidentes de trânsito. As mudanças dependem principalmente
da garantia de prioridade política ao tratamento do problema, à formação adequada de recursos
humanos técnicos para estudar e propor soluções, à universalização de programas de educação
de trânsito – também obrigatórios em todos os níveis de ensino segundo o novo Código de
Trânsito – e ao aumento da fiscalização sobre os motoristas infratores. Atenção especial deve ser
dada aos elementos mais vulneráveis no trânsito, como pedestres, ciclistas e idosos.
A mudança de valores - o uso das vias públicas no Brasil está marcado por relações de
incivilidade, nas quais os direitos humanos e da cidadania raramente são respeitados. Como
regra geral, os pedestres e ciclistas têm seus direitos ofendidos ou negados, tornando-se
“cidadãos de segunda classe”. O mesmo se pode dizer dos idosos e dos portadores de
deficiências físicas. As pessoas que utilizam veículos motorizados – principalmente o automóvel
– usam o espaço viário como se fosse propriedade privada, implantando, na prática, uma
prioridade de uso que não corresponde às regras do trânsito. De outro lado, a impunidade
generalizada dos infratores graves dá a este desrespeito o status de direito, uma vez que acaba
produzindo na sociedade a noção de que as regras não precisam ser obedecidas e que a
prioridade é dos mais fortes. O mecanismo pelo qual os brasileiros confundem o público e o
privado não opera apenas no caso das regras de trânsito, mas é um traço da cultura política
brasileira, que afeta outras esferas da vida pública. O resultado geral desta forma de
convivência, além do desrespeito à democracia e à cidadania, é a produção de grande número de
acidentes de trânsito, conforme comentado anteriormente. Um dos maiores desafios do novo
código é, portanto, trabalhar para que se invertam os valores atuais e para que se defina uma
nova forma de convivência no trânsito, baseada no respeito à democracia, às leis e à cidadania.
A redução dos índices de poluição atmosférica - esta redução pode ser atingida por dois
caminhos. Primeiro, diminuindo a emissão de poluentes por parte dos veículos automotores,
pela eletrificação de corredores de transporte público, pela aplicação de combustíveis menos
poluentes e pela fiscalização dos níveis de emissão (agora obrigatória pelo novo Código de
Trânsito). Segundo, pela melhor organização do uso das vias públicas, pelo aumento da oferta
de transporte público de qualidade, pelo uso de técnicas adequadas de operação e otimização do
trânsito ou pela imposição de restrições ao uso inadequado dos automóveis.
Para ser compatível com a descentralização política do país e a autonomia dos poderes, a
política deve respeitar as áreas próprias de atuação dos três níveis de governo e traçar linhas
gerais e metas a serem perseguidas de forma coordenada pelo governo, a iniciativa privada e a
sociedade.
Em curto prazo, o desafio principal é mobilizar-se para definir ações de melhoria do trânsito no
país, que sejam formuladas e implementadas de forma coordenada pelos três níveis de governo e
pela sociedade. Estas ações devem representar um posicionamento claro do poder público a
favor da mudança nas condições desfavoráveis atualmente verificadas, implicando em um
rompimento com as políticas anteriores constituídas de apoio e concessão de privilégios ao uso
do automóvel, para revertê-las em benefício da maioria da população.
- preservar a vida;
b) público alvo
- sociedade;
- membros do SNT;
- profissionais da área;
Dentro de cada setor, deve-se procurar subsetores que tenham mais necessidade de receber
orientação ou que possuam maior capacidade de colaborar e apresentar soluções aos desafios da
Política Nacional de Trânsito.
c) Programa Nacional de Trânsito
- apoio à implantação do novo Código Brasileiro de Trânsito e à estruturação dos órgãos locais
para a efetiva municipalização do trânsito;
- segurança de trânsito;
- educação de trânsito.
Para que obtenha sucesso, a PNT deve passar por um processo coordenado de formulação,
implementação e avaliação. Propõe-se que as atividades sejam desempenhadas da seguinte
forma:
- definição da proposta da PNT pelo Denatran: o Denatran apresenta a proposta preliminar aqui
definida aos membros do SNT;
- discussão com membros do SNT e com a sociedade: auxiliado pelos membros do SNT e pela
sociedade, o Denatran dará a configuração final à PNT, a partir da proposta preliminar aqui
apresentada e de discussões específicas;
Em seguida à aprovação da PNT, o Denatran deve definir o Programa Nacional de Trânsito, que
especificará as formas de execução da PNT. Sugere-se que esta tarefa seja cumprida da seguinte
forma:
f) recursos financeiros
ANTP (1998), A escolha dos caminhos do Brasil, Revista dos Transportes Públicos 80, pp 7-24.
Cia de Engenharia de Tráfego – CET (1992), Acidentes de Trânsito em São Paulo, São Paulo.
Cia de Engenharia de Tráfego – CET (1997), Acidentes de Trânsito em São Paulo, São Paulo.
Cia de Saneamento Ambiental – Cetesb (1996), Relatório anual da qualidade do ar, São Paulo.
Cia do Metropolitano de São Paulo – CMSP (1997), Pesquisa Origem –destino, São Paulo.
Cia do Metropolitano de São Paulo – CMSP (1998), Tarifa, demanda e resultado econômico-
financeiro, relatório interno, São Paulo.
IPEA/ANTP (1998), Redução das deseconomias urbanas com a melhoria do transporte público,
Brasília.
Lima , Ieda Maria (1998) A crise no transporte urbano: o que o governo federal tem a ver com
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Kahir, Amir (1999), Financiamento dos municípios brasileiros, Revista dos transportes Públicos
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Brasília.