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SEGUNDA A CÂMARA CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL Nº 42.140-6/2006 – FEIRA DE SANTANA


APELANTES: AREONILDO JOSÉ DA SILVA LIMA E OUTROS
ADVOGADO: ALISSON GOMES DA SILVA
APELADO: ESTADO DA BAHIA
PROCURADOR DO ESTADO: FERNANDO AVILA NONATO
RELATOR: DES. JOSÉ OLEGÁRIO MONÇÃO CALDAS

RELATÓRIO

Areonildo José da Silva Lima e Outros interpuseram o


presente recurso de apelação contra a sentença, às fl. 193 a 196,
proferida pela Juíza de Direito da Vara da Fazenda Pública,
Registros Públicos e Acidentes do Trabalho da Comarca de Feira
de Santana, nos autos da ação ordinária, ajuizada contra o Estado
da Bahia, de que resultou extinto o processo ,sem julgamento do
mérito, por carência de ação, caracterizada na falta de interesse de
agir.

Em suas razões, os apelantes pleitearam a concessão do


benefício da assistência judiciária gratuita, com fundamento nos
incisos XXXV e LV do art. 5º da CF.

A seguir, aduziram que em a petição inicial formularam


pedido de restabelecimento do status quo referente aos valores dos
seus vencimentos, considerando a competência do Poder Judiciário
de assegurar direito constitucionalmente adquirido, inclusive,
declarando a inconstitucionalidade da lei estadual.

Finalmente, requereram o provimento do recurso, a fim


de que a sentença seja reformada, restabelecendo-se o pagamento
da GAP (gratificação de atividade policial), em relação ao período
compreendido entre os anos 2000 e 2004.
Em sede de contra-razões, o Estado da Bahia defendeu
a manutenção integral da sentença.

Estando em condições de proferir voto, encaminho o


presente relatório ao Eminente Desembargador Revisor.

Salvador, de de 2007.

Des. José Olegário Monção Caldas.


Relator
SEGUNDA A CÂMARA CÍVEL
APELAÇÃO CÍVEL Nº 42.140-6/2006
APELANTES: AREONILDO JOSÉ DA SILVA LIMA E OUTROS
ADVOGADO: ALISSON GOMES DA SILVA
APELADO: ESTADO DA BAHIA
PROCURADOR DO ESTADO: FERNANDO AVILA NONATO
RELATOR: DES. JOSÉ OLEGÁRIO MONÇÃO CALDAS

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO


ORDINÁRIA. EXTINÇÃO DO FEITO,
SEM JULGAMENTO DE MÉRITO,
EX VI DO ART. 267, VI, DO CPC.
CARÊNCIA DE AÇÃO (FALTA DE
INTERESSE PROCESSUAL).
PRETENSÃO DE SERVIDORES
PÚBLICOS À INALTERABILIDADE
DO REGIME JURÍDICO.
INEXISTÊNCIA DE DIREITO
ADQUIRIDO. SUPOSTA REDUÇÃO
DOS VENCIMENTOS NÃO
CONFIGURADA, OCORRENDO A
SUBSTITUIÇÃO DA GRATIFICAÇÃO
HABILITAÇÃO PM PELA GAP,
SENDO PRESERVADOS OS
VALORES NOMINAIS DOS
RESPECTIVOS VENCIMENTOS.
MANUTENÇÃO DO DECISÓRIO.
IMPROVIMENTO DO RECURSO.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de apelação
cível, sob nº 42140-3/2006, em que são apelantes Areonildo José
da Silva Lima e Outros e, apelado, o Estado da Bahia.

ACORDAM os Desembargadores da Segunda Câmara


Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, à unanimidade de
votos, em negar provimento ao apelo, diante das razões a seguir
explicitadas.

Trata-se de recurso de apelação interposto por Areonildo


José da Silva Lima e Outros contra a sentença proferida pela Juíza
de Direito da Vara da Fazenda Pública, Registros Públicos e
Acidentes do Trabalho, Comarca de Feira de Santana, que
extinguiu o processo sem julgamento de mérito, com arrimo no
art.267, VI, do CPC.

Inicialmente, os apelantes pleitearam a concessão dos


benefícios da assistência judiciária gratuita. A Lei Federal nº
1.060/50 estabelece presunção relativa em favor dos requerentes,
e, na hipótese, a impossibilidade de arcar com as despesas
processuais adveio a partir da formulação do pedido nesta Segunda
Instância em sede recursal. Desta forma, concedo aos apelantes os
benefícios da assistência judiciária gratuita para dispensar-lhes,
apenas, do pagamento das despesas referentes ao preparo do
presente recurso de apelação.

No mérito, o objeto do presente recurso cinge-se à


apreciação da existência ou não de direito adquirido pelos
apelantes, ao recebimento dos valores referentes às gratificações
previstas no regime jurídico anterior.

É que os apelantes argumentam que teriam formulado o


pedido de restabelecimento do "status quo" referente aos valores
dos seus vencimentos, ao invés de terem pleiteado a modificação
da lei estadual que estabelece os vencimentos, sendo da
competência do Poder Judiciário a declaração de ofício da eventual
inconstitucionalidade da lei.
A matéria suscita a apreciação de inconstitucionalidade
da Lei Estadual nº 7.145/97.

De fato, incumbe ao Poder Judiciário realizar o controle


da constitucionalidade das leis e atos normativos
infraconstitucionais, através do método concentrado, através de
Ação Direta de Inconstitucionalidade, cujo objeto é o próprio pedido
de declaração de inconstitucionalidade, ou pelo método difuso, em
que o magistrado declara a inconstitucionalidade incidentalmente,
ou seja, a declaração de inconstitucionalidade é causa de pedir e
não objeto ou pedido principal da ação.

Todavia, ao exame dos autos, não se vislumbra qualquer


inconstitucionalidade da Lei Estadual nº 7.145/97, que extinguiu
quatro das gratificações anteriormente instituídas pela Lei Estadual
nº 3.803/80.

Isto porque, conforme pacífica e sedimentada


jurisprudência do STF e do STJ, os servidores públicos não
possuem direito adquirido a regime jurídico. Significa dizer que os
servidores públicos não têm o direito adquirido de continuarem
sendo regidos sempre pelas leis, as quais podem ser alteradas ou
mesmo revogadas por leis novas.

Portanto, é permitida a edição de lei nova para extinguir


as gratificações previstas pela lei anterior, desde que tal norma seja
aplicada a partir do início da vigência da lei nova, preservando os
direitos que foram adquiridos em conformidade com a lei anterior.

Logo, inexiste eiva de inconstitucionalidade, a ser


declarada, quanto à Lei Estadual nº 7.145/97. Neste ponto, os
argumentos dos apelantes não subsistem, de modo acertada a
sentença que extinguiu o processo sem julgamento do mérito.

Igualmente inexitosa seria a pretensão, no aspecto


meritório, à vista do quanto já decidido por este Tribunal, a exemplo
do voto da lavra do eminente Desembargador Paulo Furtado, em
julgamento da Apelação Cível nº 11181-8/2006:

“Razão não assiste aos apelantes


ao pleitearem pagamento de
gratificação de habilitação PB, nem
do pagamento retroativo dessa
gratificação, visto que, como bem
lembra o apelado, a alteração do
regime jurídico de servidor público
não está submetida à observância
de direito adquirido.

Tal entendimento é pacífico nas


instâncias superiores...

(...)

Também não houve ofensa ao


princípio da irredutibilidade de
vencimentos, pois o que ocorreu
foi a substituição da gratificação
Habilitação PM pela GAP. Logo,
houve preservação do valor
nominal dos vencimentos dos
servidores.
Por fim, correto o apelado ao
afirmar a impossibilidade de
acumulação de vantagens sob o
mesmo título, como determina o
art. 37, inc. XIV, da CF.”

São as razões pelas quais o voto é no sentido de negar


provimento ao recurso, confirmando-se a sentença hostilizada.

Salvador, de de 2007.

Presidente
Des. José Olegário Monção Caldas
Relator

Procurador de Justiça

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