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pilares econômicos de Valência. Sagunto se destaca pela sua produção industrial nas
disto, podemos somar à localidade uma intensa atividade turística devido as suas praias
e centros históricos.
culturais ao longo da sua historicidade. Tal território faz parte da área do Levante
da via Heraklea (nome pelo qual era conhecida a via terrestre), ou pelas vias fluviais
(através do rio Palancia) e pela sua região portuária (MONEO: 2003, p. 15).
culturais da região com os romanos a partir do séc. III a.C. Interessa-nos fomentar os
populações ibéricas foram: Estrabão (séc. I a.C), na obra Geographiká; Políbios (séc. II
a.C) em seu livro chamado de História; Apiano de Alexandria (séc. II d.C.) no escrito
VI, sobre a História de Roma. Um ponto em comum aos três autores está no fato deles
Políbios (História, III, 15) denomina a região de Saguntum antes da romanização como
Zacânton e argumenta que ela foi colonizada pelos gregos. Dialogando com os escritos
de Apiano (História de Roma,VI, II,7) e Estrabão (Geográphika, III, IV,6) seria possível
frisar Zacânton, como sendo uma colônia grega oriunda de Zakinthos. Tal região faz
parte das ilhas Jônicas e está atualmente situada no território grego de Zante.
“emitir clarões”, por ser uma ilha vulcânica. Em seus estudos Brandão interage com os
dados de Homero (Ilíada, II, 631-637), para apontar que a ilha Zakinthos seria uma
corrobora com os apontamentos de Junito Brandão, sobre o herói mítico Zakinthos vir a
Um dos pontos que nos chama a atenção na obra de Junito Brandão é o enfoque
de Dárdano e de Battia (ou Arisbe) ou poderia ser de acordo com outros relatos um
com Pierre Grimal a narrativa mítica a cerca de Dárdano, foi possível perceber que o
personagem mítico seria filho de Zeus e Elektra, a qual seria filha do titã Atlas. A região
de origem de Dárdano seria a Samotracia, contudo devido à morte de seu irmão Iásion,
o pai de Zakinthos teria ido para a costa asiática que ficaria em face do seu lugar
prossegue argumentando que teria sido o pai de Zakinthos, que iniciou os troianos nos
termo “colônia” não seria em certa medida apropriado, pois ele estaria mais
relacionado com o processo de colonização da era moderna, o qual estava voltado para a
americano. Dialogando com os autores veremos que “colônia” seria um termo oriundo
do latim, contudo o seu significado na era moderna e contemporânea foi modificado,
culturalmente distinta do seu lugar de origem. Na ótica dos autores Sophie Montel e
Airton Polinni, a apoikia possuiria como característica o fato de não ser dependente da
relações econômicas ou não8. Após as ressalvas feitas, nós gostaríamos de salientar que
refere aos territórios ocupados pelo fluxo migratório grego através do Mediterrâneo. Em
suma nós iremos utilizar tal palavra em relação à colonização grega de Zacânton. Os
arqueólogos Montel e Polinni fazem inferência a Homero (Odisséia, VI, 7-10) para
exporem a maneira de fazer9 uma apoikia. Segundo Homero o território que foi
Sophie Montel e Airton Polinni sobre a apoikia. As idéias de Gras vão complementar o
nosso estudo no que tange ao uso do termo apoikein em grego, para denominar o ato de
colonizar. Tal palavra significaria o ato de ir morar longe. Para o autor os termos
apoikia e apoikein designariam uma movimentação para distante da sua região familiar,
o oikos. O autor possui por hipótese que o processo colonizador grego teria ocorrido
tática10 de migração buscando por condições melhores de vida (JONES: 1997, pp. 02 –
03 – 06). Dentro deste fluxo migratório a região do levante na Península Ibérica teria
sido um dos pontos receptores de imigrantes gregos, como os que eram oriundos das
colônias jônicas.
migração na região grega da Fócea teria sido uma invasão na localidade, por populações
Montel e Polinni dos diversos grupos gregos que fizeram o processo de migração, os
fócios teriam sido aqueles que mais distante chegaram, no Ocidente. De acordo com os
autores os fócios chegaram até Tartessos na Ibéria, assim tendo fundado apoikias no
Arbulo Bayona converge com essas considerações ao ressaltar que no século VI a.C.
Heródoto (IV, 152), para argumentar que Colaios de Samos teria sido o primeiro grego
de Plínio, o Velho (História Natural, XVI, 216), para argumentar sobre o passado grego
teria ocorrido duzentos anos antes da queda de Tróia, pelos gregos oriundos de
Saguntum teria sido a primeira região Ibérica a estabelecer um contato cultural14 com os
gregos, pois tal chegada a Ibéria teria sido anterior ao cerco de Tróia, assim estando
região, como uma possível colônia de matriz Greco-Itálica, seria uma estratégia de
poder15 de Roma para legitimar a sua aliança com Sagunto, assim assegurando o seu
para esta hipótese da autora seria a de que as obras teriam sido elaboradas em épocas do
Roma, se procurar fazer uma história de um passado glorioso para a Cidade- Estado,
assim estabelecendo uma ligação da região Ibérica com Zakinthos na Grécia e com isso
criando um passado mítico povoado por heróis, como Odisseu17, Enéas18, Dárdanos e
outras divindades. Contudo a autora não apresenta em seus escritos um diálogo com a
Ana Maria Vázquéz Hoys, sobre a religiosidade romana na Hispania corroboram com as
(HOYS:1995, pp. 276-278). A deusa Diana possuiu um dos cultos religiosos mais
entre os romanos e a Península Ibérica, nos finais do século III a.C. Ao notarmos o
nós poderemos supor que o culto a Ártemis Efésia, passou a sofrer o processo de
Ibérica.
O Prof. José María Blázquez Martínez se aproxima das idéias de Estrabão e Ana
Maria Vázquéz Hoys, ao expor os pontos de culto na Hispania, que foram dedicados a
através dos cânticos e do som emitido por um flautista (MARTÍNEZ: 1994, p. 254). O
ritual de sacrifício para Ártemis está presente nos estudos de Junito Brandão. Segundo o
historiador a corça seria um dos animais a serem sacrificados para a deusa. Os fóceos
Blázquez Martínez sobre os escritos de Plínio, nós poderemos verificar que a introdução
do culto a Ártemis Efésia, em Zacânton poderia ter sido realizada pelos seus
da fé e das crenças, como um processo que ocorreria através dos fluxos migratórios dos
Velho, ao argumentar que havia na parte baixa da cidade um templo dedicado para a
nas colônias jônicas da Ásia Menor, as quais a deusa seria a protetora. O seu templo em
Sagunto teria sido construído possivelmente no V ou IV século a.C. e teria uma relação
teria se iniciado no século VI a.C. Podemos supor através das ruínas do templo e dos
artefatos ali encontrados, que a colonização grega apontada pelos clássicos na região
pesquisadora faz inferência a Políbios (Historia, III, 59, 6-8), para nos relatar sobre um
grega em Sagunto através dos dados arqueológicos frisados por Gascó e das
Saguntum, não como um mito, mas sim como uma possibilidade histórica real.
Em suma através dos textos clássicos podemos ver que a região cultural de
Saguntum apresenta a sua historicidade vinculada ao passado mítico dos gregos. Tal
sua apoikia vestígios de cultura material, como o Artemizion de Saguntum, o que seria
Notas:
1
O pesquisador Carlos Eduardo da C. Campos é integrante do NEA-UERJ, sendo
orientado pela Profª: Drª. Maria Regina Candido e o mesmo segue a linha de pesquisa:
Religião, Mito e Magia no Mundo Mediterrânico. O presente artigo foi publicado nos
anais do XIX Ciclo de Debates em História Antiga, promovido pelo LHIA/UFRJ. ISSN
1980 7015
2
Conforme informações expostas no site do município de Sagunto. Acessado:
10/08/2009
Site:http://www.aytosagunto.es/aplicacion/GRUPO.ASP?S=INFOSAG&SS=TURINFO
&menu=2
3
O emprego do conceito de região neste caso associa-se também a idéia de localização
de determinados fenômenos, como por exemplo, as práticas da magia, colonizações ou
contatos culturais. Etimologicamente a região poderia ser vista, na visão de Paulo César
da Costa Gomes, como sendo "área sob um certo domínio ou área definida por uma
regularidade de propriedades que a definem." (GOMES:1995, p. 53-54).
4
Op. Cit, nota 1.
5
Saguntum é o termo utilizado em latim para denominar Sagunto.
6
Site: http://imageseu.homeaway.pt/vd2/propmaps/HR/en/6/19344/Greece_19344.png.
Acessado em: 30/03/2009.
7
Ver o primeiro parágrafo do artigo: Colonização grega no Ocidente através do
exemplo de Poseidonia. Capturado do Site:
http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=historiadores&id=29. Acessado
em:10/08/2009.
8
Ibidem, no mesmo parágrafo acima citado.
9
Segundo Michel de Certeau, as maneiras de fazer constituem as diferentes formas,
pelas quais os usuários reapropriam dos elementos contidos no seu espaço. Ver a obra
de CERTEAU, Michel. Invenção do Cotidiano: 1 Artes de fazer. Petrópolis: Ed. Vozes,
1994, p. 41.
10
De acordo com Certeau, a tática é uma forma de se solucionar os problemas do
cotidiano de acordo com os seus interesses, assim subvertendo uma situação
desfavorável. Ibidem, pp. 47 – 94 -100.
11
Ver mapa capturado do site:
http://www.utexas.edu/courses/greeksahoy!/greek_trade.jpg Acessado em: 11/08/2009.
12
Op. Cit. Nota 6, verificar referência no quarto parágrafo do artigo.
13
Ver artigo de José María Blázquez. Cólquida e Iberia. La saga de los Argonautas y
otras leyendas de la Península Ibérica. Edición digital: Alicante : Biblioteca Virtual
Miguel de Cervantes, 2005, pp. 104 -105. Capturado do Site:
http://www.cervantesvirtual.com/FichaObra.html?Ref=13697 Acessado em:
10/08/2009.
14
Na visão do antropólogo Roque de Barros Laraia, o contato cultural seria um
encontro entre dois grupos culturais ou mais, que poderia ocorrer de forma traumática
ou não no que tange as trocas culturais. (LARAIA:1986, pp. 99 -100.)
16
Ibidem, p. 52.
17
Ibidem, p. 52.
18
Quanto à ligação de Zakinthos com Roma, o que frisamos seria que o herói mítico
Enéas ao fazer sua viagem devido à fuga de Tróia, também haveria passado pela Ilha de
Zakinthos (Virgílio, Eneida, III, p.59).
19
Interagindo o nosso estudo com os apontamentos de René Menard veremos que a
deusa Ártemis Efésia seria uma divindade semelhante às Grandes Mães, para os efésios.
Tal divindade teria seu culto intensificado na região da Ásia Menor e possuiria como
seu atributo a fecundidade da terra e seria a protetora das amazonas. (MÉNARD:1991,
p.123.)
20
Através dos estudos feitos sobre os escritos do professor Julio César Gralha, nós
empregaremos o conceito de assimilação divina realizado entre Artemis e Diana, como
sendo um processo vinculação de atributos religiosos de uma divindade a outra, assim
tornando- as semelhantes para a cultura religiosa. (GRALHA:2002, p.47)
21
Sobre a identificação que Diana passou a ter com a deusa Ártemis verificar os escritos
em relação ao tema elaborados por Pierre Grimal. (GRIMAL: 2000, p.118)
22
Segundo Michel de Certeau, as maneiras de fazer constituem as diferentes formas,
pelas quais os usuários reapropriam dos elementos contidos no seu espaço.
(CERTEAU: 1994, p. 41.)
23
Conforme o artigo de José María Blázquez. Cólquida e Iberia. La saga de los
Argonautas y otras leyendas de la Península Ibérica. Edición digital: Alicante :
Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2005, pp. 104 -105. Capturado do Site:
http://www.cervantesvirtual.com/FichaObra.html?Ref=13697 Acessado em:
10/08/2009.
24
Cf.: Antonio García y Bellido. El lienzo megalítico del Artemision de
Saguntum.p:303. Artigo capturado em: 02/03/2009. Site:
http://www.cervantesvirtual.com/FichaObra.html?Ref=14848
25
Ibidem, p. 304.
26
Ibidem, p.305
27
Ibidem, p.306
Bibliografia:
BAYONA, Joaquín Ruiz de Arbuloe. Santuarios y comercio marítimo en la
1994.
GOMES, Paulo C. da C. O conceito de região e sua discussão. In: CASTRO, Iná E.;
GOMES, Paulo C.; CORRÊA, Roberto L. Geografia: conceitos e temas. Rio de
Janeiro, Bertrand Brasil, 1995, pp.53-54.
Editoriais, 2002.
HOYS. Ana María Vázquez Hoys. Ilu. Revista de ciencias de las religiones, ISSN
and Iberia: Similarities and differences. In: Murielle Faudot – Arlette Fraysse –
1994.