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Como o Sansho Shima atrapalha a sua vida?

Escrito por Jornal Brasil Seikyo


O conceito budista de “três obstáculos e quatro maldades” (sansho shima) elucida e classifica os diversos tipos de obstáculos e
impedimentos que surgem ao praticar o budismo. O Buda Original Nitiren Daishonin refere-se a esse princípio em várias de
suas escrituras, como na “Carta aos Irmãos”, na qual consta a seguinte passagem: “Se professar o Verdadeiro Budismo, os
sansho shima surgirão em sucessão.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 239.)

Nessa frase, Nitiren Daishonin incentiva os irmãos Ikegami, mostrando que os obstáculos surgem justamente por se
aprofundarem na prática da fé. Em outras palavras, os três obstáculos e as quatro maldades surgem a todo momento,
tentando, de alguma forma, impedir nossa prática diária. Por isso, devemos estar sempre preparados para enfrentá-los.

Os três obstáculos são: 1) obstáculos dos desejos mundanos (bonno-sho), ou obstáculos causados pelos três venenos da
avareza, ira e estupidez); 2) obstáculo do carma (go-sho), ou obstáculo gerado pelo mau carma criado por cometer qualquer
um dos cinco pecados fundamentais ou dez maus atos. Esse obstáculo também é interpretado como oposição da esposa e dos
filhos; e 3) obstáculo da retribuição (ho-sho), ou obstáculo das causas negativas criadas por ações dos três maus caminhos
(Inferno, Fome e Animalidade). Pode ser interpretado também como os obstáculos impostos pelos soberano, pais ou outros
em posição de autoridade.

As quatro maldades são:

1) impedimento dos cinco componentes (on-ma), ou obstruções causadas pelas funções físicas e mentais da pessoa;

2) impedimento dos desejos mundanos (bonno-ma), ou obstruções originadas dos três venenos, criando dúvida no
Gohonzon;

3) impedimento da morte (shi-ma), ou obstrução à prática causada pelo medo que a morte vincula; e

4) impedimento do Demônio do Sexto Céu (tenshi-ma), tradicionalmente a perseguição por parte de homens do poder.

O ponto importante é reconhecer que os obstáculos e as maldades são funções tentando nos influenciar e nos amedrontar de
forma a obstruir o desenvolvimento de nossa prática da fé. O surgimento dos obstáculos é, na verdade, a maior prova do
progresso da nossa fé. Portanto, quando identificamos essas funções, devemos manifestar a força e a coragem para desafiá-
las, e jamais permitir que nos derrotem. Quando enfrentamos com toda a perseverança e ultrapassamos esses obstáculos,
podemos elevar a nossa condição de vida. Esse é o verdadeiro caminho dos seres humanos para a felicidade.

Impedimento do Demônio do Sexto Céu

Dentre as quatro maldades, o impedimento causado pelo Demônio do Sexto Céu (tenshi-ma) é o mais difícil de superar. O
Demônio do Sexto Céu manifesta-se como “agente positivo” que induz as autoridades ou os pais a perseguirem os praticantes
do budismo.

Sobre isso, o presidente Ikeda orienta: “O budismo é uma eterna batalha entre o Buda e as funções malignas — entre as forças
iluminadas e destrutivas inerentes na vida e no universo. É uma luta contra as funções malignas e aquelas que estão presas
sob sua servidão, contra as forças que buscam obstruir a propagação budista, a felicidade das pessoas e o progresso do
Kossen-rufu. O furioso ataque das funções malignas é extremamente forte porque o Demônio do Sexto Céu, o obstinado
comandante dessas forças destrutivas, domina o mundo das questões humanas.” (Brasil Seikyo, edição no 1.582, 2 de
dezembro de 2000, pág. 3.)

Mas de onde se originam os obstáculos?

As escrituras de Nitiren Daishonin ensinam que, de forma geral, derivam-se da escuridão fundamental inerente na vida
(gampon no mumyo, em japonês). Essa escuridão é a fonte de todas as ilusões e age para obscurecer nossa natureza de Buda.
Todos possuem dentro de si tanto a natureza iluminada como a escuridão fundamental. A iluminação e a ilusão possuem uma
única entidade. Elas são, por assim dizer, dois possíveis aspectos ou expressões da vida. Porém, quando nos dedicamos à
prática budista, podemos extrair e perceber a preciosa realidade da nossa natureza de Buda. Em contrapartida, quando
preferimos a ilusão, nossa natureza de Buda permanece encoberta pela escuridão fundamental.

A ilusão, ou seja, a escuridão e o negativismo, manifesta-se na vida na forma de vários obstáculos, tanto internos como
externos. Para superá-los, é importante empenhar-se na prática da fé buscando manifestar o estado de Buda e se dedicar
tanto para a própria felicidade como para a de outros.

Na escritura “Carta aos Irmãos”, consta a seguinte passagem: “O sutra Rokuharamitsu afirma que se deve tornar senhor da
sua mente em vez de permitir à sua mente dominá-lo.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 243.) Nessa frase,
Nitiren Daishonin ensina a jamais permitirmos ser dominados pelo sentimentalismo gerado pelas maldades ou forças
negativas. Devemos, sim, ativar as forças protetoras e positivas do universo por meio da sincera oração ao Gohonzon. Assim,
manifestaremos a alegria em todas as questões da vida, crescendo e nos desenvolvendo até chegarmos à nossa revolução
humana.

Naturalmente, como seres humanos, mesmo sendo fervorosos praticantes do budismo, há ocasiões em que ficamos doentes
ou nos acidentamos; outras vezes, podemos enfrentar incêndios ou calamidades, como enchentes ou secas; ou ainda, em
nosso dia-a-dia, podemos ter aborrecimentos no trabalho ou até mesmo na comunidade. Todas essas dificuldades podem ser
classificadas como os ‘três obstáculos e quatro maldades’ tentando impedir nossa atuação em prol da paz mundial. Por outro
lado, essas mesmas dificuldades podem ser interpretadas como elementos que contribuem para a transformação do nosso
carma, assim como a flor de lótus nasce em meio a águas lamacentas.

Em um trecho da escritura “Carta aos Irmãos”, Nitiren Daishonin afirma: “Se a propagar, maldades surgirão infalivelmente.
Se não fossem estas, não haveria modo de se saber que este é o ensino correto.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1,
pág. 239.) Compreendendo essa frase, devemos nos empenhar ainda mais na prática da fé cientes de que o surgimento de
obstáculos e maldades é a prova de que praticamos o Verdadeiro Budismo, capaz de nos conduzir à felicidade absoluta. Se
uma pessoa pratica um ensino fraco, não encontrará impedimentos. Porém, quando se devota a um forte ensino, capaz de
transformar seu mau carma, dissipar a escuridão inata na sua vida e evidenciar a suprema condição do estado de Buda, sua
prática encontrará obstáculos.

Na escritura “Comportamento do Buda”, consta : “O quinto volume do Maka Shikan diz: ‘Desde que uma pessoa já tenha
avançado na sua prática e compreensão, os três obstáculos e quatro maldades surgirão em sucessão.’ Afirma também: ‘A
influência de tais obstáculos é como a de um javali arranhando uma montanha dourada somente para fazê-la brilhar; ou rios
fluindo ao oceano para aumentar seu volume; ou combustível adicionado ao fogo para aumentar sua força; ou o vento
soprando para expandir o corpo de um inseto chamado Gura.’” (Ibidem, pág. 169.) Com base nessa frase, ao defrontarmos
com obstáculos e dificuldades, devemos fortalecer a prática da fé, para assim mudarmos nosso aspecto e transformarmos o
sofrimento em felicidade.

O presidente Ikeda orienta: “O ouro também possui um profundo significado no budismo. Não pode ser destruído pelo fogo
nem ser corrompido ou corroído pela água. Da mesma forma, uma pessoa que abraça uma filosofia verdadeira pode conduzir
uma existência dourada, uma vida que não pode ser corrompida nem destruída por nenhum obstáculo nem maldade que
estiver em seu caminho. É isso o que o budismo ensina. Conduzam uma existência dourada! — esse é o propósito
fundamental do budismo e da vida.” (Brasil Seikyo, edição no 1.551, 8 de abril de 2000, pág. 3.)

Muitas vezes, acreditamos que receber benefícios visíveis é a única comprovação de que praticamos corretamente. Porém,
com base no ensino de Nitiren Daishonin, o surgimento de obstáculos pode também ser uma imensa prova de nosso
progresso na fé. O essencial é jamais sermos influenciados ou amedrontados por eles. Os sofrimentos podem ser um bom
professor e um bom meio para nos levar a uma fé mais pura e a um estado de vida mais elevado. A verdadeira compreensão
disso fortalecerá nossa convicção de que não haverá situação adversa que seja intransponível.

Quando estabelecemos um objetivo e nos dedicamos firmemente visando à sua concretização, é natural encontrarmos
diversos tipos de resistência, pois quanto maior nossa determinação e prática, maiores são os obstáculos. Por isso, ao
enfrentarmos dificuldades, devemos fortalecer nossa determinação para resolvê-las. Com isso, faremos do obstáculo um
trampolim para o nosso desenvolvimento. Na verdade, quanto maiores os obstáculos, maiores os benefícios que
desfrutaremos.

O caminho para fortalecer nossa vida e superar os obstáculos está, sem dúvida, na ação concreta da prática budista de jigyo
keta (prática individual e prática altruística). Quando canalizamos nossos esforços para o avanço do Kossen-rufu,
enfrentando e ultrapassando todas as dificuldades, infalivelmente transformamos nossa vida e conquistamos uma inabalável
felicidade.

O presidente Ikeda afirma: “Uma batalha resoluta, exatamente como um rio colidindo estrondosamente contra as rochas,
encontrará inevitavelmente obstáculos e funções malévolas. Se os senhores perseverarem adiante, não permitindo a si
próprios serem derrotados em suas batalhas, irão se mover como as ondas com crescente ímpeto e obterão grandes
resultados — assim como um rio flui com crescente força a cada vez que colide contra as rochas, correndo com grande vigor.”
(Brasil Seikyo, edição no 1.248, 6 de novembro de 1993, pág. 5.)

Em suas escrituras, Nitiren Daishonin salienta que enfrentar obstáculos e perseguições em prol da paz e da felicidade das
pessoas é motivo de alegria, conforme declarou num trecho da “Resposta a Hyoe-no-Sakan”: “Existe, definitivamente, algo
extraordinário no avanço e no recuo da maré, no levantar e no descer da lua, e nas mudanças das estações. Algo incomum
acontece também quando uma pessoa comum atinge o estado de Buda. Indubitavelmente, com o aparecimento dos três
obstáculos e quatro maldades o sábio alegrar-se-á, e o tolo se acovardará.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág.
250.)

Em uma orientação, o presidente Ikeda afirmou: “Quando uma tempestade devastadora de obstáculos cair sobre nós, isso
representa uma chance para transformarmos o nosso destino, uma oportunidade para assegurarmos a eterna felicidade da
concretização do estado de Buda. Essa era a grande convicção do presidente Toda. Além do mais, Daishonin declarou:
‘Aqueles que têm coração de leão com certeza atingirão o estado de Buda, assim como Nitiren’ (The Writings of Nichiren
Daishonin, vol. 1, pág. 35.)” (Brasil Seikyo, edição no 1.299, 3 de dezembro de 1994, pág. 3.)

Enfim, o Buda Original Nitiren Daishonin nos ensina, por meio do princípio de três obstáculos e quatro maldades, qual deve
ser nossa atitude para superar as dificuldades e transformar o mau destino. Portanto, devemos nos conscientizar que a
atitude correta na prática da fé perante as adversidades é o caminho para a edificação da prosperidade da nossa família e da
conquista de um indestrutível estado de felicidade.

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