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MUTAÇÃO GENÉTICA INDUZIDA

A
Gleba Nova Olinda I situa-se no município de Santarém no Oeste do Pará, na margem
esquerda do rio Maró e margem direita do rio Aruã, afluentes do rio Arapiuns. Em linha
reta, fica aproximadamente, 93 Km (12 horas de barco a motor) de distância da sede do
município. Com uma dimensão total aproximada de 87.496 ha, a Gleba Nova Olinda I é
constituída integralmente por terras públicas arrecadadas pelo Estado, sendo composta por 14
(quatorze) Comunidades ribeirinhas, formada por populações tradicionais. Segundo
levantamento realizado em 2007, a Gleba
continha 308 famílias totalizando 1.304
pessoas (ver comunidades que integram a
Gleba na Tab.1). Além das áreas
comunitárias, foi destinada uma área de
permuta para atender o edital de
Concorrência no 001/85 – Iterpa,
publicado no DOE de 31.01.85. O
cumprimento deste edital se deu através
do Decreto Estadual 2.472/2006, a partir
do qual, deu-se a assinatura dos contratos
de permuta de 25 lotes permutados, os
quais respeitam, em sua totalidade, as
áreas limítrofes das comunidades. A área
permutada é destinada exclusivamente ao
Projeto de Manejo Florestal Sustentável,
não sendo permitido o corte raso da
floresta e demais formas de vegetação
nativa, sob pena de imediata reversão das
terras ao pleno domínio do Estado.
Ressalte-se que, o processo de ocupação
vem sendo controlado pelo Estado (através
do Iterpa, IBAMA e SEMA), o qual vem
dando garantia fundiária e ambiental as
Comunidades. No momento, todas as comunidades já foram georeferenciadas, já tendo sido
publicado o Decreto de Regularização Fundiária de três Comunidades. Estima-se que, a
regularização fundiária de todas as comunidades seja concluída até dezembro/2009, excetuando
uma área em litígio de 29.588 ha, na qual habita 47 famílias e, congrega três dás quatorze
comunidades da Gleba, estando essa área, sendo objeto de conflito desde o ano 2000.

COMUNIDADES QUE INTEGRAM A GLEBA NOVA OLINDA I


TABELA 1

Comunidade Localização Famílias População Área p/Fam Regularização

São Luiz Rio Aruã 13 55 306,05 ha Coletiva

Novo Paraíso Rio Aruã 16 99 306,05 ha Coletiva

São Francisco Rio Aruã 34 174 306,05 ha Coletiva

São Raimundo Rio Aruã 15 64 360,77 ha Coletiva

Vista Alegre Rio Maró 21 83 148,48 ha Coletiva

Soc. dos Parentes Rio Aruã 26 86 100,00 ha Individual

Repartimento Rio Maró 30 123 100,00 ha Individual

Sempre Serve Rio Aruã 29 81 100,00 ha Individual

Mariazinha Rio Maró 24 100 100,00 ha Individual

Prainha Rio Maró 12 73 216,73 Coletiva

Fé em Deus Rio Maró 41 104 100,00 ha Individual

Novo Lugar Rio Maró 18 94 629,55 ha Opção Indígena

Cachoeira do Maró Rio Maró 18 89 629,55 ha Opção Indígena

São José III Rio Maró 11 79 629,55 ha Opção Indígena

R
azão do Conflito: Conforme relato de antigos moradores como os irmãos Saturnina e
Graciano Martinho, bisnetos dos primeiros habitantes da Gleba Nova Olinda I1, a
colonização deu-se através de pessoas das mais diversas origens; Paraense, Cearense,
Maranhense, Rio Grandense e, até, originários do Paraguai e Colômbia (ver principais
colonizadores, Tab.2). Segundo estes, quando seus bisavós chegaram a região, só existiam duas
famílias morando em toda região do Maró, uma família morava num lugar chamado de Andirobal
e outra família morava no Repartimento, hoje Comunidade de mesmo nome. Seus bisavós, há
quase um século, escolheram uma lugar para morar e, a ele, deram o nome de sítio Gavião, hoje
Comunidade Fé em Deus.

1
Saturnina Martinho nascida em 02 de Março de 1947 e Graciano Martinho, nascido em 02 de Fevereiro de 1951,
residem hoje na Comunidade Fé em Deus e, são bisnetos de Seu Mássimo e Dona Maria Rosa, 3ª família a chegar na
Gleba Nova Olinda – região do Rio Maró.
Ocorre que, Odair José Sousa Alves, filho de Albino e dona Edite, morador da
comunidade Novo Lugar, passou a se declarar Cacique do Povo Indígena Borari e, denominar-se
Odair José Borari. Contando com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém, do
Frei Florêncio da CPT e do Greenpeace, passou a realizar reuniões nas comunidades da Gleba,
para convencê-los a se declararem índios e, requererem toda área da Gleba como área indígena.
Segundo Basílio Matos dos Santos, tio de Odair, as ONGs diziam que os madeireiros iriam
tomar as terras das comunidades e tirar toda a madeira e, os sojeiros, iam derrubar tudo e o rio
ia secar(não existe plantação de soja em toda a Gleba Nova Olinda). Basílio então conclue: como
acreditar neles se o que eles pediam é que agente mentisse dizendo que era índio. Eu sou
tio do Odair, eu ajudei a criar esse menino desde que o pai
dele morreu aos 25 anos. O Bisavô dele era Rio
Grandensse, Meu pai, avô de Odair, morava em Belém, nós Nunca existiu índio na
nunca tivemos índio na família. Aqui no Maró, agente se Gleba Nova Olinda. As
conhece uns aos outros e, nunca teve índio nessa Gleba, ONG é que ensinam
como concordar com uma mentira dessas? (Esta denúncia eles. Êles só se vestem
foi publicamente formulada em extensa matéria publicada e se pintam como
no jornal O Impacto, edição 643 de 20 de julho de 2007). índio quando vão falar
com pessoas do
Resultado: Dás quatorze comunidades que habitam a Governo, pra poder
Gleba, apenas três aceitaram se declarar índias (Novo
enganar!
Lugar, Cachoeira do Maró e São José III). Convém
mencionar que, há época, as comunidades pleiteavam a
regularização fundiária junto ao Governo do Estado, algumas queriam regularização coletiva e
outras individual. Segundo o relatório da equipe de trabalho realizado em 2007 para coletar
coordenadas geográficas, realizar levantamento socioeconômico e fundiário e, identificar a
forma de regularização pretendida pelas comunidades (equipe composta por técnicos do
ITERPA, IBAMA, SEMA e INCRA), a comunidade Cachoeira do Maró havia optado por
regularização individual, tendo em 2006 formalizado 22 (vinte e dois) processos individuais e,
quando da visita dos técnicos em 2007, esta mudou sua opção para área indígena. Basílio
denuncia ainda que, quando da visita dos técnicos, em agosto/2007, foi realizada uma reunião na
comunidade Fé em Deus onde ficou decidido que, nós não entraríamos na área deles e eles não
entrariam na nossa. Isso ficou acertado na presença dos técnicos e assinado na folha de presença.
Só que agora, influenciados pelas ONGs, eles querem fazer reserva até o Igarapé do Arara, ou
seja, atravessou a nossa estrada, passou por trás de nossa comunidade aliás, passou por todas
comunidades até chegar a última comunidade que é a Mariazinha. Então eu pergunto: e a nossa
estrada? Por onde vamos tirar nossa produção se no verão tem uma cachoeira que não passa
barco? Por onde vai chegar a energia luz para todos? Pelo ar?. Nós somos vizinhos. Conhecemos
todos eles desde quando chegaram na região. O Odair eu ajudei a criar e, agora, esse moleque
vem dizer que é Cacique de índios que nunca existiu em nossa região e, muito menos em nossa
família.
_______________________________________

2 Manoel Bagata nascido em Janeiro/1946 e sua mãe Alcilena Bagata de 91 anos, residem na comunidade Fé em Deus, na Gleba Nova

Olinda I.
O que ele e as ONG querem é impedir que o ITERPA regularize as terras das comunidades como
acertado e, isso nós não vamos aceitar.

O
POVO BORARI: Não era nômade. Eles habitavam exclusivamente em Alter do Chão na
margem direita do rio Tapajós. Registros históricos revelam que, o Povo Borari não era
uma grande tribo mas, apenas, um pequeno grupo índio da mesma ramificação étnica
dos Tapajós ou Tupaius. Segundo o Jesuíta Jacinto de Carvalho que perlustrara a região em
1719, contava-se na Aldeia Borari um total de 235 índios que, de tão poucos, o padre português
Manuel Ferreira levou, em 1920,
índios da Aldeia Tapajós para criar a
Missão de Nossa Senhora da
COM O TEMPO OS TAPAJÓS FORAM SE
Purificação dos Borari e, ter assim,
APAGANDO, DIMINUINDO, DESAPARECENDO
mais mão-de-obra para cuidar da
DO CENÁRIO LOCAL. DENTRO DE ALGUNS
agricultura e que, a Missão dos
ANOS, ERAM APENAS “NOTÍCIA” PARA OS
Borari não era independente mas,
NOVOS E, TRADIÇÃO PARA OS VELHOS. NÃO
controlada e administrada pelo
MAIS SE ENCONTRAVA UM SÓ TUPAIU
Missionário da Missão de Nossa
VERDADEIRO PELOS ARREDORES DA
Senhora da Conceição do Tapajós,
FUTURA SANTARÉM.
evidenciando a pouca importância
que lhe era dada (Rodrigues, 1890,
tupaiulândia, 82).

Com o passar do tempo, os “donos da casa” – os Tapajós – foram se apagando, diminuindo,


desaparecendo do cenário local. Dentro de alguns anos eram apenas “notícia” para os novos e
tradição para os velhos. Não mais se encontrava um só Tupaiu verdadeiro pelos arredores da
futura Santarém. Diversas foram as presumíveis causas da extinção da famosa tribo: guerra,
epidemias trazidas pelos brancos, freqüentes assaltos de tropas de resgates e escravização em
massa. Depois, repetidas requisições de mulheres e crianças para serviçais nas casas de famílias
brancas e, de homens para as expedições que, amiúde, subiam os rios ou se embrenhavam nos
sertões a procura de “drogas” ou minerais valiosos. Tais requisitados, quase sempre, tomavam
novos rumos não mais regressando a aldeia. Por fim, o natural caldeamento inevitável com os
colonos portugueses, dos quais, os rebentos já não seriam índios mas mamelucos. ABANDONO E
EXTINÇÃO DAS RAÇAS INDÍGENAS, COLONIZAÇÃO BRANCA E TRABALHO ESCRAVO (O Brasil e as
Colônias Portuguesas, págs. 70/71). Já aquela época, contava-se pelos dedos os legítimos
Tupaiuaras – velhos Tapajós de homens grandes e fortes, agora não passavam de pigmeus
entupidos de cachaça e chibé, empambados de vérmina que, se acocoravam às margens do rio
verde-negro, a ruminar as glórias dos seus antepassados....Quando alguns anos depois, em 1762
andou pisando estas areias o bispo do Pará D. José de São João de Queiroz, falou da tribo dos
Tapajós como JÁ TENDO EXISTIDO. Rodrigues,1890(Tupaiulândia, 99/100).

O último registro histórico que o autor encontrou sobre o Povo Borari, remonta a narração do
historiador inglês Henry Bates ao descrever o ataque dos Cabanos a Vila de Santarém em 1835.
Baseado nos relatos de seu compatriota Hislop testemunha ocular do ataque e, relatado por
Rodrigues,1890(Tupaiulândia,226/227). Bates informa que, após o ataque feito por Cabanos
juntamente com os índios Borari e, tendo sido rechaçados com muitas mortes, estes fugiram
para Alter-do-Chão e, complementa;
“Alter-do-Chão fora primitivamente povoação aborígena do Povo Borari. Os
índios foram sempre hostis aos portugueses e, durante as desordens de
1835/38, uniram-se aos rebeldes no ataque a Santarém. Poucos escaparam
às carnificinas e, por esse motivo, quase não se encontra um velho ou
homem de meia idade no lugar”.
Como observa-se através de registros históricos, não há qualquer correlação entre a Gleba Nova
Olinda I e, o primitivo habitat dos Borari. Também, reveste-se de falsidade ideológica, o fato de
Odair José intitular-se Cacique de uma etnia sabidamente extinta e, descender de pessoas
originárias de outro estado e de outra região (ver descendência de Odair José no gráfico abaixo).
ORÍGEM GENEALÓGICA DE ODAIR JOSÉ SOUSA ALVES

BISAVÓS: FABIANO BRAGA DOS SANTOS e CLAUDINA DE SOUSA


MORAVAM EM BELÉM - ORÍGEM: RIO GRANDENSE

AVÓS: RAIMUNDO DOS SANTOS e NAZARÉ MATOS DOS SANTOS


MORAVAM EM BELÉM - TIVERAM 2 (DOIS FILHOS)

BASÍLIO ALBINO
MATOS Filhos de Raimundo e MATOS EDITE
DOS Nazaré DOS
SANTOS SANTOS

TIVERAM CINCO
FILHOS O 1º. FOI
Basílio ajudou a
criar Odair após a
morte de seu pai
ODAIR JOSÉ
aos 25 anos.
SOUSA ALVES

Convém ressaltar que, a flagrante falsidade ideológica, levou o pretenso Cacique a assumir
a Coordenação do Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (CITA) e, sob o exercício do cargo,
induziu ao erro a OAB Pará, ao ter lhe concedido no ano de 2000, o título de Direitos Humanos da
entidade, em face da suposta “luta” que este dizia realizar em defesa do Povo Borari. Conforme
fartos relatos de antigos habitantes da Gleba, concedidos por escrito ao autor, nem Odair, nem os
membros que compõe as comunidades que, por indução, se auto declararam índias, detém
descendência étnica dos primitivos habitantes que habitaram a região. (ver alguns dos principais
colonizadores da Gleba Nova Olinda I).
Alguns dos Principais Colonizadores da Gleba Nova Olinda I
Tabela 2
CASAL ou PESSOAS FILHOS BREVE HISTÓRICO

3ª família a chegar no rio Maró.


No lugar que escolheram para
Mássimo e Maria Rosa Diogo morar, deram o nome de
Barreirinha. Depois foram morar
no sítio Gavião hoje Comunidade
Fé em Deus
Fabiano Braga dos Santos e Raimundo dos Santos Fabiano é Rio Grandense e, antes
Claudina de Sousa (viria a ser Avô de Odair) de vir para a região do Rio Maró
morava em Belém.
A origem dos pais de Havelino
Maria Sabina não é conhecida, mas eles vieram
Isabel
e do Tapajós e passaram a morar
Manoel Havelino na terra Preta em frente o
(viria a ser Avô de Odair) Gurupá no rio Arapiuns. Depois
deixaram Terra Preta e foram
morar no Beju-Açú.
Vieram de Mato Grosso – Cuiabá
Malaquias Guimarães e indo morar em Bejú-Açú.
Tiveram nove filhos
Maurícia da Silva Felismino Pai de Malaquias foi
fundador da Cachoeira do Maró
Juliano e Maria Inácia Luiza Ao chegar no Maró foram morar
no Povoado Bejú-Açú
Raimundo e Nazaré moravam em
Raimundo dos Santos e Albino Matos dos Santos Belém do Pará. Vieram para
Nazaré Matos dos Santos (viria ser o Pai de Odair) Santarém indo morar no rio
Arapiuns,e depois foram morar
E
no Povoado Bejú-Açú.
Basílio Matos dos Santos
Diogo se casa com Luiza Graciano Martinho e Foram morar no sítio Gavião.
Saturnina Hoje Comunidade Fé em Deus.
Chega Maria da Cruz irmã de Salustiana (Saluca) Foi ser vizinha do seu Mássimo
Isabel (Viria a ser Avó de Odair) no sítio Gavião, depois foi morar
no Beju-Açú.
Manoel Havelino casa Tiveram 8 (oito) Filhos, (5 Saíram de Bejú-Açú indo morar
escondido com sua sobrinha homens e 3 mulheres)entre num lugar chamado Rosindo
Salustiana eles Edite (Mãe de Odair) onde hoje fica a Resex. Tempos
depois, alguns filhos de Havelino
foram morar em Novo Lugar.
A Comunidade muito religiosa não aceitou o casamento de Havelino e Salustiana e foram saindo
do Povoado Beju-Açú, indo morar em outro lugar que deram o nome de Cachoeira do Maró.
Albino Matos dos Santos e Tiveram vários filhos, entre Foram morar na Comunidade
Edite eles Odair José Sousa Alves Antonica, hoje Novo Lugar.
REAS INDÍGENAS EM SANTAREM – UM PROJETO DO GREENPEACE: A população

Á indígena do Brasil é pouco mais de 1% da população brasileira. Só que, este 1%, detém
13% do território nacional. Detalhe: 98,61% de todos os territórios indígenas encontram-
se na Amazônia e, algumas delas, criadas sob pressão internacional. Uma área que, em sua
totalidade, é maior que as áreas de Portugal, Espanha, Bélgica e Alemanha. Some-se a isso, uma
gigantesca rede de Unidades de Conservação e alcança-se o objetivo; Promover um vácuo
populacional na região amazônica, para garantir a sua condição de “reserva estratégica”,
mantendo-a sub-povoada e sub-desenvolvida, além de utilizá-las como óbices às grandes obras
de infra-estrutura na Amazônia, indispensáveis ao desenvolvimento regional e do país.
O Greenpeace tem sido pródigo em denunciar o processo de colonização da área de influência da
BR-163. De uma forma geral, afirma que os projetos de colonização na Amazônia, apresentam
sérios problemas quanto a veracidade jurídica dos títulos que atestam o direito de propriedade,
dando margem à ação dos chamados grileiros e,
ao surgimento de áreas de tensão. Ao intentar a
A POPULAÇÃO INDÍGENA DO
criação de Área Indígena na Gleba Nova Olinda I, o
BRASIL É POUCO MAIS DE 1% DA
Greenpeace faz uso da mesma prática de
POPULAÇÃO BRASILEIRA. SÓ QUE,
ilegalidade jurídica que tanto denuncia, com o
ESTE 1% DETÉM 13% DO
agravante de ser um organismo internacional,
TERRITÓRIO NACIONAL E, 98,61%
ingerindo-se nas questões internas do País. 2
DE TODOS OS TERRITÓRIOS
Comprova-se que, essa insidiosa tentativa, não INDÍGENAS ENCONTRAM-SE NA
reflete a iniciativa própria de um Povo em busca AMAZÔNIA, UMA ÁREA QUE EM
do resgate étnico e cultural ou a legítima busca de SUA TOTALIDADE É MAIOR QUE AS
proteção ao modo índio de viver. Trata-se, em ÁREAS DE PORTUGAL, ESPANHA,
verdade, de um processo de indução através de BÉLGICA E ALEMANHA.
favores pessoais, promessas de apoio
governamental e internacional, maior volume de
terra aos que se auto-declararem índios e, alimentar conflitos e sentimentos de revolta por
catástrofes ambientais não ocorridas. Essa mutação genética induzida, inicia-se com a
propagação de teses de que estes ribeirinhos da Gleba Nova Olinda I, seriam os Ressurgidos, os
Renascidos ou os Resistentes quanto ao processo de aculturamento, cristalizando-se a afirmativa
do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro: “No Brasil, Todo Mundo é Índio, Exceto Quem não
é”, donde se deduz que, “Todas as Terras São Indígenas, Exceto as que não são”.
A pretensão de promover a criação de áreas indígenas em Santarém, não limita-se à área
da Gleba Nova Olinda I. No artigo, Todo dia é dia de índio: Terra Indígena e Sustentabilidade
da Antropóloga Bernadete Castro Oliveira, inserido no compêndio Amazônia Revelada(2005,
pag,201), obra promovida pelo Greenpeace contra a Pavimentação da BR-163 (Pasmem:
financiada pelo CNPq, DNIT e Ministério dos Transportes do Brasil), aponta as Terras Indígenas
que serão impactadas pela rodovia. Reproduzo, abaixo, as Terras Indígenas que a autora diz
situar-se no município de Santarém, com base em informações da FUNAI:
2
Ao que pese ter se nacionalizado, a quase totalidade de seus recursos tem origem externa.
TERRAS INDÍGENAS Á SEREM CRIADAS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM
TERRAS ETNIAS PROC. NO DATA
Ord
INDÍGENAS EXISTENTES LICIT. Port INÍCIO
01 Aningalzinho3 Munduruku 2003/04 777 10/07/2008
02 Baixo Tapajós Munduruku/Tupinambá/Cara Preta ? ? 04/02/2004
03 Borari/Alter do Chão 2 Borari 2003/04 776 04/07/2008
04 Cobra Grande 2 Arapiun 2003/04 774 04/07/2008
05 Marituba4 Munduruku - - -
06 Mirixipi Arapiun - - -
07 Maratuba do Pará Tupinamba/Cara Preta - - -
08 Nova Vista Arapiun - - -
09 Maró (Gleba N. Olinda) 2 Arapiun/Borari 2003/04 775 04/07/2008
10 São João Arapiun - - -
11 Baixo Tapajós/Arapiun5 Munduruku/Arapiun 2003/04 ? 02/06/2008
12 Brinco das Moças 5 ? ? ? 04/09/2003

Analisando a tabela das Terras Indígenas a serem criadas, verifica-se que, as etnias Borari e
Arapium (do mesmo tronco étnico dos Tapajós ou Tupaius), são etnias consideradas extintas
pelos historiadores e, portanto, só através do processo de mutação genética induzida como a que
ocorre na Gleba Nova Olinda I, seria capaz de produzir, artificialmente, índios que justifique a
criação de 2 (duas) terras indígenas para abrigar os Borari e, 6 (seis) terras indígenas para
abrigar os descendentes da etnia Arapiun. Contudo, o cúmulo do absurdo, é a pretensão de criar
Terras Indígenas para abrigar índios das etnias Munduruku, Cara Preta e Tupinambá pois, não
há qualquer registro histórico que Santarém tenha
sido habitada por índios dessas etnias. Observa-se
SÓ ATRAVÉS DO PROCESSO DE
ainda que, à Terra Indígena Brinco das Moças, com
MUTAÇÃO GENÉTICA INDUZIDA
processo iniciado em 2003, sequer há menção de
COMO A QUE OCORRE NA GLEBA
uma etnia. Estão esperando que as ONGs
NOVA OLINDA I, SERIA CAPAZ DE
Ambientalistas/Indigenistas decidam qual etnia
PRODUZIR, ARTIFICIALMENTE,
deva existir?
ÍNDIOS QUE JUSTIFIQUE A
Ao consultar o cadastro da FUNAI sobre terras CRIAÇÃO DE 2 (DUAS) TERRAS
Indígenas, verifica-se que em 08 de Setembro de INDÍGENAS PARA ETNIA BORARI
2003, iniciou-se o processo de criação da Terra E, 6 (SEIS) TERRAS INDÍGENAS
Indígena Aminã no município de Itamarati no PARA ETNIA ARAPIUN.
Estado do Pará, para abrigar índios da etnia
Tupaiu. Detalhe: A etnia Tupaiu, são os primitivos habitantes da região onde hoje situa-se o
município de Santarém e, considerada extinta pelos historiadores e, o município onde pretende-
se criar a Terra Indígena Aminã, não existe no estado do Pará. Ou seja, deu a louca na fábrica
de Terras Indígenas da FUNAI. Ao consultar os municípios brasileiros com o nome de

3
Processo de Identificação e delimitação iniciado através dos editais 2008/0031 e 2008/0041 publicados em 04/07/2008.
4
Abrange os municípios de Santarém e Belterra, já estando em fase de delimitação.
5
Não estão citadas no artigo da Antropóloga e sim, no cadastro de Terras Indígenas da Funai.
Itamarati, o mais próximo encontra-se no estado do Amazonas, acima de Manaus. Estima-se que,
o município de Itamarati esteja há mais de 1.000 (mil) quilômetros de Santarém, sem qualquer
possibilidade que, por lá, habitem ou possa ter habitado nossos antigos Tupaius.
Pelas razões já citadas, julguei que, a pretensão do Greenpeace, seria impossível de ser
oficialmente cogitada. Ocorre que, em 07 de Abril de 2008, o Programa Integrado de Proteção às
Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal – PPTAL, utilizando-se de recursos externos
do PPG7 através do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Projeto
96/018) e, com base nos instrumentos legais, Decreto 5.151 de 22 de Julho de 2004 e, Portaria
433 de 23 de Outubro de 2004 do Ministério das Relações Exteriores, foi publicado os Editais de
Processo Seletivo no 2008/0031 e 2008/0041 para contratação de Técnicos Especializados para
trabalhos de Identificação e Delimitação de Terras Indígenas ao longo do Baixo e Médio Tapajós
(ver áreas à serem identificadas na Tabela 3)

Terras Indígenas à Serem Identificadas e Delimitadas com base nos Editais


2008/0031 e 2008/0041
Tabela 3
ORD Terras Indígenas Grupo Indígena
01 Borari/Alter do Chão Borari e outras etnias
02 Maró (Gleba Nova Olinda I) Arapiun/Borari/outras etnias
03 Aningalzinho Munduruku e outras etnias
04 Cobra Grande Arapiun/Tapajós/outras etnias
05 Escrivão6 Maytapu e outras etnias

Estas não são as únicas Terras Indígenas que o Greenpeace está empenhado em criar na área de
influência da BR-163. Consta como objetivo na obra já citada, criar as seguintes Terras Indígenas
(em continuação às já mencionadas para Santarém):

OUTRAS TERRAS INDÍGENAS A SEREM CRIADAS


NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA BR-163
Ord Terras Indígenas Grupo Indígena Município UF
13 Baixo Tapajós II Munduruku/Cara Preta/Maytapu Aveiro PÁ
14 Bragança Munduruku Belterra PÁ
15 Km 43 Munduruku Itaituba PÁ
16 Maia Arara Sem. José Porfírio PÁ
17 Pimental Munduruku Itaituba - Trairão PÁ
18 São Luiz do Tapajós Munduruku Itaituba PÁ

19 Taquara Munduruku Belterra PÁ


Oriximiná/Nhamundá PÁ
20 Trombetas Mapuera Karafawyana/Waiwai Urucará/Faro/Caroebe AM
São João da Baliza RR
21 Rio Arraias – BR 80 Kayabi Marcelândia MT

6
Essa Terra Indígena situa-se no município de Aveiro
Como observa-se, são 21 Áreas Indígenas à serem criadas só na área de influência da BR-163.
Algumas são gigantescas, ex: Terra Indígena Trombetas Mapuera. Esta área inicia no município
de Oriximiná no estado do Pará, atravessa todo o estado do Amazonas e termina no estado de
Roraima. Das Terras Indígenas a serem criadas, nada se sabe sobre suas dimensões nem sobre
suas localizações geográficas, sendo possível que, alguma comece próximo de alguma obra
importante ou terminar perto de outra mais importante. O objetivo: servirem de óbices as
grandes obras de infra-estrutura programadas para a região. Quem é ouvido sobre a criação
dessas áreas? Resposta: Ninguém. A delimitação é realizada pelos antropólogos e técnicos
ambientais da Funai ou contratados, com fortíssima ingerência das ONGs
Ambientalistas/Indigenistas. O Executivo e Legislativo dos Estados e dos Municípios onde essas
áreas se inserem, sequer são oficialmente comunicados sobre os trabalhos de identificação e
delimitação. Tal fato, foi criticado por alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal quando do
julgamento da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, dando a entender,
claramente, sobre a necessidade da sociedade ser ouvida sobre a criação de novas Terras
Indígenas.

Essa é a forma como as questões indígenas estão sendo conduzidas em nosso país. A palavra de
ordem é criar cada vez mais e maiores áreas indígenas, ainda que, pelo processo de mutação
genética induzida, onde populações tradicionais são convertidas em povos indígenas e, depois,
abandonadas. O fato é que, não há uma real preocupação com a qualidade de vida de nossos
índios. Estes estão sendo utilizados como massa de manobra na obtenção de objetivos externos.
Ver informes nos quadros abaixo, retirados da obra publicada pelo Instituto Sociambiental – ISA,
Povos Indígenas no Brasil 2001/2005:

• Aumento da mortalidade infantil. A taxa de mortalidade era de 134 por mil


nascidos vivos (pag, 137);
• Dezenas de crianças morrendo de fome em várias áreas indígenas do país
(pag,802);
• Record de suicídio em áreas indígenas. Em sete meses no estado de Mato Grosso, 37
se suicidaram e outros 58 tentaram o suicídio (pags. 819/820);
• Completo abandono do sistema de saúde (pags, 134,136/137 e 269);
• Completo caos do sistema educacional. Em 2005 havia 72 escolas para 621 áreas
indígenas, com uma baixa qualidade de ensino (pag, 147);
• O Governo não libera recursos para implantação de projetos de sustentabilidade
territorial e econômica. Em 7 anos foram apresentados 262 projetos. 71 foram
aprovados e, quase nada foi implantado (pag, 193);
• Muitas aldeias indígenas dependem de doação de cestas básicas para sobreviverem
Ex: Aldeia Caarapó - das 881 famílias, 681 recebem cesta básica (pag. 807).

• ONGs manipulam lideranças indígenas em função de seus interesses, inclusive,


gerir os recursos que são destinados aos índios (pag, 140);
• Admite que, a título de proteger a biodiversidade, as áreas indígenas na Amazônia
são usadas para impedir o processo de desenvolvimento da região (pag, 182);
• A FUNAI é um orgão que não funciona. Em 38 anos teve 31 Presidentes. O autor
complementa: ALGUNS PERTENCIAM AS PRÓPRIAS ONGs.
Conclue-se que, as ações antropológicas caminham para a conservação do primitivismo e,
intocabilidade dos recursos naturais das áreas indígenas, fazendo-os dormitar sobre imensas
riquezas. Questiona-se: Porque as Organizações Ambientalistas/Indigenistas que tanto se dizem
defensores dos índios(sic), não exercem idêntica pressão para que seus recursos naturais sejam
racionalmente explorados em benefício de seus povos. Porque não exercem idêntico esforço
para que o Governo brasileiro explore os recursos minerais que estão em seus subsolos,
repassando-lhes os devidos royalty, dando-lhes condições de ter saneamento, uma boa saúde,
escolas de qualidade, recursos tecnológicos para produção agrícola e, de forma sustentável,
explorem seus recursos madeireiros e não madeireiros. Com os recursos auferidos implantem
universidade indígena, laboratórios de pesquisa e, aliem seus conhecimentos milenares à
pesquisa científica da biota Amazônica e, patenteiem novos produtos sejam fármacos ou não. Se
isso ocorresse, de fato, seria a redenção indígena e, as ONGs Ambientalistas/Indigenistas dariam
prova que, efetivamente, interessam-se pela qualidade de vida de nossos índios e, não essa
canalhice que estão fazendo, convertendo populações ribeirinhas em áreas indígenas a fim de
usá-los para impedir obras de infra-estrutura vitais para Amazônia e ao país, transformando-os
em meros guardiões não assalariados da natureza e, condenando-os à permanente pobreza e a
manutenção do primitivismo. É chegada a hora do Executivo e, o Congresso Nacional, porem um
fim a esses criminosos propósitos.

Inácio Régis é pesquisador ambiental e Pós-Graduando


em Mudanças Climáticas pela Universidade Gama Filho

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