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Compromisso com a Fé Espírita - Ivone Molinaro Ghiggino

Reflexionemos:
Nós, do reino “hominal”, somos Espíritos e, portanto, inteligentes (L. Espíritos, perg. 23), possuindo já o
pensamento contínuo, inexistente nos minerais, vegetais e animais - embora estes últimos já possuam “uma
espécie de inteligência instintiva, limitada” (idem, perg. 585), usada para resolver suas necessidades básicas.
Todos nós fomos criados por Deus “simples e ignorantes” (idem, perg. 115), precisando de reencarnações
várias para desenvolvermos essa inteligência, adquirindo experiências, aumentando assim a possibilidade de
fazermos escolhas, e recebendo as naturais conseqüências dessas escolhas. É o progresso, a evolução que
norteia todo o Universo, pois é Lei Divina (idem, 3ª parte, cap. VIII).
Sabemos que a natureza não dá saltos. Nosso progresso é lento, em todos os setores de nossos
pensamentos, sentimentos e ações. Portanto, com relação à fé, passamos por vários estágios de compreensão,
conforme o nível evolutivo de cada indivíduo. Carlos Torres Pastorino, em “Sabedoria do Evangelho”
(volume 4, cap.“A fé”), classificou esses estágios do seguinte modo:
1º - Fé semelhante à das crianças (físicas na idade temporal ou intelectuais pela infância do espírito), que
interpretam fé como acreditar: se acreditam no que alguém lhe diz, sem pedir provas, demonstram fé na
pessoa. É a "fé do homem "crente" que, por não saber nada, acredita em tudo o que lhe dizem, sem
capacidade para raciocinar por si mesmo: é a fé do ignorante, infelizmente ainda hoje exaltada em certos
círculos humanos como virtude máxima, e até como condição essencial e única para a criatura “salvar-se".
2º - É a fé dos que vivem mais no plano emocional: acham que a fé é um sentimento, uma emoção, que se
acende ou apaga, aumenta e diminui, segundo o estado emocional da criatura. É a fé que se conquista diante
de um ato de generosidade, ou se perde, num segundo, diante de uma desilusão; é mais baseada nos outros,
com suas qualidades e defeitos, do que em si mesmos, em seu próprio conhecimento da verdade.
3º - Neste estágio, o ser humano já prefere, como sinônimo de fé, as palavras convicção, certeza e
confiança. Representa, então, um fruto do raciocínio, da experiência, e não mais uma emoção. Supõe o
conhecimento do assunto: a certeza baseada nesse conhecimento é a fé raciocinada e experimentada, com
fundamento na compreensão, caminho para a fé “inabalável”.
4º- Outros, mais adiante, já tendo desenvolvido a fé raciocinada, consideram finalmente a fé como
“demonstração de fidelidade”, pois compreendem que a fé verdadeira é a fidelidade aos princípios: uma vez
conhecido o caminho e encontrado o Mestre, não haverá mais esmorecimentos nem desvios. Não se
permanecerá mais no saber, nem no dizer, nem mesmo no simples fazer, mas exigirão de si mesmos o
máximo, o “ser total”, “integral”, seguindo o exemplo de Jesus, numa completa e total fidelidade: é a fé
“inabalável” a que se refere Kardec (Evangelho seg. Espiritismo, cap. XIX, item 7).
Nós também estamos percorrendo esse longo caminho. Agora, já conscientes de que é indispensável
compreender para crer realmente, adotamos voluntariamente a Doutrina Espírita - “Cristianismo redivivo”-
por ser a única que responde racionalmente às nossas indagações mais íntimas: ela nos oferece consolo e
esperança, apoiados na certeza do amor do Pai por nós e do futuro radioso que nos espera quando, usando
bem o nosso livre arbítrio, eliminarmos em nós as sombras da imperfeição que ainda nos envolvem.
Então, somos espíritas. Mas que espíritas somos? Kardec assim qualifica os “tipos de espíritas” (L.
Médiuns - 1ª parte, cap. II, item 28): “experimentadores” (só os fenômenos lhes interessam), “imperfeitos”
(vêem além dos fatos: compreendem a parte filosófica do Espiritismo e admiram a moral daí decorrente, mas
não a praticam), “verdadeiros” ou “espíritas-cristãos” (compreendem e admiram a moral espírita, e se
esforçam em praticá-la) e “exaltados” (entusiasmados em exagero, têm confiança cega e pueril no mundo
invisível, daí tudo aceitando sem nenhum exame racional e claro).
É responsabilidade nossa sermos autênticos, sinceros e perseverantes em nossos esforços em praticarmos a
nossa reforma íntima, sem a qual não nos será possível transformar-nos de “homens velhos” nos “homens
novos” preconizados pelo meigo Rabi da Galiléia, e que tanto almejamos ser. Dispondo já do conhecimento
espírita, sabemos que teremos que “dar contas de nossa administração” (Lucas, cap. 16, v. 2).
Desse modo, aproveitemos bem esta encarnação bafejada pela Doutrina Espírita, seguindo Jesus,
assimilando plenamente nosso dever de empenhar-nos em ser “espíritas-cristãos” as 24 horas dos nossos dias,
espalhando luz à nossa volta não só com nossas palavras, mas principalmente com nossos exemplos.
E estaremos caminhando decididamente em direção ao Pai!...

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