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01. Almeida
1.1. Pousada de Almeida, Senhora das Neves
Para mim, é um edifício que conjuga positivamente a herança local em que se insere e ao mesmo tempo pela anulação de parte
do piso da zona social, traz o edifício para a modernidade ao se verificar a estrutura em pilares permitindo a grande varanda e o
uso de grande envidraçados. Também o tratamento dos materiais e a reinterpretação do modo como são usados na aldeia
acaba por se tornar benéfico para o complexo em geral.
1.2. Muralha
1.3. Casario
O casario situado no interior da muralha foi alvo de obras de restauro e de restituição dos valores materiais de outrora como por
exemplo: o tratamento de vãos com caixilhos em madeira; coberturas em telha cerâmica; pavimentos em granito; cantarias em
granito.
Em algumas construções o uso do reboco já era considerado, bem como o uso da cor, pois, as contruções interiores à muralha
já abrangem épocas distintas de construção e caracteres diferentes desde o militar (Picadeiro, Casernas); Burguês ( casas
senhoriais); o religioso ( Igrejas e Capelas).
Este edifício insere-se dentro do conjunto de três centros de recepção do Parque Arqueológico do Vale do Côa junto com Vila
Nova de Foz Côa (sede) e Muxagata.
A cada centro corresponde um percurso arqueológico sobre três dos principais núcleos de arte rupestre do Côa ( Canada do
Inferno; Vila Nova de Foz Côa; Ribeira de Riscos; Muxagata e Penascosa – Castelo Melhor).
Como premissa de desenvolvimento do Parque Arqueológico foi definido que os Centros de Recepção de Muxagata e Castelo
Melhor fossem edifícios antigos recuperados para o efeito.
No que diz respeito a Castelo Melhor; o edifício recuperado situa-se junto ao centro da aldeia sendo que até lá somos sempre
guiados por estruturas direccionais e informativas.
A construção em causa é de feições populares, mas pelo desenho das cantarias da sua fachada principal verificamos que
alguns traços mais eruditos, que podem denunciar uma construção do século XVII.
Ao contrário do uso dos materiais da beira interior, aqui verificamos o uso de xisto como principal material construtivo sendo que
o granito é usado como um elemento mais estrutural em cantarias de vãos e cunhais entre paredes.
Programaticamente, o edifício desenvolve-se em dois pisos, no piso 0 o bar, recepção e loja e no piso 1 a zona de exposição e
multimédia.
03. Muxagata
Centro de Recepção do Parque Arqueológico do Côa – obras
de remodelação e recuperação.
Como já foi descrito anteriormente em Castelo Melhor, o Centro de Recepção
da Muxagata insere-se no Parque Arqueológico do Vale do Côa, e sofreu obras
de remodelação e recuperação para se tornar parte do Parque.
Situa-se num pequeno largo paralelamente a um edifício de habitação que,
como este possui, algumas feições eruditas e a sua entrada principal é feita
paralelamente a um pelourinho.
O edifício possui dois pisos , sendo que parte do piso 0 é em cave e alberga o
bar enquanto o piso 1 alberga a recepção, loja, zona de exposições e sala
multimédia.
Castelo Mendo é uma aldeia relativamente próxima de Almeida, mas o seu casario é abraçado não por uma muralha de estrelas
como Almeida, mas por uma muralha medieval. Esta aldeia encontra-se também inserida dentro das Aldeias Históricas de
Portugal. As acções desenvolvidas na Aldeia dizem sobretudo respeito a acções de conservação e restauro. Á semelhança de
outras aldeias históricas, possui os elementos característicos: cruzeiro, cisterna, capela, portas principais, torre, pelourinho,
cadeia, casa da câmara e capela. Mas a sua arquitectura é mais singela e não apresenta grandes riquezas face a outras
aldeias com construções mais eruditas.
As obras de conservação e restauro visam naturalmente a manutenção dos materiais tradicionais e das técnicas.
Diferentemente de outras aldeias, como Sortelha ou Marialva, o uso da cor e dos panos de reboco já é mais comum.
Actualmente encontra-se em ruína mas o palácio quinhentista de feições maneiristas foi erguido no lugar da antiga alcáçova do
castelo e possui um importante portal gótico.
A intervenção de Rapagão e César Fernandes sobre as muralhas do palácio teve um carácter mínimo. Não se pretendia
reconstruir o palácio nem dotá-lo de um programa, mas promover uma visita pelas ruínas de forma segura. A meu ver esta
atitude possui algum tipo de afinidades às atitudes de John Ruskin e o valor da ruína, defendidas por ele no principio de século.
As ruínas assumem o seu papel de expectantes e a reconstrução do palácio é deixada para a imaginação do visitante.
As estruturas desenvolvidas para o recinto do palácio acabam por ser guardas, degraus, pavimentos para uma protecção das
ruínas e promovendo uma visita mais confortável para o próprio visitante.
A distinção entre novo e antigo entre acções de conservação e restauro entre elementos novos e antigos é imediata.
Como os princípios de Camillo Boito defendem, nesta intervenção explora-se a diferenciação entre novo e antigo e entre os
materiais e a sua constituição, de notar as diferenças entre o granito, a forma como o mesmo é aparelhado, as estruturas
metálicas de protecção, passagem, escadas.
Centro de Acolhimento
O centro de acolhimento situa-se no lado direito da entrada principal do palácio e
esconde-se, como se de mais uma parede em ruínas se trata-se.
É um corpo de pequenas dimensões com recepção, loja, WC, e uma pequena sala
de exposições.
A intervenção apresenta-se pela sua diferenciação de modernidade e rigor material
no que diz respeito aos vãos coberturas planas. Este corpo não se quer impor na sua
relação com a envolvente próxima, surge como composição de vários elementos
pousados: a cobertura solta em relação à fachada principal, vãos recuados, as
escadas são elementos robustos e com desenho rígido.
Numa das principais entradas de Celorico, junto ao IP5, situa-se o Museu do Agricultor e do Queijo.
Criado por iniciativa da autarquia o museu promove os produtos e outras actividades locais.
O museu está dentro de um recinto relvado e possui três edifícios com funções distintas:
1º A casa, alvo de recuperação, recepção e exposição.
2º Loja de produtos artesanais.
3º Um recinto coberto destinado à exposição de alfaias e outros instrumentos agrícolas.
A criação de pousadas dentro de aldeias históricas tem sido uma prática comum ao
estado desde os anos 30 sob o pretexto de recuperar património arquitectónico relevante
sob um uso o mais adequado possível.
sexto ano » cátia sofia viana ramos» 98135» ARCA-EUAC» 2004/2005
salvaguarda e defesa do património concelhio » Concelho de Nelas
Esta pousada em fase de conclusão compreende acções de recuperação, restauro e ampliações, de um solar e de algumas
habitações anexas.
Este solar encontra-se num dos extremos de Linhares e a sua fachada assume grande destaque face ao largo em que está
inserido, e posteriormente por um casario adjacente integrado na pousada.
Compreendem-se as zonas técnicas e compreendemos o compromisso entre hoje e ontem, em que o contraponto é feito entre
as paredes em pedra, os volumes e lajes em betão e os grandes envidraçados.
Desenvolvendo –se do lado direito da fachada do solar, temos uma grande parede em pedra que corresponde parte da área de
ampliação englobando a piscina, campo de jogos e jardim. Apesar de o muro servir de elemento barreira e fronteira para a
pousada, parece-me pelo que foi possível averiguar que o desenvolvimento intra-muros não terá sido tão exemplar como a
recuperação exterior do Solar. Aparecem-nos uma sucessão de palas e elementos estruturais, volumes em betão. Poderia ter
sido intenção por parte dos projectistas promover um contraste tão grande em relação à envolvente, mas penso que esta parte
da intervenção peca por uma falta de erudição no contacto entre tempos, histórias e valores de paisagem diferentes.
08. Marialva
8.1. Casas do Coro – Turismo
no Espaço Rural
Este complexo de turismo de habitação situa-se junto às muralhas do Castelo da Aldeia de Marialva.
São um conjunto de diversas construções populares que foram recuperadas e adaptadas para o efeito dispondo de: 5 quartos,
uma suite, 5 casas independentes de um a cinco quartos como sala e kitchnet; sala de reuniões; sala de refeições; loja; piscina;
jardim; sauna e terraços panorâmicos. Além de ser um complexo turístico promove acções de interesse cultural que passam
pelo desporto, festas, gastronomia, provas de vinhos e etc.
A recuperação efectuada neste complexo turístico revela-se muito profícua pelos seguintes motivos: promove o crescimento da
economia local; promove o dinamismo e afluxo de visitantes e promove a cultura local e regional.
De um ponto de vista arquitectónico, contribui com qualidade para o conjunto que é a aldeia histórica de Marialva. As habitações
mantém o seu carácter rural sem renunciar ao conforto da actualidade.
Exteriormente o cuidado tido com a intervenção começa no aceitar os materiais locais e introduzir-lhe elementos
contemporâneos. As coberturas mantém-se em cerâmica com beirado pronunciado, sem caleira; os vãos de pano único
introduzem o elemento cor nas paredes, a madeira é usada cirurgicamente para colmatar vãos e outros elementos. As novas
ampliações, embora em pedra, assumem a sua contemporaneidade com o uso da cobertura plana. Guardas, portões e escadas
entre pátios são em estruturas metálicas, são como suturas funcionais que se sobrepõem à construção em pedra sem renunciar
ao desenho e à modernidade.
09.Sortelha
10. Trancoso
Quanto a mim esta intervenção tem um carácter de erudição e alguns pontos a seu favor: em termos funcionais – o programa
através do corpo longitudinal serve também de apoio à feira; a riqueza da implantação do edifício que por sucessivos desníveis
de cotas distingue zona de feira, zona de bilheteira, zona de entrada para o multiusos; esta sucessão de desníveis faz com que
o corpo principal anule em parte a sua altimetria em algumas frentes de rua e consequentemente o impacto sobre as
construções envolventes; o contraste entre pequeno e grande, massa e estrutura, cheio e vazio que acontece entre os dois
corpos o longitudinal e o corpo multiusos respectivamente.
As opções materiais vão de encontro com os materiais locais com características modernas quer na aplicação a pedra quer no
uso de grandes vãos envidraçados, em contraste com as construções envolventes onde o cheio predomina sobre o vazio, entre
a muralha e a sua patine do tempo.
10.2. Cinema municipal, Auditório –Iniciativa da Autarquia - Arquitecto Gonçalo Byrne – 2002/04
Poucos metros mais à frente do multiusos, já distanciados das muralhas da cidade, situa-se o cinema e auditório municipal junto
à Igreja do Convento dos Franciscanos de feições barrocas e paralelamente a um centro cultural ainda em fase de conclusão.
O Auditório e o Centro Cultural, perpendiculares ao eixo de entrada da igreja , definem no seu paralelismo um corredor pedonal
central, com rampas e uma escadaria.
Mais próximo da igreja, o acesso a faz-se pela cota de entrada da Igreja por intermédio de um corpo de vidro “miesiano” e
depois desce-se para aceder a sala do auditório, que se encontra encerrada num corpo revestido de pedra granítica lateral e
superiormente.
Este edifício prima por um rigor geométrico e, por outro lado, compreende a
sua localização e a sua envolvente, assume a sua contemporaneidade numa
linguagem despojada e sem decorações ou elementos que intrefiram com a
sua leitura ou com a compreensão da Igreja, reduz o seu protagonismo ao
assumir dois volumes distintos em que um prima pela transparência e outro pela massa, mas que ao mesmo tempo funde-se
com o terreno como se de muros de suporte se trata-se, criando um plateau.
10.3. Centro Cultural – Iniciativa da Autarquia – Gabinete de Arquitectura Marginal (Lisboa) – ainda
em conclusão.
Paralelo ao Auditório, o Centro Cultural é um projecto de iniciativa da Câmara de Trancoso que foi projectado já há alguns anos
e que depois de ter entrando em obras ficou algum tempo parado por problemas relativamente à empresa de construção à qual
foi adjudicada a obra, encontrando-se ainda em fase de conclusão.
A entrada principal é feita pelo corredor que medeia entre ele e o Auditório, e fecha-se á rua por intermédio de um embasamento
em granito. Este embasamento suporta uma cobertura em arco de elipse colmatada lateralmente por panos de reboco pintado e,
num dos seu topos, por um grande envidraçado apresentando um desenho moderno de feições “futuristas”.
Possui uma implantação coerente com a sua envolvente, ao estar a uma cota inferior da igreja e agora colmatado com o
auditório, o edifício tira mais partido de elementos que me parecem pertinentes, sendo claro a dualidade entre aberto (corredor
central) e fechado (rua), o edifício tira mais partido do corredor central entre ele e o auditório; a utilização dos materiais locais
(granito) e de opções construtivas contemporâneas surgem como elementos que contribuem para compreender a modernidade
do edifício, mais do que a forma da sua cobertura.
No decorrer destas visitas de estudo constatei que, além da recuperação do próprio edificado e do espaço público há uma
preocupação constante na valorização dos mesmos, quer pela utilização de mobiliário urbano quer pelo uso de estruturas de
sinalização, orientação e informação. Estas estruturas ou redes, situadas ao longo do espaço público contribuem para uma
orientação do visitante e para um sedimentar de conhecimentos relativamente ao local onde se inserem.
No caso das aldeias históricas estas estruturas apresentam uma uniformidade em termos formais e construtivos, sendo que a
informação reporta-se à realidade em questão através do uso de plantas esquemáticas e informativas dos locais mais
significativos de cada aldeia complementada com informações acerca da história dos mesmos.
Em relação ao Parque Arqueológico do Vale do Côa, surgiam, ao longo das vias várias estruturas de sinalização e orientação
sobre os centros de recepção, mantendo também esse carácter de uniformidade entre todos, tornando-se bastante claros e
objectivos.
Do mesmo modo as estruturas de iluminação assumem um importante papel na valorização plástica e visual do espaço público,
das muralhas, etc.. Estes dois casos Sortelha e Castelo Rodrigo são em meu ver muito interessantes, apesar da modernidade
destes elementos acabam por se fundir no seu contexto tornando-se quase imperceptíveis, e no entanto cumprem a sua função.