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O documento discute os desafios ao modelo social europeu e à concertação social em Portugal. Apresenta as falhas nos mecanismos de concertação, como a dificuldade em articular interesses públicos e privados e a subordinação de grupos vulneráveis. Também coloca vários desafios para reformar o modelo, como equilibrar crescimento econômico e coesão social através de compensações.
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Ficha de Leitura - Políticas Públicas de Concertação Social Cidadania e Mercado - Juan Mozzicafredo
O documento discute os desafios ao modelo social europeu e à concertação social em Portugal. Apresenta as falhas nos mecanismos de concertação, como a dificuldade em articular interesses públicos e privados e a subordinação de grupos vulneráveis. Também coloca vários desafios para reformar o modelo, como equilibrar crescimento econômico e coesão social através de compensações.
O documento discute os desafios ao modelo social europeu e à concertação social em Portugal. Apresenta as falhas nos mecanismos de concertação, como a dificuldade em articular interesses públicos e privados e a subordinação de grupos vulneráveis. Também coloca vários desafios para reformar o modelo, como equilibrar crescimento econômico e coesão social através de compensações.
Mozzicafredo, Juan (2001), Polticas pblicas de concertao social:
cidadania e mercado, Sociedade e Trabalho (12-13): pp. 130-139
Conceitos Chave: odelo social !"rope", !stado-Pro#id$ncia, concertao social, polticas pblicas, re%"lao poltica, e&perimentao instit"cional, ino#ao poltica, le%itimidade Questes para debate: 'ero os desa(ios propostos pelo a"tor ao modelo social e"rope" e ) concertao social e(ecti#amente e&ec"t*#eis pelo nosso %o#erno+ Introduo: Partindo da ideia inicial de ,"e o modelo social e"rope" assenta na relao e&istente entre a consolidao dos re%imes democr*ticos, a e#ol"o dos direitos polticos, sociais e econ-micos e a con(i%"rao poltica ,"e re%"la as sociedades . o !stado-Pro#id$ncia, e ,"e o mesmo / "m processo em constante trans(ormao, o a"tor (risa a import0ncia em atender ) inst0ncia de concertao social como "m dos meios pelo ,"al essa trans(ormao se processa, e ,"e a concertao / por si s- "m processo comple&o ,"e carece de reestr"t"rao. 1 !stado-Pro#id$ncia / assim entendido como a concreti2ao do modelo social e"rope", como res"ltado de "m contn"o processo de e&perimentao instit"cional e ino#ao poltica, ,"e 3"ntamente com a e#ol"o dos direitos sociais, o desen#ol#imento do mercado e dos processos de ind"striali2ao, tem possibilitado no#as (ormas de re%"lar as sociedades. Para o a"tor o processo de concertao social / entendido como "ma poltica pblica na medida em ,"e as (ormas le%ais de re%"lao nascem das decis4es colecti#as le%itimadas com base na concertao social. 'alienta-se ainda a 1 ideia de ,"e o processo de concertao social / "m meio de artic"lao do interesse pblico e dos di(erentes interesses da sociedade. Desenvolvimento: 5onte&to de aco do !stado-Pro#id$ncia: 1 a"tor d* conta da e&ist$ncia, para al/m dos problemas da concorr$ncia e da competiti#idade imp"lsionados pela %lobali2ao, de o"tros desa(ios colocados ao modelo de !stado-Pro#id$ncia de ordem end-%ena: no 0mbito social trata- se da necessidade de reor%ani2ao dos mecanismos de proteco social, bene(cios e compensa4es6 ao n#el econ-mico a necessidade de "ma poltica ,"e se centre mais na re%"lao das acti#idades econ-micas (transio de "m modelo de inter#eno para "m modelo de re%"lao), e no 0mbito poltico a necessidade de reor%ani2ao dos inter#enientes nos processos de ne%ociao social. 1 a"tor re(ere ,"e em Port"%al t$m sido desen#ol#idas pelos di(erentes poderes polticos medidas de e&perimentao instit"cional e de ino#ao poltica ao n#el da re%"lao da sociedade ,"e retomam o modelo cl*ssico de !stado-Pro#id$ncia, modelo ,"e se encontra em trans(ormao de#ido aos desa(ios e&-%enos e end-%enos. 7a 8nio !"ropeia o modelo tende a adoptar "ma estr"t"ra mais (le&i#el, e "m maior $n(ase nas (ormas de re%"lao e orientao em detrimento das medidas de inter#eno do !stado na sociedade, assistindo-se act"almente a "ma transio do modelo cl*ssico do !stado 9e:nesiano para "m modelo de !stado re%"lador. ;"ncionamento e conse,"$ncias do modelo: Para o a"tor a l-%ica de ("ncionamento do modelo opera na relao contrat"al estabelecida entre os indi#d"os, as or%ani2a4es e o !stado (ace )s (ormas de responder )s e&i%$ncias e interesses da sociedade, trad"2indo-se n"ma artic"lao entre polticas de re%"lao e de orientao. ;a2endo re(er$ncia )s 2 tr$s dimens4es b*sicas em ,"e o modelo assenta n"m sistema democr*tico - a dimenso social, econ-mica e poltica . o a"tor (risa ,"e em conse,"$ncia do processo poltico ,"e en%loba a inte%rao de di(erentes poderes econ-micos e sociais o poder poltico %an<a "m maior poder de deciso e de arbitra%em. =ada a e&ist$ncia de "m desa3"stamento )s necessidades reais e o s"r%imento de problemas sociais, como o desempre%o e a e&cl"so social, bem como constra%imentos relati#os ) le%itimidade ("ncional e ) le%itimidade representati#a, #eri(ica-se a necessidade de reor%ani2ar o modelo de re%"lao poltica. 1bser#a4es sobre as estrat/%ias de concertao social: 7o ,"e respeita aos pontos positi#os do processo de concertao social em Port"%al, o a"tor en"ncia a participao no sitema poltico dos #*rios %r"pos sociais e econ-micos, a mel<oria de condi4es sociais e laborais, a le%itimao dos interesses das representa4es sindicais e patronais, a consolidao dos #alores associados ao modelo social e"rope" e por (im a man"teno dos compromissos relacionados com a inte%rao do pas na 2ona do e"ro. >e(ere ,"e o ponto essencial do ("ncionamento do modelo de concertao social se centra na relao recproca entre a moderao salarial e a man"teno da le%islao laboral, e ,"e o mesmo apresenta po"ca din0mica no ,"e respeita aos compromissos, com al%"mas e&cep4es. ?tenta i%"almente na presena do neocorporati#ismo no modelo em tr$s n#eis distintos: e&ist$ncia de desi%"aldades de ordem laboral e salarial, s"bordinao das ,"est4es socias )s salarias e ne%li%enciao dos %r"pos sociais e econ-micos mais #"lner*#eis em prol dos %r"pos com maior poder or%ani2ati#o e rei#indicati#o. ? (alta de moderni2ao tecnol-%ica e or%ani2acional das empresas / apontada como "m (actor ,"e potencia a di(ic"ladade de concreti2ao de acordos estrat/%icos, bem como (al<as na ne%ociao da (ormao pro(issional e recon#erso pro(issional, entre o"tros. 3 ?inda relati#amente )s obser#a4es sobre as estrat/%ias de concertao social o a"tor (a2 re(er$ncia )s (al<as da representati#idade sindical ,"e le#a a "ma (alta de le%itimidade dos compromissos alcanados em sede de concertao. =esa(ios ao modelo de concertao social: 1 a"tor sistemati2a os desa(ios apresentados ao modelo social e"rope" bem como ao ("ncionamento da concertao social e da re%"lao poltica: 1) proc"ra de e,"ilbrio entre o padro de crescimento econ-mico e os ob3ecti#os da coeso social atra#/s de "ma poltica de compensa4es, isto / a inte%rao no sistema de medidas e de acordos6 2) compatibili2ar a (le&ibilidade interna do mercado de trabal<o com a man"teno do sistema de proteco social e a"mentar a competeti#idade, atra#/s de "ma m"dana na estr"t"ra do (inanciamento das despesas, tais como as polticas acti#as de empre%o, polticas de ,"ali(icao e recon#erso pro(issional e de ino#ao tecnol-%ica e or%ani2acional das empresas, o a"mento da idade da re(orma e a ne%ociao de "m sistema di(erenciado de relao contrat"al6 3) inte%rar instit"cionalmente medidas de dinami2ao da economia social e do mercado social de empre%o em sede de concertao social. Concluses: 1 a"tor considera assim ,"e a re(orma do modelo de ("ncionamento do !stado-Pro#id$ncia e dos mecanismos de concertao social de#e assentar em tr$s pilares essencias de re%"lao da sociedade: 1) "m compromisso social e econ-mico entre os parceiros sociais e o sistema poltico em %eral, por (orma a obter "ma aco de re%"lao e estr"t"rao das acti#idades econ-micas e sociais, com a necessidade de "ma re(orma (iscal centrada no alra%amento do le,"e contrib"ti#o6 2) a necessidade de introd"o de prncipios de selecti#idade nos sistemas de proteco social, tratando-se de introd"2ir sistemas de desi%"aldade de oport"nidades para introd"2ir mecanismos de solidariedade social e reor%ani2ar os mecanismos cl*ssicos do modelo de !stado-Pro#id$ncia6 3) "ma alterao instit"cional ao n#el da poltica de alar%amento da participao na ne%ociao colecti#a e na tomada 4 de decis4es, no se restrin%indo )s %randes or%ani2aoes s-cio-pro(issionais e empresariais ,"e monopoli2am os sistemas rei#indicati#os e de deciso. !ntese: ? concertao social / "m processo de e,"ilbrio entre a l-%ica da cidadania e a l-%ica do mercado, ,"e apresenta #*rias (al<as nos se"s mecanismos, tais como a di(ic"ldade de artic"lao entre o interesse pblico e o interesse dos %r"pos sociais e econ-micos e&istentes o" o se" (ec<amento em termos de ne%ociao em torno das entidades com maior capacidade de or%ani2ao rei#indicati#a. 1 s"r%imento de problemas sociais, como o desempre%o e a e&cl"so social, / "m dos (actores ,"e le#am ) necessidade de reor%ani2ao do modelo de re%"lao poltica. 5olocam-se #*rios desa(ios ao modelo de concertao social ,"e operam atra#/s de processos de e&perimentao instit"cional e de ino#ao poltica, e prop4em-se estrat/%ias polticas para a re(orma do modelo de ("ncionamento do !stado-Pro#id$ncia em Port"%al. 5