Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
O
segmento de alimentação de selecionar um fator de vanta- gindo pouca oportunidade para a
coletiva cresceu significati- gem competitiva faz-se necessário intervenção do gerente. Isto requer
vamente nos últimos anos, conhecer as peculiaridades dos deste gerente uma definição clara
além de ter evoluído na mesma serviços de alimentação. dos padrões a serem seguidos,
proporção. Este crescimento e treinamento e delegação de poder
evolução foram bastante influencia- Entendendo o negócio de aos atendentes para que assumam
dos pela exigência dos usuários que alimentação coletiva posturas adequadas perante os
têm como referência a inúmera clientes, mesmo na ausência de sua
variedade de produtos e serviços A Figura 1 mostra um esquema supervisão direta.
que estão disponíveis quando da operação de uma Unidade de
consomem refeições fora do lar. Alimentação e Nutrição (UAN). Cabe também ao gestor deste
A maior demanda por serviços de Ao entrar na UAN, o cliente chega negócio:
alimentação e nutrição torna maior com uma expectativa, recebe um • Suavizar a demanda para que se
a necessidade de encontrar alter- pacote de serviços composto de aproxime da capacidade de aten-
nativas criativas e concretas que instalações, bens facilitadores e ser- dimento;
possibilitem a melhoria constante e viços explícitos e implícitos. Passa • Definir especificações e modificá-
sistemática de qualidade e produti- então pelo processo de serviço, em las, sempre que necessário;
Nutrição Profissional
vidade destas organizações, garan- que sua participação é fundamen- • Monitorar o grau de satisfação do
tindo um diferencial competitivo. tal, já que o ritmo da produção cliente;
é determinado pelo cliente, cuja • Educar o consumidor para que
Todo negócio possui características interação é feita diretamente com possa desempenhar seu papel como
específicas, razão pela qual antes o pessoal de linha de frente, exi- participante ativo no processo.
12
Figura 1 - Esquema de prestação de serviços em uma UAN Características do serviço:
• O processo é o produto;
Negócio de alimentação • Marketing e assuntos estratégicos
Serviço de alimentação não podem ser separados de
Visão Geral
em diferentes unidades de trabalho operações;
Experiência vivida pelo cliente • Assuntos comportamentais estão
Entrada do Saída do associados ao contato com o con-
Pacote de Processo
cliente serviço serviço cliente sumidor;
• A tecnologia da informação é
Serviço Serviço entregue pelo pessoal Serviço
de linha de frente a viabilizadora do continuado
esperado recebido
aperfeiçoamento da qualidade e
Áreas de Especificação da qualidade de serviço produtividade em serviços;
apoio • Seu gerente se depara com situa-
Percepção da gerência quanto ções não rotineiras;
à expectativa do cliente
• O elemento humano é funda-
mental para sua eficiência;
Assumindo este modelo como ver- • Serviços explícitos: características • O cliente é um participante no
dadeiro, os gerentes das empresas essenciais ou intrínsecas, bene- processo dos serviços;
de prestação de serviços de alimen- fícios facilmente sentidos pelo • Produção e consumo simultâneos;
tação precisam proporcionar a seus cliente como refeição saborosa, • Capacidade perecível com o tempo;
colaboradores de linha de frente o com temperatura adequada e • Escolha do local ditada pela loca-
desenvolvimento de competências elaborada com higiene; lização dos clientes;
que os tornem capazes de atender • Serviços implícitos: características • Controle de serviços
às expectativas dos seus clientes. extrínsecas, benefícios psicoló- descentralizados;
gicos que o cliente pode sentir • Intensidade do trabalho humano;
Entende-se como pacote de sutilmente, como segurança • Intangibilidade;
serviços o pacote de benefícios, alimentar, bom atendimento, • Dificuldade na avaliação dos
implícitos e explícitos, executados detalhes, cuidados e sensação de resultados.
dentro de instalações de apoio e bem-estar e de prazer.
utilizando-se de bens facilitadores, Erros fatais em serviços:
conforme definidos a seguir: Todas estas características são no- • Complacência na administração;
• Instalações de apoio: repre- tadas pelo cliente e formam a base • Descuido com a qualidade;
sentam os recursos físicos que para a sua percepção do serviço, • Negligência com as necessidades
devem estar disponíveis antes cabendo ao gerente de serviços do cliente;
de oferecer o serviço, como o oferecer ao seu usuário uma expe- • Atenção voltada exclusivamente
ambiente, layout do restaurante, riência que seja compatível com a resultados financeiros em curto
seu mobiliário, seus utensílios e o pacote de serviços desejado e prazo.
a decoração; acordado.
• Bens facilitadores: produto O grande desafio gerencial é con-
adquirido ou consumido pelo Características especiais dos ciliar os objetivos da organização,
comprador como o número de serviços requerem uma filosofia as necessidades dos clientes e a li-
itens no cardápio, alternativas de gerenciamento diferente da derança dos colaboradores, em um
de outros produtos como pra- indústria. A singularidade essencial ambiente de constantes mudanças.
to de verão, grelhados, dentre da administração de serviços leva Atender as necessidades do cliente
Nutrição Profissional
outros, forma de distribuição dos a uma necessidade de melhorias e obter sua satisfação são fatores
alimentos, uma balança na saída contínuas em qualidade e produ- fundamentais para o sucesso do ne-
do restaurante, alternativas para tividade, essenciais para garantir a gócio. Exige um processo contínuo
evitar filas ou tornar o tempo de sobrevivência dos serviços em um de reformatação e redefinição de
espera menos desgastante; mercado global tão competitivo. seu ambiente e de suas práticas.
13
Este desafio só poderá ser superado Figura 2 -
se houver um gerenciamento ino- Os 5 possíveis gaps na gestão do negócio de alimentação
vador e capacitado. Assim sendo,
qual a estratégia a adotar? Lem- Negócio de alimentação
Visão Geral
O gerenciamento (planejamento,
implementação e avaliação) da qua- Os sistemas de gestão da qualidade Outro exemplo disto é o processo
lidade é uma opção estratégica para evoluíram de um processo reativo de recebimento. Antes o índice
garantir esta vantagem competitiva, adotado nos anos 80, para um pro- de rejeição, de devolução de uma
o que torna a qualidade uma ferra- cesso preventivo a partir dos anos matéria-prima, era alto, mas hoje
menta para sustentar a boa gestão. 90. Se antes a gestão da qualidade é muito inferior, já que a defini-
se baseava no controle, em que o ção de marcas, a homologação de
Os gaps apresentados na Figura 2 produto era definido como bom fornecedores e o acompanhamento
representam os possíveis erros na ou ruim apenas no final do proces- do processo de produção no forne-
gestão deste negócio: so, hoje o controle foi substituído cedor são ações desenvolvidas com
• Gap 1: falta de percepção da gerên- pela garantia da qualidade, em que o objetivo de garantia de qualidade
cia sobre as expectativas do cliente; cada processo é acompanhado ao no recebimento de matéria-prima.
• Gap 2: erro nas especificações de longo de toda a cadeia produtiva,
qualidade do serviço; de forma que o produto final seja O Sistema da Qualidade pode ser
• Gap 3: falha ou falta de treinamen- sempre bom. Processos estes que classificado em três estágios. Uma
to do pessoal de linha de frente buscam o zero-defeito por meio de empresa encontra-se no primeiro
no que diz respeito às especifica- inúmeras ferramentas estatísticas estágio quando seus processos estão
ções de qualidade do serviço; da qualidade. fora de controle, as ações são defi-
• Gap 4: falha ou falta de treina- nidas pelo bom senso e o resultado
mento do pessoal de apoio no Se antes a degustação das prepara- dos seus processos são instáveis e
que diz respeito às especificações ções era realizada pelo gerente pou- imprevisíveis. No segundo estágio
de qualidade do serviço; co antes do início do atendimento os processos estão sob controle,
• Gap 5: serviço percebido pelo para definir o que fazer, como corri- existem padrões definidos, espe-
cliente diferente do serviço por gir uma preparação um pouco mais cificações claras de produtos e o
ele esperado. salgada ou a falta de um tempero, resultado dos processos são previsí-
Nutrição Profissional
hoje toda a produção foi quebrada veis. No terceiro estágio o foco está
A lacuna entre a expectativa do em processos e seus procedimentos na inovação e no gerenciamento
cliente deve ser mensurada e moni- são definidos de forma a garantir do crescimento do ser humano.
torada para possibilitar o gerencia- que o produto final esteja adequado Só a partir deste estágio o gestor
mento da qualidade do serviço. às expectativas do cliente. tem tempo para gerir seu negócio,
14
adaptar-se às novas tecnologias, surpreender e encan- Nos últimos anos o segmento deu importantes saltos
tar seu cliente. de qualidade à medida que novas tecnologias foram
incorporadas na produção de matérias-primas que
Alguns gestores de serviços de alimentação pensaram possuem maior valor agregado, com equipamentos
que a gestão da qualidade fosse um modismo, um de maior tecnologia, que incorporaram o conceito do
processo passageiro, no entanto a própria legislação padrão por meio da programação digital, dos sistemas
acompanhou esta evolução e hoje toda as portarias, de monitoramento de tempo e temperatura e dos
decretos etc. possuem base nos mesmos princípios: sistemas de higienização programados.
• Definição de padrões;
• Descrição de procedimentos;
• Monitoramento dos processos; Figura 3 - Esquema do PDCA
• Registro de tempo e temperatura, fatores críticos da
segurança alimentar;
• Tomada de ação corretiva e preventiva. Agir Planejar
Definir
Inclusive, adota-se o conceito de aprendizagem que meta
se segue a partir do conhecimento dos resultados e Ação
corretiva
de sua previsibilidade. Aprendizado Organizacional Preventiva
consiste na busca e alcance de um novo nível de co- Melhoria Definir
método
nhecimento, por meio de percepção, reflexão, avalia-
ção e compartilhamento de experiências, alterando
princípios e conceitos aplicáveis a práticas, processos, Educar e
Checar treinar
sistemas, estratégias e negócios e produzindo melho-
meta X resultado
rias e mudanças na organização.
Executar
Muitas são as ferramentas disponíveis que são utili- Coletar
zadas para facilitar esta gestão. A Figura 3 mostra o Checar dados
modelo PDCA que nos ensina a planejar, desenvolver, Desenvolver
checar e agir corretiva e preventivamente, de forma a
garantir a qualidade almejada.
15
Figura 4 - Modelo de Excelência de Gestão
da Fundação Nacional da Qualidade
Visão Geral
Co
ações e nhecime
orm nto
Inf
Clientes
Pessoas
Processos
16