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Isto é tão grave que na actual situação em que a vida quotidiana de muitos
portugueses é marcada pela insegurança face ao dia de amanhã, o
Primeiro-Ministro e a Ministra da Educação usando a arma da intimidação e
exigindo uma obediência cega e uma confiança incondicionada por parte
dos professores enquanto funcionários do Estado, criam situações de
verdadeira alienação em muitas pessoas. Hoje há alguns professores e
Conselhos Executivos de Escolas que têm medo das consequências de
dizerem o que pensam: - se discordarem podem perder o lugar,
comprometer a carreira ou mesmo, se hesitarem ou não cumprirem as
ordens socialistas, podem ter a sorte daqueles que o poder socialista quer
decapitar no cadafalso administrativo. Há mesmo quem se «precipite», e
para agradar ao poder vigente já inclui alíneas de carácter fascizante na
grelha de avaliação dos professores. Perante a crescente onda de
contestação, os governantes não se interrogam sobre as razões de ser de
tal facto (bem as conhecem!), usam a estratégia da supressão da memória:
apagar os factos como se nada tivesse acontecido. Mas não podemos
esquecer que hoje como ontem há pessoas cuja insegurança de vida (no
quadro referencial de definição do sentido de vida próprio de cada um) é tal
que, pensando nos familiares que de si dependem e pensando em si
próprio, podem não resistir à força da pressão e manipulação do exercício
perverso do poder hierárquico politicamente controlado, e tornar-se
torcionários administrativos (como os torcionários nazis ou os torcionários
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da Pide; evidentemente não usando a violência física; porém a violência
administrativa é suficiente para destruir uma vida e trazer aquela falsa paz
de que o Partido Socialista tanto necessita para implementar a sua
apropriação absoluta do aparelho de Estado). É absolutamente condenável
este ambiente de desconfiança, medo e suspeita em que vive actualmente
o país, por causa da cegueira obscurantista do Senhor Primeiro Ministro e da
Senhora Ministra da Educação que alicerçam o seu poder na intimidação,
condenam a alteridade, promovem a delação e a vingança como
instrumentos de convivência social. Esquecem-se de que o poder político
que exercem não os torna donos da vida nem da consciência dos cidadãos.
Esquecem que o exercício do direito de crítica é uma pedagogia da
cidadania.
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personalidade, mas a política do Ministério da Educação consiste em negar
o exercício da autonomia que é, em si mesma, o telos da actividade
educativa.
E ainda:
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ciências para as conhecer, e que é apenas em virtude de um tal
conhecimento que se está autorizado a fazer um juízo sobre elas.
Reconhece-se que para fabricar um sapato, é preciso ter aprendido e ter-se
exercitado nisso, embora cada um possua no seu pé a medida de referência
para isso, e possua mãos e, nelas, a aptidão natural para a tarefa exigida.
Somente para o próprio acto de filosofar é que um tal estudo e um tal
esforço não seriam exigidos.» HEGEL - Enciclopédia das ciências filosóficas.
I – A ciência da lógica, §5.