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O documento discute os princípios de segurança na escalada, incluindo o Fator de Queda e a Força de Impacto. O Fator de Queda calcula o esforço na corda durante uma queda e depende da altura da queda e do comprimento da corda. A Força de Impacto é a força transmitida ao corpo durante uma queda, e depende do Fator de Queda, não devendo exceder 1200kg. Equipamentos como cordas, cadeirinhas e mosquetões devem suportar forças acima deste limite para garantir
O documento discute os princípios de segurança na escalada, incluindo o Fator de Queda e a Força de Impacto. O Fator de Queda calcula o esforço na corda durante uma queda e depende da altura da queda e do comprimento da corda. A Força de Impacto é a força transmitida ao corpo durante uma queda, e depende do Fator de Queda, não devendo exceder 1200kg. Equipamentos como cordas, cadeirinhas e mosquetões devem suportar forças acima deste limite para garantir
O documento discute os princípios de segurança na escalada, incluindo o Fator de Queda e a Força de Impacto. O Fator de Queda calcula o esforço na corda durante uma queda e depende da altura da queda e do comprimento da corda. A Força de Impacto é a força transmitida ao corpo durante uma queda, e depende do Fator de Queda, não devendo exceder 1200kg. Equipamentos como cordas, cadeirinhas e mosquetões devem suportar forças acima deste limite para garantir
Escalada um esporte de risco que pode tornar-se perigoso quando os praticantes desconhecem ou no aplicam os princpios de segurana. A segurana deve ser praticada a cada instante durante a escalada, desde os preparativos na base da via at o ltimo escalador descer da pedra. A importncia da segurana ganha destaque quando ocorre uma queda, principalmente do guia.
O sistema de segurana tem como finalidade impedir que o escalador caia direto no solo e tambm age para reduzir o impacto transmitido pela corda/baudrier (cadeirinha) ao corpo do escalador.
Um Sistema de segurana bsico composto de: escalador participante, baudrier do participante, mosquetes, aparelho de fixados na pedra, protees (costuras, mveis), baudrier do guia.
Quando o guia de uma escalada sofre uma queda, todo o sistema de segurana e tambm o guia que caiu so submetidos a uma fora de choque e, como conseqncia, sofrem um impacto.
O escalador participante, que recebe segurana de cima dada pelo guia, numa escalada vertical, no "cai". Ele escorrega uma pequena distncia, j que a corda est sendo mantida esticada pelo guia. Em escaladas horizontais, a queda do guia ou do participante so semelhantes.
Para escalar com segurana, preservando a vida e reduzindo ao mximo a possibilidade de acidentes, evitando os efeitos traumticos que uma queda pode provocar, todos aqueles que praticam escalada devem possuir substanciais conhecimentos sobre o esporte. Entre os conhecimentos tericos, dois conceitos so muito importantes: o Fator de Queda e a Fora de Queda.
Fator de Queda (FQ ou Q):
uma razo matemtica que traduz o esforo a que a corda submetida quando ocorre uma queda. calculado pela frmula:
FQ = 2H / L, onde:
2H = altura da queda L = comprimento da corda
Considera-se, apenas, o comprimento de corda em uso, o que vai do aparelho de segurana do participante at o n de encordamento no baudrier do guia.
H a distncia (altura) escalada pelo guia a partir da ltima proteo fixada, corresponde tambm a um comprimento de corda, igual a essa distncia. Quando o guia cai a distncia percorrida (altura da queda) corresponde a duas vezes o comprimento da corda (2H).
Quando se escala utilizando segurana com corda, o fator mximo igual a 2, que corresponde a uma queda em que o comprimento da corda utilizada metade da altura da queda. Isso ocorre quando o guia no dispe de proteo entre ele e o participante que lhe d segurana.
- Se tambm empregarmos essa frmula para calcular o fator de queda em vias protegidas por cabo de ao - Via Ferrata (ex. CEPI na face oeste do Po de Aucar), o fator de queda pode ser superior a 2. Alguns "escaladores" fazem, erradamente, a segurana em via ferrata com fitas e mosquetes (que possuem comprimento fixo) presos ao cabo de ao; se a distncia entre os grampos de fixao do cabo de ao na pedra for de 3m e o escalador utilizar uma fita de 1m, poder cair de uma altura de 4m, com um comprimento de corda (no caso fita) de 1m, produzindo um fator de queda igual a 8 (!) e provocando a ruptura da fita e a queda do escalador at o solo.
O Fator de Queda tambm permite avaliar a Fora de Choque (impacto) sofrido pelo escalador que caiu.
Fora de choque (ou Fora de Queda ou Fora de Impacto):
a fora sofrida pelo sistema de segurana e transmitida pela corda ao corpo do escalador atravs do baudrier, para frear a queda.
A fora de choque est intimamente ligada ao fator de queda. Quanto maior o fator de queda, maior a fora de choque transmitida ao sistema de segurana e ao escalador. Essa correspondncia, porm, proporcional raiz quadrada do fator de queda, ou seja: um fator de queda 2 (mximo) no corresponde a uma fora duas vezes maior que um fator de queda 1.
A relao entre elas , grosso modo, medida pela raiz quadrada dos fatores de queda considerados. Em condies muito prximas, uma fora de choque gerada por um fator de queda 2 seria 41% maior que um fator de queda 1 (raiz quadrada de 2 e 1) e uma fora de choque gerada por um fator de queda 1 seria 30% maior que um fator de queda 0,5 (raiz quadrada de 1 e 0.5).
O clculo da fora de choque complexo e considera conceitos fsicos e matemticos que abrangem valores constantes e variveis como: caractersticas e elasticidade da corda, ngulo da queda, comprimento de corda em uso, atritos do escalador e do sistema de proteo com a pedra, peso do escalador, movimento do participante que faz a segurana, trajetria da progresso (retilnea ou em zigue-zague), tipo e aperto dos ns utilizados, altura da queda, entre outras. um exerccio de clculo que foge ao nosso objetivo.
Diante de tantas variveis podemos concluir que a fora de choque no to simples de ser calculada e, para o escalador amador, o mais importante saber que essa fora tem um limite que deve ser respeitado, no devendo ultrapassar os 1.200kg, valor reconhecido como um limite seguro de impacto suportvel pelo corpo humano.
Um dos itens de maior importncia no sistema de segurana a corda, que deve ser dinmica (elstica), deformando-se (alongando) aps a queda para absorver a energia liberada (o choque) da queda. A corda dinmica absorve a energia gerada pela queda, reduzindo o impacto transmitido ao escalador. Aps uma queda o n de encordamento deve ser desfeito e a corda deixada repousar por alguns minutos antes de se refazer o n.
A Unio Internacional de Associaes de Alpinismo (UIAA), rgo reconhecido internacionalmente, realiza testes e concede homologao a produtos que alcanam o desempenho exigido pelas normas da instituio.
Entre os vrios testes* realizados em cordas, destacam-se os que verificam a capacidade de resistncia a quedas e a fora de impacto exercida no corpo do escalador. (* ver Nota, ao final)
No teste de resistncia, um peso de 80kg amarrado na extremidade de uma corda de 2,5m de comprimento e liberado de uma altura de 2,5m acima do ponto de fixao (ancoragem), totalizando 5 metros de queda de fator igual a 2, ou seja, o mais crtico. Para ser aprovada nesse teste, a corda deve suportar, no mnimo, cinco quedas sem se romper.
No teste que mede o impacto transmitido ao escalador, ainda que ocorra um fator de queda 2, a fora de choque (impacto) no deve ultrapassar 1.200daN (que equivale a 1.200kg ou 12kN). Caso o valor seja maior que 1.200kg, a corda no homologada pela UIAA.
O parmetro de segurana adotado de 1.200kg mas cordas confeccionadas com materiais e processos de alta tecnologia transmitem uma fora de choque bem menor, em torno de 700kg. Na verdade, testes de campo demonstram que, em condies prximas s observadas nas escaladas realizadas por escaladores amadores, a fora de choque fica bem abaixo do parmetro citado, o que garante maior segurana ao escalador.
A reduo da fora de queda aos limites de tolerncia do corpo humano s possvel graas utilizao das cordas dinmicas que, por suas caractersticas elsticas, absorvem a energia e reduzem o choque sobre o corpo do escalador. Essa elasticidade deve variar entre 6 % e 9%, ou seja, a corda no deve possuir um alongamento superior a 9% em seu comprimento, mesmo quando submetida a um fator de queda 2.
Existe tambm a corda esttica (ou no dinmica) cujo coeficiente de elasticidade pequeno. Esse tipo de corda praticamente no reduz a fora de choque transmitida ao escalador e no deve ser utilizada para segurana em escalada. A corda esttica muito utilizada por espelelogos e "rapeleiros". Cordas estticas submetidas a um fator de queda 2 transmitem uma fora de impacto acima dos limites de segurana, suficiente para destruir o baudrier. Ainda que isso no ocorresse bom lembrar que o limite de impacto considerado suportvel pelo corpo humano, sem graves conseqncias, de 1200kg.
Com base nesse valor mximo de fora de queda, que deve ser igual ou menor que 1.200kg, que so desenvolvidos os demais equipamentos utilizados em escalada.
- A corda no deve transmitir uma fora de impacto maior que 1.200kg (12kN), mesmo quando submetida ao maior fator de queda (FQ=2).
- Baudrier (cadeirinha) deve resistir a uma fora de queda de, no mnimo, 1.500kg (15kN). - Fita expressa deve resistir a uma fora de queda de, no mnimo, 2200kg (22kN). - Mosqueto deve resistir a uma fora de queda de, no mnimo, 2000kg (20kN).
* A ltima proteo (costuras, fitas, mosquetes e mveis) colocada pelo guia durante a ascenso, em caso de queda, sofre uma fora de choque maior que os demais itens do sistema de segurana. A ltima proteo assume a posio de reenvio. nesse ponto que a corda "dobra" aps a queda do guia. A fora de queda no ponto de reenvio, grosso modo, 66% maior que a fora transmitida ao escalador.
Nesse caso, uma queda de fator 2 que produzisse uma fora de choque de 1200kg, chegaria a 1.992kg (19,9kN) no ponto de reenvio. As protees utilizadas devem possuir resistncia igual ou superior a 2.000kg (20kN).
Nota Os valores referentes aos padres exigidos nos testes realizados pela UIAA so baseados em informaes colhidas em livros e na Internet e tambm em informaes prestadas por escaladores experientes. As normas editadas pela UIAA, que oficialmente definem os padres a serem seguidos pelos fabricantes para alcanarem a homologao de seus produtos, tendo em vista a dificuldade de acesso, no foram consultadas.
Bibliografia* e sites para consulta: - Com Unhas e Dentes; Sgio Beck - So Paulo - Guia da Urca - 3 ed.; Flavio Daflon e Delson de Queiroz - Rio de Janeiro - Cordas e Ns para Montanhistas; Cristiano Requio - Rio de Janeiro * Esses livros so encontratos em lojas de montanhismo.