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SUMÁRIO
6.3. Aplicações do conceito de rotação específica e semelhança entre máquinas hidráulicas ... 40
10.1. Introdução............................................................................................................................ 52
10.4. NPSH................................................................................................................................... 59
Quando se pretende converter a energia de uma corrente líquida em energia mecânica pode-se
capturar esta energia por um rotor e transmiti-la por um eixo, ou pode-se processar a conversão no
sentido inverso. As máquinas utilizadas para este tipo de conversão são denominadas máquinas
hidráulicas. A energia mecânica que se retira ou se introduz na corrente líquida pode ser feita tanto por
um eixo (bombas e turbinas centrífugas) como através de outros sistemas mecânicos, como por
exemplo as primeiras máquinas hidráulicas de elevação de água compostas por uma série de
recipientes elevados em conjunto através de uma corda ou corrente.
As máquinas hidráulicas operam uma conversão de energia,ou seja, elas são capazes de
transformar energia mecânica em energia hidráulica e vice-versa. Estas máquinas podem apresentar as
mais variadas e complexas formas: desde as mais simples e primitivas, como o sistema de elevação
anteriormente citado, até máquinas eletromecânicas bem mais sofisticadas e dotadas de vários
princípios de funcionamento.
N Nm Nm
P = (γ QH ) =
ZA
ZB = s =W (2)
s N
P lano de referência
A potência perdida entre duas seções A e B, pelo efeito da perda de carga, pode ser calculada
como sendo a diferença de potência da corrente líquida nas seções transversais A e B, em relação a
qualquer plano de referência :
∆P = PA − PB = γ QH A − γ QH B = γ Q(H A − H B ) (3)
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Como a perda de carga hpAB é igual à diferença de cargas entre as duas seções transversais,
vem:
hp AB = H A − H B e PPerdida = γ Q hp AB (4)
A perda de potência entre as duas seções, expressa pela equação 4 é dissipada sob a forma de
calor.
Note-se que a soma de Bernoulli é uma equação de equilíbrio de energia, não de quantidade de
movimento, logo é possível incorporar a esta um termo de transformação de energia mecânica em
calor, normalmente denominado perda de energia. Para tirar a dubiedade do sinal a ser empregado esta
conversão de energia é agregada na parte jusante do escoamento, ou seja, a perda de energia é
acrescida na parcela de jusante como um ganho de energia térmica da parte montante para a jusante.
Como expresso na figura 1, num ponto qualquer da corrente líquida, a carga hidráulica é dada
por: H = Z + V 2 2g + p γ , logo, a potência fornecida, ou absorvida, introduzida no escoamento por
uma máquina hidráulica, será igual à diferença entre as cargas na entrada e na saída da mesma
multiplicada pela vazão ponderal e expressas, para o caso de turbinas e bombas, pelas seguintes
expressões:
onde ηT+G é o rendimento da turbina e do grupo gerador e ηM+B é o rendimento do motor e da bomba.
Caso se tenham duas máquinas de conversão de energia operando em série, o valor numérico do
rendimento é obtido pelo produto dos rendimentos individuais de cada uma. Por exemplo, se a turbina
tem um rendimento de 86% (0,86) e o gerador 95% (0,95) o rendimento do grupo turbina gerador será
de 81,7% (0,817).
Caso se queira incluir no cálculo as perdas nos condutos que chegam (aspiração ou
alimentação) e que partem (recalque ou restituição) é necessário levar em conta o sentido do
movimento, ou seja, conforme a figura , tem-se:
onde ηT+G é o rendimento da turbina e do grupo gerador e ηM+B é o rendimento do motor e da bomba.
Caso se tenham duas máquinas de conversão de energia operando em série, o valor numérico
do rendimento é obtido pelo produto dos rendimentos individuais de cada uma. Por exemplo, se a
turbina tem um rendimento de 86% (0,86) e o gerador 95% (0,95) o rendimento do grupo turbina
gerador será de 81,7% (0,817).
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3. Máquinas Hidráulicas
Existem vários tipos de máquinas hidráulicas, tais como; turbo-máquinas, rodas de água,
bombas de êmbolo, carneiro hidráulico, ejetores, etc. ...
Reservatório Reservatório
Superior Superior
Energia Consumida
Energia gerada Conduto forçado
Conduto forçado
Gerador Motor
Eixo Eixo
Bomba
Turbina
Reservatório Reservatório
Inferior Inferior Tomada d’água
Canal de Fuga
1
Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa.
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Para se definir a potência consumida (ou produzida) por uma máquina hidráulica, lança-se mão
dos conceitos desenvolvidos no item anterior. Como expresso na figura 1, num ponto qualquer da
corrente líquida, a carga hidráulica é dada por: H = Z + V 2 2g + p γ , logo, a potência fornecida ou
absorvida por uma máquina hidráulica introduzida no escoamento será igual à diferença entre as cargas
na entrada e na saída da mesma multiplicada pela vazão ponderal e expressas, para o caso de turbinas e
bombas, pelas seguintes expressões:
onde ηT+G é o rendimento da turbina e do grupo gerador e ηM+B é o rendimento do motor e da bomba.
Caso se tenham duas máquinas de conversão de energia operando em série, o valor numérico do
rendimento é obtido pelo produto dos rendimentos individuais de cada uma. Por exemplo, se a turbina
tem um rendimento de 86% (0,86) e o gerador 95% (0,95) o rendimento do grupo turbina gerador será
de 81,7% (0,817).
Caso se queira incluir no cálculo as perdas nos condutos que chegam (aspiração ou
alimentação) e que partem (recalque ou restituição) é necessário levar em conta o sentido do
movimento, ou seja, conforme a figura 3, tem-se:
Perda no recalque
Perda na alimentação
Energia disponível
para a geração.
Energia necessária
Perda na para o recalque.
restituição.
Perda na
aspiração.
Ação Reação
Duplo Efeito Pelton Fluxo Fluxo radial Fluxo misto Fluxo axial
Helicoidal (Francis) (Hélice)
Nas turbinas de ação (ou de impulsão), a água atua à pressão atmosférica, mediante um jato que
atinge sucessivamente as pás do rotor, movimentando-o. As turbinas de ação não tem correspondência
nas bombas roto-dinâmicas. Até o fim do século XIX havia uma diversidade muito grande de tipos de
turbinas de ação. No início do século XX, com o surgimento das turbinas tipo PELTON, concebida em
1880 pelo engenheiro americano Lester Allan Pelton (1829-1908), elimina-se o uso de outros tipos de
turbina de ação, uma vez que este tipo de máquina apresentava um alto rendimento superior as outras e
algumas vantagens estruturais como a de não provocar um momento fletor no eixo de transmissão da
turbina.
A regulação do
funcionamento das turbinas do tipo
Pelton (figuras 5 e 6) é feita
variando a vazão (e velocidade) do
jato que incide sobre suas pás. O
controle da vazão do jato é feita por
um mecanismo denominado agulha.
Empregam-se tais turbinas no
aproveitamento de altas quedas e
baixas vazões.
Controlando-se a vazão do jato por meio da agulha, controla-se a potência do escoamento que
atinge as pás da turbina. O controle da vazão é automatizado por um regulador que detecta aceleração
ou a desaceleração angular da turbina, devido à diminuição ou ao aumento da energia consumida,
fechando-se ou abrindo-se a agulha ou obturador diminui-se ou aumenta o jato de água sobre o rotor.
Uma das principais vantagens das turbinas tipo Pelton é dada pela presença de uma lâmina
defletora que, em caso da necessidade de fechamentos rápidos, desvia o jato da direção do rotor
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evitando o surgimento de transientes hidráulicos2 indesejáveis. A manobra de desvio do jato é feita
rapidamente e, posteriormente, a agulha se fecha lentamente sem que ocorra transientes significativos.
2
Transientes hidráulicos: Regime não permanente surgido entre dois regimes estacionários, causado por uma variação
súbita em uma de suas condições de contorno e caracterizado por fortes oscilações de pressão.
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Uma diferença importante entre as
turbinas de ação e as de reação é o modo de
regulagem da vazão. Enquanto as turbinas de
ação a regulagem da vazão é feita no conduto
através de uma válvula especial que lança a água
sobre o rotor, nas turbinas de reação a regulagem
da vazão é feita por uma coroa provida de uma
espécie de “persiana”, cuja abertura ou
fechamento é automaticamente comandada por
Figura 7. Esquema de turbinas tipo Francis. um regulador.
As turbinas de reação tem um rendimento bem superior ao das turbinas de ação e, quando
possível, elas deverão ser utilizadas. A possibilidade de uso de um ou outro tipo de turbina depende da
magnitude de um parâmetro chamado rotação específica, o qual será abordado no item 6.2 .
Outro tipo de turbina de fluxo axial são as turbinas empregadas na geração eólica de energia.
Essas turbinas não possuem carcaça, pois como a diferença de pressões entre os dois lados do rotor é
muito pequena, não há necessidade de restringir o escoamento a passar por uma carcaça. A figura 9
mostra uma torre que suporta o rotor, bem como o motor de uma turbina eólica. Através da
observação, na figura da direita, do operário que está fazendo a manutenção, pode-se ter uma idéia do
porte que estas turbinas eólicas atingiram. As torres que mantém o rotor e motor podem atingir a uma
centena de metros.
As bombas transformam o trabalho mecânico que recebem para seu funcionamento em energia,
a qual comunicam ao líquido sob forma de energia de pressão ou cinética. O modo pelo qual é feita a
transformação da energia mecânica em energia hidráulica e o recurso para cedê-la ao líquido
aumentando sua pressão e/ou sua velocidade permitem classificar as bombas (figura 10) em: bombas
de deslocamento positivo (ou volumétricas) e bombas dinâmicas (rotodinâmicas ou turbo-bombas). As
bombas de deslocamento podem ser divididas em recíprocas e rotativas. Já as bombas dinâmicas sub
dividem-se em turbo-bombas e bombas especiais (bomba com ejetor, bomba com emulsão de ar).
Bombas
Dinâmicas De deslocamento
Palhetas deslizantes
Pistão duplo efeito
De emulsão de ar
Pistão simples
Engrenagens
Pneumáticas
Fluxo misto
Centrífugas
Fluxo axial
Diafragma
De vórtice
Parafuso
De jato
O principal tipo de bomba de deslocamento recíproca é composta por um cilindro que se enche
de líquido e por um pistão (ou êmbolo) que, ao se mover dentro do cilindro, realiza a aspiração e a
impulsão (Figuras 11 e 12). Também a impulsão pode ser realizada por meio de uma membrana
flexível (diafragma). Estas bombas dão origem a uma vazão bombeada extremamente irregular
(pulsante). Podem ser de simples efeito, quando apenas uma face do êmbolo atua sobre o líquido ou de
duplo efeito, quando duas faces atuam.
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Qmax Qmax
Qmedio Qmedio
t t
Movimento
do êmbolo
Figura 11. Esquema de bomba de deslocamento Figura 12. Esquema de bomba pulsante
(recíproca de pistão simples) (recíproca de pistão duplo efeito)
Nas bombas de deslocamento rotativas, o líquido recebe a ação de forças provenientes de uma
ou mais peças dotadas de movimento de rotação que, comunicando energia de pressão, provocam seu
escoamento. A ação das forças se faz segundo a direção que é praticamente a do próprio movimento de
escoamento do líquido. A descarga e a pressão do líquido bombeado sofrem pequenas variações
quando a rotação é constante. Este tipo de bombas pode ter um ou mais rotores.
o corpo da bomba, que se destina a conduzir, ao rotor, o líquido que nele entra,
desacelerá-lo e reconduzi-lo à canalização de recalque. O corpo da bomba suporta
ainda os rolamentos do eixo, transmitindo os esforços excêntricos do eixo e rotor à
base do conjunto motor-bomba. O corpo se liga, em geral por meio de flanges, às
canalizações de sucção e de recalque. Rigorosamente, uma hélice de barco ou avião
pode ser classificada como uma turbo-bomba, mostrando que, neste caso, o corpo da
bomba não se faz necessário.
Nas bombas centrífugas, o efeito que impulsiona o fluido de dentro do rotor para a parte
externa é principalmente o efeito centrífugo. A sustentação criada pelas pás é pequena, o rotor recebe o
líquido paralelamente ao eixo de rotação e o impele contra o corpo da bomba, perpendicularmente ao
eixo de rotação. No corpo da bomba, o líquido que é expelido pelo rotor com alta velocidade, tem parte
de sua taquicarga transformada em altura piezométrica, devido ao aumento progressivo da seção
transversal da voluta (ou coletor em caracol) e no divergente que lhe segue.
A
B
Pás.
Coroas de fixação
das pás.
Como o efeito de sustentação das pás é preponderante para adaptar essas bombas a diversas
situações de funcionamento essas podem ser construídas com pás de ângulo variável (passo variável),
podendo-se, por meio de um mecanismo localizado junto ao eixo e comandado automaticamente por
um servo-mecanismo modificar o ângulo de ataque das pás. O objetivo disso é dar às pás uma
inclinação adequada a cada velocidade (por conseqüência descarga), proporcionando uma melhora no
rendimento da bomba. Esse tipo de bomba é empregado para pequenas alturas de elevação e grandes
vazões (figura 20).
As bombas centrífugas e as bombas mistas podem ter as pás solidarizadas entre si por discos
circulares denominados coroas (figura 17). Caso as bombas possuam coroas de ambos os lados elas são
denominadas bombas de rotor fechado. Caso só um lado possua uma coroa denomina-se bomba de
rotor semi-aberto e, finalmente, quando não existem coroas, a bomba é de rotor aberto. As bombas de
rotores aberto ou semi-aberto são utilizadas geralmente para fluidos com impurezas grossas ou para
pastas.
As bombas centrífugas também podem possuir um rotor ou diversos rotores no mesmo eixo.
Nesse caso recebem a denominação de bombas de múltiplos estágios, como se verá no capítulo 5.
Como o aumento de pressão é proporcional ao aumento da distância ao eixo entre a entrada e a saída
do rotor das bombas, para se ter uma alta pressão de saída seria necessário um diâmetro de saída muito
grande em relação a entrada. Diâmetros de saída cinco a seis vezes maiores do que o diâmetro de
entrada tem problemas de operação, logo para se obter maiores pressões sem ultrapassar esta relação
entre diâmetros de entrada e saída utilizam-se rotores em série como de verá no item 11.2 do capítulo
11. Nas bombas com rotores em série o fluido sai de um rotor e entra em outro, acrescendo em cada
um a pressão.
Existem bombas centrífugas de rodas duplas nas quais a água entra por dois orifícios, em
sentidos opostos, saindo por um orifício único: são as bombas centrífugas de dupla entrada.
Geralmente, os três tipos de turbo-bombas são denominadas por bombas centrífugas em sentido
amplo. Esta denominação é adotada na em medida que a passagem de um tipo a outro de bomba é
contínuo, sem que se perceba conceitualmente quando se tem um ou outro tipo de bomba.
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Todas as bombas podem ser de eixo vertical ou horizontal. Podem atuar submersas ou não. O
acionamento das bombas é, em geral, feito por motor elétrico, porém, pode-se encontrar bombas
acionadas por turbinas, por motor a explosão, etc...
A transmissão da energia do eixo do motor elétrico para o motor da bomba pode ser feita por
meio de uma junta elástica, no caso de bombas de grandes dimensões, ou por um eixo único para a
bomba e motor, no caso de bombas pequenas. A ligação dos orifícios de aspiração e de recalque em
geral é feita por flanges ou, em pequenas bombas, por condutos providos de rosca.
A bomba centrífuga, em senso estrito, é o tipo de bomba mais comum, sendo utilizada na
maioria das instalações com água limpa, água do mar, óleos e lixívias, para pequenas, médias e
grandes alturas de elevação e para temperaturas elevadas, sendo o tipo de máquina hidráulica de
aplicação mais difundida na Engenharia Civil. Ela é empregada quando se necessita aumentar a carga
de um escoamento líquido, como por exemplo no recalque de água potável do reservatório inferior de
um edifício para o reservatório superior, de modo que os apartamentos possam ser abastecidos por
gravidade. Esse tipo de bomba está presente na maioria das atividades ligadas ao abastecimento e
tratamento de água, ao esgoto pluvial e sanitário, à industrias diversas (químicas e petroquímicas, de
alimentos, bebidas, etc...), à irrigação, defesa contra inundações, etc...
Além das bombas dinâmicas rotativas têm-se as bombas dinâmicas de efeito especial. Como a
própria classificação indica, cada tipo de bomba tem um modo especial de movimentar o fluído,
podendo se citar como exemplos as bombas de jato (figura 21) e as bombas de variação de densidade
(figura 22).
Entrada
de gás
Entrada do fluido
para o jato.
JATO
Nos dois casos apresentados de bombas especiais, é necessária a introdução de um fluído para a
movimentação de outro. Nas bombas de jato, introduz-se um forte jato numa região de seção reduzida
(baixa pressão), de tal forma que este jato transporte o fluído que se quer movimentar. A bomba de jato
prevê uma transferência de quantidade de movimento entre o jato e o fluído a transportar, transferindo
parcialmente a quantidade de movimento total do jato para o escoamento. Já a bomba de variação de
densidade trabalha com a diferença de densidades entre o fluido que se quer movimentar e a densidade
da mistura fluído + gás. Com a mistura, a densidade do fluido diminui, fazendo com que a mistura
líquido + gás movimente-se em sentido ascendente.
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4. Curvas características das bombas centrífugas
Uma bomba, como já foi visto, tem por finalidade aumentar a carga de um líquido que por ela
escoe. Seja HA a carga do escoamento que chega ao orifício de aspiração de uma bomba e HR a carga
com que o escoamento sai pelo orifício de recalque. A potência do escoamento na seção transversal ao
orifício de aspiração é:
N A =γQHA (11)
N R = γ QH R (12)
N R − N A = γ Q(H R − H A )
(13)
N = γ QH
A diferença de carga HR - HA = H denomina-se altura total (ou carga ) da bomba. A altura total
de uma bomba não é constante, mas variável com a vazão que a atravessa. A variação da carga em
função da vazão que a máquina dispõe, conduz à necessidade de descrevê-la, não através de valores
únicos de carga, vazão, rendimento, potência e altura máxima de recalque, mas sim por curvas de
variação destas propriedades em função da vazão. As curvas que descrevem o comportamento da
bomba são chamadas de curvas características da bomba. A explicação da evolução dessas curvas será
feita em detalhes no capítulo 5, porém para uma descrição geral do comportamento de uma bomba
simplesmente serão descritas estas curvas sem a preocupação de dar a sua origem.
O fabricante fornece, para cada bomba, uma função que indica a variação da altura total com a
vazão. Em geral, essa variação é fornecida por meio de uma curva H=f(Q); nas abscissas são dadas as
vazões e nas ordenadas, as alturas totais. Essa função também pode ser fornecida sob a forma de
tabelas H x Q. A curva H=f(Q) é denominada curva de estrangulação da bomba, devido ao processo
adotado para sua determinação experimental (o termo estrangulamento também poderá ser utilizado,
porém o mais usual é estrangulação).
Quando o corpo da bomba permite, a partir de um diâmetro máximo, podem-se usar rotores
com diâmetros menores, a cada um dos quais corresponderá uma curva H=f(Q). Em determinados
casos, o fabricante fornece, para alguns diâmetros de rotor e para cada velocidade de rotação, uma
curva H=f(Q). A partir desses diâmetros, por interpolação, pode-se, analiticamente, determinar outras
curvas para outros diâmetros e rotações.
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A figura 23 apresenta a curva de estrangulação para uma bomba com três diâmetros de rotor, os
quais podem ser obtidos usinando-os até a dimensão pretendida. Numa bomba normal pode-se, com
segurança, interpolar as curvas de estrangulação seguindo a tendência das curvas apresentadas, desde
que dentro desta faixa de diâmetros. Entretanto, extrapolar para valores maiores que o maior diâmetro
é fisicamente impossível e, para menores diâmetros, é imprecisa.
75
50% 60%
ΦA 70%
75%
78%
ΦB 70%
50
ΦC 60%
H [m]
25
NPSH [m] 15
10
5
30
ΦA
Potência 20
[kW] ΦB
10 ΦC
A potência que a bomba deve receber do motor (PC) é calculada através da relação entre PF e
seu rendimento, sendo dada por:
PC γQ H PF γQ H
ηB = = ⇒ PC = = (14)
PF PF ηB ηB
O NPSH requerido representa, em linhas gerais, a energia total, referenciada ao zero absoluto
de pressões, que deve ter a bomba em sua entrada para que não seja rompida a coluna de vaporização
do líquido ou que não haja cavitação. Os bons fabricantes de bombas fornecem também a curva de
variação do NPSH requerido em função da vazão. Esse assunto será abordado com mais detalhes no
capítulo 10.
Para as bombas centrífugas e também para as bombas mistas, somente o movimento causado
pelas forças centrífugas, impelindo o fluido da região interna para a região externa do rotor, não é
suficiente para explicar o ganho de pressões numa bomba. O ganho de pressão é explicado pela
transferência da quantidade de movimento angular nas máquinas hidráulicas, ou seja, o eixo do rotor
transmite a energia do motor ao escoamento girando o rotor e movimentando a água entre as palhetas
curvas deste. A figura 24.a apresenta um detalhe geral de um rotor de uma bomba e a figura 24.b, um
detalhe ampliado da região entre palhetas, na qual o fluido passa, e os paralelogramos de velocidades
na entrada e na saída do rotor.
β2 W2
C2
α2
C2R
C2U
R2
U2
W1
β1
R1
C1
C1U≈0 α1
C1≈C1R
U1
(a) Detalhe geral (b) Paralelogramo de velocidades.
Figura 24. Corte de um rotor com um esquema possível de palhetas internas e paralelogramos de
velocidades.
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Na figura 24, onde está representado o paralelogramo de velocidades no rotor de uma bomba,
as velocidades de entrada no rotor tem como índice 1 enquanto as velocidades de saída tem índice 2.
As velocidades W representam a velocidade do fluido em relação ao rotor; as velocidades U, as
velocidades periféricas do rotor em relação ao corpo da bomba e, finalmente, as velocidades C, a
composição vetorial dessas duas.
A transferência de energia entre o rotor e o fluido pode ser quantificada através da análise da
diferença entre as velocidades da água na saída e na entrada do rotor. A equação que correlaciona a
potência transmitida pelo eixo à corrente líquida é denominada Equação de Euler, em homenagem ao
matemático Leonard Euler3 que, em 1754, deduziu-a pela primeira vez. Esta equação representará, em
termos das velocidades expressas pelos paralelogramos de velocidades, a energia acrescida ao sistema.
A equação de Euler para as bombas, como será apresentada posteriormente, mutatis mutandis, também
serve para turbinas.
r r
onde: ∑ r × F o somatório do produto vetorial entre a força e o seu vetor posição
em relação a um eixo de giro e
∫∫SC ( )( )
r r r r
ρ r × V V.n dA a integral da quantidade de movimento angular que sai ou entra do
volume de controle
Por outro lado, o torque introduzido ou retirado do sistema (bombas ou turbinas), na direção do
eixo (direção Z), também pode ser substituído por uma componente única TZ. Após essas
simplificações, a equação da conservação da quantidade de momento angular reduz-se a:
Para comparar a potência da corrente líquida com a potência transferida pelo eixo, deve-se
multiplicar a equação 15 pela velocidade angular ω , resultando em:
3
Leonard Euler, 1707-1783, matemático e físico suíço.
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C2
C2U U2
R2 R2
C1
ω C1U
R1 R1 U1
TZ
Figura 25. Esquema do torque em função das velocidades periféricas de saída e entrada.
r r
Projetando as velocidade absolutas C1 e C 2 sobre uma direção tangencial às áreas de entrada e
r
( r
)
saída do rotor C1.cosα1 e C 2 .cosα 2 obtêm-se C1U e C2U. O produto de R .ω é igual a U, assumindo a
equação anterior a seguinte forma:
Da definição geral da potência da corrente líquida (capítulo 2, equação 2), sabe-se que ela é está
correlacionada à carga de saída e de entrada da bomba, ou seja:
(U 2 C 2 U − U1C1U )
H= (17.a)
g
A equação (17.a) é denotada como Equação de EULER, a qual pode ser escrita em termos de
ganho de pressão na bomba, considerando-se a definição de pressão hidrostática P=γH, resultando em:
P (U 2 C 2 U − U1C1U )
P = ρ(U 2 C 2 U − U1C1U ) ou H= = (17.b)
γ g
4
O teorema de Kutta-Joukoviski relaciona a circulação Γ em torno de um contorno fechado ( ∫ V. cos α.dl sendo α o ângulo
que a velocidade faz com a linha fechada em torno de um corpo) com a força normal ao escoamento, força de sustentação
(FL), ou seja FL= ρΓV, onde ρ é a massa específica do fluido, V a velocidade média.
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Pelo teorema de Joukoviski, sabe-se que, num escoamento externo sobre uma superfície
curvada com raios de curvatura diferentes entre a parte côncava e a convexa, a velocidade é diferente
entre a parte côncava e a parte convexa (maior pressão na parte côncava). Devido a isto, o modelo de
comportamento do rotor da bomba que resulta na equação de Euler, deverá sofrer uma pequena
correção em função dessa assimetria.
Geralmente as bombas são dimensionadas para, no seu ponto ótimo de funcionamento, não
apresentarem velocidade absoluta tangente à superfície de entrada (C1U=0), otimizando-se dessa forma
o seu rendimento e aumentando o ganho de pressão neste ponto. Neste caso, as equações (17.a) e(17.b)
se transformam em:
U 2C 2U
H= (18.a) W
g
C
P = ρU 2 C 2 U U
(18.b)
Substituindo os termos UiCi na equação de Euler por suas respectivas equações em termos das
componentes originais do paralelogramo de velocidades (equação 19), resulta em:
H=
(U 2
2 − U12) (
C 2 − C12
+ 2
) (
W 2 − W12
+ 2
) (20)
2g 2g 2g
O último termo, geralmente, é nulo em fluídos incompressíveis, desde que as seções de entrada
e saída tenham o mesmo valor5. Dessa forma não haverá perda de pressão devido a esta parcela.
5
Aumentar a seção proporcionalmente ao perímetro pode, na maior parte dos casos, causar recirculação dentro do rotor
devido à diminuição da velocidade e conseqüente aumento de pressão contra o escoamento.
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U 22 − U 2 C 2 R cot angβ 2
H= (22)
g
U 22 U 2 Q cot angβ 2
H= − (23)
g gA 2
onde A2 é a área de saída do rotor, sendo dada pelo somatório de todas as áreas de saída entre as
palhetas.
Com a equação (23) pode-se traçar as curvas teóricas das bombas em função do ângulo de
saída, ou seja, variando-se o ângulo β entre valores maiores e menores do que 90°, se produz três tipos
teóricos de bombas: as bombas com β>90°, β=90° e β<90, denominadas, respectivamente, bombas
com pás para frente, bombas com pás retas e bombas com pás para trás. As curvas teóricas de cada
um destes tipos de bomba são mostradas na figura 27.
Além destes últimos tipos, tem-se também perdas devido ao surgimento de correntes
secundárias. Estas perdas serão tão mais importantes quanto maior for a diferença de pressões entre a
entrada e a saída do rotor.
Como último tipo de perda, tem-se as perdas devido à fuga interna de fluído nos espaços entre o
rotor e o caracol, as quais também serão proporcionais à diferença de pressões e às dimensões de folgas
existentes entre rotor e caracol. Estas perdas não são muito altas e poderão ser incorporadas às perdas
causadas por correntes secundárias que são mais significativas. Pode-se agrupar estes efeitos em um só
termo, pois eles se comportam seguindo a mesma tendência.
β>90° β<90°
H H
Q Perdas Q
Curvas
Curva teórica Perdas mecânicas devido o
(sem perdas). atrito das partes girantes..
Curva teórica descontada
as perdas mecânicas. Perdas devido ao escoamento interno, perdas no
rotor e carcaça e perdas devido à recirculação.
Curva as perdas devido
ao escoamento interno. Perdas devido ao choque da água saindo do rotor
Curva as perdas devido à com a água na carcaça. Perda devido à diferença
diferença de ângulos do ângulo de saída ótimo e o de funcionamento.
curva real.
Figura 29. Curva de estrangulação teórica e componentes de perda de energia dentro da bomba.
A figura 29 mostra a diferença de perdas nos dois tipos de máquinas hidráulicas (bombas com
ângulo de saída β>90° e β<90°. A primeira região, acima da curva teórica, mostra as perdas mecânicas
por atrito das partes girantes, representada quase como um valor constante, paralelo à curva teórica,
pois a rotação da bomba é constante durante a variação da vazão. O único fator que influencia a perda
mecânica com a bomba funcionando à rotação constante é o aumento de pressão, pois este pode causar
empuxos axiais sobre o rotor que poderão influenciar a perda mecânica de energia. A segunda região,
indica as perdas por recirculação e fuga de fluído. Já a última, é devido ao choque da água quando o
rotor está funcionando fora de seu ponto ótimo.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 26
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As bombas de baixa e média rotação específica, que possuem pás para trás (β<90º), são
dimensionadas para um alto ganho de pressão. Suas perdas mais significativas são conseqüência dàs
correntes secundárias e à fuga interna de fluído. Estes efeitos são maximizados em bombas de baixa e
média rotação específica devido a grande diferença de pressões de entrada e de saída do rotor. Além
disto, por possuírem rotores mais longos, elas estarão sujeitas a maiores perdas distribuídas.
As bombas de alta rotação específica (bombas tipo ventilador) podem ter pás para frente(β>90º)
e, como o diferencial de pressão é baixo entre a entrada e saída do rotor, elas não possuem perdas
significativas, causadas pelos fatores acima citados, resultando em rendimentos muito superiores a
bombas de baixa rotação específica (até 90%).
Desdobrando-se a equação (20) em dois termos, pode-se isolar um termo que representa a carga
piezométrica HEst, expresso em função das velocidades relativas U e W, e outro termo que representa a
taquicarga HVel , expresso em função da velocidade absoluta que sai do rotor C. Desta forma, a altura
total H poderá ser descrita pela soma desses dois termos, ou seja, H=HEst+ HVel, obtendo-se:
H Est =
(U 2
2 − U12 − W22 + W12 )
2g
Considerando o ponto ótimo, onde C1U será nulo, C12 será igual a W12-U12, que substituindo
W12 na taquicarga resulta em:
H Vel =
(C 2
2 − C12 ) (24.a)
2g
H Est =
(U 2
2 − W22 + C12 ) (25.a)
2g
H Vel =
( U 2 − C 2R cot angβ)2
(24.b)
2g
U 2 C 2 U (U 2 − C 2R cot angβ)2
H Est = −
2g 2g
U 22 − (C 2R cot angβ)2
H Est = (25.b)
2g
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Estas duas equações podem ser
expressas graficamente traçando-se as H
cargas (estática e dinâmica) em função
de β. Assim, fica evidente que, com o
aumento de β, aumenta-se mais a HVel
β=arctg(U2/C2R)
taquicarga do que a carga estática, HEst
passando esta última por um ponto de
máximo em β=90°. 0° 90° 180° β
A equação de Euler não tem muita aplicação para o uso corrente em hidráulica, na medida em
que os fabricantes fornecem, para as diferentes bombas, as suas curvas de H x Q, não se necessitando o
seu desenvolvimento teórico. Porém, através dela é possível estabelecer uma curva de estrangulação
em função de valores absolutos de rotação e este tipo de análise é importante na aplicação de máquinas
hidráulicas. A utilidade da análise do comportamento da bomba em função da rotação só terá sentido
se esta for feita em termos de grandezas macroscópicas, quantificadas externamente à bomba, tais
como vazão, pressão e rotação.
C1R
tan β1 = (26.a)
U1
C 2R
tan β 2 = (27.a)
U 2 − C 2U
Os ângulos β1 e β2 reais, também denominados ângulos das palhetas: βP1 e βP2, são os ângulos
com que o fluido entra e sai das máquinas hidráulicas. Eles não são exatamente os ângulos das
palhetas. No caso do ângulo de entrada β1, há uma diferença entre o ângulo da palheta (βP1) e o ângulo
de entrada do fluido (βF1), definindo-se o ângulo de ataque i (i= βP1− βF1). O valor de i pode variar
entre −3° a +5°.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 28
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O valor do ângulo de ataque não deverá ultrapassar os limites definidos no parágrafo anterior,
sob pena de cair em muito o rendimento da bomba. O ângulo de ataque (i) além de variar com a
geometria da entrada da bomba, da pré-rotação antes da entrada do rotor e com a qualidade do
acabamento do mesmo, também varia com a rotação da bomba, à medida em que o ângulo do fluido
(βF2) diminui com ao aumento da rotação da bomba. Essa diminuição não é exatamente inversamente
proporcional à variação da rotação, comportando-se como um escorregamento que ocorre no fluido
com a variação da rotação.
No caso do ângulo de saída, define-se também um ângulo de retardo do fluxo σ (σ= βP2−βF2),
que tem como peculiaridade ser sempre positivo e praticamente independente do regime de
funcionamento do rotor. O ângulo de retardo possui esta independência pois é função da sustentação
nas palhetas, que é praticamente independente da velocidade de saída.
A partir das considerações anteriores, pode-se redefinir os ângulos reais de entrada e saída do
fluido no rotor através das equações (26.a) e (27.a), devidamente alteradas:
C1R C1R
tan β F1 = tan (i + β1 ) = (26.b)
U1 U1
C 2R C 2R
tan β F 2 = ; tan (σ + β 2 ) = ou C 2 U = C 2R cot (σ + β 2 ) − U 2 (27.b)
U 2 − C 2U U 2 − C 2U
Com a equação de Euler, pode-se comparar o ganho de energia real entre a saída e a entrada,
considerando as perdas que possam haver no corpo da bomba (entrada, saída e na voluta ou caracol6),
nos canais do rotor e a energia residual do corpo do rotor (na voluta). Sendo assim, reescreve-se a
equação de Euler como segue:
U 2C 2U V2
= H + hp CB + hp Rotor + Voluta (28)
g 2g
As perdas podem ser associadas, à velocidade relativa dentro do rotor (W) quando se tratar da
perda no rotor (hpRotor), e à velocidade absoluta na saída do rotor (C2) quando se tratar da perda no
corpo (hpCB), ou seja:
C 22
hp CB = K CB
2g
W22
hp Rotor = K Rotor
2g
Os valores das velocidades que podem ser descritos macroscopicamente são os valores da
velocidade radial do fluido (CR), função da vazão e da área de saída, e a velocidade tangencial (U),
função do raio e largura do rotor e da rotação. Por conseqüência, deve-se escrever C e W em função
desses valores. Utilizando as relações (26.b) e (27.b) e outras relações trigonométricas mais simples
(ver SPIEGEL, 1968) e sabendo que C 22 = C 22 R + C 22 U , tem-se da relação (27):
6
A voluta é o conduto que recolhe o fluido do rotor e o conduz à saída. Tem a forma de um caracol.
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[ ]
C 22 = C22R + [C2 R cot (σ + β 2 ) − U 2 ] = C22R 1 + cot (σ + β 2 ) + U 22 − 2C2 R cot (σ + β 2 )U 2
2 2
C 22 = U 22 − 2C 2 R cot (σ + β 2 )U 2 + C 22 R csc 2 (σ + β 2 )
hp CB = K CB
[ ]
U 22 + C 22 R cst 2 (σ + β 2 ) − 2 U 2 C 2 R cot (σ + β 2 )
(29)
2g
hp Rotor = K Rotor
[
C 22 R csc 2 (σ + β 2 ) ] (30)
2g
U 2 C 2 U U 22 − U 2 C 2 R cot (σ + β 2 )
= (31)
g 2g
e substituindo (29), (30) e (31) em (28), tem-se uma equação expressa em termos das velocidades U e
C2R e de K’s.
Os valores de C2R e U poderão ser expressos em função da geometria do rotor, da vazão total e
da rotação, ou seja:
2.π.R 2 .N Q
U2 = e C 2R = (33)
60 2.π.R 2 .b 2
A equação (32) pode ser reescrita agrupando-se os termos invariáveis com a rotação e a vazão,
como também os termos dependente dos ângulos, pois estes variam muito pouco com a rotação e
vazão, ou seja:
H = AN 2 − BNQ − CQ 2 (34)
onde: A = 4 π 2 R22 (2 − K CB ) / 7200 g
B = cot (σ + β 2 ) / 60gb 2 (1 − K CB )
7
Largura do rotor é dada, no caso de bombas de rotor fechado, pela distância entre os discos que fixam as palhetas e, no
caso de bombas de rotor aberto, pela a distância entre o disco que segura as palhetas e a parede oposta do corpo da
bomba.
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C = cos ecant 2 (σ + β 2 )(K CB + K Rotor ) / 8gπ 2 R 22 b 22
As equações aqui geradas não são válidas, na sua totalidade, para bombas axiais, uma vez que,
neste tipo de bomba, a sustentação causada pelas pás é preponderante. Desta feita não se terão curvas
que sigam, na sua totalidade, as curvas aqui previstas.
Para uma curva de estrangulação de bomba correspondente à uma de suas rotações nominais
(figura 31), retiram-se alguns pontos convenientemente escolhidos próximos ao ponto ótimo de
funcionamento e próximo da região em que a bomba irá operar (tabela 1).
40 .=3550RPM
H [m] 65%
75%
72% 76,5%
30 75%
72% 65%
20 0 20 40 60 80 Q[m³/h]
Figura 31. Curva de estrangulação e pontos com diversos rendimentos para a rotação de 3550RPM.
Além das curvas de estrangulação, pode-se transladar os pontos de mesmo grau de rendimento
das curvas fornecidas pelo fabricante para as outras curvas. Esta translação pode apresentar alguns
problemas, sendo conveniente diminuir a eficiência em pontos mais distantes da curva original.
Supondo que esta bomba esteja recalcando água para um reservatório situado a 9,32m de altura
em relação ao reservatório inferior, os quais se encontram ligados entre si por uma canalização simples
com 110mm de diâmetro interno, 0,1mm de rugosidade equivalente nas paredes, comprimento de
550m, temperatura da água de 15°C e coeficiente de perda de carga localizada KS=15,0, pode-se
estabelecer a curva da canalização.
Nessas condições a energia que a bomba deve fornecer ao sistema pode ser aproximada por uma
equação do tipo:
A tabela 3 mostra que mesmo diminuindo o rendimento da bomba com rotações menores ter-
se-á uma economia significativa de energia, pois com vazões maiores o conduto tem maior perda.
Tabela 3 Economia de energia para uma bomba funcionando com outras rotações que não a nominal.
Rotação Rendimento H Q Tempo Potência Potência Economia em
considerado [m] [m³/s] necessário para (kW) anual relação a
elevar 500m³ (kW.h) 3550RPM
2800 0,680 20,03 44,48 11,15 3,60 14700 26%
3200 0,720 25,38 55,31 9,04 5,28 17400 12%
3550 0,768 30,62 64,03 7,80 6,95 19800
3900 0,720 36,38 72,49 6,90 9,93 25000 -26%
4200 0,680 41,74 79,61 6,28 13,24 30400 -54%
O resultado pode parecer contraditório, pois, considerando que em outras rotações diferentes da
rotação de maior rendimento (3550RPM), as rotações com rendimentos piores (2800RPM e
3200RPM) economizam mais energia. Isto ocorre pois o rendimento menor é compensado por uma
perda de carga no conduto ainda menor.
O recalque direto para o consumo deve ser evitado, o dimensionamento desta exige vazão e
altura de recalque dimensionadas para o pico de consumo (vazão máxima). Além de numerosos
problemas técnicos e operacionais surgidos com esta solução esta vazão de dimensionamento só
ocorreria teoricamente um vez por dia (no dia de maior consumo no ano), trabalhando
superdimensionada no restante do tempo.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 33
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O primeiro cenário (gráfico superior à direita) regular-se a vazão pela média, de forma que o
volume demandado nas horas de maior consumo seria suprido através de um volume estocado durante
as horas de baixo consumo. Assim, o sistema de bombeamento deveria ter uma capacidade de
reservação para suprir maiores necessidades de consumo. Quanto à questão energética, esta solução
está entre boa e razoável, porém, a capacidade de reservação (representada pela maior área hachurada
da segunda figura) é grande, tornando, muitas vezes, anti-econômica esta solução.
Vazão
(m³/h)
QMédia
0 6 12 18 24 Tempo (h)
Q2
Q2 Q1 Q1
Q1 Q2
Q1
Vazão instantânea Vazão recalcada > Vazão consumida
Reservatório enchendo.
Vazão média diária
Vazão recalcada < Vazão consumida
Vazão recalcada Reservatório esvaziando.
Figura 33 Hidrograma diário de consumo de água com as vazões de recalque para manter o sistema
abastecido.
O terceiro e último cenário (gráfico inferior à direita) produziria uma reservação mínima e um
consumo de energia também mínimo, mas é limitado, muitas vezes, por problemas de acionamento
elétrico do motor da bomba (número de partidas por hora das bombas).
Tanto para o segundo como o terceiro cenário é necessário a medida do volume do reservatório
através da determinação do seu nível para regular a vazão. Quando o volume do reservatório está
aumentando e chegou a um limite pré-estabelecido deve-se diminuir a vazão da bomba e no sentido
inverso também. Este método pressupõe a existência de sensores de nível no reservatório e de um
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 34
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CLP8 para impor ao inversor de freqüência9 (=controlador ou conversor de freqüência) um novo nível
de rotação.
Para o recalque de água tratada, tanto o segundo como o terceiro cenário, são factíveis. No caso
de recalque de esgoto, deve-se optar por um menor armazenamento possível (terceiro cenário),
evitando assim que o esgoto fique muito tempo parado no poço de sucção, o que poderá causar
problemas higiênicos.
O conceito de semelhança entre objetos e pessoas é mais ou menos intuitivo. Sabe-se que
coisas ou seres são semelhantes quando guardam entre si uma identidade em comum que levam as
pessoas a associá-los entre si. No caso de máquinas ou estruturas hidráulicas, este conceito tem ligação
com um comportamento físico semelhante entre elas. Pode-se dizer que duas máquinas hidráulicas são
semelhantes quando apresentam proporcionalidade entre o seu funcionamento dinâmico. Para tanto,
sua geometria e seu comportamento cinemático também deverão respeitar esta proporcionalidade.
Não se substitui a palavra semelhança por mera proporcionalidade, pois o respeito de uma
relação de proporcionalidade geométrica não é uma condição suficiente e, principalmente, em alguns
casos (definição de rotação ou velocidade específico), não é uma condição necessária, para a existência
de máquinas hidráulicas semelhantes.
R1 R 2 B L
= = = = λG (36)
r1 r2 b l
8
A sigla CLP significa Controlador Lógico Programável. O CLP é um controlador que executa funções lógicas (e outras
mais) que podem ser definidas ou alteradas através de um programa. O CLP não executa somente funções lógicas, ele
pode executar funções como temporização, contagem, seqüência, controle, etc. que variam de CLP para CLP.
9
Os inversores de freqüência são dispositivos eletrônicos que convertem a tensão da rede, de amplitude e freqüência
constantes, em uma tensão de amplitude e freqüência variáveis. São usados em motores elétricos de indução trifásicos
para substituir sistemas de variação de rotação mecânicos ou hidráulicos. Normalmente, os inversores são montados em
painéis elétricos, sendo um dispositivo utilizado em larga escala na automação industrial. Também podem trabalhar em
interfaces com computadores e centrais de comando.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 35
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onde r e R são os raios dos rotores, b e B os diâmetros de saída l e L, as larguras dos rotores e λ G a
escala de redução geométrica.
L
B
b l
R1
R2 r1
r2
Bo mba B
Bo mba A
2π N
U 1 R 1Ω1 R 1 60
= = =
u1 r1 Ω 1 r1 2 π n
60
onde Ω e Ω são as velocidades angulares de cada rotor, dadas pelo produto entre 2 π /60 e o número
de rotações N e n expressos, respectivamente, em RPM.
q= a v = 2 π r1 lΨ1 v 2 (39) U2
V2
W2
onde Ψ e Φ são coeficientes de correção (0.95 a 0.90) e L é a largura da bomba em sua extremidade
de saída;
sabendo-se que tanto R1 /r1 como L/l são iguais à escala de redução geométrica ( λ G ), e que V2/v2 é
igual ao produto da escala geométrica pela relação de rotações, a escala de redução das vazões assume
a seguinte forma:
Q R1 L V2 Q
= ou λ Q = =λ3G λ 8 (40)
q r1 l v2 q
A carga hidráulica pode ser definida como sendo proporcional à taquicarga (V2/2g).
Considerando que a aceleração da gravidade é a mesma, tanto no modelo quanto no protótipo, a escala
de redução das cargas fica:
H V2
= 2 = λ2G λ2N (41)
h v
Pode causar estranheza a relação entre duas alturas não seguirem uma relação de escalas
puramente geométrica. Para dirimir este aparente paradoxo, a carga hidráulica aqui considerada não se
refere simplesmente a uma altura geométrica da instalação, mas sim à potência do fluido dividida pela
vazão em peso, ficando implícita uma semelhança dinâmica para um fluido específico não aparecendo
explicitamente o termo de massa. Basta lembrar que os termos da equação de Bernoulli expressam
energia por vazão em peso, logo a escala definida na equação 41 está correta.
A potência consumida por uma bomba é dada pela potência da corrente líquida dividida pelo
rendimento da bomba, ou seja:
ρ.g.Q.H
PCons =
η
P η'
= λ5G λ3N
p η
onde η' é o rendimento da bomba com n rotações e η o rendimento da bomba com N rotações.
Admitindo que os rendimentos das duas bombas sejam iguais, a relação (40) se restringe ao produto da
escala de vazões com a escala de cargas, ou seja:
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---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
P
= λ5G λ3N (42)
p
As equações (35, 38, 39 e 40) acima obtidas são chamadas de relações de semelhança entre
bombas centrífugas. Delas se conclui que as variações nas dimensões da bomba e na sua freqüência de
rotação, influem consideravelmente sobre o valor da vazão bombeada, da carga hidráulica fornecida
pela bomba e da potência por ela consumida.
Considerando que uma mesma bomba ( λ G = 1) seja operada com diferentes rotações de
funcionamento, nota-se uma alteração nas vazões, cargas e potências, variando segundo a escala de
rotações, relação entre as rotações N e n. A alteração destas grandezas pode ser calculada através das
expressões abaixo:
Q H P
= λN; = λ2N ; = λ3N
q h p
Em resumo:
Escala geométrica:
R1 R 2 B L
= = = = λG (43.a)
r1 r2 b l
Escalas cinemáticas:
V U W
v̂ = = = = λG λ N → escala de velocidades
v u ω
(43.b)
Q
q̂ = = λ3G λ N → escala de vazões
q
H
ĥ = = λ2G λ2N → escala de cargas
h
(43 c)
P
p̂ = = λ5G λ3N → escala de potências
p
Tanto as bombas como as turbinas podem ser agrupadas conforme um parâmetro que se
denomina Rotação ou Velocidade Específica. Esse parâmetro permite estudar o comportamento das
máquinas hidráulicas em grande grupos e a classificação das máquinas dinâmicas hidráulicas, como já
visto nos itens 3.1, 3.2 e 3.3.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 38
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A idéia de se definir um parâmetro universal que qualifique as máquinas hidráulicas, parte do
conceito de estabelecer semelhança entre uma máquina dita real e uma máquina dita teórica. Fixando-
se dois parâmetros da máquina teórica resta um terceiro que será determinado pela semelhança entre a
real e teórica. O número, adimensional ou não, da “máquina teórica” gerado por este procedimento,
dará um qualificativo único à máquina real, de tal forma que qualquer máquina que tenha este mesmo
número é semelhante entre si.
Exemplificando, fixando-se uma vazão e uma carga unitária para “máquina teórica”,
hidraulicamente semelhante à real, resulta na rotação que deveria ter a máquina teórica para que fosse
satisfeito o critério de semelhança entre estas duas máquinas (teórica e real). Esta rotação é nomeada
como Rotação ou Velocidade Específica e exclui a necessidade de se considerar uma semelhança
geométrica entre máquinas hidráulicas. Assim sendo, quaisquer máquinas que tenham uma mesma
Rotação ou Velocidade Específica são hidraulicamente semelhantes entre si.
Semelhantes.
As relações entre as vazões e as alturas de duas máquinas hidráulicas são dadas por:
Q 3 H 2 2
=λ G λ n e =λ G λ n (44)
q h
onde λ n = N/n; escala de rotações de cada uma das máquinas. Elevando a equação de semelhança de
vazões ao quadrado e a equação de semelhança entre as alturas ao cubo tem-se:
Q2 H3
2
=λ6G λ2n e 3
=λ6G λ6n
q h
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 39
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Isolando a escala geométrica nas duas expressões anteriores e igualando-as:
Q2 H3
=
q 2 λ2n h 3 λ6n
Notando que Q/q = q̂ (escala de vazões) e H/h = ĥ (escala de alturas), a expressão anterior toma
a seguinte forma:
q̂ 2 ĥ 3 q̂ 2 λ2n 1
= ou = 6 = 4 (45)
λn λn
2 6
ĥ λ n λ n
3
Adotando como referência uma bomba com vazão q=1m3/s e altura de recalque h=1m
(“máquina teórica”), as escalas ficam:
Q H
qˆ = e hˆ=
1m3 / s 1m
Q2 1
=
H 3 λ4n
extraindo a raiz quarta e isolando n, define-se a expressão para a rotação específica (ns), ou seja:
N Q
nS = 3
(46)
H 4
Assim, a rotação específica é a rotação que deveria ter uma bomba (ou turbina) fictícia, que
eleva uma vazão de 1m3/s à uma altura de 1m, para ser hidraulicamente semelhante a uma outra, com
vazão Q, altura de recalque (ou queda) H e rotações N (RPM).
Outra forma de descrever a rotação específica é obtida tomando-se como padrão (“máquina
teórica”) uma bomba (ou turbina) capaz de recalcar (ou turbinar) água numa altura de 1m consumindo
uma potência de 1HP. Neste caso tem-se que a vazão recalcada é de :
Donde q=0,0762m3/s.
Q Q H
q̂ = = ĥ =
As escalas, então ficam :
q 0,0762 m 3 s( ) 1(m )
3,623N Q
ns = (47)
H3 4
A rotação específica de uma turbina pode ser facilmente determinada conhecendo-se a vazão
turbinada e a altura de queda (H= ∆ z-hp). A magnitude da rotação específica determina o tipo de
turbina e a forma de seu rotor, permitindo seu pré-dimensionamento. A rotação específica dos
diferentes tipos de turbinas é apresentada na tabela 4.
Quanto mais baixa a rotação específica, maior é a gama de valores de carga hidráulica para a
qual a turbina é aplicável. Uma pré-escolha de turbinas, tendo por base a carga hidráulica (valores
absolutos), é mostrada na figura 38. Este diagrama deve ser considerado com algumas reservas, pois
quando se tem pequenas e médias usinas os limites das turbinas Pelton e Francis é estendido a valores
mais baixos.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 41
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
2000
1000 Pelton
Radial-Axial
(Francis)
Fluxo Misto
100
Axial
Altura
(m)
1
Reação Impulsão
Tipos de turbinas
No caso de aproveitamentos de grande porte, pode-se dizer, que turbinas de fluxo axial e
turbinas de fluxo axial com palhetas ajustáveis (Kaplan ) são usadas com baixas cargas (abaixo de
70m). Cargas variando entre 40 e 200m, permitem o uso de turbinas de fluxo misto. Turbinas de fluxo
radial-axial (Francis ) são usadas com cargas entre 40 e 700m e turbinas do tipo Pelton têm sua
aplicabilidade para cargas acima de 400 m. Portanto, as turbinas de reação cobrem cargas variando
entre 1 e 700m, enquanto que as de ação são aplicáveis a cargas acima de 400 m. Essa última
classificação é relativa à vazão turbinada, podendo-se, em pequenos aproveitamentos com alturas de
queda menores que 100 m e pequenas vazões, utilizar turbinas do tipo Pelton.
Da mesma forma como as turbinas são selecionadas, as bombas também podem ser
selecionadas em função da rotação específica ( ou velocidade específica real), conforme indica a
tabela 2, na qual são fornecidas ainda as relações entre os diâmetros de entrada e de saída da bomba.
H
H
η
η H
η
P P NPSH
P
NPSH NPSH
Q Q Q
A partir de curvas características conhecidas para uma bomba, pode-se determinar curvas
características para outras condições de funcionamento da bomba, desde que a rotação específica não
varie significativamente. Para a construção das novas curvas características, utiliza-se as relações de
semelhança anteriormente determinadas.
Sejam, na figura 40, as curvas características de uma bomba para uma certa rotação N1, sendo
apresentadas em linha sólida e referenciadas pelo sub-índice 1. Caso se deseje utilizar essa mesma
bomba com outra rotação N2, pode-se reconstituir suas novas curvas características (na figura, em linha
pontilhada e referenciada pelo sub-índice 2) aplicando as leis de semelhança como segue, considerando
a escala geométrica igual a um, uma vez que a bomba não foi modificada.
2
N
H 2 = H 1 2 ;
N1 η2 η1
N H1
Q 2 = Q1 2
H2
N1
N1 N2
3
N
e P2 = P1 2
N1 Q
Este tipo de procedimento resulta em condições análogas ao proposto no item 5.4, porém este
tipo de solução (por semelhança) não permite a obtenção de uma curva contínua como proposto no
item 5.4.
η=87% (INSTABILIDADE)
Figura 41. Situações de regimes estável e instável de funcionamento de uma bomba com alta rotação
específica.
Para uma correta instalação de recalque deve considerado os seguintes elementos fundamentais:
- O conduto que conduz a água até o orifício de aspiração da bomba, denomina-se conduto
de aspiração ou de sucção10
- A bomba.
Como elementos acessórios, que poderão ou não ocorrer numa instalação de recalque, tem-se:
- Órgãos diversos, tais como: registros de gaveta, válvula de retenção, válvula de pé, crivo,
curvas, estreitamento gradual excêntrico ou não, alargamentos , etc...
10
Os condutos de aspiração não são necessariamente obrigatórios; bombas submersas não os possuem.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 45
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‘
Conduto de recalque
Painel de
Registro comando com
inversor de
Alta
freqüência.
tensão.
Válvula de retenção
060
Redução Redução
excêntrica invertida.
Curva de Motor Transformador
raio longo ZBomba
Baixa
tensão.
ZI
Conduto de aspiração
ZI
Crivo ZBomba
As instalações afogadas são mais fáceis de operar, na medida em que não é necessário procura
manter cheio o conduto de aspiração no início do recalque, pois ele já está cheio, logo se deve, quando
possível, manter a segunda configuração para as instalações de recalque.
Para definir as alturas relevantes no cálculo de um sistema de recalque, lança-se mão de uma
série de definições, as quais são, normalmente, empregadas com alguma confusão na literatura que
trata de bombas. Para evitar uma ambigüidade na notação, sugere-se uma notação como apresentada na
figura 44.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 46
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8.1. Alturas geométricas
A relação entre as cargas estáticas é válida para qualquer caso, desde que a notação seja
respeitada:
onde zEA é a cota da linha de energia no fim do trecho de aspiração (depois que ocorre a perda de carga
na aspiração) e zER é a cota da linha de energia no início do trecho de recalque (antes de haver a perda
de carga no recalque).
De forma análoga à relação entre cargas estáticas, tem-se a seguinte relação entre as alturas
totais:
HR = H + HA ou H = HR - HA (49)
11
O reservatório superior, necessariamente, não precisa estar situado em cota acima do reservatório inferior. Seria mais
próprio chamar-se reservatório de jusante, porém, como a maior parte dos casos a cota das superfície da água do
reservatório de jusante está acima da cota da linha d’água do reservatório de montante, convencionou-se chamar dessa
forma.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 47
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ZER
ZPR
hpR ZS
Y h H
YR hR HR
ZI
hpA ZEA
YA ZPA
hA HA ZB
ZER
ZPR
hpR ZS
Y h H
YR hR HR
ZB
ZI YA
hA HA
hpA ZEA
ZPA Linha de Energia
Linha Piezométrica
Figura 44. Elementos de um conjunto elevatório (bomba afogada e bomba não afogada).
As alturas manométricas são definidas pela diferença entre as cotas das linhas piezométricas em
relação a cota do eixo da bomba. Assim:
onde zPA é a cota da linha piezométrica no fim do trecho de aspiração (depois deste perder toda a sua
energia) e zPR é a cota da linha piezométrica no início do trecho de recalque.
H=Y+hp (51)
HA=zEA-zB
zEA=zi -hpA
HA=zi-hpA-zB
HA=YA-hpA (52)
H=HR-HA
HR=zi+Y+hpR e HA=zi-hpA
H = Y + ∑ hp (53)
onde Y é o desnível geométrico entre os reservatórios, Σhp é o somatório de todas as perdas no sistema
(perdas de carga lineares e singulares no conduto de aspiração e perdas de carga lineares e singulares
no conduto de recalque).
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 49
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ZER
Linha de energia (LE)
Linha piezométrica (LP)
hpR ZS
Y H
HR
ZI
ZEA
hpA
HA ZB
Plano de referência
Figura 45. Desenvolvimento das linhas de energia e piezométrica numa instalação de recalque.
Ponto de
funcionamento
hp2
hp3 Curva característica
hp1
da canalização
Curva característica
Y H1 H2 da bomba
Q1 Q3 Q2 Q
Caso a vazão for menor que a do ponto de funcionamento, (vazão Q1) o sistema exigirá menos energia
que a energia disponibilizada pela bomba,Y+hp1<H1, logo a vazão tenderá a aumentar.
Caso a vazão for maior que a do ponto de funcionamento, (vazão Q2) o sistema exigirá mais energia
que a energia disponibilizada pela bomba,Y+hp1>H1, logo a vazão tenderá a diminuir.
Este processo só tem um ponto de equilíbrio possível12, para a vazão Q3, onde o sistema exigirá a
mesma energia do que a disponível pela bomba (Y+hp=H) satisfazendo a equação 53. Então, a vazão
Q3 estabelecerá um regime permanente no conjunto elevatório, tendo o ponto de funcionamento as
coordenadas (Q,H).
A potência útil da bomba é determinada por: PF = γ QH, sendo a potência consumida pela
bomba expressa, conforme equação já estabelecida, por:
PF γQH
PC = = (6.b)
ηB ηB
Para facilitar os cálculos, uma vez que a vazão que se estabelecerá num sistema de
bombeamento depende da curva da canalização, é possível determinar equações de interpolação das
perdas. No caso das perdas lineares, a equação que a define pode ser manipulada de forma a escrevê-la
em função apenas da vazão:
L V2 L Q2 16.L
hp linear = f . . = f. . = f. .Q 2 = f .Const1.Q 2
D 2g D 2g πD 2 4 2
( 2
2gπ D 5
)
onde o coeficiente de perda de carga ou é constante (escoamento turbulento rugoso) ou varia
diretamente com a vazão (escoamento turbulento liso ou na zona de transição). A variação da perda
linear com a vazão se ajusta bem a uma equação potencial do tipo:
Q2 16.ΣK S 2 8
hp singular = ΣK S . = .Q = 2 5 ΣK S .Q 2 = Const 2 .Q 2
(
2g πD 42
)2
2gπ D
2 5
gπ D
o que nos leva a escrever a equação potencial, onde só uma constante deve ser determinada (A), como:
12
No caso de bombas de alta rotação específica, se elas forem mal dimensionadas, poderá haver mais de um ponto de
funcionamento, porém isto deverá ser evitado.
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hpsingular = A.Q 2 (55)
A principal diferença entre as equações (54) e (55) está na origem dos coeficientes N e A,
enquanto para a equação (55) os valores dos coeficientes são exatos (N é constante e igual a 2) e A é
( )
dado diretamente por 8.ΣK S gπ2 D5 , na equação (54) os valores de A e N deverão ser obtidos por
regressão linear, a partir de pontos calculados. A expressão A.Q N é uma aproximação que será tão
melhor quanto mais próximos do ponto de funcionamento estiverem os pontos que deram origem aos
coeficientes A e N.
( )
ln hp linear 1 = ln (A ) + N. ln (Q1 ) ( )
ln hp linear 2 = ln (A ) + N. ln (Q 2 )
ln hp linear1
ln hp linear 2 ln hp linear1 − ln hp linear 2
N= e 2. ln A = (56)
ln Q1 N(ln Q1 − ln Q 2 )
ln Q 2
Um resultado correto deverá apresentar um expoente N variando entre 1,75 (turbulento liso) e
2,00 (turbulento rugoso), usualmente mais próximo de 1,90 (zona de transição).
LAROCK, JEPPSON & WATTERS (2000), sugerem que os valores das constantes sejam
determinados pelas seguintes expressões:
8.a.L
N = 2−b A= (57.a)
g.D 5 π 2
ln(f1 f 2 )
b= a = f 1Q b (57.b)
ln(Q 2 Q1 )
As equações (57) não são muito práticas, pois introduzem um cálculo a mais no processo de
determinação de N e A e se o f calculado não corresponder aos coeficientes de perda de carga próximos
ao ponto de funcionamento da bomba, os resultados tendem a distanciar-se do resultado real.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 52
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10. Valor mínimo da altura geométrica de aspiração em instalação de recalque
10.1. Introdução
No caso de ruptura de coluna no conduto, deve-se avaliar a pressão nos pontos mais altos da
rede, denominados usualmente como “colo alto”. Comparando-se o valor da pressão absoluta nestes
pontos com a pressão de vapor do fluido em bombeamento. Caso a pressão absoluta seja inferior, ou
mesmo próxima à pressão de vapor, deve-se alterar a configuração da linha.
* altitude do local;
13
Separação da colina líquida em duas partes distintas pela vaporização do fluido entre estas partes.
*
Net Positive Suction Head (carga líquida positiva de sucção)
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 53
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Os valores da pressão atmosférica (mm de mercúrio) e sua equivalência em metros de coluna de
água a 4°C, em função da altitude média z são apresentados na tabela 6. Nesta tabela, a coluna (A)
indica os valores da pressão atmosférica medidos, a coluna “Equação”, os valores calculados através
da equação (58) e a coluna (%), os respectivos desvios relativos determinados pela relação entre os
valores medidos e calculados.
Quando um líquido apresenta uma superfície livre, constantemente suas moléculas rompem a
interface líquido - gás (tensão superficial), liberando para o meio externo moléculas de vapor do
próprio líquido. Considerando que o espaço acima da superfície livre seja fechado, o acúmulo de
moléculas evaporadas causa um aumento gradual da pressão que o vapor exerce sobre a superfície
líquida. Ao atingir-se uma situação de equilíbrio entre as moléculas que abandonam o líquido e as
moléculas que a ele retornam, diz-se que o vapor está saturado. A pressão parcial provocada pelas
moléculas de vapor que se chocam com a superfície do líquido denomina-se tensão de vapor saturado.
A tensão de vapor saturado depende da natureza do líquido e aumenta com sua temperatura.
Uma expressão empírica (equação 59) permite o cálculo da tensão de vapor saturado para a água, no
intervalo de temperatura variando entre 4°C e 50°C, com erro relativo inferior a 4%.
[
p v = γ 5.834 x10 −2 +5.867 x10 −3 θ + 2.372 x10 −5 θ 2 + 6.591x10 −6 θ3 ] (59)
onde pV é a tensão de vapor em Pascal (N/m2); γ é o peso específico da água em N/m3 a 4°C e θ é a
temperatura da água em °C.
A tensão de vapor da água é normalmente expressa, em coluna de líquido, sendo dada pela
relação entre a tensão de vapor e o peso específico da água:
pv
hv = (60)
γ
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 54
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A tensão de vapor da água a 4°C ( ρ = 1000 kg/m3), em metros de coluna de água, é dada na
tabela 4, na coluna (A). Note-se que a 100°C, a tensão de vapor saturado iguala a pressão atmosférica
ao nível do mar. Entre 0°C e 100°C apresentam-se também os valores calculados pela expressão (59),
bem como os erros relativos (R) cometidos com sua utilização.
A descrição exata do fenômeno de implosão das bolhas pode ser vista em KRANENBURG
(1973) ou BATCHELOR (1970) onde, através de uma análise dinâmica, chega-se à determinação de
valores da sobrepressão causada pela implosão das bolhas. Em primeira aproximação, para a
compreensão do fenômeno, pode-se lançar mão de uma análise simplificada do fenômeno,
considerando que a dinâmica do processo da implosão de uma bolha possa ser expressa como sendo
uma sucessão de estágios estáticos. Nesse tipo de abordagem, parte-se da equação de Laplace para a
tensão superficial:
1 1
∆p = p i − p e = σ − (61)
R
1 R 2
2σ
∆p = p i − p e = (62)
R
Como a pressão externa é um dado do problema, pois o escoamento principal fornecerá o valor
dessa pressão, ter-se-á um ou mais valores de raios possíveis para a bolha. Caso não haja gás
dissolvido, o raio da bolha fica expresso por :
2σ
p v − pe = (64)
R
A análise da expressão 64 nos indica que haverá igualdade entre a pressão externa (pe) e a
pressão de vapor (pv) só ocorre quando o raio de curvatura for infinito (superfície plana). Por outro
lado quando o raio de curvatura tende a zero, a diferença de pressões tende a infinito. Desta última
observação vê-se que é inviável a criação de bolhas de bolhas de vapor para fluidos puros, portanto
para a criação de bolhas de vapor é necessária a existência de bolhas de gases ou sujidades no fluido
denominando-se estes de núcleos de condensação14.
Volume de vapor
acrescido ao núcleo
Núcleo
Da prática, sabe-se que os diâmetros de bolhas de gás dissolvido variam desde 0,4x10-6m, em
água parada, até 1x10-6m, em condições de laboratório. Conhecendo-se a tensão superficial, para esses
diâmetros, pode-se calcular a diferença entre as pressões interna e externa, a qual varia entre
1,46 kN/m2 e 36,5 kN/m2.
Supondo que o gás dissolvido nos núcleos de condensação se comportem como um gás ideal,
segundo as leis dos gases têm-se:
p gV b = N b K T
onde pg é a pressão parcial (absoluta) do gás ; Vb é o volume da bolha (Vb = 4/3 π R3 ); Nb é o número
de móis de gás na bolha; K é a constante universal dos gases; T é a temperatura absoluta. Caso o gás
sofra uma transformação isotérmica, a pressão será dada por uma constante.
p g i R 3i
pg = (65)
R3
14
Micro-bolhas de gás, sujidades e pequenas reentrâncias ou saliências junto aos contornos sólidos com bolhas de gás
aderidas a elas.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 56
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Substituindo a pressão do gás da equação 65 na pressão da equação 64 têm-se:
C 2σ
pe = pv + −
R3 R (66)
onde C = p g i R i ( p g i = p ei + ∆ p i )
3
A equação 66, para uma pressão de vapor constante, é representada pela figura 48.
pe
R m R crítico σ=0
pv
Rn R
Valor
mín imo .
Figura 48. Variação do raio de curvatura de uma bolha de gás e vapor dissolvido num líquido em
função da pressão externa.
Analisando-se, tanto a figura 48 quanto a equação 66, quando se parte no ramo esquerdo da
curva inferior (raio inicial de bolha Rm) e se diminuiu a pressão externa, enquanto a bolha não atingir
um valor crítico (RCrítico) esta terá a tendência de retornar ao valor inicial, no momento que haja um
aumento da pressão externa. Caso o raio crítico for atingido, mesmo não havendo diminuição da
pressão, haverá uma tendência do raio da bolha de gás aumentar infinitamente. Neste ramo da curva a
bolha apresenta um comportamento instável.
b) para que surja o efeito da cavitação, são necessárias pressões maiores do que a pressão de
vapor do líquido;
É importante notar que os núcleos de condensação poderão ter por origem tanto bolhas de gás
emulsionado no fluido, como rugosidades nas paredes que contenham gás ou vapor junto às cavidades.
Portanto, materiais de superfícies irregulares têm tendência a provocar cavitações maiores do que os
materiais lisos.
Deve-se também notar que o gás dissolvido no fluido muitas vezes apresenta um efeito
benéfico em termos de evitar a cavitação, pois à medida que ele é aglutinado, as bolhas de vapor
formam uma espécie de amortecedor que evita a implosão violenta da bolha de vapor.
P e1 P crit P e2 P e3
R3
R1 R crit1 R2
Zona 1
P e1 P e3
P e3
R1 P e3
p CRIT R2 R3
R crit
Nas turbinas de reação, a cavitação pode aparecer na saída do rotor, enquanto que nas bombas
roto-dinâmicas, ela pode ocorrer na entrada do mesmo. Além da erosão que causa nas pás do rotor e no
colapso da própria bomba centrífuga, a cavitação, persistindo por algum tempo, apresenta outros
inconvenientes, a saber:
A cavitação começa a ocorrer em um ponto qualquer (B) no interior de uma bomba centrífuga
quando a pressão absoluta do líquido nesse ponto ( p B ) iguala a tensão de vapor saturado (tv). Nessas
condições, haverá uma pressão determinada no orifício de aspiração da bomba ( pA ). Sempre que a
pressão no orifício de aspiração for maior que o valor da pressão p B , a pressão no ponto B será maior
do que a tensão de vapor ( p B > t V ) e não haverá cavitação na bomba.
p atm
NPSH D = H A + − hv (67)
γ
sendo que a soma H A + p atm γ é a carga absoluta na aspiração, já que HA é a altura total de aspiração e
definida como: HA= ZEA - ZB . Sabendo que a cota da linha de energia na aspiração (zEA) é a diferença
entre a cota do reservatório inferior (zi) e a perda de carga na aspiração (hpA) e que o desnível
geométrico de aspiração (YA) é a diferença entre a cota do reservatório inferior (zi) e a cota do eixo da
bomba (zB), podemos escrever que:
p atm
NPSH D = YA − hp A + − hv (68)
γ
A condição para que não haja cavitação é que o NPSH disponível na canalização seja igual ou
maior do que o NPSH requerido pela bomba :
NPSH D ≥ NPSH R (69)
p atm
YA + − h v − hp A ≥ NPSH R (70)
γ
Da expressão anterior, deduz-se que existe um valor máximo da altura geométrica de aspiração
para que não ocorra cavitação. Este valor é função de uma característica da bomba (NPSHR), da
temperatura e da natureza do líquido, da altitude média da localidade e dos condutos e singularidades
do trecho de sucção da instalação, os quais condicionam a perda de carga na aspiração, ou seja:
p atm
YA ≥ NPSH R + h v + hp A − (71)
γ
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---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Partindo da expressão do NPSH disponível na canalização (equação 71), explicitando alguns de
seus termos e analisando-os em conjunto com a representação gráfica feita na figura 52, chega-se às
seguintes conclusões :
d) quanto maior for a temperatura do líquido, tanto maior será a tensão de vapor e, portanto,
tanto menor será o NPSHD;
e) quanto maior for a altitude média da localidade onde se situa a instalação de recalque,
menor será o valor da pressão atmosférica e, em conseqüência, o NPSHD.
p atm
NPSH D = H A + − hv hp1 Plano de carga absoluta
γ Linha de
Energia hv NPSHD
p (carga absoluta na
NPSH D = z EA − z B + atm − h v Patm
γ
Absoluta aspiração acima da
γ tensão de vapor)
Carga absoluta
na aspiração
p
NPSH D = z i − hp A − z B + atm − h v
γ
p
z i + atm = z B + NPSH D + h v + hp A
γ
ZA ZB
‘
Plano de Referência
Conforme o número de bombas e de condutos (em série ou paralelo) que constituem o sistema
de recalque, obtém-se uma curva do sistema de condutos, a qual deverá interceptar a curva de
estrangulação da bomba (ou do conjunto de bombas), para que seja determinado seu ponto de
funcionamento. A seguir são detalhadas algumas configurações de recalque.
Y1 H
Y2 H
ZI ZI
hpA
A tabela 8 mostra o cálculo da estação de recalque, que bombeia água a temperatura de 20°C
de um reservatório a outro, representada na figura 54. Duas situações de altura geométrica de recalque
são testadas YTotal1=43,00m e YTotal12=51,00m. O conduto de aspiração é de ferro fundido (e=0,5mm) e
o de recalque de aço revestido internamente com tinta epóxi (ε=0,06mm). Os demais dados do sistema
estão apresentados na tabela 8 ou figura 55. A curva de estrangulação da bomba permite uma vazão
máxima de 120m³/h (figura 55).
ΦAspiração=150mm.
LAspiração=15m. Φ Recalque=125mm.
43,00m εAspiração=0,5mm. LRecalque=150m.
ou KS=10 εRecalque=0,06mm.
51,00m KS=15
Tabela 8. Exemplo de cálculo de uma instalação simples com duas alturas de recalque.
Diâmetro (mm) Comprimento (m) Rugosidade (mm) ΣKS (adimensional) Área (m2) K/(36002*2gA2)
Tabela 9. Curvas da canalização de uma instalação simples com duas alturas de recalque
Q[m3/h] 20 40 60 80 100 120
H1
43,49 44,87 47,12 50,22 54,19 59,01
H2
55,49 56,87 59,12 62,22 66,19 71,01
Conforme a figura 55, para as duas alturas geométricas consideradas, as curvas da canalização,
correspondentes aos dois desníveis entre reservatórios, resultam em curvas paralelas, que cruzam a
curva de estrangulação da bomba em diferentes pontos, ou seja, (Hm1=57,8m; Q1=111,5m3/s) e
(Hm2=67,5m; Q2=89,5m3/s).
H [m]
Situação 2
75
Situação 1
50
Curva da Bomba
Figura 55. Curvas do sistema de recalque simples para duas alturas geométricas (YA=55,00m e
YB=43,00m).
Caso a posição relativa dos reservatórios sejam diferentes, a curva do sistema simplesmente
será transladada para cima ou para baixo, conforme mostra a figura 56. Na situação A, o desnível
geométrico Y é positivo, na situação B, nulo e na situação C negativo.
Conforme a figura 56, os três tipos de posição relativa dos reservatórios resultam, cada um
deles, em um diferente ponto de funcionamento da bomba. Supondo que os diâmetros, rugosidades,
comprimentos e singularidades dos condutos de recalque e aspiração sejam iguais e que a bomba seja a
mesma, a vazão será crescente do sistema (A) ao (C). Isto se deve ao deslocamento relativo do ponto
de intersecção da curva de perda de carga com a curva da bomba.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 63
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Destaca-se que, à medida que a curva do sistema se desloca mais para a direita, poderá haver
problemas no funcionamento da bomba, pois ela poderá passar abaixo da curva da bomba.
H ZS
Y
ZI
(A)
H Q
ZI ZS
(B)
Y=0
H Q
ZI
ZS
Y
(C)
Y Q
Figura 56. Influência da posição relativa dos reservatórios no ponto de funcionamento da bomba.
Outra situação tolerada para o emprego de bombas em série é quando com bombas de um rotor
não se atinge a pressão necessária. Com bombas de um só rotor o aumento da pressão é proporcional à
relação entre os diâmetros de saída e de entrada e a rotação. Para aumentar a pressão acima de
determinados valores seria necessário um grande aumento do diâmetro externo e/ou um aumento na
rotação, podendo-se ultrapassar os limites de esforços mecânicos toleráveis usuais em máquinas
hidráulicas. Isto limita a utilização de máquinas hidráulicas com rotor único. Para superar este
problema pode-se empregar bombas em série ou o mais aconselhado é utilizar bombas de múltiplos
estágios, o que é análogo ao uso de duas ou mais bombas em série.
A figura 57 representa dois esquemas de bombas em série e uma bomba de dois estágios. No
primeiro esquema, distribuição em percurso, uma segunda bomba está conectada num ponto
intermediário do conduto de recalque. Esta solução tem como desvantagem o fato da segunda bomba
estar mais sujeita à cavitação do que a primeira bomba, pois a primeira poderá apresentar problemas e
não fornecer a pressão mínima para que a segunda não cavite .
15
Quando ao longo de um conduto de recalque retira-se parte da vazão para consumo, denomina-se distribuição em
percurso.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 64
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
hp3
Y HB
hp 2 HB2 hp 3
HB1
Y
hp 2
hp1 HB1
hp 3 hp1
hp1
O segundo esquema também pode ser considerado como uma solução não aconselhada,
devendo ser substituído pelo sistema de bomba de múltiplo estágio16, mesmo assim excepcionalmente
pode-se adotá-lo, pois este esquema é um pouco mais conveniente que o anterior, pois os dois motores
das bombas podem trabalhar sobre a mesma alimentação elétrica de tal forma que no momento que um
pára o outro também irá parar, evitando problemas de cavitação.
16
Bombas com sucessão de rotores acionadas pelo mesmo eixo, cada rotor funciona como uma bomba individual e a soma
da ação dos mesmos como bombas em paralelo.
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H (m)
65
60
55
Curva de estrangulação
50
45 Uma bomba
40
Duas bombas em série
35
25
Zonas de instabilidade
20
15
Q (m³/h)
10
0 100 200 300 400 500 600 700 800
O desempenho resultante da superposição das curvas das bombas em série pode se resumir
como segue:
H Sistema
HB =
n º de bombas (72)
QB = QSistema
Quando se colocam bombas funcionando em paralelo, divide-se a vazão entre as bombas. Este
tipo de disposição de bombas é muito comum em sistemas de grande e médio porte. Suas vantagens
em relação a um sistema com uma só bomba ativa (com uma de reserva) são inúmeras, podendo-se
destacar as seguintes:
i) Como a demanda geralmente não é constante ao longo do tempo, nos momentos em que
ela for menor do que a vazão de dimensionamento, poder-se-á utilizar uma parte do
sistema de recalque sem a necessidade de equipamentos especiais.
ii) Em muitos sistemas de recalque se supõe uma vazão crescente com o tempo,
dimensionando-se o conjunto total das bombas para a vazão máxima que deverá ocorrer
no fim do horizonte de cálculo. Logo no início do funcionamento quando a vazão
necessária será menor, coloca-se em marcha um número menor de bombas que o previsto
para o fim do período (os trinta anos).
iii) Uma bomba de reserva sempre é necessária para a garantia do sistema, caso se trabalhar
com duas ou mais bombas e paralelo a potência da bomba reserva será inferior do que a
bomba reserva de um sistema com uma bomba para recalcar toda a vazão.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 66
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iv) Ao se adquirir bombas de menor vazão em maior número do que uma só bomba de
grandes dimensões, pode-se cair numa bomba que é encontrada no mercado, sem a
necessidade de fabricação de bombas especiais. Na aquisição de bombas, muitas vezes o
princípio de se obter economia de escala ao empregar equipamentos maiores, não se
aplica, isto ocorre pois, à medida que bombas de menor porte são equipamentos
fabricados em larga escala, as de maior porte são fabricadas sob encomenda (a variação
do preço não é linear com a vazão). Além disto, para bombas de menor porte, encontram-
se com mais facilidade peças de reposição.
Barrilete
Registro
(com pequena perda localizada)
Válvula de retenção
Redução
Bomba
Qualquer sistema de recalque deve ter uma bomba de reserva e, no caso de sistemas em
paralelo, a bomba que fica em reserva não deverá ser sempre a mesma, sendo conveniente alterar a
bomba que cumpre esta função evitando que, no momento em que se uma das bombas estrague a
reserva não esteja parada há muito tempo e danificada.
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H (m)
Curva para uma bomba
α I
α II
αIII
10
0
20 40 60 80 100 Q (m³/h)
85,5
86,0
26,15
25 85,5
83,0
21,70 80,5
20 265
258
78,0
15 250
238
73,0 230
220 Q (m³/h)
10
0 100 200 300 400 500 600 700 800
200,0 526,5 650,0
A soma das vazões das bombas pode ser feita de forma aritmética, conforme tabela 10, ou
gráfica, conforme figura 62.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 68
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Tabela 10 Cálculo de bombas em paralelo.
Vazão (m³/h)
H(m) para o número de bombas
1 2 3
32,43 200,0 400,0 600,0
26,15 526,5 1053,0 1579,5
21,70 650,0 1300,0 1950,0
35
17750RPM
H (m)
30
25
20
15
Q (m³/h)
10
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100
Além dos cálculos aritmético e gráfico, é possível a determinação analítica da curva resultante
de uma associação de bombas em paralelo, empregando-se as equações da curva de estrangulação das
bombas. Como as curvas de estrangulação das bombas são bem representadas por uma equação do tipo
H = AN 2 − BNQ − CQ 2 (equação 34), basta alterar os coeficientes − BN e C , por múltiplos conforme
o número de bombas, dividindo − BN pelo número de bombas e C por este número ao quadrado,
obtendo-se, desta forma, as curvas de estrangulação do sistema de bombas em paralelo.
A tabela 10 mostra os valores de (H;Q) retirados curva de estrangulação de uma bomba (figura
61) e os valores das vazões para diferentes números de bombas em paralelo. A partir dos pontos da
curva de estrangulação de uma só bomba centrífuga (rotor de 265mm), multiplicam-se as vazões pelo
número de bombas obtém-se os pontos para as bombas em paralelo.
Na figura 62, resolveu-se, através do método gráfico anteriormente descrito, as curvas das
bombas em paralelo. Extraiu-se desse gráfico os pontos destas curvas e determina-se as equações de
cada curva, como se vê na tabela 11.
Nesta última tabela, vê-se que os coeficientes correspondem às relações acima descritas. Por
exemplo, -BN que é -28,387 passa para duas e três bombas para 14,193 e 9,4623, respectivamente.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 69
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A figura 63 representa os pontos obtidos pela multiplicação da vazão pelo número de bombas e
os gráficos obtidos pelas curvas modificadas, conforme a sistemática descrita. A concordância, como
era de se esperar é perfeita.
35
30
25
Uma Bomba (pontos lidos)
Duas Bombas (pontos lidos)
Altura (m )
20
Tres Bombas (pontos lidos)
Uma Bomba (Equação)
15
Duas Bombas (Equação)
Tres Bombas (Equação)
10
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
Vazão (m³/s)
O desempenho resultante da superposição das curvas das bombas em paralelo se pode resumir
como segue:
H B = H Sistema
QSistema (73)
QB =
n º de bombas
30
50%
65%
75% A
25 78% 75%
75%
20 65% 50%
B
50%
15
C
10 Q (m³/h)
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
ii) Baixar a rotação do sistema, “criando” uma nova bomba de rotação menor e curva de
estrangulação mais baixa (menores alturas de recalque para mesma vazão).
Quando se compõe bombas, em série ou em paralelo, é conveniente que estas possuam curvas
idênticas. Entretanto, em condições especiais, admite-se a utilização de bombas com curvas diferentes.
A associação de bombas com diferentes curvas de estrangulação e seus problemas de operação serão
detalhados a seguir:
Para que bombas diferentes montadas em série tenham um bom funcionamento, as vazões
máximas de funcionamento de cada bomba deverão possuir o mesmo valor, conforme se verá a seguir,
caso isto não ocorra, o funcionamento das duas bombas poderá se tornar instável ou não efetivo.
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H
Primeira região. Bomba A.
Bomba B.
P1
Bomba A+B (região efetiva de funcionamento).
Segunda região.
Bomba A+B (região de instável).
Terceira região
A figura 65 mostra a associação de duas bombas com diferentes curvas: a Bomba A, de menor
capacidade de vazão, e a Bomba B. Para essa associação geram-se três regiões distintas de
funcionamento: uma primeira, em que as curvas das bombas simplesmente sobrepõem-se aumentando
a pressão do escoamento, uma segunda região em que há possibilidades de surgimento de
instabilidades e uma terceira, em que a Bomba A não tem atuação sobre o fluxo, diminuindo a
capacidade de bombeamento da Bomba B, na medida em que a Bomba A atua como um dissipador de
energia. Em resumo, dos pontos de provável funcionamento, pontos P1, P2 e P3 da figura, somente o
ponto P1 é um ponto de funcionamento aceito. Nos outros, o rendimento seria menor do que o de uma
bomba funcionando sozinha (P3) ou apresentam um comportamento instável (P2).
H
Bomba A.
Bomba B.
P1
Bomba A+B
Curva da canalização.
P2
Figura 66. Associação em série de bombas com curvas com mesma vazão máxima.
A conseqüência das últimas conclusões obtidas da figura 65, é que bombas operando em série
com diferentes vazões máximas de funcionamento tem fortes chances de instabilização. Já se as
bombas possuírem mesma vazão máxima, figura 66, independente das alturas manométricas de cada
uma, não haverá problema.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 72
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11.4.2. Bombas diferentes em paralelo.
Análogo ao item anterior, as bombas em paralelo também apresentarão problemas quando não
possuírem a mesma curva de estrangulação. A figura 67 ilustra o caso de duas bombas com curvas de
estrangulação diferentes associadas em paralelo.
Bomba A.
H
P2
Bomba B.
P1
Bomba A+B
Curva da canalização.
O ponto P1, indicado na figura 67, é um ponto de funcionamento viável para instalação, pois ele
aproveita a energia das duas bombas. No ponto P2 a única bomba que trabalhará efetivamente será a
Bomba A, ficando a bomba B bloqueada como se estivesse na presença de um registro fechado. Em
sistemas de bombeamento sem válvulas de retenção, caso existirem situações como a do ponto P2,
haverá refluxo de água pela bomba de menor altura manométrica, esta situação causará um aumento no
consumo de energia sem gerar trabalho.
Da mesma forma que nas bombas em série, pode-se associar, em paralelo, bombas com curvas
de estrangulação diferentes, desde que as suas pressões máximas para Q=0 (pressão de “shut-off”)
sejam iguais, conforme se vê na figura 68.
Bomba A.
H
P2
Bomba B.
P1
Bomba A+B
Curva da canalização.
Figura 68. Bombas em paralelo com curvas diferentes e mesma pressão de “shut off”.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 73
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12. Roteiro sucinto para escolha de uma bomba.
A escolha de uma bomba, geralmente, não é um problema dado como fechado, no qual a altura
manométrica e a vazão são conhecidas a priori. Os dados de entrada de um problema desse tipo são
usualmente dados bem genéricos para início de cálculo. A seguir será apresentado um roteiro de
escolha de bombas, seguindo a prática usual quando se trata de bombas para abastecimento público.
Em situações industriais, tem-se procedimento análogo ao resumo a seguir descrito.
Os dados de entrada são geralmente fornecidos pelo contratante que, necessariamente, não
precisa se preocupar com o problema hidráulico. Os dados de entrada são a descrição do tipo de
recalque, as demandas hídricas e uma planta de situação e localização mostrando os prováveis pontos
de captação e o ponto final do recalque. Pode-se detalhar estes itens como segue:
i) Natureza do fluido (tipo de fluido recalcado - água bruta, esgoto, etc.): em função do
fluido recalcado deve-se escolher a família de bombas a ser empregada (bombas de
rotor aberto, bombas com revestimento interno especial, etc,). Conforme a natureza do
fluido também deve-se escolher os equipamentos de proteção ao golpe, por exemplo,
sistemas de recalque de esgoto não poderão utilizar tanques fechados para proteção ao
golpe, evitando assim a acumulação de gases que possam explodir.
ii) Demanda (volume por dia a ser recalcado) ou a vazão: o período de tempo de
funcionamento do recalque não é necessariamente o mesmo período tempo do consumo,
um volume consumido num dia poderá ser recalcado em poucas horas conforme a
reservação do sistema e as hipóteses de regimes de funcionamento (ver item 12.2
subitem ii). Em instalações industriais ou instalações de combate a incêndio, a vazão é
dada diretamente.
iii) Topografia da região, com o ponto final do recalque e a região ou o ponto de captação
(o desnível é retirado das cotas do início e fim do recalque).
Com os dados fornecidos, deverão ser estabelecidas hipóteses de cálculo, as quais serão obtidas
a partir da experiência do projetista, de normas gerais (ISO, DIN, ABNT) e normas dos contratantes
(empresas de saneamento, por exemplo).
Área A.
60 70
60
80
Área B.
85
60
70
70 Reservatório
Cota 87m
50
60
60 50 0m 100m 200m
35 40
35
Área C.
A escolha das áreas de captação será função não só da relação distância-altura de recalque, mas
fatores econômicos como custos de desapropriação, a facilidade de acesso, a segurança das instalações,
a existência de rede elétrica próxima e uma infinidade de outros detalhes deverão ser levados em conta.
O estudo deste tipo de problema é apresentado em livros de sistema de recalque ou sistemas de
captação e distribuição de água.
Em função da topografia do recalque, das perdas ao longo dos condutos e das pressões em
regime transiente, escolhe-se o tipo de conduto (PEAD, FºFº, etc,) e classe de pressão (espessura da
parede). Para a determinação da espessura da parede, deve-se levar em conta tanto as solicitações em
regime permanente (solicitação de longa duração) como as solicitações em regime transiente17
(solicitações de curta duração). Conforme o material do conduto a resistência varia muito com o tipo
de solicitação, principalmente nos condutos plásticos. Também os coeficientes de segurança em
relação a tensão de ruptura das paredes do conduto variará conforme o tipo de solicitação.
Por exemplo um conduto de ferro fundido classe PN10 (200mm a 2000mm) tem sua pressão de
teste de 1,7MPa, enquanto que a pressão admissível em regime permanente é de 1,0MPa. Por outro
lado, a pressão admissível em regime transiente pode atingir 1,2MPa, ou seja, 20% superior a pressão
em regime permanente.
Muitos sistemas de recalque são planejados para um horizonte de funcionamento de vários anos
onde a demanda de vazão é crescente com o tempo, portanto, a maior vazão é geralmente no fim do
período de planejamento, a qual é adotada para o dimensionamento das obras de maior vulto (casa de
bomba, subestação de energia elétrica, etc..). Com ela, se prevê o número de bombas que, em paralelo,
satisfarão a demanda final. Para diminuir o investimento inicial, pode-se instalar parcialmente as
bombas. Deve-se evitar, neste último caso, velocidades muito baixas nos condutos para impedir a
sedimentação de materiais em suspensão. Este cuidado deverá ser tomado tanto no caso do
bombeamento de esgoto como no caso de bombeamento de água bruta com teores de sedimentos
razoáveis. Para não se cair neste problema pode-se também desdobrar a linha em dois condutos em
paralelo, dimensionando-se no início do funcionamento do sistema um número menor de bombas para
um só conduto.
vi) Número de bombas e disposição das mesmas (bomba única, bombas em paralelo e
eventualmente bombas em série).
O número de bombas será função da demanda (item 12.1 sub-item ii) e do tempo de
funcionamento do recalque (item 12.2, sub-item ii).
ii) Pré-traçado da linha de recalque com cadastro de interferências com levantamento das
singularidades.
17
Vide bibliografia específica sobre o assunto WYLIE & STREETER (1978) ou FOX (1977.b).
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 76
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Para o pré-dimensionamento dos condutos de recalque, pode-se lançar mão da fórmula de
Bresse que, em função da vazão e do número de horas de funcionamento da bomba por dia, nos dá uma
primeira estimativa de diâmetro, ou seja:
D = 0,5873 * N 0, 25 Q B (74)
onde: D = diâmetro em metros,
N = número de horas de funcionamento por dia e
QB = vazão em m3/s.
iii) Caso houver necessidade de bombas em série ou paralelo, calcular a altura de recalque
(bomba em série) ou a vazão (bomba em paralelo) por bomba.
H Sistema
HB =
n º de bombas Bombas em série (72)
Q B = Q Sistema
H B = H Sistema
Q Sistema Bombas em paralelo (73)
QB =
n º de bombas
iv) Determinar o ponto de funcionamento, obter o NPSH requerido pela bomba e calcular a
potência de cada bomba.
Na aquisição de uma bomba de grande porte, convêm que sejam observados os seguintes itens:
b) adquirir mais de um rotor para a mesma bomba, deixando-os de reserva para quando
as condições de trabalho forem alteradas, pois a simples troca de rotores evita maiores
custos;
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 77
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c) quando bombear fluidos com sólidos, observar as especificações da bomba quanto ao
diâmetro máximo de sólidos admissíveis para o modelo selecionado. Nunca utilizar
bombas que admitam sólidos com diâmetro menor que 15 mm; o mais indicado é que
elas aceitem sólidos de até 20 mm ou mais;
Quanto ao funcionamento da instalação, deve-se sempre que possível não suprir a necessidade
hídrica com apenas uma bomba. O uso de várias bombas propicia mais segurança e economia, além de
permitir a manutenção do sistema sem parar por completo o recalque.
FOX, J. A.. 1977.b. Hydraulic Analysis of Unsteady Flow in Pipe Networks. London, The
MacMillan Press. 216p.
HICKS, Tyler G. & EDWARDS, T.W.. 1971. Pump Application Engineering. New York,
McGraw-Hill. 435p
JARDIM, Sérgio Brião. 1992. Sistemas de Bombeamento. Porto Alegre, Sagra-DC Luzzatto.
163p.
KSB 1975. Centrifugal Pumps Lexicon. Klein, Schanzin & Becker Aktiengesellscholf,
Frankenthal. 345p.
18
Escorva: enchimento do conduto de aspiração antes do funcionamento da bomba.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 78
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
KRANENBURG, C. 1973. Transient cavitation in pipelines. Delft, University of Technology.
164p. Tese(Doct.)
KRIVCHENKO, G.I.. 1986. Hydraulic machines – turbines and pumps. Moscou, Mir. 327p.
LAROCK, Bruce E., JEPPSON, Roland W. & WATTERS, Gary Z.. 2000. Hydraulics of
Pipeline Systems. Boca Raton. CRC Press. 537p.
MATTOS, Edson Ezequiel de & FALCO, Reinaldo de. 1988. Bombas Industriais. 2ª Ed.
Rio de Janeiro. Interciência. 474p.
SPIEGEL, Murray R.. 1968. Mathematical Handbook. New York, McGraw-Hill. 271p.
TURTON, R. K.. 1994. Rotodynamic Pump Design. Cambridge. Cambridge University Press.
197p
WISLICENUS, George F.. 1965. Fluid Mechanics of Turbomachinery. New York, Dover.
2nd Ed 744p
WYLIE, E. Benjamin & STREETER, Victor L.. 1978. Fluid Transients. New York,
McGraw-Hill. 384p
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Índice por assunto.
carga, 47
da bomba, 19
A de velocidade, 27
agulha hidráulica, 5, 6, 8
de uma turbina Pelton, 9 piezométrica, 27
altura variação da carga piezométrica, 28
geométrica, 47 variação da de velocidade, 28
manométrica, 48 cavitação, 53, 55
total, 19, 47 locais de ocorrência da, 59
ângulo circulação, 23
de ataque, 28 classe de pressão, 76
de retardo do fluxo, 29 CLP
de saída da pá, 24, 25, 27, 28 Controlador Lógico Programável, 34
associação em paralelo colo alto, 53
de bombas diferentes, 72 conduto
de bombas iguais, 66 de aspiração, 45
associação em série de compressão, 45
de bombas diferentes, 72 de recalque, 45
de bombas iguais, 64 de sucção, 45
conversor de freqüência, 34
corpo da bomba, 15
B curva
barrilete, 67 da instalação, 50
bombas de NPSH requerido, 21
afogadas, 61 de potência consumida, 21
axiais, 16 de rendimento, 20
centrífugas, 15, 16, 43 curva de estrangulação, 19, 28, 49
centrífugas de dupla entrada, 17 para as bombas em paralelo, 69
classificação, 12 para as bombas em série, 65
com pás para frente, 25, 27 variação com a rotação, 28, 31
com pás para trás, 25, 27 curvas características
com pás retas, 25 conversão de, 44
de alta rotação específica, 27 da bomba, 19
de baixa rotação específica, 27
de deslocamento positivo, 12 D
de deslocamento recíprocas, 12
de deslocamento rotativas, 13 difusor, 15
de diafragma, 13 distribuição em percurso, 64
de eixo horizontal, 46
de engrenagens, 14 E
de fluxo axial, 44
de fluxo misto, 15, 16, 43 Economia de energia
de jato, 18 com a variação da rotação, 33
de média rotação específica, 27 eixo da bomba, 15
de pistão, 12 elementos básicos de uma instalação de recalque, 45
de rotor aberto, 17 equação da conservação da quantidade de movimento angular,
de rotor fechado, 17 22
de rotor semi-aberto, 17 equação de Bernoulli, 6
de variação de densidade, 18 equação de Euler, 22, 23, 28, 29
definição, 7 equação de Laplace, 55
diagonais, 15 escolha de uma bomba, 73
dinâmicas, 12, 15 escorva, 78
em paralelo, 66 Euler
em paralelo com rotores diferentes, 72 Leonard, 22
em série, 64, 66
em série com rotores diferentes, 71, 72
especiais, 12
F
livres, 61 fórmula de Bresse, 77
mistas, 16 Francis
múltiplos estágios, 17 turbinas tipo, 42
não afogadas, 46
propulsoras, 16
rotodinâmicas, 12 H
volumétricas, 12 hidrograma diário de consumo, 35
C
caracol, 29
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I rotação específica, 11
aplicações do conceito de, 41
instabilidade de bombas de altas rotações específicas, 44 bombas de alta, 44
inversor de freqüência, 34 bombas de baixa, 43
bombas de média, 43
classificação de uma bomba em função da, 43
J equação da, 40
Joukoviski seleção de bombas em função da, 42
teorema de Kutta-, 23 seleção de uma turbina em função da, 42
rotor, 7, 15
rotor aberto
K bombas de, 74
Kaplan ruptura de coluna, 53
turbinas tipo, 42
S
L semelhança
lâmina defletora, 9, 11 cinemática, 36
dinâmica, 37
geométrica, 35
M semelhança de máquinas hidráulicas, 35
shut-off
máquina hidráulica
pressão de, 73
definição, 5
soma de Bernoulli, 6
. T
natureza do fluido, 74
tensão de vapor, 54
NPSH, 53, 60
da água, 55
disponível, 53
tensão superficial, 55
requerido, 53
tipo de conduto, 76
núcleos de condensação, 56
torque, 22
transientes hidráulicos, 10, 11
P triângulo de velocidades, 21
turbinas
paralelogramo de velocidades, 21, 28 classificação, 9
passo variável de ação, 9
bombas de, 17 de reação, 9
Pelton definição, 7
Lester Allan, 9 eólicas, 11
turbinas tipo, 42 Francis, 10
perda de energia hélice, 10
dentro da bomba, 26 Kaplan, 10
devido a fugas internas, 26 Michel-Banki, 10
devido a resistências viscosas, 26 mistas, 10
devido a singularidades, 26 tipo Francis, 42
perdas mecânicas por atrito, 26 tipo Kaplan, 42
ponto de funcionamento de uma bomba centrífuga, 49 tipo Pelton, 42
potência tipo PELTON, 9
consumida, 6, 8, 51 turbo-bombas, 12, 15
da corrente líquida, 5, 23 classificação, 15
gerada, 6, 8 turbo-máquinas, 7
perdida, 5 bombas, 7
pressão atmosférica motoras, 7
em função da altura, 53 receptoras, 7
pressão de vapor, 54 transmissoras, 7
R V
recuperador de pressões, 15, 28 vazão em peso
regime transiente, 76 vazão ponderal, 5
rendimento ventiladores, 27
motor-bomba, 6, 8 voluta, 29
turbina-gerador, 6, 8
Máquinas Hidráulicas - Bombas
SUMÁRIO
6.3. Aplicações do conceito de rotação específica e semelhança entre máquinas hidráulicas ... 40
10.1. Introdução............................................................................................................................ 52
10.4. NPSH................................................................................................................................... 59
Quando se pretende converter a energia de uma corrente líquida em energia mecânica pode-se
capturar esta energia por um rotor e transmiti-la por um eixo, ou pode-se processar a conversão no
sentido inverso. As máquinas utilizadas para este tipo de conversão são denominadas máquinas
hidráulicas. A energia mecânica que se retira ou se introduz na corrente líquida pode ser feita tanto por
um eixo (bombas e turbinas centrífugas) como através de outros sistemas mecânicos, como por
exemplo as primeiras máquinas hidráulicas de elevação de água compostas por uma série de
recipientes elevados em conjunto através de uma corda ou corrente.
As máquinas hidráulicas operam uma conversão de energia,ou seja, elas são capazes de
transformar energia mecânica em energia hidráulica e vice-versa. Estas máquinas podem apresentar as
mais variadas e complexas formas: desde as mais simples e primitivas, como o sistema de elevação
anteriormente citado, até máquinas eletromecânicas bem mais sofisticadas e dotadas de vários
princípios de funcionamento.
N Nm Nm
P = (γ QH ) =
ZA
ZB = s =W (2)
s N
P lano de referência
A potência perdida entre duas seções A e B, pelo efeito da perda de carga, pode ser calculada
como sendo a diferença de potência da corrente líquida nas seções transversais A e B, em relação a
qualquer plano de referência :
∆P = PA − PB = γ QH A − γ QH B = γ Q(H A − H B ) (3)
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Como a perda de carga hpAB é igual à diferença de cargas entre as duas seções transversais,
vem:
hp AB = H A − H B e PPerdida = γ Q hp AB (4)
A perda de potência entre as duas seções, expressa pela equação 4 é dissipada sob a forma de
calor.
Note-se que a soma de Bernoulli é uma equação de equilíbrio de energia, não de quantidade de
movimento, logo é possível incorporar a esta um termo de transformação de energia mecânica em
calor, normalmente denominado perda de energia. Para tirar a dubiedade do sinal a ser empregado esta
conversão de energia é agregada na parte jusante do escoamento, ou seja, a perda de energia é
acrescida na parcela de jusante como um ganho de energia térmica da parte montante para a jusante.
Como expresso na figura 1, num ponto qualquer da corrente líquida, a carga hidráulica é dada
por: H = Z + V 2 2g + p γ , logo, a potência fornecida, ou absorvida, introduzida no escoamento por
uma máquina hidráulica, será igual à diferença entre as cargas na entrada e na saída da mesma
multiplicada pela vazão ponderal e expressas, para o caso de turbinas e bombas, pelas seguintes
expressões:
onde ηT+G é o rendimento da turbina e do grupo gerador e ηM+B é o rendimento do motor e da bomba.
Caso se tenham duas máquinas de conversão de energia operando em série, o valor numérico do
rendimento é obtido pelo produto dos rendimentos individuais de cada uma. Por exemplo, se a turbina
tem um rendimento de 86% (0,86) e o gerador 95% (0,95) o rendimento do grupo turbina gerador será
de 81,7% (0,817).
Caso se queira incluir no cálculo as perdas nos condutos que chegam (aspiração ou
alimentação) e que partem (recalque ou restituição) é necessário levar em conta o sentido do
movimento, ou seja, conforme a figura , tem-se:
onde ηT+G é o rendimento da turbina e do grupo gerador e ηM+B é o rendimento do motor e da bomba.
Caso se tenham duas máquinas de conversão de energia operando em série, o valor numérico
do rendimento é obtido pelo produto dos rendimentos individuais de cada uma. Por exemplo, se a
turbina tem um rendimento de 86% (0,86) e o gerador 95% (0,95) o rendimento do grupo turbina
gerador será de 81,7% (0,817).
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3. Máquinas Hidráulicas
Existem vários tipos de máquinas hidráulicas, tais como; turbo-máquinas, rodas de água,
bombas de êmbolo, carneiro hidráulico, ejetores, etc. ...
Reservatório Reservatório
Superior Superior
Energia Consumida
Energia gerada Conduto forçado
Conduto forçado
Gerador Motor
Eixo Eixo
Bomba
Turbina
Reservatório Reservatório
Inferior Inferior Tomada d’água
Canal de Fuga
1
Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa.
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Para se definir a potência consumida (ou produzida) por uma máquina hidráulica, lança-se mão
dos conceitos desenvolvidos no item anterior. Como expresso na figura 1, num ponto qualquer da
corrente líquida, a carga hidráulica é dada por: H = Z + V 2 2g + p γ , logo, a potência fornecida ou
absorvida por uma máquina hidráulica introduzida no escoamento será igual à diferença entre as cargas
na entrada e na saída da mesma multiplicada pela vazão ponderal e expressas, para o caso de turbinas e
bombas, pelas seguintes expressões:
onde ηT+G é o rendimento da turbina e do grupo gerador e ηM+B é o rendimento do motor e da bomba.
Caso se tenham duas máquinas de conversão de energia operando em série, o valor numérico do
rendimento é obtido pelo produto dos rendimentos individuais de cada uma. Por exemplo, se a turbina
tem um rendimento de 86% (0,86) e o gerador 95% (0,95) o rendimento do grupo turbina gerador será
de 81,7% (0,817).
Caso se queira incluir no cálculo as perdas nos condutos que chegam (aspiração ou
alimentação) e que partem (recalque ou restituição) é necessário levar em conta o sentido do
movimento, ou seja, conforme a figura 3, tem-se:
Perda no recalque
Perda na alimentação
Energia disponível
para a geração.
Energia necessária
Perda na para o recalque.
restituição.
Perda na
aspiração.
Ação Reação
Duplo Efeito Pelton Fluxo Fluxo radial Fluxo misto Fluxo axial
Helicoidal (Francis) (Hélice)
Nas turbinas de ação (ou de impulsão), a água atua à pressão atmosférica, mediante um jato que
atinge sucessivamente as pás do rotor, movimentando-o. As turbinas de ação não tem correspondência
nas bombas roto-dinâmicas. Até o fim do século XIX havia uma diversidade muito grande de tipos de
turbinas de ação. No início do século XX, com o surgimento das turbinas tipo PELTON, concebida em
1880 pelo engenheiro americano Lester Allan Pelton (1829-1908), elimina-se o uso de outros tipos de
turbina de ação, uma vez que este tipo de máquina apresentava um alto rendimento superior as outras e
algumas vantagens estruturais como a de não provocar um momento fletor no eixo de transmissão da
turbina.
A regulação do
funcionamento das turbinas do tipo
Pelton (figuras 5 e 6) é feita
variando a vazão (e velocidade) do
jato que incide sobre suas pás. O
controle da vazão do jato é feita por
um mecanismo denominado agulha.
Empregam-se tais turbinas no
aproveitamento de altas quedas e
baixas vazões.
Controlando-se a vazão do jato por meio da agulha, controla-se a potência do escoamento que
atinge as pás da turbina. O controle da vazão é automatizado por um regulador que detecta aceleração
ou a desaceleração angular da turbina, devido à diminuição ou ao aumento da energia consumida,
fechando-se ou abrindo-se a agulha ou obturador diminui-se ou aumenta o jato de água sobre o rotor.
Uma das principais vantagens das turbinas tipo Pelton é dada pela presença de uma lâmina
defletora que, em caso da necessidade de fechamentos rápidos, desvia o jato da direção do rotor
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 10
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evitando o surgimento de transientes hidráulicos2 indesejáveis. A manobra de desvio do jato é feita
rapidamente e, posteriormente, a agulha se fecha lentamente sem que ocorra transientes significativos.
2
Transientes hidráulicos: Regime não permanente surgido entre dois regimes estacionários, causado por uma variação
súbita em uma de suas condições de contorno e caracterizado por fortes oscilações de pressão.
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Uma diferença importante entre as
turbinas de ação e as de reação é o modo de
regulagem da vazão. Enquanto as turbinas de
ação a regulagem da vazão é feita no conduto
através de uma válvula especial que lança a água
sobre o rotor, nas turbinas de reação a regulagem
da vazão é feita por uma coroa provida de uma
espécie de “persiana”, cuja abertura ou
fechamento é automaticamente comandada por
Figura 7. Esquema de turbinas tipo Francis. um regulador.
As turbinas de reação tem um rendimento bem superior ao das turbinas de ação e, quando
possível, elas deverão ser utilizadas. A possibilidade de uso de um ou outro tipo de turbina depende da
magnitude de um parâmetro chamado rotação específica, o qual será abordado no item 6.2 .
Outro tipo de turbina de fluxo axial são as turbinas empregadas na geração eólica de energia.
Essas turbinas não possuem carcaça, pois como a diferença de pressões entre os dois lados do rotor é
muito pequena, não há necessidade de restringir o escoamento a passar por uma carcaça. A figura 9
mostra uma torre que suporta o rotor, bem como o motor de uma turbina eólica. Através da
observação, na figura da direita, do operário que está fazendo a manutenção, pode-se ter uma idéia do
porte que estas turbinas eólicas atingiram. As torres que mantém o rotor e motor podem atingir a uma
centena de metros.
As bombas transformam o trabalho mecânico que recebem para seu funcionamento em energia,
a qual comunicam ao líquido sob forma de energia de pressão ou cinética. O modo pelo qual é feita a
transformação da energia mecânica em energia hidráulica e o recurso para cedê-la ao líquido
aumentando sua pressão e/ou sua velocidade permitem classificar as bombas (figura 10) em: bombas
de deslocamento positivo (ou volumétricas) e bombas dinâmicas (rotodinâmicas ou turbo-bombas). As
bombas de deslocamento podem ser divididas em recíprocas e rotativas. Já as bombas dinâmicas sub
dividem-se em turbo-bombas e bombas especiais (bomba com ejetor, bomba com emulsão de ar).
Bombas
Dinâmicas De deslocamento
Palhetas deslizantes
Pistão duplo efeito
De emulsão de ar
Pistão simples
Engrenagens
Pneumáticas
Fluxo misto
Centrífugas
Fluxo axial
Diafragma
De vórtice
Parafuso
De jato
O principal tipo de bomba de deslocamento recíproca é composta por um cilindro que se enche
de líquido e por um pistão (ou êmbolo) que, ao se mover dentro do cilindro, realiza a aspiração e a
impulsão (Figuras 11 e 12). Também a impulsão pode ser realizada por meio de uma membrana
flexível (diafragma). Estas bombas dão origem a uma vazão bombeada extremamente irregular
(pulsante). Podem ser de simples efeito, quando apenas uma face do êmbolo atua sobre o líquido ou de
duplo efeito, quando duas faces atuam.
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Qmax Qmax
Qmedio Qmedio
t t
Movimento
do êmbolo
Figura 11. Esquema de bomba de deslocamento Figura 12. Esquema de bomba pulsante
(recíproca de pistão simples) (recíproca de pistão duplo efeito)
Nas bombas de deslocamento rotativas, o líquido recebe a ação de forças provenientes de uma
ou mais peças dotadas de movimento de rotação que, comunicando energia de pressão, provocam seu
escoamento. A ação das forças se faz segundo a direção que é praticamente a do próprio movimento de
escoamento do líquido. A descarga e a pressão do líquido bombeado sofrem pequenas variações
quando a rotação é constante. Este tipo de bombas pode ter um ou mais rotores.
o corpo da bomba, que se destina a conduzir, ao rotor, o líquido que nele entra,
desacelerá-lo e reconduzi-lo à canalização de recalque. O corpo da bomba suporta
ainda os rolamentos do eixo, transmitindo os esforços excêntricos do eixo e rotor à
base do conjunto motor-bomba. O corpo se liga, em geral por meio de flanges, às
canalizações de sucção e de recalque. Rigorosamente, uma hélice de barco ou avião
pode ser classificada como uma turbo-bomba, mostrando que, neste caso, o corpo da
bomba não se faz necessário.
Nas bombas centrífugas, o efeito que impulsiona o fluido de dentro do rotor para a parte
externa é principalmente o efeito centrífugo. A sustentação criada pelas pás é pequena, o rotor recebe o
líquido paralelamente ao eixo de rotação e o impele contra o corpo da bomba, perpendicularmente ao
eixo de rotação. No corpo da bomba, o líquido que é expelido pelo rotor com alta velocidade, tem parte
de sua taquicarga transformada em altura piezométrica, devido ao aumento progressivo da seção
transversal da voluta (ou coletor em caracol) e no divergente que lhe segue.
A
B
Pás.
Coroas de fixação
das pás.
Como o efeito de sustentação das pás é preponderante para adaptar essas bombas a diversas
situações de funcionamento essas podem ser construídas com pás de ângulo variável (passo variável),
podendo-se, por meio de um mecanismo localizado junto ao eixo e comandado automaticamente por
um servo-mecanismo modificar o ângulo de ataque das pás. O objetivo disso é dar às pás uma
inclinação adequada a cada velocidade (por conseqüência descarga), proporcionando uma melhora no
rendimento da bomba. Esse tipo de bomba é empregado para pequenas alturas de elevação e grandes
vazões (figura 20).
As bombas centrífugas e as bombas mistas podem ter as pás solidarizadas entre si por discos
circulares denominados coroas (figura 17). Caso as bombas possuam coroas de ambos os lados elas são
denominadas bombas de rotor fechado. Caso só um lado possua uma coroa denomina-se bomba de
rotor semi-aberto e, finalmente, quando não existem coroas, a bomba é de rotor aberto. As bombas de
rotores aberto ou semi-aberto são utilizadas geralmente para fluidos com impurezas grossas ou para
pastas.
As bombas centrífugas também podem possuir um rotor ou diversos rotores no mesmo eixo.
Nesse caso recebem a denominação de bombas de múltiplos estágios, como se verá no capítulo 5.
Como o aumento de pressão é proporcional ao aumento da distância ao eixo entre a entrada e a saída
do rotor das bombas, para se ter uma alta pressão de saída seria necessário um diâmetro de saída muito
grande em relação a entrada. Diâmetros de saída cinco a seis vezes maiores do que o diâmetro de
entrada tem problemas de operação, logo para se obter maiores pressões sem ultrapassar esta relação
entre diâmetros de entrada e saída utilizam-se rotores em série como de verá no item 11.2 do capítulo
11. Nas bombas com rotores em série o fluido sai de um rotor e entra em outro, acrescendo em cada
um a pressão.
Existem bombas centrífugas de rodas duplas nas quais a água entra por dois orifícios, em
sentidos opostos, saindo por um orifício único: são as bombas centrífugas de dupla entrada.
Geralmente, os três tipos de turbo-bombas são denominadas por bombas centrífugas em sentido
amplo. Esta denominação é adotada na em medida que a passagem de um tipo a outro de bomba é
contínuo, sem que se perceba conceitualmente quando se tem um ou outro tipo de bomba.
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Todas as bombas podem ser de eixo vertical ou horizontal. Podem atuar submersas ou não. O
acionamento das bombas é, em geral, feito por motor elétrico, porém, pode-se encontrar bombas
acionadas por turbinas, por motor a explosão, etc...
A transmissão da energia do eixo do motor elétrico para o motor da bomba pode ser feita por
meio de uma junta elástica, no caso de bombas de grandes dimensões, ou por um eixo único para a
bomba e motor, no caso de bombas pequenas. A ligação dos orifícios de aspiração e de recalque em
geral é feita por flanges ou, em pequenas bombas, por condutos providos de rosca.
A bomba centrífuga, em senso estrito, é o tipo de bomba mais comum, sendo utilizada na
maioria das instalações com água limpa, água do mar, óleos e lixívias, para pequenas, médias e
grandes alturas de elevação e para temperaturas elevadas, sendo o tipo de máquina hidráulica de
aplicação mais difundida na Engenharia Civil. Ela é empregada quando se necessita aumentar a carga
de um escoamento líquido, como por exemplo no recalque de água potável do reservatório inferior de
um edifício para o reservatório superior, de modo que os apartamentos possam ser abastecidos por
gravidade. Esse tipo de bomba está presente na maioria das atividades ligadas ao abastecimento e
tratamento de água, ao esgoto pluvial e sanitário, à industrias diversas (químicas e petroquímicas, de
alimentos, bebidas, etc...), à irrigação, defesa contra inundações, etc...
Além das bombas dinâmicas rotativas têm-se as bombas dinâmicas de efeito especial. Como a
própria classificação indica, cada tipo de bomba tem um modo especial de movimentar o fluído,
podendo se citar como exemplos as bombas de jato (figura 21) e as bombas de variação de densidade
(figura 22).
Entrada
de gás
Entrada do fluido
para o jato.
JATO
Nos dois casos apresentados de bombas especiais, é necessária a introdução de um fluído para a
movimentação de outro. Nas bombas de jato, introduz-se um forte jato numa região de seção reduzida
(baixa pressão), de tal forma que este jato transporte o fluído que se quer movimentar. A bomba de jato
prevê uma transferência de quantidade de movimento entre o jato e o fluído a transportar, transferindo
parcialmente a quantidade de movimento total do jato para o escoamento. Já a bomba de variação de
densidade trabalha com a diferença de densidades entre o fluido que se quer movimentar e a densidade
da mistura fluído + gás. Com a mistura, a densidade do fluido diminui, fazendo com que a mistura
líquido + gás movimente-se em sentido ascendente.
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4. Curvas características das bombas centrífugas
Uma bomba, como já foi visto, tem por finalidade aumentar a carga de um líquido que por ela
escoe. Seja HA a carga do escoamento que chega ao orifício de aspiração de uma bomba e HR a carga
com que o escoamento sai pelo orifício de recalque. A potência do escoamento na seção transversal ao
orifício de aspiração é:
N A =γQHA (11)
N R = γ QH R (12)
N R − N A = γ Q(H R − H A )
(13)
N = γ QH
A diferença de carga HR - HA = H denomina-se altura total (ou carga ) da bomba. A altura total
de uma bomba não é constante, mas variável com a vazão que a atravessa. A variação da carga em
função da vazão que a máquina dispõe, conduz à necessidade de descrevê-la, não através de valores
únicos de carga, vazão, rendimento, potência e altura máxima de recalque, mas sim por curvas de
variação destas propriedades em função da vazão. As curvas que descrevem o comportamento da
bomba são chamadas de curvas características da bomba. A explicação da evolução dessas curvas será
feita em detalhes no capítulo 5, porém para uma descrição geral do comportamento de uma bomba
simplesmente serão descritas estas curvas sem a preocupação de dar a sua origem.
O fabricante fornece, para cada bomba, uma função que indica a variação da altura total com a
vazão. Em geral, essa variação é fornecida por meio de uma curva H=f(Q); nas abscissas são dadas as
vazões e nas ordenadas, as alturas totais. Essa função também pode ser fornecida sob a forma de
tabelas H x Q. A curva H=f(Q) é denominada curva de estrangulação da bomba, devido ao processo
adotado para sua determinação experimental (o termo estrangulamento também poderá ser utilizado,
porém o mais usual é estrangulação).
Quando o corpo da bomba permite, a partir de um diâmetro máximo, podem-se usar rotores
com diâmetros menores, a cada um dos quais corresponderá uma curva H=f(Q). Em determinados
casos, o fabricante fornece, para alguns diâmetros de rotor e para cada velocidade de rotação, uma
curva H=f(Q). A partir desses diâmetros, por interpolação, pode-se, analiticamente, determinar outras
curvas para outros diâmetros e rotações.
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A figura 23 apresenta a curva de estrangulação para uma bomba com três diâmetros de rotor, os
quais podem ser obtidos usinando-os até a dimensão pretendida. Numa bomba normal pode-se, com
segurança, interpolar as curvas de estrangulação seguindo a tendência das curvas apresentadas, desde
que dentro desta faixa de diâmetros. Entretanto, extrapolar para valores maiores que o maior diâmetro
é fisicamente impossível e, para menores diâmetros, é imprecisa.
75
50% 60%
ΦA 70%
75%
78%
ΦB 70%
50
ΦC 60%
H [m]
25
NPSH [m] 15
10
5
30
ΦA
Potência 20
[kW] ΦB
10 ΦC
A potência que a bomba deve receber do motor (PC) é calculada através da relação entre PF e
seu rendimento, sendo dada por:
PC γQ H PF γQ H
ηB = = ⇒ PC = = (14)
PF PF ηB ηB
O NPSH requerido representa, em linhas gerais, a energia total, referenciada ao zero absoluto
de pressões, que deve ter a bomba em sua entrada para que não seja rompida a coluna de vaporização
do líquido ou que não haja cavitação. Os bons fabricantes de bombas fornecem também a curva de
variação do NPSH requerido em função da vazão. Esse assunto será abordado com mais detalhes no
capítulo 10.
Para as bombas centrífugas e também para as bombas mistas, somente o movimento causado
pelas forças centrífugas, impelindo o fluido da região interna para a região externa do rotor, não é
suficiente para explicar o ganho de pressões numa bomba. O ganho de pressão é explicado pela
transferência da quantidade de movimento angular nas máquinas hidráulicas, ou seja, o eixo do rotor
transmite a energia do motor ao escoamento girando o rotor e movimentando a água entre as palhetas
curvas deste. A figura 24.a apresenta um detalhe geral de um rotor de uma bomba e a figura 24.b, um
detalhe ampliado da região entre palhetas, na qual o fluido passa, e os paralelogramos de velocidades
na entrada e na saída do rotor.
β2 W2
C2
α2
C2R
C2U
R2
U2
W1
β1
R1
C1
C1U≈0 α1
C1≈C1R
U1
(a) Detalhe geral (b) Paralelogramo de velocidades.
Figura 24. Corte de um rotor com um esquema possível de palhetas internas e paralelogramos de
velocidades.
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Na figura 24, onde está representado o paralelogramo de velocidades no rotor de uma bomba,
as velocidades de entrada no rotor tem como índice 1 enquanto as velocidades de saída tem índice 2.
As velocidades W representam a velocidade do fluido em relação ao rotor; as velocidades U, as
velocidades periféricas do rotor em relação ao corpo da bomba e, finalmente, as velocidades C, a
composição vetorial dessas duas.
A transferência de energia entre o rotor e o fluido pode ser quantificada através da análise da
diferença entre as velocidades da água na saída e na entrada do rotor. A equação que correlaciona a
potência transmitida pelo eixo à corrente líquida é denominada Equação de Euler, em homenagem ao
matemático Leonard Euler3 que, em 1754, deduziu-a pela primeira vez. Esta equação representará, em
termos das velocidades expressas pelos paralelogramos de velocidades, a energia acrescida ao sistema.
A equação de Euler para as bombas, como será apresentada posteriormente, mutatis mutandis, também
serve para turbinas.
r r
onde: ∑ r × F o somatório do produto vetorial entre a força e o seu vetor posição
em relação a um eixo de giro e
∫∫SC ( )( )
r r r r
ρ r × V V.n dA a integral da quantidade de movimento angular que sai ou entra do
volume de controle
Por outro lado, o torque introduzido ou retirado do sistema (bombas ou turbinas), na direção do
eixo (direção Z), também pode ser substituído por uma componente única TZ. Após essas
simplificações, a equação da conservação da quantidade de momento angular reduz-se a:
Para comparar a potência da corrente líquida com a potência transferida pelo eixo, deve-se
multiplicar a equação 15 pela velocidade angular ω , resultando em:
3
Leonard Euler, 1707-1783, matemático e físico suíço.
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C2
C2U U2
R2 R2
C1
ω C1U
R1 R1 U1
TZ
Figura 25. Esquema do torque em função das velocidades periféricas de saída e entrada.
r r
Projetando as velocidade absolutas C1 e C 2 sobre uma direção tangencial às áreas de entrada e
r
( r
)
saída do rotor C1.cosα1 e C 2 .cosα 2 obtêm-se C1U e C2U. O produto de R.ω é igual a U, assumindo a
equação anterior a seguinte forma:
Da definição geral da potência da corrente líquida (capítulo 2, equação 2), sabe-se que ela é está
correlacionada à carga de saída e de entrada da bomba, ou seja:
(U 2 C 2 U − U1C1U )
H= (17.a)
g
A equação (17.a) é denotada como Equação de EULER, a qual pode ser escrita em termos de
ganho de pressão na bomba, considerando-se a definição de pressão hidrostática P=γH, resultando em:
P (U 2 C 2 U − U1C1U )
P = ρ(U 2 C 2 U − U1C1U ) ou H= = (17.b)
γ g
4
O teorema de Kutta-Joukoviski relaciona a circulação Γ em torno de um contorno fechado ( ∫ V. cos α.dl sendo α o ângulo
que a velocidade faz com a linha fechada em torno de um corpo) com a força normal ao escoamento, força de sustentação
(FL), ou seja FL= ρΓV, onde ρ é a massa específica do fluido, V a velocidade média.
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Pelo teorema de Joukoviski, sabe-se que, num escoamento externo sobre uma superfície
curvada com raios de curvatura diferentes entre a parte côncava e a convexa, a velocidade é diferente
entre a parte côncava e a parte convexa (maior pressão na parte côncava). Devido a isto, o modelo de
comportamento do rotor da bomba que resulta na equação de Euler, deverá sofrer uma pequena
correção em função dessa assimetria.
Geralmente as bombas são dimensionadas para, no seu ponto ótimo de funcionamento, não
apresentarem velocidade absoluta tangente à superfície de entrada (C1U=0), otimizando-se dessa forma
o seu rendimento e aumentando o ganho de pressão neste ponto. Neste caso, as equações (17.a) e(17.b)
se transformam em:
U 2C 2U
H= (18.a) W
g
C
P = ρU 2 C 2 U U
(18.b)
Substituindo os termos UiCi na equação de Euler por suas respectivas equações em termos das
componentes originais do paralelogramo de velocidades (equação 19), resulta em:
H=
(U 2
2 − U12) (
C 2 − C12
+ 2
) (
W 2 − W12
+ 2
) (20)
2g 2g 2g
O último termo, geralmente, é nulo em fluídos incompressíveis, desde que as seções de entrada
e saída tenham o mesmo valor5. Dessa forma não haverá perda de pressão devido a esta parcela.
5
Aumentar a seção proporcionalmente ao perímetro pode, na maior parte dos casos, causar recirculação dentro do rotor
devido à diminuição da velocidade e conseqüente aumento de pressão contra o escoamento.
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U 22 − U 2 C 2 R cot angβ 2
H= (22)
g
U 22 U 2 Q cot angβ 2
H= − (23)
g gA 2
onde A2 é a área de saída do rotor, sendo dada pelo somatório de todas as áreas de saída entre as
palhetas.
Com a equação (23) pode-se traçar as curvas teóricas das bombas em função do ângulo de
saída, ou seja, variando-se o ângulo β entre valores maiores e menores do que 90°, se produz três tipos
teóricos de bombas: as bombas com β>90°, β=90° e β<90, denominadas, respectivamente, bombas
com pás para frente, bombas com pás retas e bombas com pás para trás. As curvas teóricas de cada
um destes tipos de bomba são mostradas na figura 27.
Além destes últimos tipos, tem-se também perdas devido ao surgimento de correntes
secundárias. Estas perdas serão tão mais importantes quanto maior for a diferença de pressões entre a
entrada e a saída do rotor.
Como último tipo de perda, tem-se as perdas devido à fuga interna de fluído nos espaços entre o
rotor e o caracol, as quais também serão proporcionais à diferença de pressões e às dimensões de folgas
existentes entre rotor e caracol. Estas perdas não são muito altas e poderão ser incorporadas às perdas
causadas por correntes secundárias que são mais significativas. Pode-se agrupar estes efeitos em um só
termo, pois eles se comportam seguindo a mesma tendência.
β>90° β<90°
H H
Q Perdas Q
Curvas
Curva teórica Perdas mecânicas devido o
(sem perdas). atrito das partes girantes..
Curva teórica descontada
as perdas mecânicas. Perdas devido ao escoamento interno, perdas no
rotor e carcaça e perdas devido à recirculação.
Curva as perdas devido
ao escoamento interno. Perdas devido ao choque da água saindo do rotor
Curva as perdas devido à com a água na carcaça. Perda devido à diferença
diferença de ângulos do ângulo de saída ótimo e o de funcionamento.
curva real.
Figura 29. Curva de estrangulação teórica e componentes de perda de energia dentro da bomba.
A figura 29 mostra a diferença de perdas nos dois tipos de máquinas hidráulicas (bombas com
ângulo de saída β>90° e β<90°. A primeira região, acima da curva teórica, mostra as perdas mecânicas
por atrito das partes girantes, representada quase como um valor constante, paralelo à curva teórica,
pois a rotação da bomba é constante durante a variação da vazão. O único fator que influencia a perda
mecânica com a bomba funcionando à rotação constante é o aumento de pressão, pois este pode causar
empuxos axiais sobre o rotor que poderão influenciar a perda mecânica de energia. A segunda região,
indica as perdas por recirculação e fuga de fluído. Já a última, é devido ao choque da água quando o
rotor está funcionando fora de seu ponto ótimo.
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As bombas de baixa e média rotação específica, que possuem pás para trás (β<90º), são
dimensionadas para um alto ganho de pressão. Suas perdas mais significativas são conseqüência dàs
correntes secundárias e à fuga interna de fluído. Estes efeitos são maximizados em bombas de baixa e
média rotação específica devido a grande diferença de pressões de entrada e de saída do rotor. Além
disto, por possuírem rotores mais longos, elas estarão sujeitas a maiores perdas distribuídas.
As bombas de alta rotação específica (bombas tipo ventilador) podem ter pás para frente(β>90º)
e, como o diferencial de pressão é baixo entre a entrada e saída do rotor, elas não possuem perdas
significativas, causadas pelos fatores acima citados, resultando em rendimentos muito superiores a
bombas de baixa rotação específica (até 90%).
Desdobrando-se a equação (20) em dois termos, pode-se isolar um termo que representa a carga
piezométrica HEst, expresso em função das velocidades relativas U e W, e outro termo que representa a
taquicarga HVel , expresso em função da velocidade absoluta que sai do rotor C. Desta forma, a altura
total H poderá ser descrita pela soma desses dois termos, ou seja, H=HEst+ HVel, obtendo-se:
H Est =
(U 2
2 − U12 − W22 + W12 )
2g
Considerando o ponto ótimo, onde C1U será nulo, C12 será igual a W12-U12, que substituindo
W12 na taquicarga resulta em:
H Vel =
(C 2
2 − C12 ) (24.a)
2g
H Est =
(U 2
2 − W22 + C12 ) (25.a)
2g
H Vel =
( U 2 − C 2R cot angβ)2
(24.b)
2g
U 2 C 2 U (U 2 − C 2R cot angβ)2
H Est = −
2g 2g
U 22 − (C 2R cot angβ)2
H Est = (25.b)
2g
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Estas duas equações podem ser
expressas graficamente traçando-se as H
cargas (estática e dinâmica) em função
de β. Assim, fica evidente que, com o
aumento de β, aumenta-se mais a HVel
β=arctg(U2/C2R)
taquicarga do que a carga estática, HEst
passando esta última por um ponto de
máximo em β=90°. 0° 90° 180° β
A equação de Euler não tem muita aplicação para o uso corrente em hidráulica, na medida em
que os fabricantes fornecem, para as diferentes bombas, as suas curvas de H x Q, não se necessitando o
seu desenvolvimento teórico. Porém, através dela é possível estabelecer uma curva de estrangulação
em função de valores absolutos de rotação e este tipo de análise é importante na aplicação de máquinas
hidráulicas. A utilidade da análise do comportamento da bomba em função da rotação só terá sentido
se esta for feita em termos de grandezas macroscópicas, quantificadas externamente à bomba, tais
como vazão, pressão e rotação.
C1R
tan β1 = (26.a)
U1
C 2R
tan β 2 = (27.a)
U 2 − C 2U
Os ângulos β1 e β2 reais, também denominados ângulos das palhetas: βP1 e βP2, são os ângulos
com que o fluido entra e sai das máquinas hidráulicas. Eles não são exatamente os ângulos das
palhetas. No caso do ângulo de entrada β1, há uma diferença entre o ângulo da palheta (βP1) e o ângulo
de entrada do fluido (βF1), definindo-se o ângulo de ataque i (i= βP1− βF1). O valor de i pode variar
entre −3° a +5°.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 28
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
O valor do ângulo de ataque não deverá ultrapassar os limites definidos no parágrafo anterior,
sob pena de cair em muito o rendimento da bomba. O ângulo de ataque (i) além de variar com a
geometria da entrada da bomba, da pré-rotação antes da entrada do rotor e com a qualidade do
acabamento do mesmo, também varia com a rotação da bomba, à medida em que o ângulo do fluido
(βF2) diminui com ao aumento da rotação da bomba. Essa diminuição não é exatamente inversamente
proporcional à variação da rotação, comportando-se como um escorregamento que ocorre no fluido
com a variação da rotação.
No caso do ângulo de saída, define-se também um ângulo de retardo do fluxo σ (σ= βP2−βF2),
que tem como peculiaridade ser sempre positivo e praticamente independente do regime de
funcionamento do rotor. O ângulo de retardo possui esta independência pois é função da sustentação
nas palhetas, que é praticamente independente da velocidade de saída.
A partir das considerações anteriores, pode-se redefinir os ângulos reais de entrada e saída do
fluido no rotor através das equações (26.a) e (27.a), devidamente alteradas:
C1R C1R
tan β F1 = tan (i + β1 ) = (26.b)
U1 U1
C 2R C 2R
tan β F 2 = ; tan (σ + β 2 ) = ou C 2 U = C 2R cot (σ + β 2 ) − U 2 (27.b)
U 2 − C 2U U 2 − C 2U
Com a equação de Euler, pode-se comparar o ganho de energia real entre a saída e a entrada,
considerando as perdas que possam haver no corpo da bomba (entrada, saída e na voluta ou caracol6),
nos canais do rotor e a energia residual do corpo do rotor (na voluta). Sendo assim, reescreve-se a
equação de Euler como segue:
U 2C 2U V2
= H + hp CB + hp Rotor + Voluta (28)
g 2g
As perdas podem ser associadas, à velocidade relativa dentro do rotor (W) quando se tratar da
perda no rotor (hpRotor), e à velocidade absoluta na saída do rotor (C2) quando se tratar da perda no
corpo (hpCB), ou seja:
C 22
hp CB = K CB
2g
W22
hp Rotor = K Rotor
2g
Os valores das velocidades que podem ser descritos macroscopicamente são os valores da
velocidade radial do fluido (CR), função da vazão e da área de saída, e a velocidade tangencial (U),
função do raio e largura do rotor e da rotação. Por conseqüência, deve-se escrever C e W em função
desses valores. Utilizando as relações (26.b) e (27.b) e outras relações trigonométricas mais simples
(ver SPIEGEL, 1968) e sabendo que C 22 = C 22 R + C 22 U , tem-se da relação (27):
6
A voluta é o conduto que recolhe o fluido do rotor e o conduz à saída. Tem a forma de um caracol.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 29
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[ ]
C 22 = C22R + [C2 R cot (σ + β 2 ) − U 2 ] = C22R 1 + cot (σ + β 2 ) + U 22 − 2C2 R cot (σ + β 2 )U 2
2 2
C 22 = U 22 − 2C 2 R cot (σ + β 2 )U 2 + C 22 R csc 2 (σ + β 2 )
hp CB = K CB
[ ]
U 22 + C 22 R cst 2 (σ + β 2 ) − 2 U 2 C 2 R cot (σ + β 2 )
(29)
2g
hp Rotor = K Rotor
[
C 22 R csc 2 (σ + β 2 ) ] (30)
2g
U 2 C 2 U U 22 − U 2 C 2 R cot (σ + β 2 )
= (31)
g 2g
e substituindo (29), (30) e (31) em (28), tem-se uma equação expressa em termos das velocidades U e
C2R e de K’s.
Os valores de C2R e U poderão ser expressos em função da geometria do rotor, da vazão total e
da rotação, ou seja:
2.π.R 2 .N Q
U2 = e C 2R = (33)
60 2.π.R 2 .b 2
A equação (32) pode ser reescrita agrupando-se os termos invariáveis com a rotação e a vazão,
como também os termos dependente dos ângulos, pois estes variam muito pouco com a rotação e
vazão, ou seja:
H = AN 2 − BNQ − CQ 2 (34)
onde: A = 4 π 2 R22 (2 − K CB ) / 7200 g
B = cot (σ + β 2 ) / 60gb 2 (1 − K CB )
7
Largura do rotor é dada, no caso de bombas de rotor fechado, pela distância entre os discos que fixam as palhetas e, no
caso de bombas de rotor aberto, pela a distância entre o disco que segura as palhetas e a parede oposta do corpo da
bomba.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 30
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C = cos ecant 2 (σ + β 2 )(K CB + K Rotor ) / 8gπ 2 R 22 b 22
As equações aqui geradas não são válidas, na sua totalidade, para bombas axiais, uma vez que,
neste tipo de bomba, a sustentação causada pelas pás é preponderante. Desta feita não se terão curvas
que sigam, na sua totalidade, as curvas aqui previstas.
Para uma curva de estrangulação de bomba correspondente à uma de suas rotações nominais
(figura 31), retiram-se alguns pontos convenientemente escolhidos próximos ao ponto ótimo de
funcionamento e próximo da região em que a bomba irá operar (tabela 1).
40 .=3550RPM
H [m] 65%
75%
72% 76,5%
30 75%
72% 65%
20 0 20 40 60 80 Q[m³/h]
Figura 31. Curva de estrangulação e pontos com diversos rendimentos para a rotação de 3550RPM.
Além das curvas de estrangulação, pode-se transladar os pontos de mesmo grau de rendimento
das curvas fornecidas pelo fabricante para as outras curvas. Esta translação pode apresentar alguns
problemas, sendo conveniente diminuir a eficiência em pontos mais distantes da curva original.
Supondo que esta bomba esteja recalcando água para um reservatório situado a 9,32m de altura
em relação ao reservatório inferior, os quais se encontram ligados entre si por uma canalização simples
com 110mm de diâmetro interno, 0,1mm de rugosidade equivalente nas paredes, comprimento de
550m, temperatura da água de 15°C e coeficiente de perda de carga localizada KS=15,0, pode-se
estabelecer a curva da canalização.
Nessas condições a energia que a bomba deve fornecer ao sistema pode ser aproximada por uma
equação do tipo:
A tabela 3 mostra que mesmo diminuindo o rendimento da bomba com rotações menores ter-
se-á uma economia significativa de energia, pois com vazões maiores o conduto tem maior perda.
Tabela 3 Economia de energia para uma bomba funcionando com outras rotações que não a nominal.
Rotação Rendimento H Q Tempo Potência Potência Economia em
considerado [m] [m³/s] necessário para (kW) anual relação a
elevar 500m³ (kW.h) 3550RPM
2800 0,680 20,03 44,48 11,15 3,60 14700 26%
3200 0,720 25,38 55,31 9,04 5,28 17400 12%
3550 0,768 30,62 64,03 7,80 6,95 19800
3900 0,720 36,38 72,49 6,90 9,93 25000 -26%
4200 0,680 41,74 79,61 6,28 13,24 30400 -54%
O resultado pode parecer contraditório, pois, considerando que em outras rotações diferentes da
rotação de maior rendimento (3550RPM), as rotações com rendimentos piores (2800RPM e
3200RPM) economizam mais energia. Isto ocorre pois o rendimento menor é compensado por uma
perda de carga no conduto ainda menor.
O recalque direto para o consumo deve ser evitado, o dimensionamento desta exige vazão e
altura de recalque dimensionadas para o pico de consumo (vazão máxima). Além de numerosos
problemas técnicos e operacionais surgidos com esta solução esta vazão de dimensionamento só
ocorreria teoricamente um vez por dia (no dia de maior consumo no ano), trabalhando
superdimensionada no restante do tempo.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 33
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O primeiro cenário (gráfico superior à direita) regular-se a vazão pela média, de forma que o
volume demandado nas horas de maior consumo seria suprido através de um volume estocado durante
as horas de baixo consumo. Assim, o sistema de bombeamento deveria ter uma capacidade de
reservação para suprir maiores necessidades de consumo. Quanto à questão energética, esta solução
está entre boa e razoável, porém, a capacidade de reservação (representada pela maior área hachurada
da segunda figura) é grande, tornando, muitas vezes, anti-econômica esta solução.
Vazão
(m³/h)
QMédia
0 6 12 18 24 Tempo (h)
Q2
Q2 Q1 Q1
Q1 Q2
Q1
Vazão instantânea Vazão recalcada > Vazão consumida
Reservatório enchendo.
Vazão média diária
Vazão recalcada < Vazão consumida
Vazão recalcada Reservatório esvaziando.
Figura 33 Hidrograma diário de consumo de água com as vazões de recalque para manter o sistema
abastecido.
O terceiro e último cenário (gráfico inferior à direita) produziria uma reservação mínima e um
consumo de energia também mínimo, mas é limitado, muitas vezes, por problemas de acionamento
elétrico do motor da bomba (número de partidas por hora das bombas).
Tanto para o segundo como o terceiro cenário é necessário a medida do volume do reservatório
através da determinação do seu nível para regular a vazão. Quando o volume do reservatório está
aumentando e chegou a um limite pré-estabelecido deve-se diminuir a vazão da bomba e no sentido
inverso também. Este método pressupõe a existência de sensores de nível no reservatório e de um
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 34
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CLP8 para impor ao inversor de freqüência9 (=controlador ou conversor de freqüência) um novo nível
de rotação.
Para o recalque de água tratada, tanto o segundo como o terceiro cenário, são factíveis. No caso
de recalque de esgoto, deve-se optar por um menor armazenamento possível (terceiro cenário),
evitando assim que o esgoto fique muito tempo parado no poço de sucção, o que poderá causar
problemas higiênicos.
O conceito de semelhança entre objetos e pessoas é mais ou menos intuitivo. Sabe-se que
coisas ou seres são semelhantes quando guardam entre si uma identidade em comum que levam as
pessoas a associá-los entre si. No caso de máquinas ou estruturas hidráulicas, este conceito tem ligação
com um comportamento físico semelhante entre elas. Pode-se dizer que duas máquinas hidráulicas são
semelhantes quando apresentam proporcionalidade entre o seu funcionamento dinâmico. Para tanto,
sua geometria e seu comportamento cinemático também deverão respeitar esta proporcionalidade.
Não se substitui a palavra semelhança por mera proporcionalidade, pois o respeito de uma
relação de proporcionalidade geométrica não é uma condição suficiente e, principalmente, em alguns
casos (definição de rotação ou velocidade específico), não é uma condição necessária, para a existência
de máquinas hidráulicas semelhantes.
R1 R 2 B L
= = = = λG (36)
r1 r2 b l
8
A sigla CLP significa Controlador Lógico Programável. O CLP é um controlador que executa funções lógicas (e outras
mais) que podem ser definidas ou alteradas através de um programa. O CLP não executa somente funções lógicas, ele
pode executar funções como temporização, contagem, seqüência, controle, etc. que variam de CLP para CLP.
9
Os inversores de freqüência são dispositivos eletrônicos que convertem a tensão da rede, de amplitude e freqüência
constantes, em uma tensão de amplitude e freqüência variáveis. São usados em motores elétricos de indução trifásicos
para substituir sistemas de variação de rotação mecânicos ou hidráulicos. Normalmente, os inversores são montados em
painéis elétricos, sendo um dispositivo utilizado em larga escala na automação industrial. Também podem trabalhar em
interfaces com computadores e centrais de comando.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 35
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
onde r e R são os raios dos rotores, b e B os diâmetros de saída l e L, as larguras dos rotores e λ G a
escala de redução geométrica.
L
B
b l
R1
R2 r1
r2
Bo mba B
Bo mba A
2π N
U 1 R 1Ω1 R 1 60
= = =
u1 r1 Ω 1 r1 2 π n
60
onde Ω e Ω são as velocidades angulares de cada rotor, dadas pelo produto entre 2 π /60 e o número
de rotações N e n expressos, respectivamente, em RPM.
q= a v = 2 π r1 lΨ1 v 2 (39) U2
V2
W2
onde Ψ e Φ são coeficientes de correção (0.95 a 0.90) e L é a largura da bomba em sua extremidade
de saída;
sabendo-se que tanto R1 /r1 como L/l são iguais à escala de redução geométrica ( λ G ), e que V2/v2 é
igual ao produto da escala geométrica pela relação de rotações, a escala de redução das vazões assume
a seguinte forma:
Q R1 L V2 Q
= ou λ Q = =λ3G λ 8 (40)
q r1 l v2 q
A carga hidráulica pode ser definida como sendo proporcional à taquicarga (V2/2g).
Considerando que a aceleração da gravidade é a mesma, tanto no modelo quanto no protótipo, a escala
de redução das cargas fica:
H V2
= 2 = λ2G λ2N (41)
h v
Pode causar estranheza a relação entre duas alturas não seguirem uma relação de escalas
puramente geométrica. Para dirimir este aparente paradoxo, a carga hidráulica aqui considerada não se
refere simplesmente a uma altura geométrica da instalação, mas sim à potência do fluido dividida pela
vazão em peso, ficando implícita uma semelhança dinâmica para um fluido específico não aparecendo
explicitamente o termo de massa. Basta lembrar que os termos da equação de Bernoulli expressam
energia por vazão em peso, logo a escala definida na equação 41 está correta.
A potência consumida por uma bomba é dada pela potência da corrente líquida dividida pelo
rendimento da bomba, ou seja:
ρ.g.Q.H
PCons =
η
P η'
= λ5G λ3N
p η
onde η' é o rendimento da bomba com n rotações e η o rendimento da bomba com N rotações.
Admitindo que os rendimentos das duas bombas sejam iguais, a relação (40) se restringe ao produto da
escala de vazões com a escala de cargas, ou seja:
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 37
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
P
= λ5G λ3N (42)
p
As equações (35, 38, 39 e 40) acima obtidas são chamadas de relações de semelhança entre
bombas centrífugas. Delas se conclui que as variações nas dimensões da bomba e na sua freqüência de
rotação, influem consideravelmente sobre o valor da vazão bombeada, da carga hidráulica fornecida
pela bomba e da potência por ela consumida.
Considerando que uma mesma bomba ( λ G = 1) seja operada com diferentes rotações de
funcionamento, nota-se uma alteração nas vazões, cargas e potências, variando segundo a escala de
rotações, relação entre as rotações N e n. A alteração destas grandezas pode ser calculada através das
expressões abaixo:
Q H P
= λN; = λ2N ; = λ3N
q h p
Em resumo:
Escala geométrica:
R1 R 2 B L
= = = = λG (43.a)
r1 r2 b l
Escalas cinemáticas:
V U W
v̂ = = = = λG λ N → escala de velocidades
v u ω
(43.b)
Q
q̂ = = λ3G λ N → escala de vazões
q
H
ĥ = = λ2G λ2N → escala de cargas
h
(43 c)
P
p̂ = = λ5G λ3N → escala de potências
p
Tanto as bombas como as turbinas podem ser agrupadas conforme um parâmetro que se
denomina Rotação ou Velocidade Específica. Esse parâmetro permite estudar o comportamento das
máquinas hidráulicas em grande grupos e a classificação das máquinas dinâmicas hidráulicas, como já
visto nos itens 3.1, 3.2 e 3.3.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 38
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
A idéia de se definir um parâmetro universal que qualifique as máquinas hidráulicas, parte do
conceito de estabelecer semelhança entre uma máquina dita real e uma máquina dita teórica. Fixando-
se dois parâmetros da máquina teórica resta um terceiro que será determinado pela semelhança entre a
real e teórica. O número, adimensional ou não, da “máquina teórica” gerado por este procedimento,
dará um qualificativo único à máquina real, de tal forma que qualquer máquina que tenha este mesmo
número é semelhante entre si.
Exemplificando, fixando-se uma vazão e uma carga unitária para “máquina teórica”,
hidraulicamente semelhante à real, resulta na rotação que deveria ter a máquina teórica para que fosse
satisfeito o critério de semelhança entre estas duas máquinas (teórica e real). Esta rotação é nomeada
como Rotação ou Velocidade Específica e exclui a necessidade de se considerar uma semelhança
geométrica entre máquinas hidráulicas. Assim sendo, quaisquer máquinas que tenham uma mesma
Rotação ou Velocidade Específica são hidraulicamente semelhantes entre si.
Semelhantes.
As relações entre as vazões e as alturas de duas máquinas hidráulicas são dadas por:
Q 3 H 2 2
=λ G λ n e =λ G λ n (44)
q h
onde λ n = N/n; escala de rotações de cada uma das máquinas. Elevando a equação de semelhança de
vazões ao quadrado e a equação de semelhança entre as alturas ao cubo tem-se:
Q2 H3
2
=λ6G λ2n e 3
=λ6G λ6n
q h
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 39
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Isolando a escala geométrica nas duas expressões anteriores e igualando-as:
Q2 H3
=
q 2 λ2n h 3 λ6n
Notando que Q/q = q̂ (escala de vazões) e H/h = ĥ (escala de alturas), a expressão anterior toma
a seguinte forma:
q̂ 2 ĥ 3 q̂ 2 λ2n 1
= ou = 6 = 4 (45)
λn λn
2 6
ĥ λ n λ n
3
Adotando como referência uma bomba com vazão q=1m3/s e altura de recalque h=1m
(“máquina teórica”), as escalas ficam:
Q H
qˆ = e hˆ=
1m3 / s 1m
Q2 1
=
H 3 λ4n
extraindo a raiz quarta e isolando n, define-se a expressão para a rotação específica (ns), ou seja:
N Q
nS = 3
(46)
H 4
Assim, a rotação específica é a rotação que deveria ter uma bomba (ou turbina) fictícia, que
eleva uma vazão de 1m3/s à uma altura de 1m, para ser hidraulicamente semelhante a uma outra, com
vazão Q, altura de recalque (ou queda) H e rotações N (RPM).
Outra forma de descrever a rotação específica é obtida tomando-se como padrão (“máquina
teórica”) uma bomba (ou turbina) capaz de recalcar (ou turbinar) água numa altura de 1m consumindo
uma potência de 1HP. Neste caso tem-se que a vazão recalcada é de :
Donde q=0,0762m3/s.
Q Q H
q̂ = = ĥ =
As escalas, então ficam :
q 0,0762 m 3 s( ) 1(m )
3,623N Q
ns = (47)
H3 4
A rotação específica de uma turbina pode ser facilmente determinada conhecendo-se a vazão
turbinada e a altura de queda (H= ∆ z-hp). A magnitude da rotação específica determina o tipo de
turbina e a forma de seu rotor, permitindo seu pré-dimensionamento. A rotação específica dos
diferentes tipos de turbinas é apresentada na tabela 4.
Quanto mais baixa a rotação específica, maior é a gama de valores de carga hidráulica para a
qual a turbina é aplicável. Uma pré-escolha de turbinas, tendo por base a carga hidráulica (valores
absolutos), é mostrada na figura 38. Este diagrama deve ser considerado com algumas reservas, pois
quando se tem pequenas e médias usinas os limites das turbinas Pelton e Francis é estendido a valores
mais baixos.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 41
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
2000
1000 Pelton
Radial-Axial
(Francis)
Fluxo Misto
100
Axial
Altura
(m)
1
Reação Impulsão
Tipos de turbinas
No caso de aproveitamentos de grande porte, pode-se dizer, que turbinas de fluxo axial e
turbinas de fluxo axial com palhetas ajustáveis (Kaplan ) são usadas com baixas cargas (abaixo de
70m). Cargas variando entre 40 e 200m, permitem o uso de turbinas de fluxo misto. Turbinas de fluxo
radial-axial (Francis ) são usadas com cargas entre 40 e 700m e turbinas do tipo Pelton têm sua
aplicabilidade para cargas acima de 400 m. Portanto, as turbinas de reação cobrem cargas variando
entre 1 e 700m, enquanto que as de ação são aplicáveis a cargas acima de 400 m. Essa última
classificação é relativa à vazão turbinada, podendo-se, em pequenos aproveitamentos com alturas de
queda menores que 100 m e pequenas vazões, utilizar turbinas do tipo Pelton.
Da mesma forma como as turbinas são selecionadas, as bombas também podem ser
selecionadas em função da rotação específica ( ou velocidade específica real), conforme indica a
tabela 2, na qual são fornecidas ainda as relações entre os diâmetros de entrada e de saída da bomba.
H
H
η
η H
η
P P NPSH
P
NPSH NPSH
Q Q Q
A partir de curvas características conhecidas para uma bomba, pode-se determinar curvas
características para outras condições de funcionamento da bomba, desde que a rotação específica não
varie significativamente. Para a construção das novas curvas características, utiliza-se as relações de
semelhança anteriormente determinadas.
Sejam, na figura 40, as curvas características de uma bomba para uma certa rotação N1, sendo
apresentadas em linha sólida e referenciadas pelo sub-índice 1. Caso se deseje utilizar essa mesma
bomba com outra rotação N2, pode-se reconstituir suas novas curvas características (na figura, em linha
pontilhada e referenciada pelo sub-índice 2) aplicando as leis de semelhança como segue, considerando
a escala geométrica igual a um, uma vez que a bomba não foi modificada.
2
N
H 2 = H 1 2 ;
N1 η2 η1
N H1
Q 2 = Q1 2
H2
N1
N1 N2
3
N
e P2 = P1 2
N1 Q
Este tipo de procedimento resulta em condições análogas ao proposto no item 5.4, porém este
tipo de solução (por semelhança) não permite a obtenção de uma curva contínua como proposto no
item 5.4.
η=87% (INSTABILIDADE)
Figura 41. Situações de regimes estável e instável de funcionamento de uma bomba com alta rotação
específica.
Para uma correta instalação de recalque deve considerado os seguintes elementos fundamentais:
- O conduto que conduz a água até o orifício de aspiração da bomba, denomina-se conduto
de aspiração ou de sucção10
- A bomba.
Como elementos acessórios, que poderão ou não ocorrer numa instalação de recalque, tem-se:
- Órgãos diversos, tais como: registros de gaveta, válvula de retenção, válvula de pé, crivo,
curvas, estreitamento gradual excêntrico ou não, alargamentos , etc...
10
Os condutos de aspiração não são necessariamente obrigatórios; bombas submersas não os possuem.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 45
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
‘
Conduto de recalque
Painel de
Registro comando com
inversor de
Alta
freqüência.
tensão.
Válvula de retenção
060
Redução Redução
excêntrica invertida.
Curva de Motor Transformador
raio longo ZBomba
Baixa
tensão.
ZI
Conduto de aspiração
ZI
Crivo ZBomba
As instalações afogadas são mais fáceis de operar, na medida em que não é necessário procura
manter cheio o conduto de aspiração no início do recalque, pois ele já está cheio, logo se deve, quando
possível, manter a segunda configuração para as instalações de recalque.
Para definir as alturas relevantes no cálculo de um sistema de recalque, lança-se mão de uma
série de definições, as quais são, normalmente, empregadas com alguma confusão na literatura que
trata de bombas. Para evitar uma ambigüidade na notação, sugere-se uma notação como apresentada na
figura 44.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 46
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
8.1. Alturas geométricas
A relação entre as cargas estáticas é válida para qualquer caso, desde que a notação seja
respeitada:
onde zEA é a cota da linha de energia no fim do trecho de aspiração (depois que ocorre a perda de carga
na aspiração) e zER é a cota da linha de energia no início do trecho de recalque (antes de haver a perda
de carga no recalque).
De forma análoga à relação entre cargas estáticas, tem-se a seguinte relação entre as alturas
totais:
HR = H + HA ou H = HR - HA (49)
11
O reservatório superior, necessariamente, não precisa estar situado em cota acima do reservatório inferior. Seria mais
próprio chamar-se reservatório de jusante, porém, como a maior parte dos casos a cota das superfície da água do
reservatório de jusante está acima da cota da linha d’água do reservatório de montante, convencionou-se chamar dessa
forma.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 47
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ZER
ZPR
hpR ZS
Y h H
YR hR HR
ZI
hpA ZEA
YA ZPA
hA HA ZB
ZER
ZPR
hpR ZS
Y h H
YR hR HR
ZB
ZI YA
hA HA
hpA ZEA
ZPA Linha de Energia
Linha Piezométrica
Figura 44. Elementos de um conjunto elevatório (bomba afogada e bomba não afogada).
As alturas manométricas são definidas pela diferença entre as cotas das linhas piezométricas em
relação a cota do eixo da bomba. Assim:
onde zPA é a cota da linha piezométrica no fim do trecho de aspiração (depois deste perder toda a sua
energia) e zPR é a cota da linha piezométrica no início do trecho de recalque.
H=Y+hp (51)
HA=zEA-zB
zEA=zi -hpA
HA=zi-hpA-zB
HA=YA-hpA (52)
H=HR-HA
HR=zi+Y+hpR e HA=zi-hpA
H = Y + ∑ hp (53)
onde Y é o desnível geométrico entre os reservatórios, Σhp é o somatório de todas as perdas no sistema
(perdas de carga lineares e singulares no conduto de aspiração e perdas de carga lineares e singulares
no conduto de recalque).
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 49
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ZER
Linha de energia (LE)
Linha piezométrica (LP)
hpR ZS
Y H
HR
ZI
ZEA
hpA
HA ZB
Plano de referência
Figura 45. Desenvolvimento das linhas de energia e piezométrica numa instalação de recalque.
Ponto de
funcionamento
hp2
hp3 Curva característica
hp1
da canalização
Curva característica
Y H1 H2 da bomba
Q1 Q3 Q2 Q
Caso a vazão for menor que a do ponto de funcionamento, (vazão Q1) o sistema exigirá menos energia
que a energia disponibilizada pela bomba,Y+hp1<H1, logo a vazão tenderá a aumentar.
Caso a vazão for maior que a do ponto de funcionamento, (vazão Q2) o sistema exigirá mais energia
que a energia disponibilizada pela bomba,Y+hp1>H1, logo a vazão tenderá a diminuir.
Este processo só tem um ponto de equilíbrio possível12, para a vazão Q3, onde o sistema exigirá a
mesma energia do que a disponível pela bomba (Y+hp=H) satisfazendo a equação 53. Então, a vazão
Q3 estabelecerá um regime permanente no conjunto elevatório, tendo o ponto de funcionamento as
coordenadas (Q,H).
A potência útil da bomba é determinada por: PF = γ QH, sendo a potência consumida pela
bomba expressa, conforme equação já estabelecida, por:
PF γQH
PC = = (6.b)
ηB ηB
Para facilitar os cálculos, uma vez que a vazão que se estabelecerá num sistema de
bombeamento depende da curva da canalização, é possível determinar equações de interpolação das
perdas. No caso das perdas lineares, a equação que a define pode ser manipulada de forma a escrevê-la
em função apenas da vazão:
L V2 L Q2 16.L
hp linear = f . . = f. . = f. .Q 2 = f .Const1.Q 2
D 2g D 2g πD 2 4 2
( 2
2gπ D 5
)
onde o coeficiente de perda de carga ou é constante (escoamento turbulento rugoso) ou varia
diretamente com a vazão (escoamento turbulento liso ou na zona de transição). A variação da perda
linear com a vazão se ajusta bem a uma equação potencial do tipo:
Q2 16.ΣK S 2 8
hp singular = ΣK S . = .Q = 2 5 ΣK S .Q 2 = Const 2 .Q 2
(
2g πD 42
)2
2gπ D
2 5
gπ D
o que nos leva a escrever a equação potencial, onde só uma constante deve ser determinada (A), como:
12
No caso de bombas de alta rotação específica, se elas forem mal dimensionadas, poderá haver mais de um ponto de
funcionamento, porém isto deverá ser evitado.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 51
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hpsingular = A.Q 2 (55)
A principal diferença entre as equações (54) e (55) está na origem dos coeficientes N e A,
enquanto para a equação (55) os valores dos coeficientes são exatos (N é constante e igual a 2) e A é
( )
dado diretamente por 8.ΣK S gπ2 D5 , na equação (54) os valores de A e N deverão ser obtidos por
regressão linear, a partir de pontos calculados. A expressão A.Q N é uma aproximação que será tão
melhor quanto mais próximos do ponto de funcionamento estiverem os pontos que deram origem aos
coeficientes A e N.
( )
ln hp linear 1 = ln (A ) + N. ln (Q1 ) ( )
ln hp linear 2 = ln (A ) + N. ln (Q 2 )
ln hp linear1
ln hp linear 2 ln hp linear1 − ln hp linear 2
N= e 2. ln A = (56)
ln Q1 N(ln Q1 − ln Q 2 )
ln Q 2
Um resultado correto deverá apresentar um expoente N variando entre 1,75 (turbulento liso) e
2,00 (turbulento rugoso), usualmente mais próximo de 1,90 (zona de transição).
LAROCK, JEPPSON & WATTERS (2000), sugerem que os valores das constantes sejam
determinados pelas seguintes expressões:
8.a.L
N = 2−b A= (57.a)
g.D 5 π 2
ln (f1 f 2 )
b= a = f 1Q b (57.b)
ln (Q 2 Q1 )
As equações (57) não são muito práticas, pois introduzem um cálculo a mais no processo de
determinação de N e A e se o f calculado não corresponder aos coeficientes de perda de carga próximos
ao ponto de funcionamento da bomba, os resultados tendem a distanciar-se do resultado real.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 52
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10. Valor mínimo da altura geométrica de aspiração em instalação de recalque
10.1. Introdução
No caso de ruptura de coluna no conduto, deve-se avaliar a pressão nos pontos mais altos da
rede, denominados usualmente como “colo alto”. Comparando-se o valor da pressão absoluta nestes
pontos com a pressão de vapor do fluido em bombeamento. Caso a pressão absoluta seja inferior, ou
mesmo próxima à pressão de vapor, deve-se alterar a configuração da linha.
* altitude do local;
13
Separação da colina líquida em duas partes distintas pela vaporização do fluido entre estas partes.
*
Net Positive Suction Head (carga líquida positiva de sucção)
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 53
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Os valores da pressão atmosférica (mm de mercúrio) e sua equivalência em metros de coluna de
água a 4°C, em função da altitude média z são apresentados na tabela 6. Nesta tabela, a coluna (A)
indica os valores da pressão atmosférica medidos, a coluna “Equação”, os valores calculados através
da equação (58) e a coluna (%), os respectivos desvios relativos determinados pela relação entre os
valores medidos e calculados.
Quando um líquido apresenta uma superfície livre, constantemente suas moléculas rompem a
interface líquido - gás (tensão superficial), liberando para o meio externo moléculas de vapor do
próprio líquido. Considerando que o espaço acima da superfície livre seja fechado, o acúmulo de
moléculas evaporadas causa um aumento gradual da pressão que o vapor exerce sobre a superfície
líquida. Ao atingir-se uma situação de equilíbrio entre as moléculas que abandonam o líquido e as
moléculas que a ele retornam, diz-se que o vapor está saturado. A pressão parcial provocada pelas
moléculas de vapor que se chocam com a superfície do líquido denomina-se tensão de vapor saturado.
A tensão de vapor saturado depende da natureza do líquido e aumenta com sua temperatura.
Uma expressão empírica (equação 59) permite o cálculo da tensão de vapor saturado para a água, no
intervalo de temperatura variando entre 4°C e 50°C, com erro relativo inferior a 4%.
[
p v = γ 5.834 x10 −2 +5.867 x10 −3 θ + 2.372 x10 −5 θ 2 + 6.591x10 −6 θ3 ] (59)
onde pV é a tensão de vapor em Pascal (N/m2); γ é o peso específico da água em N/m3 a 4°C e θ é a
temperatura da água em °C.
A tensão de vapor da água é normalmente expressa, em coluna de líquido, sendo dada pela
relação entre a tensão de vapor e o peso específico da água:
pv
hv = (60)
γ
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A tensão de vapor da água a 4°C ( ρ = 1000 kg/m3), em metros de coluna de água, é dada na
tabela 4, na coluna (A). Note-se que a 100°C, a tensão de vapor saturado iguala a pressão atmosférica
ao nível do mar. Entre 0°C e 100°C apresentam-se também os valores calculados pela expressão (59),
bem como os erros relativos (R) cometidos com sua utilização.
A descrição exata do fenômeno de implosão das bolhas pode ser vista em KRANENBURG
(1973) ou BATCHELOR (1970) onde, através de uma análise dinâmica, chega-se à determinação de
valores da sobrepressão causada pela implosão das bolhas. Em primeira aproximação, para a
compreensão do fenômeno, pode-se lançar mão de uma análise simplificada do fenômeno,
considerando que a dinâmica do processo da implosão de uma bolha possa ser expressa como sendo
uma sucessão de estágios estáticos. Nesse tipo de abordagem, parte-se da equação de Laplace para a
tensão superficial:
1 1
∆p = p i − p e = σ − (61)
R
1 R 2
2σ
∆p = p i − p e = (62)
R
Como a pressão externa é um dado do problema, pois o escoamento principal fornecerá o valor
dessa pressão, ter-se-á um ou mais valores de raios possíveis para a bolha. Caso não haja gás
dissolvido, o raio da bolha fica expresso por :
2σ
p v − pe = (64)
R
A análise da expressão 64 nos indica que haverá igualdade entre a pressão externa (pe) e a
pressão de vapor (pv) só ocorre quando o raio de curvatura for infinito (superfície plana). Por outro
lado quando o raio de curvatura tende a zero, a diferença de pressões tende a infinito. Desta última
observação vê-se que é inviável a criação de bolhas de bolhas de vapor para fluidos puros, portanto
para a criação de bolhas de vapor é necessária a existência de bolhas de gases ou sujidades no fluido
denominando-se estes de núcleos de condensação14.
Volume de vapor
acrescido ao núcleo
Núcleo
Da prática, sabe-se que os diâmetros de bolhas de gás dissolvido variam desde 0,4x10-6m, em
água parada, até 1x10-6m, em condições de laboratório. Conhecendo-se a tensão superficial, para esses
diâmetros, pode-se calcular a diferença entre as pressões interna e externa, a qual varia entre
1,46 kN/m2 e 36,5 kN/m2.
Supondo que o gás dissolvido nos núcleos de condensação se comportem como um gás ideal,
segundo as leis dos gases têm-se:
p gV b = N b K T
onde pg é a pressão parcial (absoluta) do gás ; Vb é o volume da bolha (Vb = 4/3 π R3 ); Nb é o número
de móis de gás na bolha; K é a constante universal dos gases; T é a temperatura absoluta. Caso o gás
sofra uma transformação isotérmica, a pressão será dada por uma constante.
p g i R 3i
pg = (65)
R3
14
Micro-bolhas de gás, sujidades e pequenas reentrâncias ou saliências junto aos contornos sólidos com bolhas de gás
aderidas a elas.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 56
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Substituindo a pressão do gás da equação 65 na pressão da equação 64 têm-se:
C 2σ
pe = pv + −
R3 R (66)
onde C = p g i R i ( p g i = p ei + ∆ p i )
3
A equação 66, para uma pressão de vapor constante, é representada pela figura 48.
pe
R m R crítico σ=0
pv
Rn R
Valor
mín imo .
Figura 48. Variação do raio de curvatura de uma bolha de gás e vapor dissolvido num líquido em
função da pressão externa.
Analisando-se, tanto a figura 48 quanto a equação 66, quando se parte no ramo esquerdo da
curva inferior (raio inicial de bolha Rm) e se diminuiu a pressão externa, enquanto a bolha não atingir
um valor crítico (RCrítico) esta terá a tendência de retornar ao valor inicial, no momento que haja um
aumento da pressão externa. Caso o raio crítico for atingido, mesmo não havendo diminuição da
pressão, haverá uma tendência do raio da bolha de gás aumentar infinitamente. Neste ramo da curva a
bolha apresenta um comportamento instável.
b) para que surja o efeito da cavitação, são necessárias pressões maiores do que a pressão de
vapor do líquido;
É importante notar que os núcleos de condensação poderão ter por origem tanto bolhas de gás
emulsionado no fluido, como rugosidades nas paredes que contenham gás ou vapor junto às cavidades.
Portanto, materiais de superfícies irregulares têm tendência a provocar cavitações maiores do que os
materiais lisos.
Deve-se também notar que o gás dissolvido no fluido muitas vezes apresenta um efeito
benéfico em termos de evitar a cavitação, pois à medida que ele é aglutinado, as bolhas de vapor
formam uma espécie de amortecedor que evita a implosão violenta da bolha de vapor.
P e1 P crit P e2 P e3
R3
R1 R crit1 R2
Zona 1
P e1 P e3
P e3
R1 P e3
p CRIT R2 R3
R crit
Nas turbinas de reação, a cavitação pode aparecer na saída do rotor, enquanto que nas bombas
roto-dinâmicas, ela pode ocorrer na entrada do mesmo. Além da erosão que causa nas pás do rotor e no
colapso da própria bomba centrífuga, a cavitação, persistindo por algum tempo, apresenta outros
inconvenientes, a saber:
A cavitação começa a ocorrer em um ponto qualquer (B) no interior de uma bomba centrífuga
quando a pressão absoluta do líquido nesse ponto ( p B ) iguala a tensão de vapor saturado (tv). Nessas
condições, haverá uma pressão determinada no orifício de aspiração da bomba ( pA ). Sempre que a
pressão no orifício de aspiração for maior que o valor da pressão p B , a pressão no ponto B será maior
do que a tensão de vapor ( p B > t V ) e não haverá cavitação na bomba.
p atm
NPSH D = H A + − hv (67)
γ
sendo que a soma H A + p atm γ é a carga absoluta na aspiração, já que HA é a altura total de aspiração e
definida como: HA= ZEA - ZB . Sabendo que a cota da linha de energia na aspiração (zEA) é a diferença
entre a cota do reservatório inferior (zi) e a perda de carga na aspiração (hpA) e que o desnível
geométrico de aspiração (YA) é a diferença entre a cota do reservatório inferior (zi) e a cota do eixo da
bomba (zB), podemos escrever que:
p atm
NPSH D = YA − hp A + − hv (68)
γ
A condição para que não haja cavitação é que o NPSH disponível na canalização seja igual ou
maior do que o NPSH requerido pela bomba :
NPSH D ≥ NPSH R (69)
p atm
YA + − h v − hp A ≥ NPSH R (70)
γ
Da expressão anterior, deduz-se que existe um valor máximo da altura geométrica de aspiração
para que não ocorra cavitação. Este valor é função de uma característica da bomba (NPSHR), da
temperatura e da natureza do líquido, da altitude média da localidade e dos condutos e singularidades
do trecho de sucção da instalação, os quais condicionam a perda de carga na aspiração, ou seja:
p atm
YA ≥ NPSH R + h v + hp A − (71)
γ
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Partindo da expressão do NPSH disponível na canalização (equação 71), explicitando alguns de
seus termos e analisando-os em conjunto com a representação gráfica feita na figura 52, chega-se às
seguintes conclusões :
d) quanto maior for a temperatura do líquido, tanto maior será a tensão de vapor e, portanto,
tanto menor será o NPSHD;
e) quanto maior for a altitude média da localidade onde se situa a instalação de recalque,
menor será o valor da pressão atmosférica e, em conseqüência, o NPSHD.
p atm
NPSH D = H A + − hv hp1 Plano de carga absoluta
γ Linha de
Energia hv NPSHD
p (carga absoluta na
NPSH D = z EA − z B + atm − h v Patm
γ
Absoluta aspiração acima da
γ tensão de vapor)
Carga absoluta
na aspiração
p
NPSH D = z i − hp A − z B + atm − h v
γ
p
z i + atm = z B + NPSH D + h v + hp A
γ
ZA ZB
‘
Plano de Referência
Conforme o número de bombas e de condutos (em série ou paralelo) que constituem o sistema
de recalque, obtém-se uma curva do sistema de condutos, a qual deverá interceptar a curva de
estrangulação da bomba (ou do conjunto de bombas), para que seja determinado seu ponto de
funcionamento. A seguir são detalhadas algumas configurações de recalque.
Y1 H
Y2 H
ZI ZI
hpA
A tabela 8 mostra o cálculo da estação de recalque, que bombeia água a temperatura de 20°C
de um reservatório a outro, representada na figura 54. Duas situações de altura geométrica de recalque
são testadas YTotal1=43,00m e YTotal12=51,00m. O conduto de aspiração é de ferro fundido (e=0,5mm) e
o de recalque de aço revestido internamente com tinta epóxi (ε=0,06mm). Os demais dados do sistema
estão apresentados na tabela 8 ou figura 55. A curva de estrangulação da bomba permite uma vazão
máxima de 120m³/h (figura 55).
ΦAspiração=150mm.
LAspiração=15m. Φ Recalque=125mm.
43,00m εAspiração=0,5mm. LRecalque=150m.
ou KS=10 εRecalque=0,06mm.
51,00m KS=15
Tabela 8. Exemplo de cálculo de uma instalação simples com duas alturas de recalque.
Diâmetro (mm) Comprimento (m) Rugosidade (mm) ΣKS (adimensional) Área (m2) K/(36002*2gA2)
Tabela 9. Curvas da canalização de uma instalação simples com duas alturas de recalque
Q[m3/h] 20 40 60 80 100 120
H1
43,49 44,87 47,12 50,22 54,19 59,01
H2
55,49 56,87 59,12 62,22 66,19 71,01
Conforme a figura 55, para as duas alturas geométricas consideradas, as curvas da canalização,
correspondentes aos dois desníveis entre reservatórios, resultam em curvas paralelas, que cruzam a
curva de estrangulação da bomba em diferentes pontos, ou seja, (Hm1=57,8m; Q1=111,5m3/s) e
(Hm2=67,5m; Q2=89,5m3/s).
H [m]
Situação 2
75
Situação 1
50
Curva da Bomba
Figura 55. Curvas do sistema de recalque simples para duas alturas geométricas (YA=55,00m e
YB=43,00m).
Caso a posição relativa dos reservatórios sejam diferentes, a curva do sistema simplesmente
será transladada para cima ou para baixo, conforme mostra a figura 56. Na situação A, o desnível
geométrico Y é positivo, na situação B, nulo e na situação C negativo.
Conforme a figura 56, os três tipos de posição relativa dos reservatórios resultam, cada um
deles, em um diferente ponto de funcionamento da bomba. Supondo que os diâmetros, rugosidades,
comprimentos e singularidades dos condutos de recalque e aspiração sejam iguais e que a bomba seja a
mesma, a vazão será crescente do sistema (A) ao (C). Isto se deve ao deslocamento relativo do ponto
de intersecção da curva de perda de carga com a curva da bomba.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 63
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Destaca-se que, à medida que a curva do sistema se desloca mais para a direita, poderá haver
problemas no funcionamento da bomba, pois ela poderá passar abaixo da curva da bomba.
H ZS
Y
ZI
(A)
H Q
ZI ZS
(B)
Y=0
H Q
ZI
ZS
Y
(C)
Y Q
Figura 56. Influência da posição relativa dos reservatórios no ponto de funcionamento da bomba.
Outra situação tolerada para o emprego de bombas em série é quando com bombas de um rotor
não se atinge a pressão necessária. Com bombas de um só rotor o aumento da pressão é proporcional à
relação entre os diâmetros de saída e de entrada e a rotação. Para aumentar a pressão acima de
determinados valores seria necessário um grande aumento do diâmetro externo e/ou um aumento na
rotação, podendo-se ultrapassar os limites de esforços mecânicos toleráveis usuais em máquinas
hidráulicas. Isto limita a utilização de máquinas hidráulicas com rotor único. Para superar este
problema pode-se empregar bombas em série ou o mais aconselhado é utilizar bombas de múltiplos
estágios, o que é análogo ao uso de duas ou mais bombas em série.
A figura 57 representa dois esquemas de bombas em série e uma bomba de dois estágios. No
primeiro esquema, distribuição em percurso, uma segunda bomba está conectada num ponto
intermediário do conduto de recalque. Esta solução tem como desvantagem o fato da segunda bomba
estar mais sujeita à cavitação do que a primeira bomba, pois a primeira poderá apresentar problemas e
não fornecer a pressão mínima para que a segunda não cavite .
15
Quando ao longo de um conduto de recalque retira-se parte da vazão para consumo, denomina-se distribuição em
percurso.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 64
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hp3
Y HB
hp 2 HB2 hp 3
HB1
Y
hp 2
hp1 HB1
hp 3 hp1
hp1
O segundo esquema também pode ser considerado como uma solução não aconselhada,
devendo ser substituído pelo sistema de bomba de múltiplo estágio16, mesmo assim excepcionalmente
pode-se adotá-lo, pois este esquema é um pouco mais conveniente que o anterior, pois os dois motores
das bombas podem trabalhar sobre a mesma alimentação elétrica de tal forma que no momento que um
pára o outro também irá parar, evitando problemas de cavitação.
16
Bombas com sucessão de rotores acionadas pelo mesmo eixo, cada rotor funciona como uma bomba individual e a soma
da ação dos mesmos como bombas em paralelo.
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H (m)
65
60
55
Curva de estrangulação
50
45 Uma bomba
40
Duas bombas em série
35
25
Zonas de instabilidade
20
15
Q (m³/h)
10
0 100 200 300 400 500 600 700 800
O desempenho resultante da superposição das curvas das bombas em série pode se resumir
como segue:
H Sistema
HB =
n º de bombas (72)
QB = QSistema
Quando se colocam bombas funcionando em paralelo, divide-se a vazão entre as bombas. Este
tipo de disposição de bombas é muito comum em sistemas de grande e médio porte. Suas vantagens
em relação a um sistema com uma só bomba ativa (com uma de reserva) são inúmeras, podendo-se
destacar as seguintes:
i) Como a demanda geralmente não é constante ao longo do tempo, nos momentos em que
ela for menor do que a vazão de dimensionamento, poder-se-á utilizar uma parte do
sistema de recalque sem a necessidade de equipamentos especiais.
ii) Em muitos sistemas de recalque se supõe uma vazão crescente com o tempo,
dimensionando-se o conjunto total das bombas para a vazão máxima que deverá ocorrer
no fim do horizonte de cálculo. Logo no início do funcionamento quando a vazão
necessária será menor, coloca-se em marcha um número menor de bombas que o previsto
para o fim do período (os trinta anos).
iii) Uma bomba de reserva sempre é necessária para a garantia do sistema, caso se trabalhar
com duas ou mais bombas e paralelo a potência da bomba reserva será inferior do que a
bomba reserva de um sistema com uma bomba para recalcar toda a vazão.
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iv) Ao se adquirir bombas de menor vazão em maior número do que uma só bomba de
grandes dimensões, pode-se cair numa bomba que é encontrada no mercado, sem a
necessidade de fabricação de bombas especiais. Na aquisição de bombas, muitas vezes o
princípio de se obter economia de escala ao empregar equipamentos maiores, não se
aplica, isto ocorre pois, à medida que bombas de menor porte são equipamentos
fabricados em larga escala, as de maior porte são fabricadas sob encomenda (a variação
do preço não é linear com a vazão). Além disto, para bombas de menor porte, encontram-
se com mais facilidade peças de reposição.
Barrilete
Registro
(com pequena perda localizada)
Válvula de retenção
Redução
Bomba
Qualquer sistema de recalque deve ter uma bomba de reserva e, no caso de sistemas em
paralelo, a bomba que fica em reserva não deverá ser sempre a mesma, sendo conveniente alterar a
bomba que cumpre esta função evitando que, no momento em que se uma das bombas estrague a
reserva não esteja parada há muito tempo e danificada.
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H (m)
Curva para uma bomba
α I
α II
αIII
10
0
20 40 60 80 100 Q (m³/h)
85,5
86,0
26,15
25 85,5
83,0
21,70 80,5
20 265
258
78,0
15 250
238
73,0 230
220 Q (m³/h)
10
0 100 200 300 400 500 600 700 800
200,0 526,5 650,0
A soma das vazões das bombas pode ser feita de forma aritmética, conforme tabela 10, ou
gráfica, conforme figura 62.
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---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Tabela 10 Cálculo de bombas em paralelo.
Vazão (m³/h)
H(m) para o número de bombas
1 2 3
32,43 200,0 400,0 600,0
26,15 526,5 1053,0 1579,5
21,70 650,0 1300,0 1950,0
35
17750RPM
H (m)
30
25
20
15
Q (m³/h)
10
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100
Além dos cálculos aritmético e gráfico, é possível a determinação analítica da curva resultante
de uma associação de bombas em paralelo, empregando-se as equações da curva de estrangulação das
bombas. Como as curvas de estrangulação das bombas são bem representadas por uma equação do tipo
H = AN 2 − BNQ − CQ 2 (equação 34), basta alterar os coeficientes − BN e C , por múltiplos conforme
o número de bombas, dividindo − BN pelo número de bombas e C por este número ao quadrado,
obtendo-se, desta forma, as curvas de estrangulação do sistema de bombas em paralelo.
A tabela 10 mostra os valores de (H;Q) retirados curva de estrangulação de uma bomba (figura
61) e os valores das vazões para diferentes números de bombas em paralelo. A partir dos pontos da
curva de estrangulação de uma só bomba centrífuga (rotor de 265mm), multiplicam-se as vazões pelo
número de bombas obtém-se os pontos para as bombas em paralelo.
Na figura 62, resolveu-se, através do método gráfico anteriormente descrito, as curvas das
bombas em paralelo. Extraiu-se desse gráfico os pontos destas curvas e determina-se as equações de
cada curva, como se vê na tabela 11.
Nesta última tabela, vê-se que os coeficientes correspondem às relações acima descritas. Por
exemplo, -BN que é -28,387 passa para duas e três bombas para 14,193 e 9,4623, respectivamente.
24/05/2011 Máquinas Hidráulica - Bombas 69
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
A figura 63 representa os pontos obtidos pela multiplicação da vazão pelo número de bombas e
os gráficos obtidos pelas curvas modificadas, conforme a sistemática descrita. A concordância, como
era de se esperar é perfeita.
35
30
25
Uma Bomba (pontos lidos)
Duas Bombas (pontos lidos)
Altura (m )
20
Tres Bombas (pontos lidos)
Uma Bomba (Equação)
15
Duas Bombas (Equação)
Tres Bombas (Equação)
10
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
Vazão (m³/s)
O desempenho resultante da superposição das curvas das bombas em paralelo se pode resumir
como segue:
H B = H Sistema
QSistema (73)
QB =
n º de bombas
30
50%
65%
75% A
25 78% 75%
75%
20 65% 50%
B
50%
15
C
10 Q (m³/h)
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
ii) Baixar a rotação do sistema, “criando” uma nova bomba de rotação menor e curva de
estrangulação mais baixa (menores alturas de recalque para mesma vazão).
Quando se compõe bombas, em série ou em paralelo, é conveniente que estas possuam curvas
idênticas. Entretanto, em condições especiais, admite-se a utilização de bombas com curvas diferentes.
A associação de bombas com diferentes curvas de estrangulação e seus problemas de operação serão
detalhados a seguir:
Para que bombas diferentes montadas em série tenham um bom funcionamento, as vazões
máximas de funcionamento de cada bomba deverão possuir o mesmo valor, conforme se verá a seguir,
caso isto não ocorra, o funcionamento das duas bombas poderá se tornar instável ou não efetivo.
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H
Primeira região. Bomba A.
Bomba B.
P1
Bomba A+B (região efetiva de funcionamento).
Segunda região.
Bomba A+B (região de instável).
Terceira região
A figura 65 mostra a associação de duas bombas com diferentes curvas: a Bomba A, de menor
capacidade de vazão, e a Bomba B. Para essa associação geram-se três regiões distintas de
funcionamento: uma primeira, em que as curvas das bombas simplesmente sobrepõem-se aumentando
a pressão do escoamento, uma segunda região em que há possibilidades de surgimento de
instabilidades e uma terceira, em que a Bomba A não tem atuação sobre o fluxo, diminuindo a
capacidade de bombeamento da Bomba B, na medida em que a Bomba A atua como um dissipador de
energia. Em resumo, dos pontos de provável funcionamento, pontos P1, P2 e P3 da figura, somente o
ponto P1 é um ponto de funcionamento aceito. Nos outros, o rendimento seria menor do que o de uma
bomba funcionando sozinha (P3) ou apresentam um comportamento instável (P2).
H
Bomba A.
Bomba B.
P1
Bomba A+B
Curva da canalização.
P2
Figura 66. Associação em série de bombas com curvas com mesma vazão máxima.
A conseqüência das últimas conclusões obtidas da figura 65, é que bombas operando em série
com diferentes vazões máximas de funcionamento tem fortes chances de instabilização. Já se as
bombas possuírem mesma vazão máxima, figura 66, independente das alturas manométricas de cada
uma, não haverá problema.
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11.4.2. Bombas diferentes em paralelo.
Análogo ao item anterior, as bombas em paralelo também apresentarão problemas quando não
possuírem a mesma curva de estrangulação. A figura 67 ilustra o caso de duas bombas com curvas de
estrangulação diferentes associadas em paralelo.
Bomba A.
H
P2
Bomba B.
P1
Bomba A+B
Curva da canalização.
O ponto P1, indicado na figura 67, é um ponto de funcionamento viável para instalação, pois ele
aproveita a energia das duas bombas. No ponto P2 a única bomba que trabalhará efetivamente será a
Bomba A, ficando a bomba B bloqueada como se estivesse na presença de um registro fechado. Em
sistemas de bombeamento sem válvulas de retenção, caso existirem situações como a do ponto P2,
haverá refluxo de água pela bomba de menor altura manométrica, esta situação causará um aumento no
consumo de energia sem gerar trabalho.
Da mesma forma que nas bombas em série, pode-se associar, em paralelo, bombas com curvas
de estrangulação diferentes, desde que as suas pressões máximas para Q=0 (pressão de “shut-off”)
sejam iguais, conforme se vê na figura 68.
Bomba A.
H
P2
Bomba B.
P1
Bomba A+B
Curva da canalização.
Figura 68. Bombas em paralelo com curvas diferentes e mesma pressão de “shut off”.
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12. Roteiro sucinto para escolha de uma bomba.
A escolha de uma bomba, geralmente, não é um problema dado como fechado, no qual a altura
manométrica e a vazão são conhecidas a priori. Os dados de entrada de um problema desse tipo são
usualmente dados bem genéricos para início de cálculo. A seguir será apresentado um roteiro de
escolha de bombas, seguindo a prática usual quando se trata de bombas para abastecimento público.
Em situações industriais, tem-se procedimento análogo ao resumo a seguir descrito.
Os dados de entrada são geralmente fornecidos pelo contratante que, necessariamente, não
precisa se preocupar com o problema hidráulico. Os dados de entrada são a descrição do tipo de
recalque, as demandas hídricas e uma planta de situação e localização mostrando os prováveis pontos
de captação e o ponto final do recalque. Pode-se detalhar estes itens como segue:
i) Natureza do fluido (tipo de fluido recalcado - água bruta, esgoto, etc.): em função do
fluido recalcado deve-se escolher a família de bombas a ser empregada (bombas de
rotor aberto, bombas com revestimento interno especial, etc,). Conforme a natureza do
fluido também deve-se escolher os equipamentos de proteção ao golpe, por exemplo,
sistemas de recalque de esgoto não poderão utilizar tanques fechados para proteção ao
golpe, evitando assim a acumulação de gases que possam explodir.
ii) Demanda (volume por dia a ser recalcado) ou a vazão: o período de tempo de
funcionamento do recalque não é necessariamente o mesmo período tempo do consumo,
um volume consumido num dia poderá ser recalcado em poucas horas conforme a
reservação do sistema e as hipóteses de regimes de funcionamento (ver item 12.2
subitem ii). Em instalações industriais ou instalações de combate a incêndio, a vazão é
dada diretamente.
iii) Topografia da região, com o ponto final do recalque e a região ou o ponto de captação
(o desnível é retirado das cotas do início e fim do recalque).
Com os dados fornecidos, deverão ser estabelecidas hipóteses de cálculo, as quais serão obtidas
a partir da experiência do projetista, de normas gerais (ISO, DIN, ABNT) e normas dos contratantes
(empresas de saneamento, por exemplo).
Área A.
60 70
60
80
Área B.
85
60
70
70 Reservatório
Cota 87m
50
60
60 50 0m 100m 200m
35 40
35
Área C.
A escolha das áreas de captação será função não só da relação distância-altura de recalque, mas
fatores econômicos como custos de desapropriação, a facilidade de acesso, a segurança das instalações,
a existência de rede elétrica próxima e uma infinidade de outros detalhes deverão ser levados em conta.
O estudo deste tipo de problema é apresentado em livros de sistema de recalque ou sistemas de
captação e distribuição de água.
Em função da topografia do recalque, das perdas ao longo dos condutos e das pressões em
regime transiente, escolhe-se o tipo de conduto (PEAD, FºFº, etc,) e classe de pressão (espessura da
parede). Para a determinação da espessura da parede, deve-se levar em conta tanto as solicitações em
regime permanente (solicitação de longa duração) como as solicitações em regime transiente17
(solicitações de curta duração). Conforme o material do conduto a resistência varia muito com o tipo
de solicitação, principalmente nos condutos plásticos. Também os coeficientes de segurança em
relação a tensão de ruptura das paredes do conduto variará conforme o tipo de solicitação.
Por exemplo um conduto de ferro fundido classe PN10 (200mm a 2000mm) tem sua pressão de
teste de 1,7MPa, enquanto que a pressão admissível em regime permanente é de 1,0MPa. Por outro
lado, a pressão admissível em regime transiente pode atingir 1,2MPa, ou seja, 20% superior a pressão
em regime permanente.
Muitos sistemas de recalque são planejados para um horizonte de funcionamento de vários anos
onde a demanda de vazão é crescente com o tempo, portanto, a maior vazão é geralmente no fim do
período de planejamento, a qual é adotada para o dimensionamento das obras de maior vulto (casa de
bomba, subestação de energia elétrica, etc..). Com ela, se prevê o número de bombas que, em paralelo,
satisfarão a demanda final. Para diminuir o investimento inicial, pode-se instalar parcialmente as
bombas. Deve-se evitar, neste último caso, velocidades muito baixas nos condutos para impedir a
sedimentação de materiais em suspensão. Este cuidado deverá ser tomado tanto no caso do
bombeamento de esgoto como no caso de bombeamento de água bruta com teores de sedimentos
razoáveis. Para não se cair neste problema pode-se também desdobrar a linha em dois condutos em
paralelo, dimensionando-se no início do funcionamento do sistema um número menor de bombas para
um só conduto.
vi) Número de bombas e disposição das mesmas (bomba única, bombas em paralelo e
eventualmente bombas em série).
O número de bombas será função da demanda (item 12.1 sub-item ii) e do tempo de
funcionamento do recalque (item 12.2, sub-item ii).
ii) Pré-traçado da linha de recalque com cadastro de interferências com levantamento das
singularidades.
17
Vide bibliografia específica sobre o assunto WYLIE & STREETER (1978) ou FOX (1977.b).
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Para o pré-dimensionamento dos condutos de recalque, pode-se lançar mão da fórmula de
Bresse que, em função da vazão e do número de horas de funcionamento da bomba por dia, nos dá uma
primeira estimativa de diâmetro, ou seja:
D = 0,5873 * N 0, 25 Q B (74)
onde: D = diâmetro em metros,
N = número de horas de funcionamento por dia e
QB = vazão em m3/s.
iii) Caso houver necessidade de bombas em série ou paralelo, calcular a altura de recalque
(bomba em série) ou a vazão (bomba em paralelo) por bomba.
H Sistema
HB =
n º de bombas Bombas em série (72)
Q B = Q Sistema
H B = H Sistema
Q Sistema Bombas em paralelo (73)
QB =
n º de bombas
iv) Determinar o ponto de funcionamento, obter o NPSH requerido pela bomba e calcular a
potência de cada bomba.
Na aquisição de uma bomba de grande porte, convêm que sejam observados os seguintes itens:
b) adquirir mais de um rotor para a mesma bomba, deixando-os de reserva para quando
as condições de trabalho forem alteradas, pois a simples troca de rotores evita maiores
custos;
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c) quando bombear fluidos com sólidos, observar as especificações da bomba quanto ao
diâmetro máximo de sólidos admissíveis para o modelo selecionado. Nunca utilizar
bombas que admitam sólidos com diâmetro menor que 15 mm; o mais indicado é que
elas aceitem sólidos de até 20 mm ou mais;
Quanto ao funcionamento da instalação, deve-se sempre que possível não suprir a necessidade
hídrica com apenas uma bomba. O uso de várias bombas propicia mais segurança e economia, além de
permitir a manutenção do sistema sem parar por completo o recalque.
FOX, J. A.. 1977.b. Hydraulic Analysis of Unsteady Flow in Pipe Networks. London, The
MacMillan Press. 216p.
HICKS, Tyler G. & EDWARDS, T.W.. 1971. Pump Application Engineering. New York,
McGraw-Hill. 435p
JARDIM, Sérgio Brião. 1992. Sistemas de Bombeamento. Porto Alegre, Sagra-DC Luzzatto.
163p.
KSB 1975. Centrifugal Pumps Lexicon. Klein, Schanzin & Becker Aktiengesellscholf,
Frankenthal. 345p.
18
Escorva: enchimento do conduto de aspiração antes do funcionamento da bomba.
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KRANENBURG, C. 1973. Transient cavitation in pipelines. Delft, University of Technology.
164p. Tese(Doct.)
KRIVCHENKO, G.I.. 1986. Hydraulic machines – turbines and pumps. Moscou, Mir. 327p.
LAROCK, Bruce E., JEPPSON, Roland W. & WATTERS, Gary Z.. 2000. Hydraulics of
Pipeline Systems. Boca Raton. CRC Press. 537p.
MATTOS, Edson Ezequiel de & FALCO, Reinaldo de. 1988. Bombas Industriais. 2ª Ed.
Rio de Janeiro. Interciência. 474p.
SPIEGEL, Murray R.. 1968. Mathematical Handbook. New York, McGraw-Hill. 271p.
TURTON, R. K.. 1994. Rotodynamic Pump Design. Cambridge. Cambridge University Press.
197p
WISLICENUS, George F.. 1965. Fluid Mechanics of Turbomachinery. New York, Dover.
2nd Ed 744p
WYLIE, E. Benjamin & STREETER, Victor L.. 1978. Fluid Transients. New York,
McGraw-Hill. 384p
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Índice por assunto.
carga, 47
da bomba, 19
A de velocidade, 27
agulha hidráulica, 5, 6, 8
de uma turbina Pelton, 9 piezométrica, 27
altura variação da carga piezométrica, 28
geométrica, 47 variação da de velocidade, 28
manométrica, 48 cavitação, 53, 55
total, 19, 47 locais de ocorrência da, 59
ângulo circulação, 23
de ataque, 28 classe de pressão, 76
de retardo do fluxo, 29 CLP
de saída da pá, 24, 25, 27, 28 Controlador Lógico Programável, 34
associação em paralelo colo alto, 53
de bombas diferentes, 72 conduto
de bombas iguais, 66 de aspiração, 45
associação em série de compressão, 45
de bombas diferentes, 72 de recalque, 45
de bombas iguais, 64 de sucção, 45
conversor de freqüência, 34
corpo da bomba, 15
B curva
barrilete, 67 da instalação, 50
bombas de NPSH requerido, 21
afogadas, 61 de potência consumida, 21
axiais, 16 de rendimento, 20
centrífugas, 15, 16, 43 curva de estrangulação, 19, 28, 49
centrífugas de dupla entrada, 17 para as bombas em paralelo, 69
classificação, 12 para as bombas em série, 65
com pás para frente, 25, 27 variação com a rotação, 28, 31
com pás para trás, 25, 27 curvas características
com pás retas, 25 conversão de, 44
de alta rotação específica, 27 da bomba, 19
de baixa rotação específica, 27
de deslocamento positivo, 12 D
de deslocamento recíprocas, 12
de deslocamento rotativas, 13 difusor, 15
de diafragma, 13 distribuição em percurso, 64
de eixo horizontal, 46
de engrenagens, 14 E
de fluxo axial, 44
de fluxo misto, 15, 16, 43 Economia de energia
de jato, 18 com a variação da rotação, 33
de média rotação específica, 27 eixo da bomba, 15
de pistão, 12 elementos básicos de uma instalação de recalque, 45
de rotor aberto, 17 equação da conservação da quantidade de movimento angular,
de rotor fechado, 17 22
de rotor semi-aberto, 17 equação de Bernoulli, 6
de variação de densidade, 18 equação de Euler, 22, 23, 28, 29
definição, 7 equação de Laplace, 55
diagonais, 15 escolha de uma bomba, 73
dinâmicas, 12, 15 escorva, 78
em paralelo, 66 Euler
em paralelo com rotores diferentes, 72 Leonard, 22
em série, 64, 66
em série com rotores diferentes, 71, 72
especiais, 12
F
livres, 61 fórmula de Bresse, 77
mistas, 16 Francis
múltiplos estágios, 17 turbinas tipo, 42
não afogadas, 46
propulsoras, 16
rotodinâmicas, 12 H
volumétricas, 12 hidrograma diário de consumo, 35
C
caracol, 29
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I rotação específica, 11
aplicações do conceito de, 41
instabilidade de bombas de altas rotações específicas, 44 bombas de alta, 44
inversor de freqüência, 34 bombas de baixa, 43
bombas de média, 43
classificação de uma bomba em função da, 43
J equação da, 40
Joukoviski seleção de bombas em função da, 42
teorema de Kutta-, 23 seleção de uma turbina em função da, 42
rotor, 7, 15
rotor aberto
K bombas de, 74
Kaplan ruptura de coluna, 53
turbinas tipo, 42
S
L semelhança
lâmina defletora, 9, 11 cinemática, 36
dinâmica, 37
geométrica, 35
M semelhança de máquinas hidráulicas, 35
shut-off
máquina hidráulica
pressão de, 73
definição, 5
soma de Bernoulli, 6
. T
natureza do fluido, 74
tensão de vapor, 54
NPSH, 53, 60
da água, 55
disponível, 53
tensão superficial, 55
requerido, 53
tipo de conduto, 76
núcleos de condensação, 56
torque, 22
transientes hidráulicos, 10, 11
P triângulo de velocidades, 21
turbinas
paralelogramo de velocidades, 21, 28 classificação, 9
passo variável de ação, 9
bombas de, 17 de reação, 9
Pelton definição, 7
Lester Allan, 9 eólicas, 11
turbinas tipo, 42 Francis, 10
perda de energia hélice, 10
dentro da bomba, 26 Kaplan, 10
devido a fugas internas, 26 Michel-Banki, 10
devido a resistências viscosas, 26 mistas, 10
devido a singularidades, 26 tipo Francis, 42
perdas mecânicas por atrito, 26 tipo Kaplan, 42
ponto de funcionamento de uma bomba centrífuga, 49 tipo Pelton, 42
potência tipo PELTON, 9
consumida, 6, 8, 51 turbo-bombas, 12, 15
da corrente líquida, 5, 23 classificação, 15
gerada, 6, 8 turbo-máquinas, 7
perdida, 5 bombas, 7
pressão atmosférica motoras, 7
em função da altura, 53 receptoras, 7
pressão de vapor, 54 transmissoras, 7
R V
recuperador de pressões, 15, 28 vazão em peso
regime transiente, 76 vazão ponderal, 5
rendimento ventiladores, 27
motor-bomba, 6, 8 voluta, 29
turbina-gerador, 6, 8