Sie sind auf Seite 1von 2

Acção de Formação: Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares

Módulo 2 – Parte 2
João Carlos Costa
DRLVT, Turma 9
Comentário ao trabalho da colega Lurdes Almeida

Ross Todd, de que nesta formação temos lido alguns textos, coloca a tónica do trabalho dos
professores bibliotecários numa «evidence-based practice», que considera fundamental para que as
bibliotecas escolares estabeleçam uma ligação efectiva com a comunidade educativa em que estão
integradas, baseando-se em «inputs» em vez de «outputs». Mike Eisenberg, no texto «This Man
Wants to Change Your Job» (2002), aponta alguns conceitos fundamentais, entre os quais a
«accountability», um dos preceitos para que seja possível «transform library programs and the role
of the librarian» «by embracing this vision and strategy».

A tarefa que nos foi dada nesta formação consistia na organização de um «workshop» para
apresentação do modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares, atribuindo ao professor biblio-
tecário uma responsabilidade acrescida na escola para, através da divulgação deste modelo, criar
um maior envolvimento da comunidade educativa com a biblioteca escolar.

O trabalho da colega Lurdes Almeida aposta numa sessão de trabalho em que alguns para-
digmas da escola serão objecto de reflexão conjunta por parte de todos os participantes através de
uma apresentação em «Powerpoint» sobre a «escola do Século XXI» e a «mudança do conceito da
Biblioteca Escolar». Parece-me uma boa solução, uma vez que se torna indispensável fazer passar a
mensagem de que é através de uma actuação conjunta a participada que a escola poderá melhorar
os seus resultados, que deverão ser fulcrais nas suas práticas. Para além disso, permite fazer sentir a
necessidade de um maior envolvimento da biblioteca escolar na construção de saberes e na impor-
tância do trabalho do professor bibliotecário e da sua equipa, bem como numa maior aproximação
de professores, alunos e encarregados de educação com a biblioteca da sua escola.

No entanto, creio que da complexidade do modelo deverá decorrer uma selecção do que
deverá ser apresentado aos participantes no «workshop» e aqui haverá algumas escolhas que não
estão completamente explicitadas: deverão ser introduzidos apenas os domínios, ou também os
indicadores, uma vez que deles poderá depender a elaboração de sugestões para ultrapassar os
referidos constrangimentos?

A segunda fase da sessão aponta, e bem, para momentos de reflexão conjunta, em grupo,
acerca de possíveis «aspectos facilitadores e […] constrangimentos à aplicação do modelo». Esta
fase dos trabalhos, mais ou menos livre, permitiria que os grupos de trabalho no «workshop» che-
gassem às suas próprias conclusões, partindo destas para um debate acerca de possíveis soluções
para ultrapassar os constrangimentos que cada grupo sugerira. Isto pode, na minha opinião, ter
aspectos positivos, mas colocar alguns problemas. Se por um lado é importante que sejam os pró-

Página 1
Acção de Formação: Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares
Módulo 2 – Parte 2
João Carlos Costa
DRLVT, Turma 9
Comentário ao trabalho da colega Lurdes Almeida

prios elementos da escola a apontar obstáculos e a apontar soluções, isso poderá fazer com que
aspectos fundamentais de auto-avaliação, que decorrem deste modelo, sejam marginalizados face
ao que pode ser fundamental alterar, para que as bibliotecas escolares prestem um serviço mais
eficaz e com melhores resultados, podendo até inibir-se de assinalar pontos menos fortes no papel
do professor bibliotecário e da sua equipa.

Após a elaboração do meu trabalho relativo a este módulo, deparei-me com uma ou duas
reflexões acerca da realidade da minha escola, que porventura será a mesma de tantas outras. A
carga horária dos professores e alunos, a que acresce a sua formação, bem como o trabalho das
equipas de biblioteca e, em particular, do professor bibliotecário, deixa pouco espaço de manobra
para a realização de «workshops» demasiado longos, embora aqui se aponte apenas para 3 horas, o
que é uma duração muito razoável, embora isso constitua um óbice a que seja dedicado algum tem-
po a pressupostos teóricos ou até mesmo a uma apresentação pormenorizada do modelo de Auto-
Avaliação. Por outro lado, a maneira como muitos professores, alunos e encarregados de educação,
para já não mencionar direcções de escolas, encara o papel da biblioteca e dos professores bibliote-
cários, face ao desconhecimento que tem acerca destes factores, constitui uma séria dificuldade à
implementação de mudanças e de medidas de melhoria. Ou seja, compete também ao professor
bibliotecário e à sua equipa elaborar uma estratégia de «marketing» que conduza a uma mudança
de comportamentos, e um dos pontos essenciais, referidos no texto de Eisenberg acima citado é a
elaboração de «a memo to the principal» com a descrição pormenorizada do trabalho realizado no
âmbito da biblioteca.

Creio que a planificação do «workshop», apontando para a elaboração de um «quadro síntese


com as principais mudanças que a aplicação do modelo impõe» é uma boa solução para a conscien-
cialização dos participantes de que o papel da biblioteca escolar deixou de ser um mero depósito de
livros e de recursos e que as «sugestões dos intervenientes para que ocorra envolvimento da comu-
nidade escolar» pode ser um dos caminhos a apontar para que estas alterações sejam interiorizadas
e para passarem a ver com outros olhos o papel da biblioteca na construção do sucesso escolar.

Página 2

Das könnte Ihnen auch gefallen