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O método da energia de deformação uniforme permite obter a mínimo trabalho possível para
produzir uma dada secção, que é o trabalho requerido para a deformação homogênea (calcula as
tensões de conformação médias a partir do trabalho de deformação plástica). Esse trabalho por
unidade de volume é igual à integral da curva tensão-deformação entre os limites de deformação.
Para metais previamente encruados pode-se calcular a integral linear considerando um valor médio
para o limite de escoamento que não é integrado dentro dos limites de deformação; para materiais
recozidos essa simplificação conduz a erros apreciáveis.
Como o método da energia de deformação uniforme não considera o trabalho de deformação
redundante e o trabalho de atrito, isto significa que não considera a forma da ferramenta e a
natureza do contato corpo-ferramenta.
Assim, o valor da tensão, da deformação obtida (e, por conseguinte da força, do trabalho e
da potência) é inferior ao real.
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Aplicação à trefilação de barras
dW dW dl
= = σ 0. (por unidade de volume) (246)
V A.l l
W l dl ⎛l ⎞
= σ 0 .∫l 1 = σ 0 . ln⎜⎜ 1 ⎟⎟ (247)
V 0 l
⎝ l0 ⎠
Sendo que:
l1 dl ε
∫l0 σ 0 l
= ∫ε 1 σ 0 .dε , é a área sob a curva tensão-deformação no ensaio de tração
0
120
encruamento.
O trabalho externo de deformação é dado pela seguinte expressão:
W = F .l1 (248)
V ⎛l ⎞
F= .σ 0 . ln⎜⎜ 1 ⎟⎟
l1 ⎝ l0 ⎠
⎛l ⎞
F = A1 .σ 0 . ln⎜⎜ 1 ⎟⎟ , para δV = 0 ,
⎝ l0 ⎠
⎛A ⎞
F = A1 .σ 0 . ln⎜⎜ 0 ⎟⎟ (249)
⎝ A1 ⎠
A − A1
Definido-se o coeficiente de redução de área r, como r= 0 , tem-se que:
A0
A0 1
= (250)
A1 (1 − r )
⎛ 1 ⎞
F = A1 .σ 0 . ln⎜ ⎟ (251)
⎝1 − r ⎠
F
explicitando (251) em função da tensão de trefilação, σ 1 = , tem-se finalmente:
A1
⎛ 1 ⎞
σ 1 = σ 0 . ln⎜ ⎟ (252)
⎝1 − r ⎠
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b) Método de “Slab” (ou Método dos blocos, ou Método da divisão em elementos)
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II – Não há influência do atrito (hipótese pouco verdadeira);
III – A chapa não tem a espessura alterada;
IV – A força de sujeitador é desprezada.
e P
h
Rd
R'd
Rc
dθ
2
dθ
στ r
σr
dr
στ
σr + dσr dθ
2
123
σ r .dr.dθ + dσ r .r.dθ + σ t .dr.dθ = 0
r.dσ r = −(σ t .dr + σ r .dr ) (253)
dr
dσ r = − (σ t + σ r )
r
O critério de escoamento de Tresca para um estado plano de tensões é:
σ 1 − σ 3 = 2K = σ 0 (254)
σr +σt = σ0 (255)
dr
substituindo (255) em (253), vem: dσ r = − σ0 (256)
r
Considerando o encruamento desprezível, o que geralmente não é verdadeiro nos trabalhos a
frio usuais, obtém-se integrando (256):
σ R dr
∫0 dσ r = ∫R 'd − σ 0 r
r c
⎛ R' d ⎞
P = 2.π .Rc.e.σ r = 2.π .Rc.e.σ 0 . ln⎜ ⎟ (258)
⎝ Rc ⎠
Pode-se introduzir uma tensão de escoamento média σ 0 devido ao encruamento
progressivo a partir do raio inicial do disco, Rd, a carga P; de onde vem:
⎛ Rd ⎞
P = 2.π .Rc.e.σ 0 . ln⎜ ⎟ (259)
⎝ Rc ⎠
Deve-se observar que Rc é igual ao raio do punção, mais a metade da espessura da chapa.
Pode-se ainda, introduzir um coeficiente de rendimento η do processo para compensar os
efeitos de atrito e de deformação não uniforme, que se aplica a σ0;
σ0
σ 0' = (260)
η
σ 0 ⎛ Rd ⎞
P = 2.π .Rc.e. . ln⎜ ⎟ (261)
η ⎝ Rc ⎠
124
O procedimento recomendado para calcular essa força de conformação P é o seguinte:
1º - Calcular o raio Rd do disco a partir do conhecimento de R:
Por exemplo: Ad → área do disco;
Ac → área do corpo.
Ad = Ac
π .Rd 2 = π .Rc 2 + 2.π .Rc.h
Rd = Rc 2 + 2.Rc.h
2º - Calcular as deformações logarítmicas:
⎛ Rd ⎞
ε R 'd = ln⎜ ⎟ → para a borda externa do disco de raio R’d;
⎝ R ' d ⎠
⎛ R' d ⎞
ε Rc = ln⎜ ⎟ → para a borda interna do corpo de raio Rc.
⎝ Rc ⎠
E uma curva experimental σ 0 × ε , determina-se os valores de σ0 correspondentes a ε R 'd
e ε Rc e o valor médio desses dois σ0 avaliados, σ 0 .
3º - Calcular a força de conformação com a expressão (261).
4º - Verificar se o valor de σr não ultrapassa o limite de resistência à tração do material:
v ⎛ Rd ⎞
σ r = σ 0 . ln⎜ ⎟ < σ rt (262)
⎝ rc ⎠
Ainda, no método dos blocos (“Slab”), podem-se considerar as forças atuantes nas outras
partes da estampagem de um corpo.
Figura 60 – Segmento de corpo conformado (copo) com indicação das forcas atuantes.
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Como estimativa do trabalho de deformação realizado na estampagem profunda, pode-se
afirmar que: Wr = 0,70.Wt , Wa = 0,13.Wt e Wd = 0,17.Wt (263)
Onde:
Wr = trabalho de deformação radial;
Wa = trabalho de atrito;
Wd = trabalho de dobramento e deslocamento;
Wt = trabalho total de conformação.
A equação aproximada de Sachs, é a seguinte para a carga de conformação na estampagem
profunda de chapas.
π
⎛ ⎞
⎡ D0 ⎛ Dp ⎞ ⎤ ⎜⎝ µ . 2 ⎟⎠
P = ⎢π . Dp .h .(1,1 .σ 0 ). ln + µ .⎜⎜ 2 . H ⎟⎟ ⎥ .e +B (264)
⎣ Dp ⎝ D 0 ⎠⎦
⎛D ⎞
LDR ≅ ⎜⎜ 0 ⎟⎟ ≅ eη (265)
⎝ Dp ⎠ máx
onde η é um termo de eficiência que compensa as perdas por atrito. Se η=1, então LDR≅2,7,
enquanto que se η=0,7; LDR≅2,0. Isto confirma a experiência, que mostra ser difícil produzir um
copo metálico com altura muito superior ao seu diâmetro, mesmo que o metal em questão seja de
grande ductilidade.
Alguns fatores que na prática afetam a estampabilidade:
- raio da matriz – deve ser cerca de 10 vezes a espessura da chapa;
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- raio do punção – um ângulo muito agudo leva a redução de espessura localizada e ruptura
do material;
- folga entre o punção e a matriz – 20 a 40% maior do que a espessura da chapa;
- pressão de fixação – cerca de 2% da média de σ0 (limite de escoamento) e σrt (limite de
resistência à tração);
- lubrificação da superfície lateral para a matriz para reduzir o atrito na estampagem
profunda.
Uma vez que a redução máxima na estampagem profunda é da ordem de 50%, é necessário
empregar-se operações sucessivas de estampagem caso se queira produzir peças altas e delgadas
(como capas de cartuchos e tubos fechados).
c) Método da teoria do campo das linhas de deslizamento (Slip line fields theory)
O método da teoria do campo das linhas de deslizamento permite calcular ponto a ponto a
tensão somente em condições de deformação plana [ver item 3.9 (Dieter) – pág. 82]. Há
necessidade do conhecimento das propriedades das linhas de deslizamento (α, β) [ver Kachanov,
L.M. – Fundamentals of the theory of plasticity – Mir Publishers, Moscou, 1984 (traduzido para o
inglês)].
σ
onde: τ = (por Von Mises);
3
S = Superfície da descontinuidade; V* = Velocidade da descontinuidade.
Como somente examinaremos condições sob deformação plana, no lugar de:
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∫V σ ij .dε ij .dV , ∫V K .dγ
* * *
vem: .dV ,
C argas
externas
σij
D is continuidade
σij
Veloc idade da
desc ontinuidade
Supõe-se que as bases do cabeçote superior e inferior sejam planas e lisas, e que o cabeçote
superior se move com uma velocidade unitária µ = 1; o corpo se divide em blocos rígidos: ABC,
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ABD, DBF e assim sucessivamente e o mesmo é constituído de um paralelepípedo de altura h e
largura b.
A 5 C 1
θ
4 3 2
B
h
9 8 7
10 6
D F
b
θ 5'=10' θ θ
1'=6' 0 Hodógrafo de
Velocidades
θ θ θ
4' 2' µ=1
3'
Assim tem-se:
dWi
= K .[S AB .µ AB + S FB .µ FB + S BD .µ BD + ...] (272)
dt
considerando (268), (269), (270), (271) em (272), vem:
dWi ⎡S 1 S 1 ⎤
= K ⎢ AE . + AE . + ...⎥
dt ⎣ cosθ sen θ cos θ sen θ ⎦
dWi K
= .(6 × S AE ) , como 6.SAE=b,
dt sen θ . cos θ
dWi K .b
= (273)
dt sen θ . cos θ
K .b 2.K .b
P.b = = ∴
sen θ . cos θ 2. sen θ . cos θ
(275)
P 1
=
2.K sen 2θ
130