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Interação ou interatividade:

qual a melhor proposta para um site?


Gabrielle Felipe
Marco Gandini

Os termos “interatividade”, “interativo” e “interação” muito se confundem nos


dias de hoje. Muitos sites, portais, blogs fazem referência a tais conceitos, porém muitas
vezes as ações propostas por eles se perdem quando colocadas em prática.
Estar no meio digital para uma empresa é promover a interação entre ela e os
seus públicos. Essa forma de comunicação é considerada nova, pois antes era feita por
uma comunicação tradicional, de massa, com base nos modelos de comunicação off-
line. Nessa fase, parte do interlocutor a mensagem que tem como objetivo principal
atingir o máximo de receptores possíveis, sem restrições, o chamado modelo clássico
emissor-receptor, ou ainda “um-muitos”. Já na comunicação online o fluxo da
mensagem percorre um trajeto bem diferente, trajeto esse que também não se pode
prever.
A dinâmica do processo online é bastante diferente. O online permite uma
proximidade maior com o público, é o que difere do modelo de massa já que na
comunicação online há uma troca de informações entre todos os elementos envolvidos,
num processo onde todos têm a sua participação. Um processo de recombinação e troca
entre vários agentes no processo de emissão e recepção, agora chamado de “muitos-
muitos” sendo assim um modelo não-linear.
O termo “interação” só ganhou expressão com o uso da máquina e o termo
mercadológico “interação mediada por computador” está dentro de um contexto da
cibercultura onde interação é uma “ação entre” os participantes do encontro (Primo
1997,1998). Agora é estabelecida uma relação entres os interagentes, e não mais apenas
em sistemas isolados. Para um site ser interativo ele precisa ter no seu discurso uma
bidirecionalidade, uma mão dupla no diálogo que envolve as partes. Talvez essa seja a
característica mais marcante e que hoje está presente, pelo menos nos discursos, na
grande maioria dos sites, portais e blogs. Todos querem ser interativos.
Segundo Alex Primo, pode-se classificar a interatividade através dos seus
enfoques: trasmissionista, informacional, tecnicista, mercadológico e antropomórfico. O
transmissionista, que se apega ao modo de como é feita essa relação de troca de
informações entre o usuário e a máquina.
O informacional que nada mais é do que o usuário ter a possibilidade de escolher
uma opção entre as demais. Em outros termos, é chamar o interagente a participar do
processo de escolha, processo este enquadrado num modelo definido por Laurel (1991)
onde o programador coloca à disposição do usuário um leque de opções para que o
mesmo possa escolher a que melhor o satisfaça.
Nessa abordagem a interatividade não pode ser confundida com interação, pois a
participação do usuário é medida por um simples clique. Como no site da Fiat
(http://www.fiat.com.br/monte-seu-carro) no exemplo abaixo:
Deve-se deixar claro que propor interatividade nos casos como o do modelo
acima, é deixar o usuário livre no processo de escolha. Ele escolhe entre as opções pré-
estabelecidas, ou seja, primeiro ele define qual a configuração do carro (só existem 3
disponíveis) depois a cor (que também já estão todas definidas) e em seguida as
opcionais que seguem o mesmo padrão. Nesse caso os resultados da contribuição são
previsíveis e mostra que neste estágio de interatividade há um nível bem baixo de
participação do interagente, pois quanto mais previsíveis menores os níveis de
participação. Assim, escolher uma opção entre as demais irá gerar sempre resultados
pré-definidos e logo um número menor de combinações de informações.
Tal ação digital se enquadra perfeitamente no modelo de interatividade à qual o
site se propõe, o que não se pode cometer é o erro de dizer que o site visa à interação
com o seu público. Agora se o seu posicionamento for de “site interativo”, é
perfeitamente aceitável. Em contrapartida poderíamos traçar algumas ações que
realmente o tornariam num site interativo como: criar um blog onde o usuário poderia
participar com seus comentários sobre o carro, postando suas impressões sobre o novo
lançamento, sugestões de novas cores e opcionais, abrir um espaço para envio de fotos
daqueles que possuem modelos antigos para estabelecer um paralelo entre as diferenças
do modelo antigo e o novo, ou ainda convidar os atuais proprietários a conhecer o novo
modelo através de um test-drive previamente agendado pelo site. Ações como estas são
mais abrangentes e realmente estimulam a participação online. Nesse caso, poderíamos
então definí-lo como um site de interação.
Dizer que um site é interativo é bem diferente que propor interação. Propor
interação é permitir que o interagente tenha uma participação ativa e não apenas de
quem simplesmente absorve informação. Entramos agora num terceiro enfoque da
interação, dado por Alex Primo, o tecnicista. Aqui são evidenciadas todas as
possibilidades que o meio digital oferece, seria fazer uso de todas as capacidades que o
meio possibilita, seja técnico ou de linguagem. Dentro deste aspecto destaca-se a
contribuição de Steuer (1993, p.1) “interatividade se define como a extensão em que os
usuários podem participar modificando a forma e o conteúdo do ambiente mediado em
tempo real”, e duas características importantes: 1- interatividade de conversação:
permite que o usuário produza e envie suas próprias informações num sistema de mão-
dupla;
2- interatividade de registro: poder de registro que o sistema tem ao responder uma
solicitação feira pelo usuário. Podemos observar isso no site Overmundo
(http://www.overmundo.com.br) no exemplo abaixo:

Trata-se de um site de conteúdo informativo que permite a colaboração do


usuário no processo de criação da informação. O interagente é convidado a participar
através dos seus comentários, posts, vídeos e imagens.
A abordagem do site em questão se baseia num conceito de interação que a
define não pela característica do meio, mas como um processo desenvolvido entre os
interagentes, ou seja, o usuário agora é editor de conteúdo e vê suas publicações fazendo
parte de um produto final.
Para entender mais sobre interação, falaremos também de mais dois enfoques. O
mercadológio, que como o próprio diz, é o mesmo que criar uma falsa ilusão de que o
usuário está inserido nesse processo de participação ativa, seria mais um argumento de
persuasão e de venda do que uma participação de fato. O outro enfoque, e último, é o
antropomórfico. Bairon (1195,p.16) define “ Por interativo podemos entender todo o
sistema de computação onde se manifesta um diálogo entre o usuário e a máquina”.
Assim dialogar é o mesmo que consumir a informação a qual você busca, consulta ou
constrói.
Diante do que foi exposto, falar sobre interação e interatividade em um site se
torna complexo quando a proposta não está clara e ou confusa estando assim abordada
de maneira incorreta. Nota-se que é necessário uma série de requisitos para que um site
cumpra com o seu objetivo real quando propõe uma relação mais estreita com o usuário
interagente. Essa relação torna-se comprometida a partir do momento em que o usuário
não consegue desenvolver e evoluir frente aquilo que lhe foi proposto, o que implica em
um “não retorno” para o site.
Vimos como exemplos dois sites com propostas diferentes e as mesmas
executadas de maneira diferentes, cada uma com um objetivo, um com interatividade e
o outro com interação. Para que haja uma satisfação de ambos os lados e uma execução
ideal do objetivo é preciso primeiramente uma reformulação ou apenas uma pequena
adaptação respectivamente. Assim os interagentes poderão ter um contato maior com o
conteúdo e uma melhor visão do que lhe está sendo oferecido.
Logo, percebemos que para estar na internet não basta somente oferecer algo
interessante, sendo ele de interação ou interatividade, e sim planejar da melhor maneira
possível todo o conteúdo para que o público-alvo daquele segmento seja realmente
atingido de um modo mais correto e satisfatório.
Referências Bobliográficas

PRIMO, Alex. “Enfoques e desfoques no estudo da interação mediada por computador”


in BRASIL, André et alli (Orgs.). Cultura em fluxo – novas mediações em rede. Belo
Horizonte: Editora PUC Minas, 2004.

CARNIELLO, Monica Franchi. Interatividade na Publicidade Digital. Taubaté, 2003.

PRESAS, Patricia Piana; PRESAS, Joaquim Fernandes. Publicidade e Design: Uma


integração possível. Um estudo sobre a interdisciplinaridade entre os cursos de
Comunicação social e Design. Paraná, 2006.

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