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O documento discute a amamentação como um ato psicossocial. Aborda a história da amamentação e como passou de uma prática natural para ser influenciada por fatores socioculturais. Também define o que é a amamentação e destaca a importância do leite materno para o bebê. Explora ainda os aspectos psicológicos envolvidos no processo e o vínculo entre mãe e filho durante a amamentação, enfatizando o papel do psicólogo neste contexto.
O documento discute a amamentação como um ato psicossocial. Aborda a história da amamentação e como passou de uma prática natural para ser influenciada por fatores socioculturais. Também define o que é a amamentação e destaca a importância do leite materno para o bebê. Explora ainda os aspectos psicológicos envolvidos no processo e o vínculo entre mãe e filho durante a amamentação, enfatizando o papel do psicólogo neste contexto.
O documento discute a amamentação como um ato psicossocial. Aborda a história da amamentação e como passou de uma prática natural para ser influenciada por fatores socioculturais. Também define o que é a amamentação e destaca a importância do leite materno para o bebê. Explora ainda os aspectos psicológicos envolvidos no processo e o vínculo entre mãe e filho durante a amamentação, enfatizando o papel do psicólogo neste contexto.
Monografia apresentada como requisito parcial a obteno do ttulo de bacharel em Psicologia,
da Faculdade de Cincias Humanas e Sociais pela Universidade Vale do Rio Doce UNIVALE.
Governador Valadares 2008
1- INTRODUO
O trabalho proposto teve como objetivo pesquisar a amamentao e todo o processo envolvido nessa ao, e buscou analisar as alteraes tanto psicolgicas quanto sociais que a classificam como um ato psicossocial. Para tanto, objetivos especficos foram desenvolvidos durante a pesquisa tais como: a identificao do papel do psiclogo na amamentao frente a uma equipe multiprofissional; caracterizao da amamentao como um ato biopsicossocial, e compreenso de como se d o processo do vnculo na amamentao, e como este ato fortalece os laos afetivos entre me e filho. Portanto, o problema investigado a partir deste trabalho foi: Como ocorre o processo da amamentao e qual o papel do psiclogo neste contexto?.
O interesse pela pesquisa se deu a partir de uma vivncia pessoal e de grande interesse pelo tema, em favor da necessidade de compreender a relevante importncia de tal prtica, alm de perceber como um ato to natural e vantajoso para todos, sofreu ao longo do tempo influncias a ponto de ser quase esquecido.
Apesar da escassez de estudos em psicologia relacionados com o tema, o estudo em questo de grande relevncia, por ser um assunto motivador, que possibilita a busca de conhecimento sobre o aleitamento materno, a fim de verificar a importncia do psiclogo atuando nesta rea.
Vale ressaltar que muito importante a atuao do profissional psiclogo, na fase da amamentao, pois a me necessita adquirir conhecimentos sobre os aspectos biolgicos, sociais e psicolgicos que a norteiam nesta fase to nica. Portanto, o profissional deve conhecer cada um desses aspectos para trabalhar terapeuticamente, preventivamente e pedagogicamente.
Acredita-se que por meio de um estudo desta natureza pode-se fazer compreender a total importncia do papel que o psiclogo exerce sobre a fase da amamentao, ajudando essas mes a adquirir uma autoconfiana, a ponto de elas conseguirem transpor todos os obstculos que possam surgir no decorrer desse processo, dessa forma, resgatando a prtica da amamentao.
A metodologia utilizada para a realizao deste trabalho foi uma pesquisa bibliogrfica com analise descritiva, atravs de leitura de livros e materiais. Tendo em vista a importncia da amamentao, o estudo pretende demonstrar o papel do psiclogo inserido na amamentao, dando apoio para que me e bebs estabeleam o aleitamento materno. Para tanto, a pesquisa foi desenvolvida em trs captulos:
No captulo 1 foi abordado o conceito sobre a amamentao, dando enfoque sobre a histria do aleitamento materno, desde os primrdios at os dias atuais. Analisou-se como o processo da amamentao, e porque se deve amamentar.
No captulo 2, o destaque foi dado ao processo do aleitamento materno como um ato biolgico social e psicolgico, levando em conta os obstculos existentes que podem levar ao desmame.
No captulo 3 foi feito consideraes sobre os aspectos psicolgicos que envolvem o perodo da amamentao, assim como o vnculo afetivo entre me e filho e o papel do psiclogo na amamentao.
A partir da execuo deste trabalho ficou clara a importncia de se compreender todo o processo da amamentao atravs de aes preventivas de conscientizao que podem ser realizadas pelo profissional da psicologia, dentro de uma equipe multiprofissional.
2- AMAMENTAO
2. 1 - HISTRIA DA AMAMENTAO
Segundo Vieira (2008), o ser humano est geneticamente programado para a amamentao, pois em 99,9 % da sua existncia na terra, amamentou seus descendentes. A amamentao apesar de ser biolgica deixou de ser praticada por influncias socioculturais; O homem o nico mamfero que d o leite de outra espcie animal para seu prprio filho! E isto (...) no incuo; causa problemas, s vezes para o resto da vida! (MARTINS FILHO, 1987, p. 14).
Dentro desse contexto, Bueno e Teruya, acrescentam:
Apesar de pertencer classe dos mamferos, o ser humano distanciou-se muito de nossas origens, deixando de amamentar seus filhos e por isso paga um nus que vai desde uma simples suscetibilidade s doenas at morte. A amamentao assegura proteo sade no s para as crianas, como tambm para suas mes, assim como fortalece o vnculo afetivo entre eles. A amamentao propicia tambm a economia para famlias, instituies de sade, governos e naes. (BUENO E TERUYA, 2008, p.155).
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2.2- O QUE A AMAMENTAO
O termo amamentao se difere do aleitamento materno, pois o conceito da amamentao o ato da me dar diretamente o peito para o beb mamar e o aleitamento materno se refere ao meio pelo qual a criana recebe o leite de sua me, que pode ser pela mama, pelo copinho, pela colherzinha, pelo conta-gotas e at mesmo pela mamadeira (REGO, 2008, p.17):
A amamentao no apenas uma tcnica alimentar: muito mais do que a simples passagem do leite de um organismo para o outro, ainda que diretamente ao seio. Ela um rico processo de entrosamento entre dois indivduos um que amamenta e o outro que amamentado. A amamentao no s propiciada como tambm propiciadora de uma gama de interaes facilitadoras de formao e consolidao do vnculo me-filho. A participao da famlia, em especial do pai, tem grande influncia na amamentao (REGO, 2008, p.17).
O leite materno o melhor alimento para o beb, pois especialmente produzido para a espcie humana. De acordo com Martins Filho (1987) todo ser mamfero produz leite especial para atender s necessidades de crescimento e maturao do beb de cada espcie. Dessa forma, cada mamfero produz um tipo de leite que bom para seu filhote. Assim, o leite de gua para o potro, o da gata para o gatinho, o da vaca para o bezerro, o da mulher para o seu beb (MURAHOVSCHI, 1997, p. 13).
... to maravilhosa essa adaptao, que vrios trabalhos de investigao recentemente tm demonstrado que as mes de bebs prematuros produzem leites especiais. Adaptados s suas necessidades especiais, tais leites costumam ter maior concentrao de protenas, principalmente no colostro, e em maior quantidade (....), portanto o melhor leite para um prematuro o de sua prpria me (MARTINS FILHO, 1987, p. 18).
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2.3 - PSICOFISIOLOGIA DA LACTAO
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ASPECTOS PSICOLGICOS DA AMAMENTAAO E A INSERO DO PSICLOGO NESTE PROCESSO
4.1 - VNCULO ME E FILHO NA AMAMENTAO
Segundo Klaus et al (2000), o recm-nascido depende totalmente dos pais para seu desenvolvimento e sua sobrevivncia. Por isso que neste perodo muito importante uma elaborao de um vnculo entre pais e bebs. O vnculo pode ser definido como um elo entre os pais e a criana, enquanto que o termo apego refere-se ao elo da criana com os pais, mas ambos os termos descrevem o processo do vnculo.
A amamentao uma ligao muito forte entre me e filho. um contato intimo de pele a pele e olhos nos olhos, que possibilita a dupla sentir um enorme prazer neste ato, um amor que aumenta a cada mamada e se constri em uma base firme vinculando pra sempre me e filho.
Esse ato traz inmeras vantagens do ponto de vista emocional. uma interao rica entre me e filho que proporciona uma mtua satisfao, suprindo o vazio e a ruptura do ps-parto: H estudos que mostram que, quando o beb lambe o seio ou massageia, a liberao do hormnio Ocitocina provoca na me sonolncia leve, euforia, aumento de tolerncia dor e aumento do amor pelo filho (FALCETO, 2006, p. 61).
De acordo com Klaus et al (2000), o inicio da formao do vnculo entre pais e bebs que comeam durante a gravidez. A construo deste processo influenciada pelos sentimentos dos pais em relao a essa gravidez e qualquer alterao que possa ocorrer durante essa fase vir retardar o vnculo entre os pais e bebs. Quando ocorre tudo bem nesse perodo, fortalece gradualmente os laos entre pais e bebs.
Dessa forma, de acordo com o autor citado acima a vinculao materna um processo gradual de envolvimento de determinadas competncias por parte do beb, pelo que o beb participa na ligao afetiva que a me vai ter com ele. O mesmo ser dizer que o comportamento do beb interfere na vinculao materna que por isso no um processo unidirecional.
Segundo Bertoldo e Santos (2008), os neurofisiologistas concluram que os elevados nveis de ocitocina liberados acompanhado com a prolactina colaboram para o aumento do amor materno e essas aes comportamentais desses hormnios sugerem que a amamentao facilita a relao me e filho, promovendo o vnculo afetivo, contribuindo assim nesse perodo um aumento do prazer e da felicidade da me.
Lana (2001) descreve que nos primeiros momentos aps o parto acontecem nveis muito altos de ocitocina durante as mamadas. Este momento chamado perodo sensitivo, pois critico para o estabelecimento do vnculo afetivo me e filho, e se no for aproveitado, este vnculo poder no ser intenso. O perodo sensitivo um momento que a me est mais disposta e ativa na interao com o beb e as crianas que usufruem deste perodo de maior sensibilidade da me tem seu desenvolvimento e personalidade favorecidos. O contato me-filho neste perodo pode alterar o comportamento posterior da me com seu filho. Portanto o vnculo me e filho um processo que deve ser iniciado logo aps o parto o mais cedo possvel.
O autor citado acima, diz que mesmo se no tivesse o hormnio da ocitocina amamentao determinaria por si s um vnculo muito maior do que o conseguido com a mamadeira, pois quando a criana mama ao seio ela tem um contato com a me mais prolongado, calorosos, aconchegantes e mais freqentes. O contato fsico para o beb um estmulo agradvel e possibilita-lhe alcanar mais plenamente suas potencialidades, sendo uma necessidade biolgica e vital. O vnculo quando estabelecido to poderoso, que proporcionam as essas mes fazerem qualquer sacrifcio pelos seus filhos. E isso Para o resto da vida, a fora e a qualidade deste vnculo influenciaro a qualidade de todos os futuros vnculos que sero estabelecidos pela criana com outras pessoas (LANA, 2001, p.54).
Este contato que a amamentao proporciona um momento de proximidade, um vnculo emocional que ajuda a criana a se desenvolver e se relacionar com outras pessoas. Os benefcios emocionais do leite materno so indubitveis, pois o beb que acaba de nascer no consegue sobreviver sem afeto, carinho e cuidados. (CARVALHO E TAMEZ, 2002).
na amamentao que esse afeto, toque e carinho maior, pois o beb receber da me um contato intimo de aconchego e calor, os mesmos que sentia no tero da me, numa relao de continuidade, proporcionando a dupla me-filho estreitar os laos de afetividade.
O recm nascido durante as mamadas vivencia sensaes bem parecidas de quando estava no tero de sua me, como as batidas do corao materno, o seu calor, o seu cheiro, prazer pelo contato com o seio materno, alm de satisfazer sua fome: A me capta a angstia do recm-nascido, dilui esse sentimento e devolve o bem-estar ao recm-nascido. graas a esse processo que uma me consegue fazer cessar o choro de seu recm-nascido aps tentativas fracassadas de outras pessoas (BORTOLLETI ET AL, 2008, p. 366).
A amamentao fortalece o vnculo me e filho, pois atravs dela que ... nutrem-se seres em seus primeiros estgios de desenvolvimento e solidificam-se relaes interpessoais, formando vnculos e condies que facilitam a sobrevivncia e a caminhada em direo maturidade (COUTINHO E TERUYA, 2006, p. 5).
Alm disso, uma maior interao entre me e filho, pois o contato de pele aps o parto e durante a amamentao exclusiva favorece o desenvolvimento do apego e reduz o ndice de rejeio e abandono. As crianas privilegiadas por este contato precoce com suas mes aps o parto so mais tranqilas, menos ansiosas e sofrem menos estresse causado pela separao do corpo materno:
A maior recompensa (...) da amamentao o contato ntimo, freqente e prolongado entre me e filho, que, alm de ser por si s muito gratificante para ambos, resulta num estreito e forte lao de unio entre eles. A conseqente maior ligao me-filho na amamentao possibilita melhor compreenso das necessidades do beb, facilitando o desempenho maternal. Alm disto, a amamentao ajuda a transio gradual de beb dentro e fora da barriga, importante para o beb e para a me (LANA, 2001, p. 143).
De acordo com Pryor (1981) a unio da dupla na amamentao concedida atravs do afeto mtuo. Quando esta unio estabelecida, torna-se difcil desfaz-la e tanto a me quanto o beb necessitam um do outro tanto fsica quanto emocionalmente. A criana tem uma necessidade fsica de leite, mas a sua necessidade emocional igualmente forte, pois precisa de contato com a me, de amor e de tranqilidade, que recebido enquanto mama atravs de todos os sentidos. A me tambm tem uma necessidade fsica que de aliviar os seios cheios de leite e essa sensao de estar com os seios repletos faz com que a me anseie pelo filho e pela satisfao de aliment-lo:
Mas talvez mais do que tudo, a me como o beb precisa receber alguma demonstrao de ser amada; e o comportamento de um beb, ainda que muito novinho, quando est no seio, uma prova positiva disto. Sua avidez encantadora; contagiante o seu ditoso prazer, e sua saciedade satisfeita, um cumprimento cmico. Com o correr dos dias, o amor que sente pela me torna-se consciente e intenso. O beb de trs meses fica fixando o olhar no rosto da me todo o tempo enquanto mama, procurando seus olhos e amando-a com toda sua alma. Com cinco ou seis meses, brinca enquanto est no seio, remexendo num cordo ou num boto de vestido da me, dando-lhe tapinhas amorosos. Sorri com o canto da boca, pe a mo nos lbios da me para que esta a beije mostra a ela em todas as mamadas o quanto a ama. uma experincia realmente incrvel! A vida no assim toda feita de um amor verdadeiro, a ponto de podermos consider-lo algo comum, sejam quais forem as circunstancias. No surpreende s mes que amamentam saber que, em geral elas tm famlias mais numerosas do que as mes que no amamentam. (PRYOR, 1981, p. 16-17)
Muitas mulheres que amamentam por um perodo prolongado revelam que a relao com o filho muito boa, diferente e intensa, sendo motivo de orgulho. E esse contato ntimo freqente e prolongado que desenvolve um forte vnculo afetivo entre a mulher e seu beb favorecendo esta ligao. (BERTOLDO E SANTOS , 2008).
O vnculo me-filho, fundamental para o crescimento e desenvolvimento da criana, fortalecido pela amamentao, que proporciona grande variedade de estmulos ao recm-nascido e interaes mais intensas com sua me (PEDROSO, PUCCINI, 2008, p. 45).
Pryor (1981) afirma que no pretende dizer que a me e beb que no passaram pela experincia da amamentao no se amem, mas a dupla bem estabelecida na amamentao sente algo diferente um pelo outro. As mes que deram mamadeiras para um ou dois filhos e que descobriram que podiam amamentar filhos posteriores tem uma conscincia bem grande sobre este fato. Quando h a amamentao a intimidade fsica dessa prtica dispensa todos os obstculos que sempre existiam entre indivduos e de uma forma tal que nenhum esforo consciente por parte da me consegue igualar:
A dupla de amamentao aprendeu a trabalhar em conjunto como equipe na hora das mamadas e essa compreenso mtua estende-se para todos os demais contatos que vierem a fazer. por isso que as mes dizem que um beb que mama no seio mais fcil. A facilidade consiste - alm de no precisar cuidar dos incmodos todos representados pela mamadeira em sentir como agradvel e boa a companhia do beb. O beb de peito normalmente vai com a me a qualquer parte, no s por precisar do leite materno, mas tambm por no dar trabalho e, principalmente, porque a me sente sua falta quando esto longe um do outro, mesmo que seja por poucas horas. Esse relacionamento pode continuar a ser uma parte da relao me-criana, muito tempo aps o desmame (PRYOR, 1981, p.17).
Segundo Lana (2001) O amor de me e filho no recproco por natureza, mas construdo aos poucos a cada contato. E a qualidade destes contatos ter influencia na vida do beb atualmente e futuramente tambm, favorecendo o relacionamento com outras pessoas no decorrer de sua vida e na sua capacidade de ser feliz. No entanto, isso no significa que o beb que no foi amamentado ser infeliz, pois nenhum beb feliz sendo amamentado por uma me indisposta, ansiosa, culpada e deprimida, ele poder at estar sendo bem nutrido fisicamente, mas no ser nutrido emocionalmente. Portanto deve se criar condies para que as mes possam amamentar com alegria e tranqilidades os seus filhos:
O ambiente que cerca a relao me-filho contribui para a qualidade da reatividade de ambos: num ambiente em que a me cercada de pessoas hostis e crticas ou que excessivamente turbulento e confuso, a ansiedade materna e, conseqentemente a inquietao do beb sero maiores (...) Em contraste, se a me cercada de pessoas que realmente conseguem ajud-la e apoi-la, os sentimentos de autoconfiana e satisfao emocional tendem a aumentar, assim como a disposio de dar afeto ao beb (MALDONADO, 2002, p. 52).
Para Klaus et al (2000), o vnculo desenvolvido no decorrer de todo perodo da gravidez, do nascimento e do ps-parto. Este vnculo afetivo fortalece as relaes, o apego da criana com os pais e na independncia futura da criana.
De acordo com Coutinho e Teruya (2006), inmeros estudos tm procurado compreender a relao da amamentao com o vnculo me beb. Porm, nota-se que no decorrer das ultimas dcadas, as mudanas culturais aliadas a condutas mdicas interferiram nesta relao. O contato precoce da me e filho, dentro das primeiras horas de vida, pode influenciar na relao da me com o seu beb. Este contato que se estabelece na amamentao de pele a pele e olho no olho so formas de interao que ajudam para a formao dos laos afetivos, para a sade mental. Coutinho e Teruya (2008) apud Fergusson (1999), relatando que observou isso em crianas que foram amamentadas, aps 15 a 18 anos. O resultado disso foi, que essas crianas apresentavam alto nvel de apego familiar, e suas mes se mostravam carinhosas e no to superprotetoras.
Os profissionais capacitados para amamentao devem ajudar me e filho a estabelecer o mais rpido possvel esse vnculo, criando condies para que a amamentao ocorra durante a primeira hora ps-parto e que seja estabelecido o alojamento conjunto, alm de ajudar essas mes atravs de aconselhamentos e quebrando possveis obstculos que podero surgir nesse perodo.
4.2 PAPEL DO PSICLOGO NA AMAMENTAO
O papel do psiclogo na amamentao consiste em ajudar a me-nutriz, atuando nos aspectos emocionais envolventes neste perodo. essencial que haja a atuao do psiclogo nesta fase da vida da mulher, estimulando as mes prtica da amamentao, informando, conscientizando sobre todos os benefcios e facilidade para seu xito, assim, promovendo orientaes e aconselhamento no pr-natal e ps-parto. Dessa forma o psiclogo, juntamente com uma equipe multidisciplinar se torna responsvel pelo sucesso da amamentao, evitando assim possveis problemas que resultaria em um desmame precoce.
Figueiredo (2006) relata que vrias pesquisas demonstram que quando o profissional de sade realiza aconselhamento e encorajamentos apropriados, as taxas de inicio e durao da amamentao podem ser aumentadas. Dessa forma para que se tenha sucesso com o aleitamento materno faz-se necessrio que os profissionais de sade estejam prontos a proteger, apoiar e promover o aleitamento materno, atravs de suas habilidades clnicas e de aconselhamento.
Lana (2001) destaca que muito importante promover a amamentao, mas no existe sucesso nesta promoo sem o apoio e a proteo. Portanto preciso que se criem condies para solucionar os problemas que possam surgir, e isso significa dar apoio. A proteo significa cuidar para que nenhum obstculo seja colocado no caminho da amamentao. Dessa forma, a promoo, o apoio e a proteo devem ser dados no pr-natal, no ps-parto e no mnimo durante os dois primeiros anos de vida da criana.
Segundo Bueno e Teruya (2008), a compreenso da diferena entre o simples ato de aconselhar e aconselhamento essencial, pois quando se dar conselho ou se aconselha significa dizer pessoa o que ela deve fazer e o aconselhamento uma maneira da atuao do profissional que escuta e procura entender e compreender a me atravs dos seus conhecimentos e oferece apoio, ajudando a me a planejar e tomar decises e se fortalecer para que possa combater as presses e assim aumentar a sua auto-estima e autoconfiana. A principal idia do aconselhamento em amamentao estabelecer entre profissional e me uma ao construtiva e uma facilitao na comunicao.
De acordo com Bertoletti et al (2008), a gravidez e o ps-parto um perodo considerado o auge do desenvolvimento psicossexual feminino. O perodo da amamentao fecha esse ciclo, aprovando a identidade feminina da mulher. Por isso que qualquer obstculo nesta fase poder atingir diretamente na sua auto-estima, que naturalmente se encontrar vulnervel aos transtornos emocionais. O psiclogo dever atuar no ciclo gravdico-puerperal, estando comprometido com a preveno desses, pois o aleitamento materno tem sua atuao ligada diretamente nesse aspecto.
Os aspectos emocionais pelos qual a me passa um fator muito importante para o sucesso da amamentao, pois ... no basta colocar o beb no peito para que o leite v sendo produzido, v descendo. Colocar o beb no peito no tudo. H que se levar em conta as emoes vivenciadas pela dona do peito (LANA, 2001, p.114). O ps- parto por ser uma poca de profundas mudanas emocionais na me pode torn-la mais emotiva e sensvel. Portanto as emoes negativas podero prejudicar a descida do leite atravs da inibio do reflexo ocitocina e as emoes positivas como a calma, tranqilidade e confiana fazem com que aumente os nveis da liberao de ocitocina e ajudam no processo da amamentao.
Maldonado (2000) descreve que na amamentao podero surgir nas mes fantasias, medos e emoes em relao qualidade de seu leite e de sua competncia em cuidar do seu beb. Porm as emoes tem influencia sobre os mecanismos psicossomticos da lactao. A calma, confiana e a tranqilidade ajudam efetividade de uma boa amamentao, porm quando a me est sofrendo dor, tenso, medo, depresso, tenso, fadiga, ansiedade, pode ocorrer prejuzos na amamentao.
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O psiclogo quando atender uma me dever avaliar tudo que est a sua volta, pois nada adiantar orientar, aconselhar sem entender os aspectos culturais que norteiam essa me. Portanto o psiclogo dever levantar questes, sobre a histria de vida dessa me, e trabalhar para despertar sua autoconfiana, mostrando que a melhor pessoa pra nutrir e cuidar do beb ela prpria, sendo assim ela estar to segura de seu papel como me que no ser influenciada negativamente por questes socioculturais.
Contudo, muito importante a amamentao para vida do beb, e mais importante ainda que ele seja amamentado por uma me otimista e autoconfiante. papel do psiclogo juntamente com uma equipe de sade especializada em aleitamento materno criar condies para que a me amamente seu beb com satisfao e que ambos desfrutem e tenham sucesso nessa fase to especial em suas vidas.
CONCLUSO
Pode-se verificar atravs do trabalho que a amamentao fortemente influenciada por questes biolgicas, sociais e psicolgicas, pois apesar da amamentao ser algo biologicamente determinado pela natureza ela sofre influncias psicossociais. Portanto, em favor desses aspectos envolventes neste processo, que se conduzir a maneira de como o aleitamento materno ser realizado, com sucesso ou fracasso.
Para que a amamentao seja realizada com sucesso, importante que a mulher esteja amparada por um psiclogo juntamente com uma equipe multiprofissional para ser esclarecida quanto prtica, vantagens e obstculos que podero ocorrer na amamentao. Deve ser orientada quanto aos mecanismos de lactao, para que possa compreender todo o processo que ocorre em seu corpo.
Atravs desta pesquisa pode-se notar em literaturas, como o apoio recebido pelas mulheres em fase de aleitamento, reflete positivamente na amamentao. Por isso dever de todos garantir a amamentao. A me quando amamenta seu filho, deve receber apoio do companheiro, de toda a famlia e pessoas que esto em volta, alm de uma equipe multidisciplinar especializada para garantir a realizao desse processo.
Faz-se necessrio que o psiclogo e toda a equipe multidisciplinar criem condies para a amamentao, promovendo, apoiando e protegendo essa prtica. E muito importante que essas aes sejam realizadas desde o pr-natal e permanea durante os primeiros anos de vida da criana.
Estas aes so necessrias e devem ser conscientizadas entre todos os profissionais de sade e principalmente nas maternidades onde deve haver uma capacitao entre todos os profissionais, os preparando para poderem ajudar as mes quanto a prtica da amamentao.
O psiclogo em sua prtica deve levar em conta todas as questes envolventes no perodo da amamentao, assim como os mecanismos psicolgicos, biolgicos e o meio em que esta me est inserida, quebrando possveis obstculos que possa encontrar nesta fase. muito importante que a me receba apoio psicolgico no puerprio, perodo onde se desencadeia muita emoo que pode influenciar o bom andamento da amamentao. Portanto o psiclogo dever ajudar essas mes a lidar com esses conflitos e emoes, desenvolvendo a sua confiana que a chave para uma boa amamentao.
Contudo, na literatura pouco se encontra atribuies sobre a ao do psiclogo na amamentao. Porm, fica claro que o aspecto psicolgico um fator primordial que tem influencia direta sobre o sucesso ou insucesso da lactao. Para isso, necessrio que o psiclogo trabalhe as emoes sentidas pela me no processo inerente ao aleitamento materno e juntamente com toda uma equipe de sade, promovendo aes, e considerando que a amamentao alm de trazer benefcios fsicos e psicossociais me e ao filho, ela influenciada tambm por fatores psicossociais.
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Acompanhamento longitudinal do desenvolvimento físico, cognitivo, auditivo e de linguagem da criança egressa de UTI Neonatal: contribuições da enfermagem inserida em equipe interdisciplinar
O processo de aquisição da linguagem de crianças surdas com implante coclear em dois diferentes contextos: aplicação do método Extensão Média do Enunciado (EME) e apresentação de estudos dos estágios de aquisição com dados em Língua de Sinais