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Nós, chocólatras assumidos, também nos preocupamos com o impacto que as plantações
causam ao meio ambiente. É importante lembrar que existem fazendas de cacau que têm tal
preocupação: o reflorestamento, a criação de florestas produtivas e sustentáveis, a
recuperação da mata através do plantio do próprio cacau e de outras árvores nativas, como
o jacarandá.
As florestas de cacau são centenárias e como a qualidade das árvores é importante para a
qualidade do produto final, pode-se dizer que um bom chocolate é resultado de uma floresta
preservada. Esta é uma boa notícia para os fãs deste manjar dos deuses, não é não? O cacau
é naturalmente sustentável.
“Os responsáveis por esses órgãos precisam entender que a expansão dos cacaueiros é um
caminho sem volta. É a alternativa mais viável para a Amazônia”, declarou o titular da
Ceplac, que vem incentivando ainda a criação de cooperativas, visando angariar melhor
preço junto ao mercado consumidor.
O órgão vem investindo junto ao produtor rural com técnicas e ações que visam maior
rentabilidade. São cerca de oito mil pequenos agricultores trabalhando com essa cultura
atualmente, em áreas de quatro a cinco hectares em média.
Rondônia produz 16 mil toneladas do produto por ano. Toda a produção vai para os
mercados da Bahia e São Paulo.
O maior produtor do estado, Dalton Shatwz, está instalado em Ariquemes. Ele possui 250
hectares de cacaueiros.
Normalmente, se produz no estado perto de 600 quilos de cacau por hectare, mas com
investimentos em tecnologia, pode-se dobrar essa produção.
O cacaueiro deve ser consorciado com outras espécies de árvores por necessitar de sombra
para se desenvolver. Isso gera uma renda extra para o produtor.
O custo inicial é de R$ 4,5 mil por hectare. A partir dos três anos de cultivo começa a
colheita, chegando ao pico da produção entre os 5 e 6 anos, quando se estabiliza, podendo
atingir até 1.200 quilos por hectare. O saco de 60 quilos custava R$ 228,00 em
setembro/2008.
Hoje, o rendimento médio em Rondônia ainda é baixo, cerca de 600 quilos por hectare.
“Mas em algumas propriedades, já se atinge o dobro disso, desde que exista um cuidado
permanente com a lavoura”, explica o engenheiro agrônomo Fernando Luiz de Oliveira, do
Ceplac de Ouro Preto (RO), onde existe um campo de 36 hectares onde se produz cerca de
três milhões de sementes de variedades híbridas para distribuição aos pequenos agricultores
por ano.
“Uma das vantagens da lavoura de cacau é que uma família é capaz de cuidar de uma
pequena propriedade, sem outros investimentos”, diz o agrônomo. Ele afirma que doenças
como a “vassoura de bruxa” hoje são facilmente combatidas pelo agricultor. “O controle da
vassoura de bruxa pode ser feito com a poda fitossanitária, sem necessidade de
agrotóxicos”, explica.
Enquanto o cacaueiro está pequeno, o plantio pode ser consorciado com a bananeira, que é
utilizada como sombra provisória. À medida que o cacaueiro cresce, a bananeira deve ser
substituída por espécies como a pupunha e o coco, ambos com retorno financeiro ao
produtor.