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Plantação sustentável de chocolate

Nós, chocólatras assumidos, também nos preocupamos com o impacto que as plantações
causam ao meio ambiente. É importante lembrar que existem fazendas de cacau que têm tal
preocupação: o reflorestamento, a criação de florestas produtivas e sustentáveis, a
recuperação da mata através do plantio do próprio cacau e de outras árvores nativas, como
o jacarandá.

As florestas de cacau são centenárias e como a qualidade das árvores é importante para a
qualidade do produto final, pode-se dizer que um bom chocolate é resultado de uma floresta
preservada. Esta é uma boa notícia para os fãs deste manjar dos deuses, não é não? O cacau
é naturalmente sustentável.

O projeto Fazenda de Chocolate, desenvolvido pela Universidade Livre da Mata Atlântica


-UMA, em parceria com o Worldwatch Institute, na Bahia, foi adotado pelo PNUD como
integrante das Metas do Milênio e mostra como a força da economia do chocolate pode
ajudar a resgatar a floresta.

Bom seria se todas as fazendas de chocolate cumprissem sua parte e observassem os


padrões de agricultura sustentável, de proteção do solo, dos cursos de água e dos animais
que habitam na floresta. Essa deliciosa iguaria, o chocolate , pode sim ser sustentável.
Comer chocolate proveniente de cacau certificado tem um gosto de consciência tranquila.

Sustentabilidade: Cacau é alternativa ao desmatamento

A produção de cacau poderá se tornar, em poucos anos, uma alternativa economicamente


viável ao desmatamento em Rondônia. O estado é o terceiro maior produtor nacional, atrás
de Bahia e Pará. Mas para aumentar sua produção, necessita resolver primeiro a questão
ambiental e fundiária.
O superintendente regional da Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura
Cacaueira), Francisco das Chagas Sobrinho, afirma que o entrave para a produção
deslanchar está na ineficiência da regularização fundiária – sem o documento de
propriedade, o agricultor não tem acesso ao crédito rural junto às instituições bancárias,
apesar dos recursos estarem disponíveis.

A licença ambiental é outro gargalo para o crescimento da cultura cacaueira, diz o


superintendente. Para resolver a questão ambiental e a regularização fundiária, os técnicos
da Ceplac vêm trabalhando em parceria com os órgãos ambientais do estado e federal
(Sedam e Ibama) e junto ao Incra.

“Os responsáveis por esses órgãos precisam entender que a expansão dos cacaueiros é um
caminho sem volta. É a alternativa mais viável para a Amazônia”, declarou o titular da
Ceplac, que vem incentivando ainda a criação de cooperativas, visando angariar melhor
preço junto ao mercado consumidor.

O órgão vem investindo junto ao produtor rural com técnicas e ações que visam maior
rentabilidade. São cerca de oito mil pequenos agricultores trabalhando com essa cultura
atualmente, em áreas de quatro a cinco hectares em média.

A instalação de uma indústria na região de Buritis (RO), município localizado a 311 km da


capital, é outra meta dos técnicos do órgão. A escolha por esta região se deu em virtude
dela aglomerar o maior número de produtores do estado. Para ter noção de quanto o
município de Buritis vem crescendo nessa área, dos oito mil agricultores que plantam
cacau no estado, mais de mil estão nessa área.

Rondônia já teve uma indústria para beneficiamento do cacau no estado. Localizada em


Ariquemes, a empresa funcionou durante dez (10) anos, enquanto tinha incentivos fiscais.
Encerrado o incentivo, as portas foram fechadas. Mas a empresa continua atuando em São
Paulo, sendo a maior compradora do cacau rondoniense.

Rondônia produz 16 mil toneladas

Rondônia produz 16 mil toneladas do produto por ano. Toda a produção vai para os
mercados da Bahia e São Paulo.

O maior produtor do estado, Dalton Shatwz, está instalado em Ariquemes. Ele possui 250
hectares de cacaueiros.

Normalmente, se produz no estado perto de 600 quilos de cacau por hectare, mas com
investimentos em tecnologia, pode-se dobrar essa produção.

A produção anual de cacau no Brasil é de aproximadamente 210 mil toneladas, ficando em


quinto lugar no ranking mundial. Desse montante, a Bahia entra com uma média de 160 mil
toneladas. Mesmo assim, os 210 mil não são suficientes para atender a demanda do
mercado interno.
Para suprir a demanda, o país precisa importar o produto. Hoje, quem domina a produção
mundial é a Costa do Marfim, cujo mercado consumidor em potencial é a Europa.

Investimento com retorno garantido

A produção de cacau tem uma relação custo-benefício bastante positiva.

O cacaueiro deve ser consorciado com outras espécies de árvores por necessitar de sombra
para se desenvolver. Isso gera uma renda extra para o produtor.

O custo inicial é de R$ 4,5 mil por hectare. A partir dos três anos de cultivo começa a
colheita, chegando ao pico da produção entre os 5 e 6 anos, quando se estabiliza, podendo
atingir até 1.200 quilos por hectare. O saco de 60 quilos custava R$ 228,00 em
setembro/2008.

Hoje, o rendimento médio em Rondônia ainda é baixo, cerca de 600 quilos por hectare.
“Mas em algumas propriedades, já se atinge o dobro disso, desde que exista um cuidado
permanente com a lavoura”, explica o engenheiro agrônomo Fernando Luiz de Oliveira, do
Ceplac de Ouro Preto (RO), onde existe um campo de 36 hectares onde se produz cerca de
três milhões de sementes de variedades híbridas para distribuição aos pequenos agricultores
por ano.

“Uma das vantagens da lavoura de cacau é que uma família é capaz de cuidar de uma
pequena propriedade, sem outros investimentos”, diz o agrônomo. Ele afirma que doenças
como a “vassoura de bruxa” hoje são facilmente combatidas pelo agricultor. “O controle da
vassoura de bruxa pode ser feito com a poda fitossanitária, sem necessidade de
agrotóxicos”, explica.

O pico da produção acontece nos meses de maio a agosto. A colheita é realizada de 20 em


20 dias, o que garante remuneração permanente ao produtor. A planta tem longevidade
bastante extensa, chegando a produzir por até 50 anos. Em 2007, o Estado de Rondônia
produziu cerca de 14 mil toneladas de cacau, numa área de 23 mil hectares.

O produto está avaliado em 2.500 dólares na bolsa de Nova Iorque.

Outras informações podem ser obtidas no site www.ceplac.gov.br

Consórcio com outras plantas

Enquanto o cacaueiro está pequeno, o plantio pode ser consorciado com a bananeira, que é
utilizada como sombra provisória. À medida que o cacaueiro cresce, a bananeira deve ser
substituída por espécies como a pupunha e o coco, ambos com retorno financeiro ao
produtor.

A bananeira começa a produzir após um ano do plantio. Já a pupunha necessita de dois


anos de espera para colher. “Enquanto espera o cacaueiro crescer, o agricultor pode
sobreviver comercializando a cultura consorciada”, afirma.
O consórcio também pode ser feito com o café, outra planta capaz de produzir por décadas.
Estudos do Ceplac de Ouro Preto (RO) são realizados para determinar qual a melhor forma
de combinar as duas culturas.

Outra espécie consorciada em estudos é a bandarra, por garantir um sombreamento maior


para o cacau. A bandarra tem um crescimento acelerado e atinge vinte ou trinta metros de
altura em poucos anos. A madeira é bastante valorizada pela indústria laminadora. “Mas se
o foco é a produção de cacau, o ideal é que a bandarra não seja retirada para garantir o
sombreamento, o mesmo ocorrendo com a pupunha”, conclui Oliveira, do Ceplac.

Árvores frutíferas e madeiras nobres


No centro experimental de Ouro Preto (RO), são desenvolvidas diversas pesquisas com as
mais diferentes espécies de plantas nativas da Amazônia. O objetivo é garantir o
desenvolvimento sustentado para pequenos agricultores, uma das tendências mundiais
diante da crise ambiental que assola o planeta.
O centro possui uma das maiores reservas de mata nativa da região, onde são produzidas
mudas de dezenas de espécies florestais e variedades de sementes híbridas. Nele, são
experimentados consórcios entre diversas plantas, incluindo árvores frutíferas, espécies da
mata nativa e espécies que produzem madeira para utilização na indústria.
“Procuramos simular situações onde o plantio ocorre dentro da própria mata nativa, visando
repetir o que pode ser feito pelo produtor dentro de sua propriedade. O objetivo é fazer com
que sejam produzidas espécies que tragam retorno sustentável ao produtor, sem que para
isso seja preciso fazer a derrubada da mata”, explica o agrônomo.

No centro experimental, são produzidas as mais diversas espécies frutíferas – do araçá ao


limão, da fruta-pão ao cupuaçu, do cacau à laranja, da manga à castanha – e de madeiras
nobres – da teca à bandarra, da andiróba ao frejó, da cerejeira ao ipê, do mogno africano ao
cedro.

Número reduzido de técnicos prejudica trabalho


A Ceplac atua em Rondônia há 27 anos, mas o plantio racional do cacau iniciou no ano de
1971, quando o órgão conseguiu o posto de segundo maior produtor nacional, com cerca de
43 mil hectares plantados, graças à tecnologia investida no setor.
Atualmente, o órgão dispõe de 160 servidores para atender três escritórios regionais, 14
escritórios locais, a extensão rural, a Escola Agrotécnica em Ariquemes e a estação
experimental em Ouro Preto. Dentro de cinco (5) anos, cerca de 50% dos técnicos devem se
aposentar.
O normal é que seja disponibilizado um técnico para cada 100 produtores. Em Rondônia,
por conta da carência desses profissionais, um técnico atende 250 agricultores. São apenas
32 em todo o estado. A Ceplac precisa realizar concurso público.

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