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4 Economia Florianópolis, novembro de 2009

Vergonha de lado na hora de comprar


Sex shops de Florianópolis investem no atendimento ao cliente e acompanham o crescimento nacional do setor
Camila Chiodi
Fantasias, lingerie sensual, cuecas público masculino não vê problema em
ousadas... Capas para pênis, feitas de si- ser atendido pelas meninas.
licone colorido e com diversas texturas. “De sexo todo mundo gosta”, senten-
Acessórios que estimulam simultanea- cia Schwingel, ao falar sobre o público
mente ambos os parceiros. A sex shop é da loja: 60% são mulheres, de todas as
vizinha de inocentes lojinhas de roupas classes e idades, muitas casadas e a fim
em um shopping center de Florianópo- de melhorar o relacionamento. Conta
lis. Cresce no Brasil um setor que há que já teve clientes até de 82 anos, que
uma década sequer era visto: o de pro- foram procurar os produtos por reco-
dutos eróticos. mendação médica.
Segundo a vendedora, Marisete Alves, O mercado é específico, e o conta-
os vibradores e cosméticos são os produ- to com distribuidores é feito pela web.
tos mais procurados. A clientela das sex Schwingel também é responsável pelo
shops brasileiras é composta, em sua marketing da loja, que possui matriz
maioria, por mulheres das classes A, B na Lagoa da Conceição desde junho de
e C, de 25 a 45 anos, e 75% dos produtos 2008, e uma filial na Trindade desde ju-
são importados dos EUA, China e Euro- nho deste ano.
pa. Os dados são de pesquisas da Erótika Pequenos detalhes a respeito da pri-
Fair, feira que desde 1997 reúne o setor vacidade, segundo ele, são indispensá-
no Brasil, e cuja 15ª edição foi realizada veis: a frente da loja é opaca, as sacolas
no mês de outubro em São Paulo. são de cores variadas e sem nenhuma
Algumas das novidades deste ano identificação. A matriz na Lagoa da
foram os produtos eróticos de luxo e Conceição será transferida para um
o lançamento de um guia de negócios ambiente de 55 metros quadrados, em
para o setor. Segundo Aurea Karpor, da Sem o estilo “fundo de galeria”, esta loja da cidade prepara as vendedoras para lidar com o cliente e garante a privacidade na hora da compra que se tentará permitir que várias pes-
assessoria de imprensa da Erótika Fair, soas comprem ao mesmo tempo, sem
o mercado de artigos eróticos está em 650 estabelecimentos vendem seus pro- atraiu a atenção do proprietário Peter É feito um treinamento com os fun- verem umas às outras. Pela web, a loja
franca ascensão. No estado de São Pau- dutos online. Schwingel. Ele conta que suas lojas têm cionários para que conheçam os cerca vende para o interior de Santa Catarina,
lo, as sex shops movimentam de 40 a 50 Em Florianópolis, não há dados um foco diferente: uma sex shop sem a de 1.200 artigos diferentes. Apenas mu- do Rio Grande do Sul e do Paraná.
milhões de reais anualmente. Das cerca sobre o número de casas do ramo em cara de sex shop de “fundo de galeria”, lheres atendem. Ele explica: as mulhe-
de 1.000 lojas físicas no país, 600 estão funcionamento. O mercado dinâmi- mas que tem como maior diferencial o res sentem-se constrangidas ao conver-
na região sudeste. Aproximadamente co, em expansão e “mal explorado” atendimento. sar sobre os produtos com homens, e o Jessé Torres

Venda de CDs e DVDs piratas nas ruas


Júlio Ettore Suriano

perde espaço para cópias caseiras


Nos fundos do Camelódromo quem não tem acesso à internet banda quando uma batida da Polícia Federal
Municipal de Florianópolis, um rapaz larga. esvaziou cerca de 70 boxes, está proibido
dizia as letras para quem passava, em “Júlia B., 19 anos, estudante de curso o comércio de artigos pirateados.
voz baixa, numa espécie de propaganda pré-vestibular, faz parte do crescente “Estou sempre dando umas voltas e
discreta: “CD-DVD...”. Quando abordado, número de pessoas com acesso a fiscalizando. Se pegar algo falsificado
explicou para o possível cliente: “A conexão de alta velocidade. Com os peço para retirar os itens, ou o box
polícia tá em cima, aí a gente tem pais, é dona de um acervo de cerca de corre o risco de ser fechado”, explica
que trabalhar com os filme escondido, 80 discos de filmes e concertos musicais. José Leal, que há 18 anos administra
entendeu? (sic)”. Após se dirigirem até Ela conta que copia, em média, um DVD o local. Mesmo assim, semanas antes
um ponto de venda de passes de ônibus, por semana, através de filmes alugados podiam ser encontrados diversos jogos
vendedor e cliente conseguiram que em videolocadoras, e utilizando falsificados no local. Ao ser questionado,
um dos homens aceitasse se arriscar programas de computador que anulam o vendedor de um dos boxes disse que
no Centro. “Tem o mercado de peixes o bloqueio do disco contra gravações. “filmes e shows não eram permitidos,
ali? Me aguarda na porta que eu levo “Eu comprava apenas originais, mas mas jogos sim”, na contramão de Leal.
pra ti”. Na área de descarga do Mercado depois ficou mais barato fazer em casa, O intermediário que atraía os clientes
Público, a transação foi feita. com o lançamento de gravadores”, diz. no camelódromo se identificou como
O esquema de venda de DVDs e CDs Para Lúcia Scalco, uma questão “Cholo”, e reclama dos obstáculos ao seu
pirateados de hoje em nada se parece central na pirataria digital é o conflito trabalho. “Todo mundo fica com medo,
com aquele de cerca de três anos atrás, entre o direito à informação e o direito os P2 (policiais civis disfarçados) tão ali,
quando a mercadoria ficava exposta à propriedade intelectual. Embora seja a PPT (Pelotão de Patrulhamento Tático
livremente. Esta mudança tem diversas cada vez mais fácil baixar filmes e da PM), né cara? Se pegarem eles levam
causas. “A pirataria está saindo da rua músicas, as empresas estão comprando tudo e é um prejuízo desgraçado”. Dez
e indo para casa, e isso acontece porque a briga. A Federação Internacional da minutos depois, a 20 metros do local da
hoje há mais acesso à tecnologia”, Indústria Fonográfica (IFPI, em inglês), abordagem, uma viatura da PPT estava
avalia Lúcia Scalco, socióloga e exalta em seu site números que atestam parada e não era mais possível avistar
doutoranda em antropologia social a queda na aquisição de mídias físicas e Cholo ou outros intermediários. Eles
na Ufrgs (Universidade Federal do o aumento das transações online. aguardariam um pouco pra voltar ao
Rio Grande do Sul), em Porto Alegre. A repressão também está minando trabalho.
Segundo a pesquisadora, a pirataria a pirataria de rua. No Camelódromo
física é, atualmente, quase exclusiva de Municipal de Florianópolis, desde 1999, Júlio Ettore Suriano Através de programas de computador é simples copiar originais e montar acervos particulares

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