Sie sind auf Seite 1von 21

Aula de hoje: o presidencialismo

de coalizão e a singularidade
institucional brasileira
Prof. Sérgio Braga
Sumário da aula
 Objetivos da aula: apresentar alguns conceitos
básicos para o estudo das instituições políticas
brasileiras de uma perspectiva comparada, a partir da
abordagem de Sérgio Abranches (1988)

 Referências básicas: Sérgio Abranches (1988):


“Presidencialismo de coalizão: o dilema institucional
brasileiro”; Scott Mainwaring (1993), “Democracia
presidencialista multipartidária: o caso do Brasil”
(complementar).
Quatro conceitos básicos para o estudo das
instituições políticas brasileiras:

 Democracia presidencialista multipartidária


(Mainwaring, 1993)

 Presidencialismo de coalizão (Sérgio Abranches,


1988)

 Patronagem e poder de agenda (Fabiano Santos,


1997)

 Crise de paralisia decisória (Wanderley Guilherme


Santos, 2003)
Problemas centrais:
 Quais as “singularidades” institucionais
brasileiras, de uma perspectiva comparada?

 A democracia presidencialista pluripartidária


brasileira é compatível com a estabilidade
democrática?

 Como obter “governabilidade” nesse arranjo


institucional?
I) Heterogeneidade e pluralidade de
interesses:
 Ponto de partida: a “heterogeneidade estrutural” (Lijphart, 2003)
da sociedade brasileira e sua manifestação em vários planos
(macrosociológico; macroeconômico; macropolítico)

 Efeitos => exacerbação das demandas sociais e da tendência


histórica de intervenção do Estado (p. 24)

 “O dilema institucional brasileiro define-se pela necessidade de se


encontrar um ordenamento institucional suficientemente eficiente
para agregar e processas as pressões derivadas desse quadro
heterogêneo, adquirindo, assim, bases mais sólidas para sua
legitimidade, que o capacite a intervir de forma mais eficaz na
redução das disparidades e na integração da ordem social” (26);
Objetivos do Abranches:
 Caracterizar algumas singularidades
“morfológicas” do sistema político brasileiro
(democracia presidencialista)

 Apreender os efeitos políticos dessa combinação


dinâmica do sistema político brasileiro, para a
estabilidade democrática e para a
“governabilidade” do sistema
II) A crise institucional:
 Alta propensão à instabilidade do sistema
político brasileiro;
 Necessidade de institucionalização dos
mecanismos que regulam estes conflitos e
fontes de instabilidade;
 Obs.: Considerações muito genéricas
III) Regimes democráticos e
representação de interesses
 Sistema de governo: presidencialismo [ele não qualifica muito os poderes
presidenciais]

 Estrutura do parlamento: bicameralismo “simétrico”, com um senado


com grandes prerrogativas;

 Sistema eleitoral: proporcional “de lista aberta”

 Forma de organização do Estado: federalismo;

 Sistema partidário: médio grau de fragmentação, que ele vai qualificar


depois;

 Coalizões: recurso freqüente a grandes coalizões;


Comentários:
 O que singulariza o sistema político brasileiro não
é o elevado grau de fragmentação partidária;
 Os sistemas majoritários (Inglaterra) apresentam
alto potencial de exclusão de minorias enquanto os
proporcionais (Holanda) refletem
aproximadamente o grau de pluralismo vigente na
sociedade
Indicadores utilizados:
 FP = Fracionamento parlamentar (Índice de Rice)

 IC = Índice de Concentração de cadeiras pelo maior


partido: proporção de cadeiras obtidas pelo maior partido

 IO = Índice de oposição

 ICA = Índice de Concentração de Cadeiras Acumuladas


pelos dois maiores partidos

 GC = Grandes Coalizões
IV) Presidencialismo de coalizão: as
especificidades do modelo brasileiro

 Determinantes do recurso à “grandes coalizões”


no sistema político brasileiro:
 a) sistema eleitoral proporcional que geral um sistema
partidário fragmentado;
 b) caráter federativo do Estado brasileiro;

 O presidente tem de contentar os partidos e as


lideranças regionais/governadores para formar sua
base de governo.
Comentários:
 Essa tabela ilustra o padrão de coalizões
governamentais na República de 1946;
 Dos 13 ministérios do período, a maioria deles foi
de “Grandes Coalizões”;
 “Conclui-se, portanto, que o cálculo dominante
requeria coalizões ampliadas, seja por razões de
sustentação partidário-parlamentar, seja por razões
de apoio regional” (p. 55)
Comentários:
 O PSD controlou a maior parte dos ministérios
estratégicos no período: Justiça (68%); Fazenda
(47%); Viação e Obras Públicas (47%);

 O PTB controlou ministérios tais como:


Agricultura (59%); Trabalho, Indústria e
Comércio (79%);

 Em suma: a aliança PSD/PTB controlou a maior


parte dos ministérios estratégicos, mas não
monopolizou os cargos,
V) Os dilemas institucionais do
presidencialismo de coalizão:
 Vários “trade-offs” envolvidos na formação de
coalizões e base de governo do PP:
 (i) Concentrada X dispersa?
 (ii) Dominada pelo partido do presidente x
compartilhada?
 (iii) Fundada em bases fisiológicas ou
programáticas?
 (iv) Voltada para a eficácia e coerência das
políticas ou voltada para a manutenção das bases
políticas?
Três momentos típicos das formação da
coalizão:
 1) Constituição da coligação eleitoral (em torno de
diretrizes programáticas usualmente amplas e pouco
específicas);

 2) Constituição das equipes de governo (disputa por


cargos);

 3) Implementação das políticas governamentais


(formulação e condições de implementação de uma agenda
substantiva).

 Obs.: O ponto crítico da consolidação da coalizão está


entre o segundo e o terceiro caminhos
Comentários:
 “A eficácia político-operacional da governança é
determinada pela capacidade de coordenação da
maioria por parte do chefe do Executivo, que
ocupa o centro do sistema de forças. Quando há
falhas na coordenação, o sistema tende è
fragmentação, podendo sofrer paralisia decisória e
colapsos recorrentes de desempenho, com danos
ao apoio social do governo” (p. 77)
Referências bibliográficas:
 ABRANCHES, S. Presidencialismo de coalizão: dilema institucional
brasileiro. In: TAVARES, J. A. G. (Org.). O sistema partidário na
consolidação da democracia brasileira. Brasília: Fundação Teotônio Vilela,
2003. Cap. 1. p. 22-98.
MAINWARING, S. Democracia presidencialista multipartidária: o caso do
Brasil. Lua ova - Revista de Cultura Política, São Paulo, n. 28/29, p. 21-74,
mai./jun. 1993.
SANTOS, W. G. O cálculo do conflito. Estabilidade e crise na política
brasileira. Belo Horizonte: UFMG, 2003.
SANTOS, F. O poder legislativo no presidencialismo de coalizão. Belo
Horizonte/Rio de Janeiro: UFMG/IUPERJ, 2003. 251 p.

Das könnte Ihnen auch gefallen