Introduo: O termo Perverso tornou-se um conceito para a psicanlise a
partir de 1896, quando Sigmund Freud o colocou ao lado da psicose e da
neurose. Historicamente a perverso situa-se em um campo bem amplo, pois engloba comportamentos, prticas e fantasias que desafiam s normas sociais, caracterizados por indiferena, insensibilidade pelos sentimentos alheios, incapacidade de experimentar culpa e de aprender com as experincias, particularmente a punio. O perverso tem a audcia de trazer luz do dia o que tortura secretamente todo aquele que jamais se autoriza a efetiv-lo. Joel Dor. Objetivo: Este trabalho tem por objetivo compreender atravs do filme "A Pele que Habito", de Pedro Almodvar (2011), a estrutura clnica da perverso, onde h uma fixao relativa a sexualidade infantil provocada pela constatao da diferena dos sexos, o sujeito permanece atormentado pela ausncia do pnis na me e por conseguinte nas mulheres em sua totalidade. Metodologia: Nos referenciamos na teoria psicanaltica, a qual considera a renegao da diferena sexual, como o mecanismo de defesa central do funcionamento perverso. Sendo assim, todas as mulheres tm o falo, a castrao no existe. Anlise: O filme conta a histria de Robert, um mdico que foi criado pela me, a qual fazia o papel de governanta e era nessa condio que ela o criava, perante ele prprio e a sociedade era tido como filho dos patres. Desta forma, no tinha identidade, a relao com a me era fria, ela cuidava da casa e da alimentao, mas no oferecia o alimento da alma, o afeto. Aps dois eventos trgicos na vida de Robert, as mortes da filha e da esposa sucessivamente, Robert persegue compulsivamente o desejo de repor a figura de uma mulher, sua me. Robert opera uma castrao real em Vicente, transformando-o em mulher na tentativa de recuperar de maneira concreta, atravs de um corpo real construdo e instrumentalizado para aceder condio feminina, o amor que lhe faltou das mulheres que fizeram parte da sua vida, a me e a esposa. Consideraes finais: Na perverso, o sujeito com intuito de esconder a falta flica da me, vive o seu prprio tormento lutando contra o horror da castrao onde s h uma sada, mobilizar seu desejo em complexas estratgias de gozo relativas a diversos e transgressivos objetos sexuais. Embora essa estrutura clnica tenha se tornado tratvel no campo psicanaltico, o perverso normalmente no busca tratamento, pois no h sofrimento e a perverso assegura-lhe o gozo, afinal, o perverso realiza as suas fantasias que ns neurticos recalcamos.
Referncias: Jol Dor Acadmicas: Beatriz Ceclia Decarli, Giselle Bauer, Luciana Furtado, Maria Helena da Silva, Neura Gomes. Professora Orientadora: Beatriz Kauri dos Reis
UFCD - 5435 - Igualdade de Oportunidades Entre Mulheres e Homens - Mitos, Estereótipos e Crenças Reprodutoras Da Desigualdade e Ação para A Mudança - Índice