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— Por força do princípio da ultratividade da lei mais favorável (art. 2º, parág.
único, do Cód. Penal), é possível aplicar a diminuição de pena prevista no art.
33, § 4º, da Lei nº 11.343/06 (Lei de Drogas) aos casos de condenação pelo art.
12, “caput”, § 1º e § 2º, nº II, da Lei nº 6.368/76, mediante “recomposição
comparativa” das penas cominadas (cf. Vicente Greco Filho e João Daniel
Rassi, Lei de Drogas Anotada,2007, pp. 201-202).
—“Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo das
execuções a aplicação da lei mais benigna” (Súmula nº 611 do STF).
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução
Penal — não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual
pode ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto
é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar
bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto.
Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos
estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional
mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional segundo os
requisitos da lei não se deve interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça
Criminal, senão por voto sincero de que o sentenciado emende a mão e tome para
o caminho do bem, de que se desviara, a fim de que possa reintegrar-se,
efetivamente, no convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
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— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min.
Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
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–– Matéria de alta indagação, como a que entende com a autoria do fato ou com o
elemento moral do crime (dolo), é insuscetível de exame em processo de
“habeas corpus”, de rito sumaríssimo; apenas tem lugar na instância ordinária,
com observância da regra do contraditório. Trancamento de ação penal por
falta de justa causa unicamente se admite quando comprovada, ao primeiro
súbito de vista, a atipicidade do fato imputado ao réu, ou a sua inocência (art.
648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não
contraditória e que não deixa alternativa à convicção do julgador” (STF; HC;
rel. Min. Clóvis Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a
providência da prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art.
312 do Código de Processo Penal: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, desde que
comprovada a materialidade da infração penal e veementes indícios de sua
autoria.
— Inscreve-se entre os mais estimáveis direitos do réu preso o de ser processado,
rigorosamente, nos prazos previstos em lei. É que, privado da liberdade — bem
preciosíssimo do homem —, não parecera lícito agravar-lhe o sofrimento,
dilatando os dias de sua permanência no cárcere.
— É inteligência consolidada em todos os Tribunais de Justiça do País que somente
o excesso de prazo injustificado constitui constrangimento ilegal, não a demora
decorrente da natural complexidade da causa ou de incidentes processuais, pois
não está nas mãos de Juiz, ainda o mais diligente, prevenir motivos de força
maior que obstam à realização do ato processual.
––“O habeas corpus é o instrumento tutelar da liberdade. No seu exame, o juiz não
pode criar obstáculos tais que venham a tornar letra morta a garantia
constitucional” (Revista do Superior Tribunal de Justiça, vol. 26, p. 95; rel.
José Dantas).
––“Não se configura coação ilegal quando o excesso de prazo na formação da
culpa decorre de incidentes processuais não imputáveis ao juiz do processo ou
ao Ministério Público” (Jurisp. do STJ, vol. 8, p. 236).
—“Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento
por excesso de prazo” (Súmula nº 52 do STJ).
— O crime de tráfico de entorpecentes é insuscetível de liberdade provisória (art.
44 da Lei nº 11.343/06).
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Voto nº 10.586 — HABEAS cORPUS Nº 990.08.034658-0
Arts. 312 e 648, nº I, do Cód. Proc. Penal;
art. 2º da Lei nº 8.072/90;
arts. 35 e 44, da Lei nº 11.343/06;
art. 5º, nº LVII, da Const. Fed.
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com a autoria do fato ou com o
elemento moral do crime (dolo), é insuscetível de exame em processo de
“habeas corpus”, de rito sumaríssimo; apenas tem lugar na instância ordinária,
com observância da regra do contraditório. Trancamento de ação penal por
falta de justa causa unicamente se admite quando comprovada, ao primeiro
súbito de vista, a atipicidade do fato imputado ao réu, ou a sua inocência (art.
648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não
contraditória e que não deixa alternativa à convicção do julgador” (STF; HC;
rel. Min. Clóvis Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a
providência da prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art.
312 do Código de Processo Penal: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, desde que
comprovada a materialidade da infração penal e veementes indícios de sua
autoria.
––“O habeas corpus é o instrumento tutelar da liberdade. No seu exame, o juiz não
pode criar obstáculos tais que venham a tornar letra morta a garantia
constitucional” (Revista do Superior Tribunal de Justiça, vol. 26, p. 95; rel.
José Dantas).
— Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar a
decisão definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art.
312 do Cód. Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da
existência do crime e indícios suficientes de autoria. Não é necessária a mesma
certeza que deve ter o juiz para a condenação do réu” (cf. Código de Processo
Penal Anotado, 22a. ed., p. 249).
— O crime de tráfico de entorpecentes é insuscetível de liberdade provisória (art.
44 da Lei nº 11.343/06).
— Tem fomento de direito a tese de que a punição da falta disciplinar, desde que
não constitua crime, sujeita-se à prescrição administrativa de 2 anos — por
analogia com o art. 109, nº VI, do Cód. Penal —, servindo de termo “a quo”, na
hipótese de fuga, a data da recaptura do condenado (art. 50, nº II, da Lei de
Exec. Penal).
— “Diante da inexistência de legislação específica quanto ao prazo prescricional
para a aplicação de sanção disciplinar, deve-se utilizar o disposto no art. 109,
do Código Penal, levando-se me consideração o menor lapso prescricional
previsto, qual seja, dois anos” (HC nº 56.053/SP; 5a. Turma; relª Minª Laurita
Vaz; j. 13.3.07; DJU 16.4.07, p. 219).
— “Uma vez transcorrido o lapso prescricional de dois anos entre a data do
cometimento da falta disciplinar grave e o seu reconhecimento por decisão
judicial, não há falar em perda dos dias remidos” (HC nº 86.611/SP; 5a. Turma;
rel. Min. Arnaldo Esteves Lima; j. 22.10.07, DJU 27.9.97, p. 219).
— Não há que opor à decisão que, embora pendente recurso do Ministério Público,
determina a expedição de guia provisória de recolhimento a favor de réu preso,
condenado a cumprir pena sob o regime prisional fechado, pois mesmo que
provido o recurso e exasperada a pena corporal, já lhe está fixado o regime da
última severidade; inexistirá, portanto, o “periculum in mora”, o risco de fuga do
sentenciado à execução da pena ou algum prejuízo para a sociedade.
— Também os que violaram a ordem jurídica e social têm seus direitos; ainda o mais
vil dos homens não decai nunca da proteção da Lei. A presteza com que
encaminha o réu para a Vara das Execuções Criminais serve de timbre de honra
do Juízo da condenação, não de labéu (art. 105 da Lei de Execução Penal).
— Fere os princípios da Justiça e repugna à consciência jurídica submeter o réu
condenado a efeitos mais graves do que os estipulados no título executório,
mesmo no caso de ter sido interposto recurso pela Acusação.
— “Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação
imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado
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da sentença condenatória” (Súmula nº 716 do STF).
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução
Penal — não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual
pode ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de
Execução Penal, isto é, “tiver cumprido ao menos um sexto da
pena no regime anterior e ostentar bom comportamento
carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto.
Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e
refratária aos estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a
mudança para regime prisional mais brando.
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— A concessão do benefício da progressão de regime prisional segundo os
requisitos da lei não se deve interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça
Criminal, senão por voto sincero de que o sentenciado emende a mão e tome para
o caminho do bem, de que se desviara, a fim de que possa reintegrar-se,
efetivamente, no convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução
Penal — não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual
pode ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto
é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar
bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto.
Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos
estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional
mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional segundo os
requisitos da lei não se deve interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça
Criminal, senão por voto sincero de que o sentenciado emende a mão e tome para
o caminho do bem, de que se desviara, a fim de que possa reintegrar-se,
efetivamente, no convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
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proteção da Lei!
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução
Penal — não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual
pode ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de
Execução Penal, isto é, “tiver cumprido ao menos um sexto da
pena no regime anterior e ostentar bom comportamento
carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto.
Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e
refratária aos estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a
mudança para regime prisional mais brando.
–– Declarada pelo Colendo Supremo Tribunal Federal, em sessão de 23.1.06, a
inconstitucionalidade do art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90 (Lei dos Crimes
Hediondos), é o art. 112 da Lei de Execução Penal que serve de fundamento ao
pedido de progressão de regime do condenado por crime hediondo cometido
antes da promulgação da Lei nº 11.464, de 28.3.07, pois, segundo princípio
basilar de Direito Penal, a lei posterior mais severa não pode retroagir.
— A decisão da Suprema Corte, conforme o sentimento comum dos melhores
intérpretes, “é auto-aplicável, dispensando a atuação do Senado Federal para
suspender a sua execução (CF/88, art. 52, X)” (René Ariel Dotti, in Rev. Tribs.,
vol. 400, p. 415).
— Na conformidade do que têm proclamado nossos Tribunais Superiores, os
condenados por crimes hediondos cometidos antes da Lei nº 11.464/07, para
efeito de progressão, caem sob o regime do art. 112 da Lei da Execução Penal:
cumprimento de 1/6 da pena e bom comportamento carcerário.
—“O requisito objetivo necessário para a progressão de regime prisional dos crimes
hediondos e equiparados cometidos antes da entrada em vigor da Lei nº 11.464,
em 29 de março de 2007, é aquele previsto no art. 112 da Lei de Execução
Penal” (HC nº 88.037/SP; 5a. Turma; relª Minª Laurita Vaz; j. 25.10.07; DJU
19.11.07, p. 264);
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—“Fazer justiça não é, em muitos casos, obedecer à lei e, sim, obedecer ao
direito que é a fonte da lei” (Eliézer Rosa, A Voz da Toga, 1a. ed., p. 41).
—“Não trepidei em mudar de voto, pública e declaradamente, toda vez que novos
argumentos ou provas concludentes me convenceram do desacerto do
veredictum anterior: acima do melindre pessoal de cada um está a sacrossanta
causa da Justiça” (Carlos Maximiliano, Hermenêutica e Aplicação do Direito,
16a. ed., p. 377).
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução
Penal — não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual
pode ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto
é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar
bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto.
Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos
estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional
mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional segundo os
requisitos da lei não se deve interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça
Criminal, senão por voto sincero de que o sentenciado emende a mão e tome para
o caminho do bem, de que se desviara, a fim de que possa reintegrar-se,
efetivamente, no convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com a autoria do fato ou com o
elemento moral do crime (dolo), é insuscetível de exame em processo de “habeas
corpus”, de rito sumaríssimo; apenas tem lugar na instância ordinária, com
observância da regra do contraditório. Trancamento de ação penal por falta de justa
causa unicamente se admite quando comprovada, ao primeiro súbito de vista, a
atipicidade do fato imputado ao réu, ou a sua inocência (art. 648, nº I, do Cód. Proc.
Penal).
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não contraditória e
que não deixa alternativa à convicção do julgador” (STF; HC; rel. Min. Clóvis
Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a providência da
prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art. 312 do Código de
Processo Penal: garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal, desde que comprovada a materialidade da infração
penal e veementes indícios de sua autoria.
––“O habeas corpus é o instrumento tutelar da liberdade. No seu exame, o juiz não
pode criar obstáculos tais que venham a tornar letra morta a garantia
constitucional” (Revista do Superior Tribunal de Justiça, vol. 26, p. 95; rel.
José Dantas).
— Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar a
decisão definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art. 312 do
Cód. Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da existência do crime e
indícios suficientes de autoria. Não é necessária a mesma certeza que deve ter o juiz
para a condenação do réu” (cf. Código de Processo Penal Anotado, 22a. ed., p. 249).
— O crime de tráfico de entorpecentes é insuscetível de liberdade provisória
(art. 44 da Lei nº 11.343/06).
–– Como lhe compete presidir as audiências e prover à instrução dos processos, não
será decerto o Juiz um conviva de pedra ou um espectador inerte. Fatos existem,
no entanto, que lhe excedem a jurisdição; denomina-os a tradição jurídica
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motivos de força maior, a cujo número pertence a necessidade de expedição
de carta precatória para inquirição de testemunha, termo essencial do processo
e franca oportunidade de obtenção de prova, imprescindível à busca da verdade
real.
— Ainda que exaspere a sorte do preso, tal fato não caracteriza constrangimento
ilegítimo por excesso de prazo no encerramento da instrução criminal, uma vez
que nem sempre o pode o Juiz dispensar ou prevenir. Eis a razão por que, no caso
de força maior, dispõe a lei que “não correrão os prazos” (art. 798, § 4º, do
Cód. Proc. Penal).
— Salvo casos especiais (ao prudente arbítrio do juiz), primariedade, bons
antecedentes, prova de ocupação lícita e de residência no foro da culpa não valem
a autorizar a concessão de liberdade provisória (art. 310, parág. único, do Cód.
Proc. Penal) àquele que, acusado de crime grave — como é o roubo —, tem
contra si a presunção de periculosidade.
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min.
Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
— “Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min.
Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
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–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado
a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado
o pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se prejudicado o pedido, se à impetração sobreveio sentença
condenatória” (STJ; HC nº 1.959-8; rel. Min. José Dantas; DJU 23.8.93, p.
16.585).
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com a autoria do fato ou com o
elemento moral do crime (dolo), é insuscetível de exame em processo de
“habeas corpus”, de rito sumaríssimo; apenas tem lugar na instância ordinária,
com observância da regra do contraditório. Trancamento de ação penal por
falta de justa causa unicamente se admite quando comprovada, ao primeiro
súbito de vista, a atipicidade do fato imputado ao réu, ou a sua inocência (art.
648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
35
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não
contraditória e que não deixa alternativa à convicção do julgador” (STF; HC;
rel. Min. Clóvis Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
–– Nulidade de ato processual somente se declara em face de prova plena e
incontroversa de prejuízo das partes, ou se “houver influído na apuração da
verdade substancial ou na decisão da causa” (arts. 563 e 566 do Cód. Proc.
Penal).
––“Só a nulidade evidente, prima facie, autoriza a fulminação do processo no Juízo
do habeas corpus” (Rev. Forense, vol. 148, p. 415).
Arts. 61, nº I, 64, nº I, 69, 297, 304, 307 e 333, do Cód. Penal.
— Desde que acorde com os mais elementos de prova dos autos, a confissão policial
constitui prova idônea de autoria delituosa e justifica edição de decreto
condenatório.
— As provas do processo em que o réu indicou, sem hesitar, o receptador das coisas
que furtara, apreendidas afinal pela Polícia, pertencem ao número das que
Beccaria denominou perfeitas: “demonstram de maneira positiva, que é
impossível ser o acusado inocente” (Dos Delitos e das Penas, § VII; trad.
Torrieri Guimarães).
— Inexiste repugnância lógica entre o direito positivo e a concessão do regime semi-
aberto a réu condenado a pena inferior a 4 anos (cf. art. 33, § 2º, alínea c, do
Cód. Penal).
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com a autoria do fato ou com o
elemento moral do crime (dolo), é insuscetível de exame em processo de
“habeas corpus”, de rito sumaríssimo; apenas tem lugar na instância ordinária,
com observância da regra do contraditório. Trancamento de ação penal por
falta de justa causa unicamente se admite quando comprovada, ao primeiro
súbito de vista, a atipicidade do fato imputado ao réu, ou a sua inocência (art.
648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não
contraditória e que não deixa alternativa à convicção do julgador” (STF; HC;
rel. Min. Clóvis Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a
providência da prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art.
312 do Código de Processo Penal: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, desde que
comprovada a materialidade da infração penal e veementes indícios de sua
autoria.
— Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar a
decisão definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art.
312 do Cód. Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da
existência do crime e indícios suficientes de autoria. Não é necessária a mesma
certeza que deve ter o juiz para a condenação do réu” (cf. Código de Processo
Penal Anotado, 22a. ed., p. 249).
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— O crime de tráfico de entorpecentes é insuscetível de liberdade provisória
(art. 44 da Lei nº 11.343/06).
— Contra o parecer de notáveis juristas, que sustentam não ser o “habeas corpus”
meio apropriado a impugnar decisão de que caiba recurso ordinário, mostra-se de
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bom exemplo conhecer da impetração, porque, em tese, passa pelo remédio
jurídico-processual mais célere e eficaz para conjurar abusos e ilegalidades
contra o direito à liberdade de locomoção do indivíduo (art. 5º, nº LXVIII, da
Const. Fed.).
–– Uma vez conspirem todos os requisitos legais para sua concessão, denegar ao
sentenciado o benefício da comutação de penas fora o mesmo que frustrar, em
seu espírito e forma, o Decreto do Presidente da República e, sobre isso, mentir
ao ideal de justiça.
— Ao condenado que satisfaz o requisito objetivo (lapso temporal) é bem se conceda
comutação de pena. Pequenas deficiências de cunho íntimo ou subjetivo, que
acaso apresente, deve supri-las o Juiz com o espírito mesmo que preside à
outorga do benefício do indulto: o nobre e generoso sentimento de compreensão
humana, com que, pelo Natal, o chefe de Estado sói amercear-se de todo o
encarcerado, “o mais pobre de todos os pobres”, na pungente expressão de
Carnelutti (As Misérias do Processo Penal, 1995, p. 21; trad. José Antonio
Cardinalli).
— Quando claro, o texto legal escusa interpretação e, sobretudo, desautoriza a que
prejudicar o condenado: “In dubio pro libertate. Libertas omnibus rebus
favorabilior est. Na dúvida, pela liberdade! Em todos os assuntos e
circunstâncias, é a liberdade que merece maior favor” (apud Carlos
Maximiliano, Hermenêutica e Aplicação do Direito, 16a. ed., p. 261).
–– Uma vez conspirem todos os requisitos legais para sua concessão, denegar ao
sentenciado o benefício da comutação de penas fora o mesmo que frustrar, em
seu espírito e forma, o Decreto do Presidente da República e, sobre isso, mentir
ao ideal de justiça.
— Ao condenado que satisfaz o requisito objetivo (lapso temporal) é bem se conceda
comutação de pena. Pequenas deficiências de cunho íntimo ou subjetivo, que
acaso apresente, deve supri-las o Juiz com o espírito mesmo que preside à
outorga do benefício do indulto: o nobre e generoso sentimento de compreensão
humana, com que, pelo Natal, o chefe de Estado sói amercear-se de todo o
encarcerado, “o mais pobre de todos os pobres”, na pungente expressão de
Carnelutti (As Misérias do Processo Penal, 1995, p. 21; trad. José Antonio
Cardinalli).
— Quando claro, o texto legal escusa interpretação e, sobretudo, desautoriza a que
prejudicar o condenado: “In dubio pro libertate. Libertas omnibus rebus
favorabilior est. Na dúvida, pela liberdade! Em todos os assuntos e
circunstâncias, é a liberdade que merece maior favor” (apud Carlos
Maximiliano, Hermenêutica e Aplicação do Direito, 16a. ed., p. 261).
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— Isto de ter sido o réu citado no dia mesmo de seu interrogatório não invalida
nem desmerece o ato judicial; o que a lei exige é que se lhe dê inteira ciência dos
capítulos da acusação, primeiro que o interrogue a Justiça (art. 185 do Cód.
Proc. Penal).
–– Ainda que o requeira a Defesa, não está obrigado o Juiz a ordenar seja o acusado
submetido a exame médico-legal, se não há dúvida sobre sua integridade mental
ou alguma circunstância do processo lhe indique a necessidade da realização da
providência (art. 149 do Cód. Proc. Penal).
50
— A mera alegação de falta de higidez psíquica do réu não basta a deferir-lhe
pedido de instauração de incidente de insanidade mental; é mister que o
verifique o Juiz à luz dos elementos informativos dos autos e, na condição de
presidente e diretor do processo, decida, com prudente arbítrio, se necessária ou
não a diligência, que importa sempre demora, muita vez escusada, na prestação
jurisdicional (art. 149 do Cód. Proc. Penal).
— A Lei nº 11.464, de 28.3.2007 atenuou o rigor da Lei dos Crimes Hediondos (Lei
nº 8.072/90) no que respeita à progressão no regime prisional de cumprimento de
pena. Se o sentenciado primário tiver dela descontado já 2/5 — ou 3/5, se
reincidente — e conspiram os mais requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º,
§ 2º).
— Para que se decrete a perda a que se refere o art. 62, § 11, da Lei 11.343/06 (Lei
das Drogas), “há necessidade de um nexo etiológico entre o delito e o objeto
utilizado para a sua prática” (Vicente Greco Filho, Lei de Drogas Anotada,
2007, p. 187).
—“Conceito da expressão utilizados. O termo deve ser interpretado restritivamente,
no sentido de que o confisco só deve recair sobre objetos materiais que sirvam
necessariamente para a prática do crime” (Damásio E. de Jesus, Lei
Antitóxicos Anotada, 2005, p. 193).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min.
Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
— É questão fria nos pretórios da Justiça que as regras do art. 226 do Cód. Proc.
Penal, de caráter suasório ou de recomendação, podem ser postergadas, se
impossíveis de executar ou se o dispensar o caso concreto. Não acarreta,
58
portanto, a nulidade do processo o reconhecimento do réu pela vítima, sem
as formalidades legais, se esta lhe não pôs em dúvida a identidade física. O fim a
que deve atender o ato do reconhecimento — não importando as circunstâncias
de sua realização — é se o sujeito passivo, ao indicar o autor do roubo, fê-lo, ou
não, com certeza e espontaneidade.
— Palavras de quem foi protagonista do fato delituoso, as da vítima são, pelo
comum, dignas de crédito; servem, pois, a lastrear condenação, máxime se em
harmonia com outros elementos do processo.
— Diz-se consumado o roubo se o agente, ainda que por breve lapso de tempo, teve
a posse desvigiada da coisa subtraída à vítima mediante violência ou grave
ameaça.
—–“A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena
abaixo do mínimo legal” (Súmula nº 231 do STJ).
— O regime prisional fechado é o que, de regra, mais convém ao autor de roubo,
sobretudo quando sua biografia revela práticas reiteradas de ilícitos penais
graves.
— Não tem direito de aguardar solto seu julgamento pelo Tribunal do Júri o réu que,
pronunciado como incurso nas penas do art. 121 do Cód. Penal, não comprovou
possuir mérito pessoal que lhe justificasse a outorga do benefício (art. 408, § 2º,
do Cód. Proc. Penal).
—“Pronunciado o réu, fica superada a alegação de constrangimento ilegal da
prisão por excesso de prazo na instrução” (Súmula nº 21, do STJ).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
63
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará
prejudicado o pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min.
Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
— Pratica o delito de estelionato em seu tipo fundamental (art. 171 do Cód. Penal)
o sujeito que, para satisfazer despesas, entrega a comerciante cheque de terceiro
falsificado, embaindo-lhe a fé.
— Àquele que invoca a descriminante legal do estado de necessidade cabe
demonstrá-la acima de toda a dúvida, pois aqui a falta de prova faz as vezes de
confissão do crime (art. 24 do Cód. Penal).
— Nos processos criminais sempre virá a ponto a alta lição de Rui: “Se o réu é
confesso, não há perder tempo em levar adiante o exame da prova. Parte
confessa é parte condenada” (Obras Completas, vol. XXIV, t. II, p. 270).
— O regime prisional fechado é o que convém ao sujeito inclinado obstinadamente
à carreira do crime, que reluta em reintegrar-se no convívio das pessoas honestas
e laboriosas (art. 33, § 1º, alínea a, do Cód. Penal).
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com a autoria do fato ou com o
elemento moral do crime (dolo), é insuscetível de exame em processo de
“habeas corpus”, de rito sumaríssimo; apenas tem lugar na instância ordinária,
com observância da regra do contraditório. Trancamento de ação penal por
falta de justa causa unicamente se admite quando comprovada, ao primeiro
súbito de vista, a atipicidade do fato imputado ao réu, ou a sua inocência (art.
648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não
contraditória e que não deixa alternativa à convicção do julgador” (STF; HC;
rel. Min. Clóvis Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a
providência da prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art.
312 do Código de Processo Penal: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, desde que
comprovada a materialidade da infração penal e veementes indícios de sua
autoria.
––“O habeas corpus é o instrumento tutelar da liberdade. No seu exame, o juiz não
pode criar obstáculos tais que venham a tornar letra morta a garantia
constitucional” (Revista do Superior Tribunal de Justiça, vol. 26, p. 95; rel.
José Dantas).
— Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar a
decisão definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art.
312 do Cód. Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da
existência do crime e indícios suficientes de autoria. Não é necessária a mesma
certeza que deve ter o juiz para a condenação do réu” (cf. Código de Processo
Penal Anotado, 22a. ed., p. 249).
— O crime de tráfico de entorpecentes é insuscetível de liberdade provisória
(art. 44 da Lei nº 11.343/06).
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Voto nº 10.723 — aPELAçÃO cRIMINAL Nº
990.08.038349-3
Arts. 202 e 386, nº VI, do Cód. Proc. Penal;
art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90;
art. 33 da Lei nº 11.343/06;
art. 5º, nº LXIII, da Const. Fed.
— Aquele que respondeu preso ao processo que lhe instaurou a Justiça Pública,
assim deverá aguardar o julgamento de sua apelação, pois um dos efeitos da
sentença condenatória recorrível consiste, precisamente, em ser o réu
“conservado na prisão” (art. 393, nº I, do Cód. Proc. Penal).
— A confissão do réu na Polícia, ainda que repudiada em Juízo, pode justificar
decreto condenatório, se em harmonia com os mais elementos de convicção dos
autos; ao seu aspecto intrínseco é que se deve atender, não à circunstância do
lugar onde a presta o confitente.
—“Para os chamados penalistas práticos, a confissão do acusado se equiparava à
própria coisa julgada, como ensinava Farinácio: Confessio habet vim rei
judicatae” (José Frederico Marques, Estudos de Direito Processual Penal, 1a.
ed., p. 290).
— A apreensão de grande quantidade de tóxico em poder do acusado argúi para logo
a idéia de tráfico (art. 33 da Lei nº 11.343/06).
— A inidoneidade das testemunhas não se presume; ao argüente impõe-se
demonstrar, além de toda a controvérsia, que faltaram à verdade ou caíram em
erro de informação. É que, na busca da verdade real — alma e escopo do
processo —, “toda pessoa poderá ser testemunha” (art. 202 do Cód. Proc.
Penal).
— A desclassificação do crime do art. 33 da Lei de Drogas para o tipo do art. 28
73
não se mostra atendível, se o réu trazia consigo considerável quantidade de
substância entorpecente, que a Polícia apreendeu, pois tal circunstância revela
que se destinava ao comércio ilícito, e não ao uso próprio.
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min.
Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
— Em linha de princípio, não é o “habeas corpus” meio idôneo para obstar o curso
do inquérito policial nem da ação penal, se o fato imputado ao réu constituir
crime e houver indícios suficientes de sua autoria.
— Ainda na esfera do “habeas corpus”, é admis-sível a análise de provas para aferir
a proce-dência da alegação de falta de justa causa para a ação penal; defeso é
apenas seu exame aprofundado e de sobremão, como se pratica na dilação
probatória (art. 648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
— Para trancar a ação penal, ou impedir o curso
de inquérito policial, sob o fundamento da ausência de “fumus boni juris”, há
75
mister prova mais clara que a luz meridiana, a fim de se não subverter a
ordem jurídica, entre cujos postulados se inscreve o da apuração compulsória,
pelos órgãos da Justiça, da responsabilidade criminal do infrator.
— Desde que acorde com os mais elementos de prova dos autos, a confissão
policial constitui prova idônea de autoria delituosa e justifica edição de decreto
condenatório.
— A sabedoria dos Tribunais tem assentado que a apreensão de bens de terceiro em
poder do acusado, sem que lhes ofereça explicação plausível, constitui excelente
prova de autoria de crime e enseja condenação.
— A prescrição retroativa “atinge a pretensão punitiva, rescindindo a sentença
condenatória e seus efeitos principais e acessórios” (Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 16a. ed., p. 361).
— Na expressão clássica de Abel do Vale, o decurso do tempo apaga a memória do
fato punível e a necessidade do exemplo desaparece (apud Ribeiro Pontes,
Código Penal Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
— A confissão, conforme os velhos praxistas, passa pela rainha das provas (regina
probationum), pois, como acentua o conspícuo Mário Guimarães, é contrário à
natureza alguém afirmar contra si fato que não seja verdadeiro (O Juiz e a
Função Jurisdicional, 1958, pág. 309).
80
— Na real verdade, que melhor prova da autoria do fato criminoso, do que
havê-la admitido espontaneamente o próprio réu?!
— Em pontos de co-autoria, quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide
nas penas a este cominadas (art. 29 do Cód. Penal), de tal arte que, no caso de
latrocínio, irrelevante é a circunstância de não ter sido o autor do disparo que
feriu mortalmente a vítima: quem quer a causa quer o efeito!
— Conforme iterativa jurisprudência dos Tribunais, a palavra da vítima, se ajustada
aos mais elementos do processo, justifica decreto condenatório.
— O regime fechado, no início, é o que unicamente se aproposita ao autor de roubo
(crime da última graveza e abjeção), que argúi em quem o pratica entranhada
rebeldia à disciplina social.
Arts. 14, nº II, 23, nº II, 121, § 2º, nº I, e 129, do Cód. Penal;
art. 408 do Cód. Proc. Penal.
— A história humana outra coisa não é que um oceano de erros, no qual triunfam, a
trechos, poucas e confusas verdades (César Beccaria, Dos Delitos e das Penas,
§ XVI).
— A confissão, os antigos já a reputavam documento de sumo alcance na pesquisa
da verdade real: “não é um meio de prova. É a própria prova, consistente no
reconhecimento da autoria por parte do acusado” (Vicente Greco Filho,
Manual de Processo Penal, 1997, p. 229).
— Nos casos de roubo, é a palavra da vítima a principal e mais segura fonte de
informação do Magistrado, pois manteve contacto com o seu autor e não se
propõe senão submetê-lo à Justiça. Pelo que, exceto lhe prove o réu que mentiu
ou se equivocou, suas declarações bastam a acreditar um decreto condenatório
(art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal).
— Contrária à evidência, ao parecer comum da doutrina, é a decisão que se
desabraça inteiramente das provas dos autos, de tal sorte que entre ela e o
86
conjunto probatório não há mais que franca oposição lógica (art. 621, nº I,
do Cód. Proc. Penal).
— No Juízo da Revisão Criminal cumpre ao condenado exibir provas cabais e
incontroversas da erronia ou injustiça da sentença, aliás nada poderá contra a
força da coisa julgada (art. 621, do Cód. Proc. Penal).
— Ao autor de roubo convém o regime fechado, que o aconselha não somente a
gravidade do crime, senão ainda sua personalidade infensa aos preceitos que
regem a comunhão social e caracterizam o viver honesto.
—“A periculosidade do agente, revelada pela prática do crime de roubo qualificado
pelo uso de arma e concurso de pessoas, pode constituir motivação bastante
para fixação do regime inicial fechado” (STF; Min. Maurício Corrêa; Rev.
Tribs., vol. 790, p. 540).
–– Ainda que o requeira a Defesa, não está obrigado o Juiz a ordenar seja o acusado
submetido a exame médico-legal, sem que haja dúvida sobre sua integridade
mental, ou alguma circunstância do processo lhe indique a necessidade da
realização da providência (art. 149 do Cód. Proc. Penal).
— Diretor do processo, toca ao Juiz aferir, com prudente arbítrio, da conveniência de
atender ou não a requerimento das partes. O princípio do livre convencimento,
que informa suas decisões, faculta-lhe dar de mão, aprioristicamente, àquelas
provas que saiba nada importarão ao desate do litígio, sendo pois de nenhuma ou
somenos valia.
— A apreensão de grande quantidade de tóxico em poder do acusado argúi para logo
a idéia de tráfico (art. 12 da Lei nº 6.368/76).
— A inidoneidade das testemunhas não se presume; ao argüente impõe-se
demonstrar, além de toda a controvérsia, que faltaram à verdade ou caíram em erro
de informação. É que, na busca da verdade real — alma e escopo do processo —,
“toda pessoa poderá ser testemunha” (art. 202 do Cód. Proc. Penal).
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— A desclassificação do crime do art. 12 da Lei nº 6.368/76 para o tipo do art.
16 não se mostra atendível, se o réu trazia consigo e portava considerável
quantidade de substância entorpecente, pois tal circunstância revela que o tóxico
se destinava ao comércio ilícito, e não ao uso próprio.
— Fator de esclarecida e humana individualização da pena, será bem reduzi-la ao
réu condenado por infração do art. 33 da Lei nº 11.343/06 (Lei de Drogas), que
satisfaça aos requisitos de seu § 4º.
— Por força do princípio da ultratividade da lei mais favorável (art. 2º, parág.
único, do Cód. Penal), é possível aplicar a diminuição de pena prevista no art.
33, § 4º, da Lei nº 11.343/06 (Lei de Drogas) aos casos de condenação pelo art.
12, “caput”, § 1º e § 2º, nº II, da Lei nº 6.368/76, mediante “recomposição
comparativa” das penas cominadas (cf. Vicente Greco Filho e João Daniel
Rassi, Lei de Drogas Anotada,2007, pp. 201/202).
— Temperar com a eqüidade o rigor da lei foi sempre timbre dos que distribuem
justiça, como advertiu o insigne Carlos Maximiliano: “Hoje a maioria absoluta
dos juristas quer libertar da letra da lei o julgador, pelo menos quando da
aplicação rigorosa dos textos resulte injusta dureza, ou até mesmo simples
antagonismo com os ditames da eqüidade. Assim, vai perdendo apologistas na
prática a frase de Ulpiano — durum jus, sed ita lex scripta est — duro Direito,
porém assim foi redigida a lei — e prevalecendo, em seu lugar, o summum jus,
summa injuria — do excesso de direito resulta a suprema injustiça”
(Hermenêutica e Aplicação do Direito, 16a. ed., p. 170).
— O autor de tráfico de entorpecentes (art. 33 da Lei nº 11.343/06), crime da
classe dos hediondos, deve cumprir sua pena sob o regime inicial fechado, por
força do preceito do art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90.
— Tem fomento de direito a tese de que a punição da falta disciplinar, desde que
não constitua crime, sujeita-se à prescrição administrativa de 2 anos — por
analogia com o art. 109, nº VI, do Cód. Penal —, servindo de termo “a quo”, na
hipótese de fuga, a data da recaptura do condenado (art. 50, nº II, da Lei de
Exec. Penal).
—“Diante da inexistência de legislação específica quanto ao prazo prescricional
para a aplicação de sanção disciplinadora, deve-se utilizar o disposto no art.
109 do Cód. Penal, levando-se em consideração o menor lapso prescricional,
qual seja, dois anos” (STJ; HC nº 60.176/SP; 5a. T.; relª. Minª. Laurita Vaz;
DJU 11.12.2006, p. 398).
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com a autoria do fato ou com o
elemento moral do crime (dolo), é insuscetível de exame em processo de
“habeas corpus”, de rito sumaríssimo; apenas tem lugar na instância ordinária,
com observância da regra do contraditório. Trancamento de ação penal por
falta de justa causa unicamente se admite quando comprovada, ao primeiro
súbito de vista, a atipicidade do fato imputado ao réu, ou a sua inocência (art.
648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não
contraditória e que não deixa alternativa à convicção do julgador” (STF; HC;
rel. Min. Clóvis Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a
providência da prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art.
312 do Código de Processo Penal: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, desde que
comprovada a materialidade da infração penal e veementes indícios de sua
autoria.
— O crime de tráfico de entorpecentes é insuscetível de liberdade provisória (art.
44 da Lei nº 11.343/06).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
— “Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min.
Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
Arts. 69, 71, 72, 157, § 2º, ns. I, II e V, 158, § 1º, do Cód. Penal.
— A palavra da vítima, se não contestada com firmeza pela prova dos autos, pode
ensejar a condenação de autor de roubo, uma vez que, protagonista do fato
delituoso, é a principal interessada na realização de justiça.
— A confissão, máxime a prestada em Juízo, vale como prova do fato e de sua
autoria, se não ilidida por elementos de convicção firmes e idôneos. Donde a
antiga parêmia: “A confissão judicial é das melhores provas; quem confessa,
contra si profere a sentença” (apud Cândido Mendes de Almeida, Auxiliar
Jurídico, 1985, t. II, p. 530).
— Crimes da mesma espécie, o roubo e a extorsão, quando praticados nas
circunstâncias do art. 71 do Cód. Penal, configuram continuidade delitiva, não
concurso material de infrações. É desse número, portanto, o caso de delinqüentes
que, após consumar o roubo, “forçam a vítima a acompanhá-los à caixa
eletrônica para sacar o dinheiro” (cf. Rev. Tribs., vol. 765, p. 572).
— O regime fechado, no início, é o que unicamente se aproposita ao autor de roubo
(crime da última graveza e abjeção), que argúi em quem o pratica entranhada
rebeldia à disciplina social.
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
— “Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min.
Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com o elemento moral do crime
(dolo), é insuscetível de exame em processo de “habeas corpus”, de rito
sumaríssimo; apenas cabe na instância ordinária, com observância da regra do
contraditório (art. 648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
— HABEAS CORPUS – Pedido de liberdade
98
provisória – Roubo praticado mediante concurso de agentes – Necessidade
da custódia cautelar – Ordem denegada.
— A concessão de liberdade provisória ao réu preso a lei subordina à satisfação de
requisito indeclinável: inocorrência de motivo que autorize a prisão preventiva
(cf. art. 310, parág. único, do Cód. Proc. Penal). Ora, por sua periculosidade, o
autor de roubo incide na cláusula restritiva; pelo que, não tem jus ao benefício.
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a
providência da prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art.
312 do Código de Processo Penal: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, desde que
comprovada a materialidade da infração penal e veementes indícios de sua
autoria.
–– Não há averbar de falta de fundamentação a decisão que encerra base jurídica e
fática bastante a garantir-lhe a validade. Tratando-se de roubo, crime de extrema
gravidade, a necessidade e a conveniência da decretação da custódia cautelar
como que se presumem.
— Até à sentença pode o Juiz corrigir erro da denúncia quanto à capitulação legal
do crime (“emendatio libelli”), conforme orientação do STF (Rev. Trim. Jurisp.,
vol. 79, p. 95).
— A confissão extrajudicial do réu, exceto se provar que a fez sob coação, é
valiosa para aferir-lhe a culpabilidade, sobretudo se em harmonia com os mais
elementos do processo, e pode legitimar decreto condenatório.
— Se de curta duração a pena privativa de liberdade, e cometido o crime sem
violência, não é defeso ao Juiz determinar que o réu a cumpra sob o regime
semi-aberto, ainda que reincidente. O que lhe taxativamente proíbe a lei é
conceder o benefício ao reincidente condenado a pena superior a 4 anos (cf. art.
33, § 2º, alínea b, do Cód. Penal).