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O documento descreve o contexto geológico de uma área no sudoeste de Minas Gerais, Brasil. A área está localizada na zona externa da Faixa Brasília e contém rochas dos Grupos Vazante e Canastra, que são unidades metassedimentares formadas em ambiente de margem continental passiva. O Grupo Vazante consiste principalmente de argilitos e dolomitos, enquanto o Grupo Canastra é composto por quartzitos e filitos.
O documento descreve o contexto geológico de uma área no sudoeste de Minas Gerais, Brasil. A área está localizada na zona externa da Faixa Brasília e contém rochas dos Grupos Vazante e Canastra, que são unidades metassedimentares formadas em ambiente de margem continental passiva. O Grupo Vazante consiste principalmente de argilitos e dolomitos, enquanto o Grupo Canastra é composto por quartzitos e filitos.
O documento descreve o contexto geológico de uma área no sudoeste de Minas Gerais, Brasil. A área está localizada na zona externa da Faixa Brasília e contém rochas dos Grupos Vazante e Canastra, que são unidades metassedimentares formadas em ambiente de margem continental passiva. O Grupo Vazante consiste principalmente de argilitos e dolomitos, enquanto o Grupo Canastra é composto por quartzitos e filitos.
A rea de estudos localiza-se no sudoeste do estado de Minas Gerais, inserida na
mesorregio do Tringulo Mineiro/Alto Parnaba, dentro das folhas 1:100.000 de Coromandel (SE.23-Y-A-II), Lagamar (SE.23-Y-A-III), Monte Carmelo (SE.23-Y-A- V), Patos de Minas (SE.23-Y-A-VI) e Carmo do Paranaba (SE.23-Y-B-IV). Abrangendo um total de 22 municpios, sendo eles: Abadia dos Dourados, Arapu, Carmo do Paranaba, Catalo, Coromandel, Cruzeiro da Fortaleza, Davinpolis, Douradoquara, Guardamor, Guimarnia, Ira de Minas, Lagamar, Lagoa Formosa, Monte Carmelo, Patos de Minas, Patrocnio, Presidente Olegrio, Romaria, Serra do Salitre, Tiros, Varjo de Minas e Vazante. Encontra-se na poro leste da Faixa Braslia, prxima ao contato com o Crton do So Francisco, envolvendo tambm 2 (duas) bacias sedimentares: Bacia Sanfranciscana e Bacia do Paran. A Faixa Braslia representa um cinturo de dobras e empurres, que se estende ao longo de aproximadamente 1.100 km (Figura 1), com vergncia tectnica e metamrfica em direo ao Crton So Francisco. Situada na poro central da Faixa Braslia, na altura do paralelo do Distrito Federal (DF), a sintaxe dos Pirineus condiciona a compartimentao da FDB em dois segmentos, um setentrional de direo NE e outro meridional de direo NW, com superposio de estruturas do segmento norte ao segmento sul, representando a interseco de dois cintures de dobra-falha com
evoluo distinta e diferenas estruturais, tectnicas, metamrficas e estratigrficas marcantes (Arajo Filho, 2000). Figura 1 Mapa simplificado da Faixa Braslia, com destaque para a rea de estudos (Modificado de Pimentel, 2004).
A Faixa Braslia apresenta duas compartimentaes. Uma separa em Faixa Braslia setentrional e meridional, com limite dado pela sintaxe dos Pirineus (Almeida, 1967 e 1968). E a outra separa a Faixa em zona cratnica, zona interna e zona externa, sendo a zona interna com grau metamrfico maior em relao zona externa. (Almeida et al., 1977, 1981 e Hasui & Almeida, 1970). A compartimentao da Faixa Braslia advm da classificao moderna de cintures colisionais (Pimentel, 2004), e dividida em: (i) Macio de Gois, terreno silico alctone, que contm terrenos granito gnissicos e greenstone belts e, a sul, complexos mficos ultramficos associados; (ii) Arco magmtico de Gois, separados em Mara-Rosa, a norte e Arenpolis a sul; (iii) Zona Interna, que representado por rochas do Complexo Anpolis-Itauu metamorfizadas em fcies granulito e rochas metassedimentares do Grupo Arax, imbricadas no embasamento; (iv) Zona externa representada por: Pilha metassedimentar Proterozica, que inclui os grupos Parano, Canastra, Ibi, Vazante, formados em ambiente de margem continental passiva, alm dos Grupos Serra da Mesa e Natividade, equivalentes laterais do Grupo Ara, que foi formado em ambiente de rifte; v) Zona Cratnica localizada na borda oeste do Crton So Francisco, que inclui sedimentos do Grupo Bambu e exposies do embasamento (Almeida et al., 1981; Fuck et al., 1993, 1994, 2001; Pimentel et al., 2000). Dessa forma, vemos que a rea de estudos est situada dentro de 3 (trs) domnios da Faixa Braslia A Zona Externa da Faixa Braslia composta por unidades metassedimentares (Grupos Parano, Canastra, Ibi, Vazante e, localmente, o Bambu) e pores do seu embasamento. Nela, predominam-se as fcies sedimentares correspondentes margem passiva, e o metamorfismo de fcies xisto verde (Figura 2).
Figura 2 Localizao da rea de estudos em meio a Faixa Braslia. (Baseado em Monteiro, 2006 e Fuck, 1994). Grupo Vazante O Grupo Vazante ocupa uma alongada faixa N-S, com comprimento aproximado de 250 km entre as cidades de Una e Coromandel e consiste em uma espessa sequncia argilo-dolomtica (Dardenne et al., 1997). A idade desse grupo ainda no bem definida. Suas correlaes baseadas em estromatlitos colunares favorecem uma equivalncia com o Grupo Parano, enquanto os diamictitos da base sugerem uma correlao com o Grupo Bambu ou Grupo Jequita. De acordo com Dardenne (2000) pode ser dividido da base para o topo em 7 (sete) formaes (Figura xx): Retiro, Rocinha, Lagamar, Serra do Garrote, Serra do Poo Verde, Morro do Calcrio e Formao Serra da Lapa.
Figura xx Coluna estratigrfica do Grupo Vazante (Dardenne, 2000).
A Formao Retiro (Dardenne, 2000) considerada como a formao basal do Grupo e consiste de bandas mtricas de quartzito branco, localmente conglomerticas, intercalada com ardsias. Grandes concentraes de fosfato so encontradas na fcies de ardsia e na camada de fosfoarenito, rica em intraclastos e pellets. A camada de diamictitos representa um fluxo de detritos depositados em uma profundidade relativa de gua por correntes de gravidade (Dardenne et al., 1998 e Souza, 1997). A Formao Rocinha na sua base consiste de uma sequncia rtmica de arenitos e pelitos que grada ascente para a Formao Retiro (Dardenne, 2000). Na sua parte superior consiste de uma espessa sequncia de ardsias e metassiltitos. Passam verticalmente para um carbonato e uma ardsia, podendo ocorrer alguns gros esparsos de pirita, com finas laminaes fosfticas que vagarosamente se transformam em
intraclastos e pellets ricos em fosfarenito Depsito de Rocinha. Na sua parte superior sequncias sedimentares rtmicas hospedam o Depsito Fosftico de Lagamar. A Formao Lagamar de acordo com Dardenne (2000) consiste de uma unidade psamo-pelito-carbonatada e representada na sua parte basal por camadas alternadas de carbonato, quartzito, metassiltito e ardsia. A unidade conglomertica apresenta uma trama suportada por quartzito, metassiltito e clastos de calcrio verde escuro, conhecido como o Membro Arrependido. Essa camada psamtica sobreposta por brechas dolomticas intraformacionais com intercalaes de brechas lamelares seguidas por um dolomito estromatoltico. A Formao Serra do Garrote composta por uma espessa sequncia de ardsia, localmente rtmica, carbonosa e contendo pirita, com finas intercalaes de quartzito (Madalosso & Vale, 1978; Madalosso, 1980, Dardenne, 1978; Campos Neto, 1984; Dardenne et al., 1997, 1998). A Formao Serra do Poo Verde corresponde a uma sequncia dominantemente dolomtica, inicialmente descrita por Dardenne (1978a, b, 1979) e subsequentemente incorporada a Formao Vazante por Rigobello et al. (1988). dividida em 4 (quatro) membros da base para o topo: Morro do Pinheiro Inferior, Morro do Pinheiro Superior, Pamplona Inferior e Pamplona Mdio. A Formao Morro do Calcrio (Dardenne, 2000) caracteriza-se por dolomitos interpretados como construes estromatolticas recifais de profundidade varivel entre 100 e 200 m a sul e 650 m a norte. Os flancos dessa sequncia contm dolarenito ooltico e oncoltico, alm de brechas dolomticas, interpretadas como brechas intraformacionais. As rochas dessa formao hospedam os depsitos de Morro Agudo, Ambrsia e Fagundes (Monteiro et al., 2006). A Formao Serra da Lapa (Dardenne, 2000) representada por filito carbonoso, metassiltito com aspecto carbontico, lentes de dolomito e camadas de quartzito. As lentes de dolomito mostram vrias fcies como dolomito laminado com esteiras de cianobactrias, dolomitos com estromatlitos colunares e dolomitos com brechas intraformacionais, interdigitados com a sequncia peltica que cobre regionalmente as formaes dominantemente dolomticas do Morro do Calcrio e da Serra do Poo verde.
Grupo Canastra O Grupo Canastra ocorre em uma faixa contnua entre o sudoeste de Minas Gerais e o centro e oeste de Gois. Este grupo foi estudado por Freitas-Silva e Dardenne (1994), Silva et al., (2012) e Dias et al., (2011). Na regio entre Guarda-Mor e Coromandel, prxima a rea de estudos, foi amplamente estudado por Pereira (1994). De acordo com estes autores o Grupo Canastra formado essencialmente por quartzitos, eventualmente micceos e filitos, por vezes negros e contendo pirita. Estas rochas esto intercaladas, com a predominncia de cada uma variando de local para local. Associadas a estas se encontram rochas carbonticas, carbonceas e micaxistos. Todas estas sofreram metamorfismo em fcies xisto verde. considerado que a espessura mdia da sequncia de filitos e quartzitos varia consideravelmente desde a poro norte, onde sustenta chapades de grande extenso, at a poro sul, onde parece ter ocorrido encurtamento crustal por fora da tectnica compressiva imposta rea (Pereira, 1994). A sequncia completa pode atingir cerca de 2000 m de espessura. Como pode ser visto pela Figura xx, esse conjunto compreende uma sequncia iniciada por filitos que apresentam, em direo ao topo, um aumento contnuo da contribuio arenosa, passando a quartzo-filitos, quartzitos micceos, quarzitos e aos ortoquartzitos que sustentam as escarpas das serras e os chapades (Pereira, 1994).
Figura xx Coluna lito-estratigrfica para o Grupo Canastra entre Guarda-Mor e Coromandel (Pereira, 1994).
Toda essa sequncia apresenta uma variao lateral e vertical entre as camadas de filito e quartzito. Essas camadas internamente apresenta a mesma gradao em escala menor, evidenciando uma ritmicidade do conjunto. O ambiente deposicional tido para as rochas do Grupo Canastra em plataforma marinha, durante um ciclo regressivo, com base na sua caracterstica fundamental de granocrescncia ascendente, verificada na gradao dos estratos argilosos da base, at estratos arenosos nas pores superiores. As estruturas sedimentares associadas, tais como hummocky, estratificaes cruzadas e laminaes flaser, tambm fortalecem essa proposio (Pereira, 1994). Grupo Bambu O Grupo Bambu aparece inicialmente em uma pequena poro no sudeste da rea de estudos. Inicialmente proposto por Costa & Branco (1961), ocupa a poro leste da Faixa Braslia e uma ampla rea dentro do Crton So Francisco (Dardenne, 2000). Representa uma associao de facies bioqumicas e siliciclsticas, na forma de sedimentos plataformais depositados em um extenso mar epicontinental. Sua espessura bem varivel ao longo da bacia, sendo seu dado por meio de falhas do embasamento (Misi, 2007), podendo chegar a at 1000 m no centro da bacia, de acordo com levantamentos ssmicos realizados pela Petrobrs. Para o Grupo Bambu foram definidas 6 (seis) Formaes por Dardenne (1978), so elas: Formao Jequita, Formao Sete Lagoas, Formao Serra de Santa Helena, Formao Lagoa do Jacar, Formao Serra da Saudade e Formao Trs Marias (Figura xx).
Figura xx Coluna estratigrfica do Grupo Bambu em sua seo tipo Serra de So Domingos (Dardenne, 1978).
Ainda h um grande debate quanto a sua idade de deposio, para Rodrigues (2008) temos uma idade de 880 Ma para a Formao Jequita, correlacionando-a a glaciao global Stuartiana. J para a Formao Sete Lagoas, foi encontrada uma idade mxima de sedimentao em 610 Ma, indicando assim, uma idade mxima de deposio para toda a sequncia do Grupo Bambu.
Caracterização Geológica e Estrutural Das Rochas Supracrustais Do Entorno Da Serra Da Alegria (MS), Grupo Alto Tererê Ou San Luis? Terreno Rio Apa - Craton Amazônico.