Mudanca de Base

Marcelo Oliveira Veloso

e-mail: marcelooliveiraveloso@gmail.com
27 de Setembro de 2011
1 Mudanca de Base
A partir deste momento toda base = {v
1
, . . . , v
m
} de um subespaco V do
R
n
sera ordenada. Ou seja o conjunto e uma sequencia de vetores onde
cada vetor ocupa uma determinada posicao na sequencia. Observe que isso
implica que {(1, 0), (0, 1)} e (0, 1), (1, 0) sao bases distintas do R.
Teorema 1 Seja = {v
1
, . . . , v
m
} uma base do subespaco V do R
n
. Entao
todo vetor v V e escrito de maneira unica como uma combinacao linear
do vetores de .
Exemplo 2 Sendo = {(1, 2), (2, 3)} e uma base do R
2
. Temos que todo
(a, b) R
2
pode ser escrito como
_
a
b
_
= (3a + 2b)
_
1
2
_
+ (2a b)
_
2
3
_
e os escalares (3a + b), (2a b) sao unicos.
Exemplo 3 Seja = {e
1
, e
2
, e
3
} a base canonica do R
3
.

E claro que para
(a, b, c) R
3
temos
_
_
a
b
c
_
_
= a
_
_
1
0
0
_
_
+ b
_
_
0
1
0
_
_
+ c
_
_
0
0
1
_
_
de maneira unica.
Denicao 4 Seja = {v
1
, . . . , v
m
} uma base do subespaco V do R
n
e
v V . Entao existem unicos a
1
, . . . , a
m
R tais que
v = a
1
v
1
+ + a
m
v
m
. (1)
Os escalares a
1
, . . . , a
m
sao chamados de coordenadas de v na base e
utilizamos a seguinte nota cao para representar a igualdade (1)
[v]

= (a
1
, . . . , a
m
).
1
Exemplo 5 Veja que todo vetor v = (a
1
, . . . , a
n
) do R
n
tem a seguinte
representa cao na base canonica can
[v]
can
= (a
1
, . . . , a
n
).
Vamos convencionar, pelo exemplo anterior, que ao representarmos um
vetor do R
n
sem mencionarmos a base entao a base que estamos utilizando
e a base canonica, caso contrario indicaremos a base.
Exemplo 6 Do exemplo 2 todo vetor (a, b) R
2
tem a seguinte repre-
sentacao na base = {(1, 2), (2, 3)}
_
a
b
_
= (3a + 2b)
_
1
2
_
+ (2a b)
_
2
3
_
.
Logo [(a, b)]

= (3a+b, 2ab). Em particular [(1, 0)]

= (3, 2). Observe

que
_
a
b
_

=
_
3a + 2b
2a b
_
=
_
3 2
2 1
_ _
a
b
_
.
Assim para representar de um vetor na base , que ja esta expresso na base
canonica do R
2
, basta multiplicarmos a sua representacao na base canonica,
(a, b), a esquerda pela matriz
_
3 2
2 1
_
.
A Matriz
_
3 2
2 1
_
, do exemplo anterior, e chamada de matriz mu-
danca de base da base canonica para a base = {(1, 2), (2, 3)}. Mais
geralmente dado duas bases de um mesmo subespaco do R
n
sempre existe
uma relacao entre elas:
Teorema 7 Seja = {w
1
, . . . , w
m
}, = {u
1
, . . . , u
m
} bases do subespaco
V do R
n
. A matriz
[I]

= [[w
1
]

[w
2
]

. . . [w
m
]

]
e chamada de matriz mudanca de base de para . Alem disso, dado
v V temos [v]

= [I]

[v]

.
Teorema 8 Seja , bases do subespaco V do R
n
e [I]

e a matriz mu-
dan ca de base de para . Entao ([I]

)
1
= [I]

.
Exemplo 9 Seja = {(1, 2), (2, 3)}, = {(1, 1), (0, 1)} bases do R
2
e
v = (2, 3) R
2
. Determine [I]

, [I]

e encontre [v]

e [v]

.
Exerccio 10 Seja = {(1, 1, 1), (1, 0, 0), (0, 2, 1)} uma base do R
3
. De-
termine [I]
can

e [I]

can
, onde can e a base can onica do R
3
.
2
Exemplo 11 Seja S = {(1, 2, 2, 1), (2, 2, 0, 0), (0, 1, 1, 0), (0, 0, 1, 1)}
subconjunto do R
4
. Sabemos que V = S e um subespaco vetorial do R
4
.

E
facil ver que = {v
1
= (1, 3, 3, 1), v
2
= (0, 2, 3, 1), v
3
= (0, 1, 0, 1)} e
= {w
1
= (1, 1, 0, 0), w
2
= (0, 1, 1, 0), w
3
= (0, 0, 1, 1)} sao bases de V
(Verique!). Vamos determinar [I]

. Pelo Teorema
[I]

= [[v
1
]

[v
2
]

[v
3
]

] .
Assim temos que resolver os sistemas AX = v
1
, AX = v
1
e AX = v
1
,
onde A = [w
1
w
2
w
3
]. Podemos resolver simultaneamente estes sistemas
escalonando a matriz [A | v
1
| v
3
| v
3
], cuja forma escada reduzida e
_

_
1 0 0 1 0 0
0 1 0 2 2 1
0 0 1 1 1 1
0 0 0 0 0 0
_

_
.
Assim [v
1
]

= (1, 2, 1), [v
2
]

= (0, 2, 1) e [v
3
]

= (0, 1, 1). Portanto

[I]

=
_
_
1 0 0
2 2 1
1 1 1
_
_
.
3