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Repórter: Bàbálórìsà Claudinei de Aganjú


MÁRCIA DÓRIA PEREIRA

Mais conhecida como Ìyálórìsà Márcia da Òsun, é casada e filha-de-santo da


saudosa Mãe Menininha do Gantois, onde teve sua iniciação no dia 02 de fevereiro
de 1968. Precursora da iniciativa de criar o Projeto Oxum, que há 08 anos vem
trabalhando com as crianças da comunidade local distribuindo cestas básicas em
troca das mesmas estarem na escola com a carteira de vacinação atualizada. Tendo
a ajuda voluntária dos amigos e membros de seu terreiro, promove cursos
profissionalizantes pra toda esta garotada, mais infelizmente está ficando difícil
manter o projeto sem a ajuda do governo. Acompanhe esta entrevista e conheça
esta líder encantadora da nossa religião.

O que você pode nos dizer sobre Candomblé?


Que é uma religião de resistência, beleza e cultura sem par.

Como e quando foi o seu envolvimento com o Candomblé?


Minha família é toda iniciada no Candomblé e vim pelas mãos da minha mãe para
ser iniciada.

Que conselho você dá a quem quer se Iniciar no Candomblé?


Que procure saber sempre da onde vem e quem vai iniciá-lo para não se
arrepender depois.

O que você acha de Ogán e Ekedi iniciarem Ìyáwo?


Para mim isso não existe.

Cite uma personalidade dentro do Candomblé?


Mãe Maninha, Mãe Carmem, Mãe Stella, Mãe Tata e muitas outras.

O que você acha que deveria melhorar dentro da nossa religião?


A união, e que o povo da nossa religião perceba o quanto é importante se organizar
e também organizar suas casas para que tenhamos força política.

O que você acha de marido e mulher se tratarem em uma mesma casa-de-


santo e até mesmo se iniciarem pelo mesmo zelador?
Que se iniciam numa mesma casa acho normal, existem formas de manter os dois
aprendendo a mesma cartilha e em toda casa de tradição toda família pertence ao
mesmo Axé.

O que acha de política e religião?


Acho que devem andar juntas como outra religião qualquer, pois se não elegermos
políticos que defendam nossas causas como vamos ficar?

O que acha da nova lei do Ensino Religioso?


Boa. Já é alguma coisa apesar de que as pessoas que tem maiores conhecimentos
da religião afros não têm faculdade.

A Umbanda terá curso superior a partir de 2004, o primeiro curso superior


que vai ensinar Teologia Umbandista. O que você acha dessa iniciativa?
Não li o projeto, não entendo muito de Umbanda, porem quanto ao Candomblé
acho que não se forma um sacerdote na parte teórica antes que seja aprovado pela
parte religiosa.

Você acha necessário a realização de rituais na mata. É necessário termos


espaços específicos para estas finalidades? Ou seja, um espaço sagrado?
Toda a cultura Afro descendente tem rituais em qualquer elemento da natureza,
inclusive na mata. Como cultuadores da natureza, devemos cuidar bem dela, como
ao aceder velas nas matas, procurar despachar ebós em sacos de pano ou outro
produto biodegradável para não danificar a natureza e para cumprir religiosamente
a função do despacho que é de se deteriorar e voltar de novo para a cadeia
alimentar.

O que você acha da criação de um Cemitério Espiritualista onde possamos


enterrar nossos entes queridos e fazermos nossos rituais de despedida
sem a reprovação dos outros?
Acho errado pois o mesmo direito que as outras pessoas são enterradas nos seus
rituais nós temos o mesmo sem sermos incomodados, pois cada vez que criamos
espaços para usarmos separado estaremos abrindo mão dos nossos direitos.

Por motivo de desentendimentos e brigas, alguns zeladores estão se


desligando de seus Axés de origem e fundando os seus próprios. O que
você acha disso?
Ridículo, pois os criadores do Axés são os ancestrais que não tem nada haver com
atuais desavenças. O fundador que fizer isso, não esta respeitando essa situação e
por isso não merece o respeito nem o direito de fundar seu próprio axé sem derivar
de algum já fundado.

Você acha que as nações africanas deveriam ter mais espaço dentro da
mídia?
Sim, estou tentando e espero que vocês me ajudem escrevendo direto para o
"Árvore do Bem".

Fale um pouco mais sobre o seu trabalho no site "Árvore do Bem".


Estou no site "Árvore do Bem" desde o começo e fui escolhida na época por Mãe
Cleuza e Zeno, seu filho. Atendendo a um pedido de Nizan Guanais na época
presidente do IG, achou que eu seria a pessoa certa para esse trabalho e fiquei
muito feliz por saber que se abririam as portas para divulgação da nossa religião de
uma maneira bonita tentando atingir o público leigo.

O que você acha das escolas de samba que coloca em seus enredos temas
sobre os Orixás?
Acho bom porque as escolas de samba foram fundadas por afro descendente e
desde que não seja pejorativo, acho bom.

Quais são seus projetos para o futuro?


Criar uma escola de Cultura Yorùbá no Terreiro, continuar o projeto Oxum que
ajuda cerca de 200 famílias e continuar lutando pela divulgação de nossa religião e
nossa cultura.

Fale mais sobre o Projeto Cultura Yorùbá no Terreiro..


Sobre o projeto Cultura Yorùbá no Terreiro, como já lhe disse sou casada com um
pesquisador e juntos desenvolvemos um trabalho há 20 anos e gostaríamos de
conseguir ajuda para construir uma biblioteca para que as pessoas tivessem fácil
acesso a nossa cultura.

Qual a melhor maneira de entrar em contato com você?


Através do meu e-mail que é marciadoxum@ig.com.br.

Alguma consideração final?


Sim. Gostei muito da sua iniciativa, pois divulga nossa religião

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