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a u l a
Criofratura
plano de corte
perfil bidimensional,
membrana de aspecto trilaminar
Figura 3.1: No microscópio de transmissão o corte ultrafino de uma célula resulta numa imagem
bidimensional onde se vê o contorno (perfil) trilaminar da membrana plasmática e as organelas internas
(não representadas).
planos de corte
O “empilhamento" de vários
perfis bidimensionais em série
permite reconstruir o aspecto
tridimensional da estrutura.
Figura 3.2: Cortes em série de uma estrutura podem dar uma noção de sua forma
tridimensional.
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era composta principalmente de proteínas e lipídeos; entretanto, a
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observação da estrutura trilaminar da membrana em cortes ultrafinos
levou à conclusão errada de que a estrutura da membrana seria um
"sanduíche" de proteínas recheado por uma bicamada lipídica.
Uma membrana com essa organização seria não apenas
muito rígida, dificultando os movimentos celulares, como seria
quase impossível que substâncias passassem através dela: aquelas
hidrofílicas ficariam impedidas de passar pela bicamada lipídica, assim
como seria impossível que as substâncias hidrofóbicas atravessassem a
cobertura de proteínas (veja o esquema na Figura 3.3).
Lipídeos e outras
substâncias hidrofóbicas
não cruzariam a “couraça”
Proteínas e outras moléculas de proteínas da membrana.
hidrofílicas não atravessariam
o “miolo” lipídico da membrana.
proteína
proteína
lipídeo
Figura 3.3: O "modelo do sanduíche" da membrana era rígido e não explicava os movimentos
celulares e o transporte através da membrana, embora correspondesse à imagem de microscopia
eletrônica de transmissão de cortes ultrafinos.
Fundamentos da técnica
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CONGELAMENTO
Algumas adaptações tiveram de ser feitas para que os cristais de
gelo que se formavam no processo de congelamento não perfurassem
as células, lesando-as gravemente e impedindo a observação de sua
organização. Assim, antes de congelar as amostras, elas são brevemente
fixadas em aldeídos e infiltradas com glicerol, uma substância que
dificulta a formação de cristais de gelo (Figura 3.5). Um outro fator
que impede a formação de cristais é fazer um congelamento ultra-
rápido, o que requer equipamentos ainda mais sofisticados.
Figura 3.5: Para criofratura, as células são inicialmente fixadas com aldeídos, a seguir infiltradas com glicerol, que
impedirá a formação de cristais de gelo quando congeladas.
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Depois de congeladas, as amostras são colocadas numa câmara
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a vácuo e aí fraturadas, também a baixa temperatura. Para observar a
superfície exposta após a fratura, não seria possível retirar a amostra do
aparelho, pois à temperatura ambiente ela simplesmente derreteria.
Por esse motivo, é necessário fazer um molde que reproduza a
superfície fraturada com todos os detalhes.
REPLICAÇÃO
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Figura 3.8: Quando a célula é fraturada em seu plano médio é possível reconhecer o
núcleo pelo seu envoltório duplo e complexos de poro. Vacúolos e organelas
intracelulares são de identificação mais difícil.
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Figura 3.11: Esquema de uma hemácia (A) sendo fraturada (B) e (C) e expondo, ora a face E da membrana,
voltada para o exterior (D1), ou a face P, voltada para o citoplasma (D2).
CONCLUSÃO
A criofratura continua sendo uma técnica importante no estudo das células, entretanto,
muitas variações foram introduzidas, permitindo a obser vação não apenas do "miolo" da
membrana, mas também das faces voltadas para o citoplasma, para o meio extracelular e
também de estruturas citoplamáticas, como os microtúbulos.
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RESUMO
EXERCÍCIOS
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