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CONTANDO AS POTÊNCIAS

DA ESCOLA

O Conto
Era uma vez...
Uma pia imensa, que deveria estar na cozinha.
A pia não era aluno, muito menos professor, mas de livros parecia entender,
pois estava cheia deles, servia também de armário para guardar mochilas, potes
de tintas, caixa de lápis e sabe -se lá mais o que.
Essa pia não pingava, nem água tinha, nem para higiene pessoal servia.
pois água ali não existia.

Narrativas de alunas
da UERJ/Faculdade de Formação de Professores
São Gonçalo, RJ
Contando as potencias da escola pública

Organizadora:
Anelice Ribetto

Autoras:
Anelice Ribetto
Ana Caroline de Azevedo e Silva
Ana Paula Peclat de Abreu
Cristiane Sampaio Correia
Eliza Antonia Marques da silva Marques
Juliana Cristina Souza Felix
Michelle Puente Azevedo
Nelceli Costa Dantas de Oliveira
Ozana Tauana Fagundes da Silva
Priscilla Gomes Guilles Mattos
Socciaray Jesus Oliveira
Milena Gomes Coutinho Pereira
Casiane Oliveira Aleluia
Flávia Cantuária N. Andrade

Faculdade Formação de Professores/ UERJ


São Gonçalo, agosto de 2009
NARRANDO A POTENCIA DA ESCOLA PÚBLICA

Anelice Ribetto

O projeto “Narrando a potencia da escola pública” é um projeto experimental


coordenado pela professora Anelice Ribetto que começou a ser desenvolvido no espaço-
tempo da disciplina “Estágio Supervisionado II” do Curso de Pedagogia da Faculdade
de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro no primeiro
semestre do Ciclo letivo de 2009.
O projeto está atravessado pelas palavras-conceitos experiência e da alteridade
na educação (que é) do outro a partir da possibilidade de nos experimentar como
sujeitos na cena pedagógica priorizando a discussão de aquilo que irrompe como
diferença. Nesse sentido, se interessa por pensar os olhares do pesquisador, do
educador, dos alunos desde uma cena pedagógica diferente de aquela que tem
privilegiado historicamente a mesmidade: se trata de pensar na resistência e potência de
saberes outros saberes criados no cotidiano da educação e as maneiras em que narramos
esses saberes outros.
Uma das questões problematizadoras que instigaram a criação desse projeto
foram as freqüentes falas e escritas sobre a escola pública que muitas vezes-
encontramos como relato de experiência na forma de relatórios de estagio
supervisionado, e, mesmo, como um discurso quase obvio sobre as práticas escolares:
esses relatos sobre a escola pública têm tido como referencia um olhar centrado nas
faltas, naquilo que a escola publica não consegue dar conta, na falha, nas ausências...
Ao mesmo tempo, esses relatos faltosos têm sido narrados – a maioria das vezes- com
um olhar arrogantemente tecnicista com pretensões de se saber neutro, objetivo.
O projeto se coloca como objetivo principal a participação das alunas em
algumas instancias escolares e a criação de três diferentes narrativas sobre as
movimentações nesses territórios observando e relatando como se concretiza a proposta
político-pedagógica da escola e seus processos de organização e gestão do coletivo
escolar, como traduções singulares de atores da comunidade escolar e do mundo da vida
cotidiana.
Participaram dessa proposta no primeiro ciclo letivo as alunas-autoras dessa
comunicação e escolas públicas e privadas das redes de Niterói e São Gonçalo.
A metodologia de trabalho do projeto supõe idas para a escola que acolha o
projeto, em primeiro momento, para conversar sobre a feitura do mesmo e logo para a
realização da observação na instituição. Paralelamente, os alunos participam de
supervisões na universidade a partir do material da observação e das leituras realizadas.
A cada visita realizada as alunas participam das instancias educativas
institucionais e é nesse contexto que devem produzir:
a- observação e/ou apoio ao professor;
b- breve sistematização da prática anterior- (eu vejo, eu penso, eu sinto): as
alunas devem discriminar na escrita do relatório de observação: “eu vejo”, “eu penso”,
“eu sinto” . Essa divisão do olhar é propositalmente exercitada para que essa prática
possa nos ajudar a entender como nosso suposto olhar objetivo sobre a cena pedagógico
sempre está contaminado por aquilo que pensamos e sentimos... dessa maneira
poderemos entender como somos sujeitos ativos das nossas próprias pesquisas e
fundamentalmente nos ajuda a questionar verdades monoculturais consideradas “a
realidade”;
c- breve relatório de pesquisa –relação com textos teóricos oferecidos pela
professora;
d- escrita de um conto inspirado nas três instancias anteriores, fundamentalmente
com algum acontecimento que tenha interrompido o olhar –feito pensar alguma coisa
que ainda não pensavam- .
A cada ida à escola as alunas têm uma referencia de observação: OS
FAZEDORES –sujeitos- DA ESCOLA; O ESPACO ESCOLAR E SUAS MARCAS;
PLANEJAR E PROJETAR PEDAGÓGICAMENTE... ; AS BRINCADEIRAS E AS
PRATICAS CULTURAIS...
Esse material é discutido nas chamadas “rodas de conversas” com a professora
supervisora do estagio com o objetivo de pensar sobre as questões narradas visando o
trabalho com os objetivos propostos.
No final do semestre, as estagiárias devem planejar e realizar uma Oficina de
contação dos próprios contos produzidos no percurso do estágio, para alunos e
educadores da escola. Os alunos participarão com a realização da arte gráfica dos
contos.
Esse pequeno livro pretende mostrar algumas dos contos produzidos pelas
alunas da disciplina nas suas turmas de estágio.
QUEM FALA?
Ana Caroline de Azevedo e Silva
Escola acolhedora: Escola Sol –Saúde, orientação e liberdade/Niterói

Era uma vez, uma cidade bem distante, um lugar especial. Com belas casas e
jardins, essa cidade se destacava por possuir uma população bem peculiar. Todos os
habitantes do lugarejo se conheciam, torciam uns pelos outros, eram felizes e viviam
harmonicamente.
As pessoas não tinham medo da violência, viviam uma vida incomum aos demais
lugares do mundo. Lá os adultos conversavam sem parar e as crianças brincavam até
cansar.
Durante as férias, meninos e meninas pedalavam por toda a cidade, subiam e
desciam ruas, exploravam cada cantinho daquele lugar mágico.
Num desses passeios, algo incomum aconteceu. Depois de caminhar por longas
horas, Laura e Gabriel resolveram parar sob a copa de uma árvore gigantesca. Era o
máximo poder descansar depois de tanto esforço. Sentaram-se apoiando suas costas no
tronco de uma frondosa mangueira. De repente ouviram:
- Estão cansados, que tal um pouco d’água? Se quiserem, tem um poço com água fresca
logo ali.
Os meninos se assustaram. Não havia ninguém naquele lugar, como podiam estar
ouvindo aquela voz?
- Andem crianças peguem um pouco d’água, ou quem sabe preferem saborear uma
deliciosa manga?
Os meninos deram um enorme pulo ao perceber que quem falava era o tronco da
árvore onde estavam encostados. Saíram correndo. Rapidamente não se via nem rastro
daquelas crianças.
Era possível ouvir a mesma voz, que antes ofereceu água à Laura e Gabriel,
soltar um profundo suspiro de tristeza.
- Mais uma vez perdi a chance de fazer amigos. Por que será que todos têm medo de
mim? Não faria mal a ninguém!
Com medo de toda essa situação, as crianças jamais voltaram aquela árvore.
Fingiram nunca ter vivido tal circunstância.
A FESTA.1
Ana Paula Peclat de Abreu
Priscilla Gomes Guilles Mattos
Socciaray Jesus Oliveira

Escola acolhedora: Escola Municipal Leda Vargas Gianerinne/ São Gonçalo

Era um dia muito feliz para princesa Lili, pois ela estava preparando a lista de
convidados para sua festa de aniversário, mas tinha um, porém, a menina só queria
convidar meia dúzia de gatos pingados, aqueles que sempre levam presentes. Então
começou a convidar.
Lili: Keka, Keka, venha a minha festa.
Keka: Festa? Adoro festa, mas só vou se você convidar o Duende.
Lili: Duende, Duende, venha a minha festa.
Duende: Festa? Adoro festa, mas só vou se você convidar o saci.
Lili: Saci, Saci, venha a minha festa.
Saci: Festa? Adoro festa, mas só vou se você convidar o unicórnio.
Lili: Unicórnio, Unicórnio, venha a minha festa.
Unicórnio: Festa? Adoro festa, mas só vou se você convidar a Bela e a Fera.
Lili: Bela e Fera, Bela e Fera, venham a minha festa.
Bela e Fera: Festa? Adoramos festa, mas só vamos se você convidar à coruja.
Lili: Coruja, Coruja, venha a minha festa.
(...)
E a lista de convidados da Princesa foi crescendo, crescendo, crescendo... Ela não
entendia porque os convidados sempre tinham outros convidados para acrescentar.
Então resolveu perguntar ao seu amigo espelho encantado, quer dizer atrapalhado.
Lili: Espelho, espelho meu, existe outra princesa mais bonita do que eu?
Espelho: Sim, eu.
Lili: Você? E desde quando você é princesa?
Espelho: Iiiii... desculpas, desculpas, me enganei. É claro que não existe princesa
mais bonita do que eu, quer dizer você.
Lili: Vamos deixar de conversa fiada que a dúvida é outra. Por que todos os
convidados sempre tinham outros convidados para acrescentar a minha lista?
Espelho: Ora bolas, por que todos sabiam que você não queria convidar todo reino e
só parte dele.
Lili: E o que tem demais?
Espelho: Você já viu festa com meia dúzia de gatos pingados?

1
O que eu vejo?
Vários papéis com muitas coisas escritas.

O que eu penso?
Ao ver penso ser uma apostila, pela organização e estrutura física. Nesta apostila, penso conter diversos
assuntos sobre o projeto político pedagógico, pois li na capa que aquela apostila era projeto pedagógico da
escola. Ao pensar no projeto escolar, logo penso está bem organizado de acordo com a lei e sendo posto em
prática.

O que sinto?
Para sentir precisei realizar um movimento de toque e leitura acerca do projeto e logo fui sentindo que
aquilo que pensava não condizia com o que lia. Não consegui sentir teoria e prática atreladas. É difícil
descrever o que sentir, foi um misto de sentimentos, me senti confusa, enganada, era como se aquele projeto
fosse uma farça. Por que foi construído se não era totalmente executado? Adiante explicarei melhor o projeto.
Lili: Gatos? Mas eles nem foram convidados!
Espelho: Hahaha, não se faça de desentendida. Uma bela festa tem que ter
movimento, gente para lá, para cá, animação e a participação de todos. Imagina quão
chato seria a sua festa com parte do reino e não com o todo.
Lili: Você é tontinho, mas até que está certo. A minha festa vai ser inesquecível com
todo reino reunido.
A DESEJOSA FRUTA.2
Juliana Cristina Souza Felix

Escola acolhedora: Escola Municipal Luiz Gonzaga/ São Gonçalo

Era uma vez...Um menino que adorava jogar bola.Num certo dia ele foi jogar bola num
terreno escampado próximo a sua casa.Quando estava jogando,ele deu um chute tão
forte,mas tão forte que a bola foi parar junto a uma montanha.Nesta montanha havia
uma fruta,somente uma,bonita, brilhante e suculenta.
Quando o menino viu essa fruta, ele quis pega-la na mesma hora.Ele começou a escalar
a montanha em direção a fruta,mas quando ele chegou perto ele caiu,tentou novamente
e caia.Começou um temporal,mas o menino não desanimou,continuou escalando e
escorregava.O bravo menino continuou insistindo em subir e pegar a poderosa
fruta,fruto do seu desejo,mas um raio muito forte caiu perto dele e ele caiu novamente
da montanha.Passou a tempestade e o menino não desanimou.Pegou uma corda e tentou
subir,mas no meio do caminho a corda arrebentou.
O menino parou e pensou, dizendo que só sairia dali com a sua fruta.Foi então que ele
teve outra idéia,foi construir uma escada.Pega madeira dali,bate prego daqui e o
corajoso menino conseguiu terminar a escada.Apoiou a escada na montanha,subiu nela
e finalmente conseguiu alcançar a desejada fruta.Muito cansado,o menino disse: “Com
toda essa dificuldade que tive em pegar essa fruta,a única pessoa que merece come-la é
a minha mãe,pois é ela que me dá toda a coragem do mundo.

2
O que vejo:
Na escola Luiz Gonzaga não vi nenhum tipo de atividades como o brincar dos alunos.Muitos alunos não
tem recreio pois a carga horária das aulas é reduzido e por isso os alunos almoçam as 9hs da manhã e vão
embora para casa.Os poucos alunos que ficam na escola ficam na área externa conversando um com os
outros somente.
O que penso:
Penso que a escola,devido às dificuldades que existe nela,ela não foca nessas atividades e também pelo
espaço ser inadequado para os alunos,não se permite certos tipos de atividades na escola.
O que sinto:
Sinto uma grande carência estrutural e profissional da escola.
MIGUEL E A ESCOLA
Michelle Puente Azevedo
Casiane Oliveira Aleluia
Ozana Tauana Fagundes da Silva

Escola acolhedora: Escola Municipal Alberto Torres/ São Gonçalo

Era uma vez, um menino muito especial chamado Miguel. Ele gostava muito de ir para
a escola e, também de ficar no portão da escola recebendo os funcionários, os alunos, os
professores, enfim todos que iam a escola e, só ele poderia ficar perto do portão.
Miguel: Bom dia senhor! Bom dia senhora!
Fred: Bom dia, seu mané!
Miguel: Mané não!
Alice: Ih! Lá vem o chato!
Miguel: Bom dia, meu amor...
Alice: Ah! Sai fora.
Professora: Miguel, vamos entrar na sala!
Miguel: Já vou! Já vou!
Em sala de aula, Miguel fazia os deveres que a professora passava participava
das brincadeiras feitas em sala de aula, mas também, gostava de mandar nos seus
colegas gerando algumas brigas de vez em quando.

Miguel: Todo mundo fazendo dever !


Alice: Você já fez o seu?
Miguel: Não interessa!
Professora: Vamos parar com a briga!
Miguel: Não
Professora: Miguel, isso é falta de educação. Não pode falar assim comigo nem com
seus amigos . Que coisa feia!
Miguel: Desculpa professora.
Fred: Tia Márcia, por que você brigou o Miguel assim?
Professora: Fred, é porque, todos nós temos que aprender a ter respeito com os
professores, os coleguinhas, a família e todo mundo que está a nossa volta. Para
podermos viver em paz uns com os outros. Mas agora que terminamos o dever vamos
colocar uma música e dançar todo mundo junto!!!!
Todos: Oba!!!!!

Desenho
O FUTURO DAS PEQUENAS ESPIGAS.3

Milena Gomes Coutinho Pereira

Escola acolhedora: Colégio Gay Lussac/Niterói

Lá num milharal bem longe de nós mas nem tão longe daqui, os pés de milho se
preparavam para dar a luz. Eles esperavam muito tempo para as pequenas espigas
nascerem.

Uns sonhavam com suas espiguinhas bem lindas e saborosas na boca de reis e rainhas,
de pessoas importantes.

Outros papais e mamães desejavam que seus milhozinhos fossem objeto de pesquisa,
que descobrissem na pequena espiga deles a chave para a cura de doenças.

Existiam as espigas que sonhavam com seus filhos no estrelato, nos anúncios de
pamonha, enlatados, estampados em outdoors e comerciais de televisão.

Chegou o dia tão esperado: O dia das espiguinhas nascerem!

Os pequenos milhozinhos nem tão logo nasceram e já foram para a panela!

Nem banquete, nem vacina, quanto menos galã das nove, as espiguinhas se tornaram foi
um monte de pipocas!

3
Eu vejo: Crianças brancas, loiras em maioria, perfumadas e enfeitadas.
• Eu penso: Penso que devam ser ricas, consumistas e mimadas.
• Eu sinto: Tristeza por ver que há realidades tão discrepantes. Sinto pena das crianças do CIEP,
não há como comparar o preparo. Imagino que a mensalidade do colégio deva ser superior ao
investimento anual do governo por aluno do CIEP.
A TRISTEZA DE DONA AMARELINHA.4
Flávia Cantuária N. Andrade

Escola acolhedora: Escola Municipal André Trouche/Niterói

Era uma vez uma brincadeira chamada Dona Amarelinha, não sabia por que
tinha este nome, já que só naquele dia, havia mudado de cor umas três vezes: ficou azul
de raiva quando passaram por cima dela e nem perceberam, ficou vermelha de
vergonha quando um cachorro fez cocô em cima dela e finalmente ficou desbotada de
tão esquecida e abandonada.
Estava tão para baixo e triste, que quase não percebeu a chegada do compadre
pião.Rodando, Rodando e Rodando, o compadre falou:
__ Oi comadre amarelinha, por que você está tão triste?

4
O que vejo?
Vejo um grupo de meninos brincando de futebol, meninos e meninas explorando os brinquedos
do precário parquinho (escorrego, balanço e gangorras). Depois alguns (geralmente meninos), correm um
atrás do outro, outros brincam de provocar e acabam brigando. A violência entre eles está presente em
quase todos os momentos, quer meninos quer meninas. Geralmente a professora intervém e pune,
deixando os envolvidos sem recreio. Na maioria das visitas, as situações foram as mesmas. Vejo uma
amarelinha pintada no chão e bem desbotada, quase imperceptível; no espaço onde está desenhada, os
meninos jogam bola. No refeitório vejo duas meninas cantando e brincado com as mãos, estavam felizes,
mas de repente, uma professora grita e chama a atenção delas por uma estar sentada na mesa, elas ficam
desconcertadas e param de brincar.

O que penso?
Penso que o espaço destinado a recreação não oferece condições de segurança para as crianças, o
que deixa as professoras inseguras em deixá-los mais livres. Também penso por que elas não participam
com eles?Por que não trazem outras opções de lúdico para as crianças?
__ Ora compadre, você não vê como estou desbotada, esquecida neste canto? As
crianças de hoje não querem mais saber de mim,quando estão em casa só querem saber
de brincar com aquele pessoal moderninho, o videogame, o computador e ficar
grudados naquela tal de D. Televisão. - resmungou.
__ Comadre, eu acho que você está com ciúmes. - disse o pião.
__ Não é ciúme não, é que eu acho ,que pelo tempo que existo no mundo, mereço um
pouquinho mais de consideração.Sou conhecida em vários países , meninos e meninas
brincam comigo lá. Os estudiosos acreditam que eu tenha nascido com os povos
Gregos, veja só!! Sem contar que sou muito mais econômica, não preciso de energia
elétrica e ninguém precisa pagar prá brincar comigo. Mas, que adianta toda essa fama se
ninguém se lembra de mim por aqui? – lamentou.
__È comadre, não fica assim não. Isso não acontece só com você, há muitas
brincadeiras e brinquedos amigos, na mesma situação. Lembra da comadre Bolinha de
Gude? Da comadre Peteca? Do compadre Rolimã?Um montão de gente que já até
esqueci seus nomes. Eu mesmo,ando esquecido pelas pessoas... Hoje , dei a maior sorte,
um menino me encontrou num baú do avô dele e por isso estou aqui rodando feliz da
vida!Na verdade, quem está bem da nossa turma é o tal do compadre Futebol, ele está
com a bola toda! Meninos e meninas, adultos e crianças, se amarram nele!
__É verdade! Esse é que tem sorte mesmo!- concordou.
__ Bem comadre, a conversa ta muito boa, mas eu tenho que aproveitar e rodar mais um
pouquinho... Sei lá quando vão brincar comigo de novo... Tchau!
__ Tchau, compadre. Boa Sorte!
Eles não notaram, mas perto deles estavam, ouvindo a conversa toda, uma
menina e um menino. Eles perguntaram a Dona Amarelinha e seu Pião, se poderiam
brincar com eles. A felicidade foi tão grande, que mal conseguiam acreditar no que
estavam ouvindo. De repente D. Amarelinha ficou tão linda e colorida, e Seu Pião
rodava sem parar, que outras crianças se aproximaram e foi uma festa só.
A partir daquele dia os amigos Pião e Amarelinha, fizeram propagandas dos
outros amigos e assim as crianças descobriram que existem muitas formas diferentes de
brincar e se divertir.

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