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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO
mes e qualidade dos materiais recicláveis, como o co- A falta de orientações claras à população sobre
mércio, bairros de maior poder aquisitivo, condomíni- os materiais a serem coletados pode implicar numa
os, repartições públicas e fábricas. separação inadequada de resíduos oriundos da faxi-
É importante ressaltar que o ritmo de ampliação na doméstica, como malas estragadas, móveis com
da coleta também está condicionado às capacidades cupins, roupas e calçados imprestáveis. A coleta des-
de triagem, comercialização e de gerenciamento da ses materiais sempre resulta em perda de espaço
cooperativa. no caminhão, em trabalho adicional na triagem e na
destinação final desses inservíveis ao aterro munici-
pal.
COMEÇAR PEQUENO E CRESCER COM SEGURANÇA Atenção especial deve ser dada aos materiais con-
Inicie a coleta seletiva num bairro-piloto para siderados como recicláveis. Isso porque um material
sentir as variáveis envolvidas e prever possí- que hoje não encontra mercado pode tornar-se eco-
veis ajustes. Informe à comunidade abrangida nomicamente atrativo como decorrência da introdu-
que essa coleta é experimental. ção de uma nova tecnologia que viabilize sua utiliza-
Após a avaliação de eventuais pontos críticos ção. Outros, atualmente comercializados, podem
e com uma adesão razoável da população, a perder o mercado em decorrência de um processo
coleta pode ser ampliada gradativamente. de substituição de matérias-primas na produção de
Lembre-se de que essa ampliação deve ser determinados produtos. O isopor, por exemplo, é
sempre precedida de um trabalho educativo
com a nova comunidade a ser atendida.
Mantenha a população dos bairros já abran- NÃO LEVAR GATO POR LEBRE!
gidos informada da evolução do programa. Cuidado para não coletar lixo em lugar dos ma-
teriais recicláveis:
apalpar os sacos para distinguir os que con-
Materiais a serem coletados têm materiais recicláveis dos que contêm lixo;
Devem ser coletados os materiais de comerciali- pedir à população que acondicione os reci-
zação garantida, basicamente os recicláveis. Ainda que cláveis em sacos diferentes ou transparentes;
outros objetos passíveis de conserto, como móveis, orientar a população para que entregue seus
brinquedos e eletrodomésticos possam parecer atra- materiais recicláveis somente ao coletor em
entes, todo o cuidado deve ser tomado para não se sua porta.
entulhar o galpão de triagem.
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Capítulo 3 - Implantação de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO
reciclado no Japão, mas ainda tem pouco mercado almente recicláveis, mas com tecnologias avançadas
no Brasil. Já as embalagens cartonadas compostas de em desenvolvimento.
papel duplex (75%), plástico (20%) e alumínio (5%) O Quadro 11 é apenas indicativo e deve ser cons-
tem comercialização ainda limitada, apesar de parci- tantemente atualizado.
R ECICLÁVEIS N ÃO -R ECICLÁVEIS
P APÉIS
Jornais e revistas Cartolina Etiqueta adesiva Papéis parafinados
Folhas de caderno Aparas de papel Papel carbono Papéis plastificados
Formulários de Fotocópias Fita crepe Papéis sujos
computador Envelopes Papéis sanitários Tocos de cigarro
Caixas Impressos Papéis metalizados Fotografias
Papelão Papel de fax
METAIS
Lata de folha de Lata de alumínio Ferragens Esponjas de aço
flandres Tampas Clipes e grampos
(óleo/conservas)
VIDROS
Potes Cacos Cristais e espelhos Cerâmica
Garrafas Frascos Vidros temperados Porcelana
Copos Tubos de Tv e Válvulas Lâmpadas
P LÁSTICOS
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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO
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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO
portante para garantir uma tonelagem máxima por 4.1.2. Garantia da credibilidade
carroceria, pois os materiais recicláveis são volumo-
sos e leves. A equipe deve estar sempre uniformiza- A credibilidade da cooperativa é fundamental para
da, identificada e utilizando luvas protetoras. Devem manter o fornecimento contínuo dos materiais e via-
participar da coleta, preferencialmente, os coope- bilizá-la economicamente.
rados que se sentirem aptos, física e mentalmente, Os seguintes cuidados na coleta seletiva contri-
e confortáveis no contato direto com a população. buem para garantir essa credibilidade:
os roteiros e horários precisam ser rigorosa-
Freqüência e horários mente cumpridos - a regularidade na coleta
A coleta seletiva normalmente é feita nos dias em ajuda a população a disciplinar seus hábitos de
que não há coleta regular. Isso evita o encontro de descarte;
caminhões da Prefeitura (ou da empresa contrata- o caminhão deve estar sempre limpo e identi-
da) e da cooperativa, no mesmo bairro, e diminui a ficado;
probabilidade de coletar lixo disposto pela popula- no caso dos PEVs com subdivisões para cada
ção na calçada, por engano. material, a coleta não deve misturar os mate-
A programação da coleta também deve considerar riais na carroceria do caminhão, desprezando
que a geração de resíduos varia conforme as áreas: o esforço da população em separá-los;
nas áreas comerciais, a coleta será mais fre- os materiais devem ser dispostos na carro-
qüente, talvez até diária. Para evitar eventual ceria do caminhão de modo a não caírem
confusão, pode ser feita em período diferente durante o transporte;
da coleta regular, preferencialmente à noite; nenhum material descartado, equivocada-
nos bairros menos populosos, pode ser me- mente, pela população deve ser abandona-
nos freqüente, dando a oportunidade aos es- do na calçada pelas equipes. Convém orien-
tabelecimentos e domicílios de acumularem tar o respectivo gerador para dispor, das
mais materiais recicláveis antes de dispô-los próximas vezes, para a coleta regular de lixo.
para coleta.
É importante verificar a variação sazonal dos resí-
duos como em regiões turísticas, por exemplo, pois a 4.2. T RIAGEM E B ENEFICIAMENTO
coleta em alta temporada será mais intensa, exigindo
maior freqüência e, possivelmente, mais veículos e equi- A triagem é a classificação mais fina dos reciclá-
pes. A instalação de PEVs também é útil nesses casos. veis, voltada a agregar valor aos materiais coletados.
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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO
Embora a coleta seletiva tenha como pressuposto a de trabalho, pois a importância desse processo está
separação prévia dos resíduos nos domicílios e esta- relacionada, principalmente, à geração de renda.
belecimentos, a população costuma juntar tudo no Numa amostra de cooperativas visitadas, sem es-
mesmo recipiente. Daí a necessidade de triagem pos- teira de triagem, a produtividade por catador va-
terior, para separar os tipos de materiais e remover riou de 150 kg/dia até 330 kg/dia, com média de
eventuais rejeitos não passíveis de comercialização. 225 kg/dia.
O beneficiamento reúne as ações de prensagem, Fatores externos e internos interferem na produ-
enfardamento, trituração, lavagem, secagem e ou- tividade de uma cooperativa de catadores. Dentre
tras que agregam ainda mais valor a cada material. os fatores externos, associados às atividades da co-
Um quilo de PET prensado, por exemplo, pode va- leta seletiva, destacam-se:
ler até duas vezes o material solto. Também é possí- a clareza das orientações dadas à população para
vel agregar valor através da produção de artesanato o descarte dos materiais recicláveis. Por exem-
na própria cooperativa. Uma única folha de papel plo, separar apenas os recicláveis e o lixo ou
reciclado artesanalmente vale mais que dois quilos separar por categorias, como vidros, plásticos,
de papel descartado. papel/papelão e metais, em sacos diferentes;
Normalmente, as cooperativas brasileiras benefi-
ciam os materiais até a etapa de enfardamento, o que já
é considerado um bom desempenho. Uma pequena DIVIDINDO TAREFAS
parcela consegue recursos para equipamentos de lava- Na maioria das cooperativas, a triagem e o
gem e moagem de plástico, enquanto poucas outras beneficiamento são feitos pela mesma equipe
chegam a comercializar produtos acabados, como vas- de cooperados que coleta os materiais. Isso é
souras de PET ou mesmo lingotes de alumínio. possível quando a atividade não ocupa todos
os períodos: a coleta é feita pela manhã, por
exemplo, e a triagem à tarde. À medida que a
4.2.1. Garantia da produtividade abrangência da coleta seletiva aumenta, torna-
se necessário dividir tarefas para evitar gran-
A produtividade na triagem e beneficiamento é a de acúmulo de cargas aguardando triagem. Mas
quantidade de material processada por catador em é interessante evitar especialização excessiva,
determinado período. A regra básica é procurar au- promovendo rodízio de tarefas, o que facilita
mentar a velocidade de processamento, sem com- a substituição no caso de faltas.
prometer a qualidade dos materiais e as condições
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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO
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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO
LEMBRE-SE
Para garantir a saúde ambiental da cooperativa e
Fardos, caçambas, tambores e outros recipi-
da vizinhança, evitando poluição e incômodo, e consi-
entes deixados fora do galpão de triagem, ao
derando que o galpão será aberto à visitação públi-
ar livre, precisam ser cobertos para evitar
ca, devem ser tomadas medidas para evitar:
acúmulo de água de chuva.
a proliferação de moscas, baratas e ratos;
o acúmulo de água que favorecem para a de-
sova de pernilongos: caçambas, tambores e
outros recipientes, eventualmente deixados ao Algumas informações sobre os materiais reciclá-
ar livre, precisam ser protegidos da chuva; veis, muitas vezes, deixam de ser repassadas aos
a recepção, manuseio e armazenamento de re- catadores por serem consideradas óbvias ou já bem
síduos perigosos; conhecidas. Mesmo correndo esse risco, seguem
a queima de qualquer rejeito da triagem. algumas dicas importantes.
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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO
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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO
ao ar livre, atenção especial é necessária para observar como essa queima ocorre. Esta prática,
não acumularem água, não se tornarem abrigo porém, deve ser evitada, considerando que a quei-
para ratos e não dificultar em sua remoção. ma é fonte de poluição e risco à saúde dos traba-
Fios de cobre não devem ser queimados para lhadores.
desencapamento. Essa prática polui, podendo A seguir, são listadas as famílias dos plásticos com
comprometer a cooperativa, sob o aspecto le- seus números indicativos, siglas, exemplos de produ-
gal e prejudicar sua imagem junto à população, e tos e algumas características.
também causar incômodo à vizinhança. 1. Polietileno tereftalato (PET) - garrafas de refri-
gerantes, cordas, fios de costura, carpetes, etc.
Vidros 2. Polietileno de alta densidade (PEAD) - embala-
Devido à presença de outros materiais nas emba- gens de produtos de limpeza e higiene, potes
lagens, a triagem dos vidros deve ser especialmente de alimentos, engradados de bebidas, baldes,
cuidadosa. Devem ser removidos gargalos de metal tambores, autopeças, etc.
e tampas. Rótulos de papel não precisam ser retira- 3. Cloreto de polivinila (PVC) - tubos e cone-
dos, pois queimam antes da fusão do vidro, duran- xões, garrafas para água mineral e detergente
te a reciclagem. Com o intuito de otimizar o frete, líquido, etc.
os compradores exigem um mínimo de 10 tonela- 4. Polietileno de baixa densidade (PEBD) - saco-
das de cacos para retirada. Portanto, garrafas, fras- las de supermercados, sacos de lixo, sacos,
cos, potes, etc. devem ser quebrados em caçam- de leite, lonas agrícolas e filmes para proteção
bas ou baias específicas (ver item 3.4), sem misturar de alimentos na geladeira ou microondas, etc.
com louça, cerâmica, pedras, pedaços de madeira, 5. Polipropileno (PP) - embalagens de massas e
ferro, plásticos, etc. biscoitos, potes de margarina, utilidades do-
mésticas, pára-choques, etc.
Plásticos 6. Poliestireno (PS) - eletrodomésticos e copos
Existem sete diferentes famílias de plásticos. Um descartáveis.
produto ou embalagem plástica normalmente apre- 7. Outros - plásticos especiais usados em CDs,
senta o símbolo de reciclável, muitas vezes con- eletrodomésticos, corpo de computado-
tendo um número de 1 a 7, indicando a família a res, etc.
que pertence. Se esta informação não estiver pre- Como esses tipos muitas vezes não são compatí-
sente no produto, outra forma de identificar a fa- veis quimicamente, ou seja, a mistura de alguns pode
mília é queimar uma pequena porção do plástico e resultar em materiais defeituosos ou de baixa qualida-
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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO
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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO
pequena, exigindo meses de armazenamento. Nes- disponível no galpão, o tempo e a mão-de-obra envol-
se caso, o melhor é escoar a produção para os inter- vidos nessa tarefa. Essa avaliação serve para qual-
mediários locais ou regionais. quer outro tipo de material.
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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO
CADASTRO DE COMPRADORES
Data do contato: abril de 2003 ...............................................................................................................................................
Nome: Comércio de Sucatas Estrela do Mar ..........................................................................................................................
Endereço: rua das Conchas, 116 .......................................................................... Bairro: Vila Marinho ........................
CEP: 12345-670 .............. Cidade: Atlântida ................................. Estado:.............................................................. .....
E-mail: sucatasestrela@xyz.om.br..................... Responsável: João Netuno ................................................................
Telefone ( ) ................................................................. Fax ( ) .................................................................................................
Número de empregados: 23 ................................ Tempo de atuação: 12 anos ...........................................................
RETIRADA DO MATERIAL
Forma de retirada: cede caçamba e troca cheia por vazia. ....................................................................................................
Tipo de transporte: 4 caminhões ...........................................................................................................................................
Forma e local da pesagem: balança rodoviária da própria empresa ...................................................................................
Freqüência de retirada: sempre que solicitado, com antecedência de 3 dias .....................................................................
Volume mínimo: entre 2 e 10 toneladas..................................................................................................................................
Região onde trabalha: cidades vizinhas, até 100 km de distância .......................................................................................
Dia e horário de funcionamento: segunda a sábado, das 8h às 18h ...................................................................................
PAGAMENTO
Condições de pagamento: cheque pré-datado para 15 dias ...............................................................................................
MATERIAIS ACEITOS
alumínio cobre ferrosos papel papelão pneu revista jornal tetra pak isopor cacos
cartuchos plástico duro* plástico filme vidro plano unidades de vidro** tecidos/trapos
Notas: 1) (*) - Separar PET e PVC dos demais. (**) - garrafões e garrafas de cerveja.
OBSERVAÇÕES GERAIS
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