Sie sind auf Seite 1von 2

CONCEITOS BÁSICOS

Ecdótica ou Edótica
Disciplina que trata da edição de um texto, segundo os critérios filológicos. A ecdótica é mais
abrangente que a crítica textual, pois trata de todos os aspectos de uma edição, mesmo daqueles
não lingüísticos, tais como a disposição da mancha, dos títulos, o uso diferenciado de caracteres
gráficos, o conjunto das ilustrações.

Crítica textual
Disciplina que tem por finalidade a restituição de um texto, primordialmente literário [antigo e
moderno, manuscrito e impresso], à sua forma lingüística original, dele retirando todas as
alterações que possa ter sofrido no decurso de sua transmissão [reprodução de um texto em
testemunhos ao longo do tempo] do autor ao leitor.

Filologia (conceito polissêmico)


Lato sensu: Disciplina que se dedica ao estudo da língua em toda a sua plenitude – lingüístico,
literário, crítico-textual, sócio-histórico, etc. – no tempo e no espaço, tendo como objeto o texto
escrito, literário e não-literário [manuscrito e impresso].
Stricto sensu: Disciplina que se concentra no texto escrito, primordialmente literário [antigo e
moderno, manuscrito e impresso], para estabelecê-lo, fixá-lo ou restituí-lo a sua genuinidade e
prepará-lo para ser publicado.

Objeto e função da filologia


A Filologia não subsiste sem o texto escrito [manuscrito e impresso, antigo e moderno]. Tem como
corpus fundamental o texto literário, e como corpus secundário os textos históricos, jurídicos,
religiosos e filosóficos. São três as funções da atividade filológica: a) função substantiva, em que
ela se concentra no texto para explicá-lo, restituí-lo à sua forma genuína e prepará-lo tecnicamente
para publicação; b) função adjetiva, em que ela deduz, do texto, aquilo que não está nele: a sua
autoria, a biografia do autor, a datação do texto, a sua posição na produção literária do autor e da
época, bem como a sua avaliação estética (valorização); c) função transcendente, em que o texto
deixa de ser um fim em si mesmo da tarefa filológica para se transformar num instrumento que
permite ao filólogo reconstituir a vida cultural, espiritual de um povo ou de uma comunidade em
determinada época. A individualidade ou a presença do texto praticamente desaparece, pois o
leitor, abstraído do texto, apenas se compraz no estudo que dele resultou. É importante observar,
na função substantiva do labor filológico, o seu caráter erudito; na função adjetiva, etapas da
investigação literária, e na função transcendente, a vocação ensaística do filólogo, em busca da
história da cultura.

Fronteira entre filologia, história e literatura


A História baseia em textos históricos, jurídicos, religiosos, políticos, diplomáticos; os textos
literários, que podem muitas vezes fornecer informações de natureza histórica, formam seu corpus
secundário; a Filologia tem como corpus fundamental o texto literário, e como corpus secundário os
textos históricos, jurídicos, religiosos e filosóficos; a Literatura [escrita] tem no texto literário o seu
único objeto.

Fontes
AUERBACH, Erich. Introdução aos estudos literários. São Paulo: Cultrix, s/d.
AZEVEDO FILHO, L. Amarante de. Iniciação em crítica textual. RJ; SP: Presença; Edusp, 1987.
SPINA, Segismundo. Introdução à edótica: crítica textual. SP: Cultrix/Edusp, 1977.

TRABALHO 1
Considerar as funções da filologia para desenvolver as três primeiras questões.

1. Função substantiva: fazer a lição do soneto conforme os critérios de transcrição aplicados à


edição diplomática.

2. Função adjetiva: levantar informações, no próprio documento manuscrito e fora dele, que
constatem a autoria e datação do soneto.

3. Função transcendente: desenvolver algum tema de natureza cultural e/ou histórica sugerido pelo
manuscrito.

4. Comentar algum fenômeno possível de análise no documento:


4.1. de natureza linguística, em um destes níveis de estudo: a) sintático, b) semântico-lexical, e)
fonético.
4.2. de natureza da modalidade escrita: a) ortografia, b) acentuação gráfica.
4.3. de natureza paleográfica: a) traçado de letras.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas

Disciplina: FLC0284 - Filologia Portuguesa


Docente: Prof. Dr. Manoel Mourivaldo Santiago Almeida

Objetivo
Apresentar uma introdução à Filologia Portuguesa, lato e stricto sensu.
Editar e estudar documentos antigos e modernos, manuscritos ou impressos.

Programa
Conceito, objeto e função da Filologia. Relações com a Diplomática, com a Codicologia e com a Paleografia.
Os tipos de edição. A Crítica Textual. As etapas do trabalho filológico. Critérios de edição de manuscritos
medievais e modernos.

Bibliografia
ACIOLI, Vera Lúcia Costa. A escrita no Brasil Colônia: um guia para leitura de documentos manuscritos.
Recife: UFBA/FJN/Massangana, 1994.
AUERBACH, Erich. Introdução aos estudos literários. São Paulo: Cultrix, s/d.
AZEVEDO FILHO, Leodegário Amarante de. Iniciação em crítica textual. RJ; SP: Presença; Edusp, 1987.
BLECUA, Alberto. Manual de crítica textual. Madrid: Ed. Castalia, 1983 [reimpressão: 1990].
CAMBRAIA, César Nardelli. Introdução à crítica textual. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
COSTA, Pe. Avelino Jesus da. Normas gerais de transcrição e publicação de documentos e textos medievais
e modernos. 3ª ed. Coimbra: Universidade de Coimbra, 1993.
CANDIDO, Antonio. Noções de análise histórico-literária. São Paulo: Humanitas, 2005.
CASTRO, Ivo. Editar Pessoa. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1990.
DUARTE, Luiz Fagundes. A fábrica dos textos: ensaios de crítica textual acerca de Eça de Queiroz. Lisboa:
Cosmos, 1993.
FERREIRO, Manuel et alii. Normas de edición para a poesia trabadoresca galego-portuguesa medieval. A
Coruña: Universidade da Coruña, 2007.
FLEXOR, M. Helena Ochi. Abreviaturas: manuscritos dos séculos XVI ao XIX. 2 ed. SP: Unesp/AESP, 1991.
HIGOUNET, Charles. História concisa da escrita. São Paulo: Parábola, 2003.
HOUAISS, Antônio. Elementos de Bibliologia. Rio de Janeiro: MEC/INL, 1967.
LÉON, Jacqueline. A lingüística de corpus: história, problemas, legitimidade. Filologia e Lingüística
Portuguesa, nº 8. São Paulo: Humanitas, 2006, p. 51-81.
MEGALE, Heitor. Pesquisa filológica: os trabalhos da tradição e os novos trabalhos em língua portuguesa.
Estudos Lingüísticos – GEL, nº 27, SJ do Rio Preto: IBILCE/Unesp, 1998, p. 3-28.
MENDES Ubirajara. Evolução das escritas: tipos caligráficos. Boletim do Departamento do Arquivo, v. 10,
fev., São Paulo, 1953.
SANTIAGO-ALMEIDA, Manoel M. Os manuscritos e impressos antigos: a via filológica. IN: Gil et alii.
Modelos de análise lingüística. São Paulo: Contexto, 2009.
SPAGGIARI, Barbara; PERUGI, Maurizio. Fundamentos da crítica textual. RJ: Lucerna, 2004
SPINA, Segismundo. Introdução à edótica: crítica textual. SP: Cultrix/Edusp, 1977.
VALENTE, José Augusto Vaz. Álbum de paleografia portuguesa. SP: Edusp, 1983.
VASCONCELOS, José Leite de. Lições de filologia portuguesa. 2 ed. Lisboa: Biblioteca Nacional, 1926.

Das könnte Ihnen auch gefallen