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NOVENA DA IMACULADA. 5 DE DEZEMBRO.

SEXTO DIA DA NOVENA

50. MÃE AMÁVEL


– Jesus deu-nos a sua Mãe como Mãe nossa.

– Mãe amável, acolhedora, de olhar misericordioso.

– Aprender a tratar mais e melhor com Nossa Senhora.

I. A VIRGEM CONVERTEU-SE em Mãe de todos os homens no momento


em que consentiu livremente em ser Mãe de Jesus, o primogénito entre muitos
irmãos. Esta maternidade de Maria é superior à maternidade natural humana1,
pois ao dar à luz corporalmente o seu Filho, Jesus Cristo, Cabeça do Corpo
Místico que é a Igreja, gerou espiritualmente todos os seus membros: “Ela é
verdadeiramente – afirma o Concílio Vaticano II – Mãe dos membros de Cristo
[...] porque cooperou pela caridade para que nascessem na Igreja os fiéis que
são os membros desta Cabeça”2.

Quando Jesus foi pregado na Cruz, estavam junto d’Ele Maria, sua Mãe,
São João, o discípulo amado, e algumas santas mulheres. O Senhor dirigiu
então à sua Mãe essas palavras que tiveram e terão tanta transcendência na
vida de todos os homens, de cada um de nós: Mulher – disse à Virgem –, eis aí
o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua Mãe3.

Impressiona-nos ver Cristo esquecido de si: dos seus sofrimentos, da sua


solidão. Comove-nos o seu imenso amor à sua Mãe: não quer que fique só; vê
a dor de Maria e assume-a dentro do seu Coração, para oferecê-la também ao
Pai pela redenção dos homens. Comove-nos o gesto de Jesus para com todos
os homens – bons e maus, mesmo os endurecidos pelo pecado –
representados em João. Dá-nos a sua Mãe como Mãe nossa; olha para cada
um de nós e diz-nos: Eis aí a tua Mãe, cuida bem dela, recorre a Ela, aproveita
esse dom inefável.

Nesses momentos em que Jesus consumava a sua obra redentora, Maria


uniu-se intimamente ao seu sacrifício por uma cooperação mais directa e mais
profunda na obra da nossa salvação. A maternidade espiritual da Santíssima
Virgem foi confirmada pelo próprio Cristo na Cruz4.

Eis aí o teu filho. “Esse foi o segundo Natal. Maria tinha dado à luz o seu
Filho primogénito sem dor alguma na gruta de Belém; agora dá à luz o seu
segundo filho, João, no meio das dores da Cruz. Nesse momento, Maria sofre
as dores do parto, não apenas por João, seu segundo filho, mas pelos milhões
de outros filhos seus que a chamariam Mãe ao longo dos tempos. Agora
compreendemos por que o Evangelista chamou a Jesus filho primogénito de
Maria, não porque Ela viesse a ter outros filhos da sua carne, mas porque
geraria muitos outros com o sangue do seu coração”5, com uma dor redentora,
cheia de frutos, pois estava unida ao sacrifício do seu Filho. Compreendemos
bem que a maternidade de Maria em relação a nós, sendo de uma ordem
diversa, seja superior à maternidade das mães na terra, pois Ela nos gera para
uma vida sobrenatural e eterna.

Eis aí o teu filho. Estas palavras produziram na alma da Virgem um aumento


de caridade, de amor materno por nós; e no coração de João, um amor filial
profundo e cheio de respeito pela Mãe de Deus. Este é o fundamento da nossa
devoção à Virgem.

Podemos perguntar-nos neste dia da Novena qual é o lugar que a Virgem


ocupa na nossa vida. Temos sabido acolhê-la como João? Chamamo-la muitas
vezes Mãe, minha Mãe...? Tratamo-la bem?

II. MATERNIDADE QUER DIZER solicitude e desvelo pelo filho. É o que


acontece com a Virgem em relação a todos os homens. Intercede por cada um
de nós e obtém as graças específicas e oportunas de que necessitamos. Jesus
diz de si mesmo que é o Bom Pastor que chama cada uma das suas ovelhas
pelo seu nome, nominalmente6; algo de parecido se passa com a Virgem, Mãe
espiritual de cada um dos homens. Assim como os filhos são diferentes e
únicos para a sua mãe, da mesma maneira cada um de nós é único para Santa
Maria. Ela nos conhece bem, sabe distinguir-nos de qualquer outro, chama-nos
pelo nosso nome com um acento inconfundível.

A sua maternidade abarca a pessoa inteira, alma e corpo. Mas a sua acção
maternal, mesmo a que se exerce sobre o corpo, tem por fim “restaurar a vida
sobrenatural nas almas”7, a santidade, uma identificação mais perfeita com o
seu Filho. Nesta tarefa, a Virgem é a colaboradora por excelência do Espírito
Santo, que é quem dá a vida sobrenatural e a mantém.

A maternidade de Maria não é a mesma para todos os homens. Maria é Mãe


de um modo excelente dos bem-aventurados do Céu, que já não podem perder
a vida da graça. É Mãe de modo perfeito dos cristãos em graça, porque têm a
vida sobrenatural completa. É Mãe daqueles que estão afastados de Deus pelo
pecado mortal; com a sua misericórdia, procura atraí-los continuamente para o
seu Filho. E é Mãe mesmo daqueles que não estão baptizados, já que estão
destinados à salvação, pois Deus quer que todos os homens se salvem e
cheguem ao conhecimento da verdade8.

Mãe por excelência, a Virgem tem sempre para nós um sorriso nos lábios,
um gesto acolhedor, um olhar que convida à confiança; sempre está disposta a
entender o que se passa no nosso coração; n’Ela devemos descarregar as
nossas penas, aquilo que mais nos pesa: “Fez-se tudo para todos; fez-se
devedora dos sábios e dos ignorantes, com uma copiosíssima caridade. Abre a
todos o seu seio de misericórdia, para que todos recebam da sua plenitude:
redenção o cativo, saúde o enfermo, consolação o aflito, perdão o pecador”9.

Talvez em algumas ocasiões nos sintamos doentes da alma, e então


recorreremos a quem é Salus infirmorum, saúde dos enfermos, na certeza de
não sermos rejeitados. Nenhuma experiência, por mais dura e negativa que
possa ser ou parecer, deve desanimar-nos. Sempre encontraremos em Maria a
Mãe amável, acolhedora, de olhar misericordioso, que nos recebe com ternura
e nos facilita – e até nos torna mais curto – o caminho que perdemos. E se as
dificuldades espirituais ou corporais se intensificam, chamaremos por Ela com
mais força, e Ela se apressará a proteger-nos. “Mãe! – Chama-a bem alto, bem
alto. – Ela, tua Mãe Santa Maria, te escuta, te vê em perigo talvez, e te oferece,
com a graça do seu Filho, o consolo do seu regaço, a ternura das suas
carícias. E te encontrarás reconfortado para a nova luta”10.

III. E DESSA HORA em diante, o discípulo recebeu-a em sua casa11. Que


inveja temos de São João! Como se encheu de luz aquele novo lar de Santa
Maria! “Os autores espirituais viram nessas palavras do Santo Evangelho um
convite dirigido a todos os cristãos para que todos saibamos também introduzir
Maria em nossas vidas. Em certo sentido, é um esclarecimento quase
supérfluo, porque Maria quer sem dúvida que a invoquemos, que nos
aproximemos d’Ela com confiança, que recorramos à sua maternidade,
pedindo-lhe que se manifeste como nossa Mãe”12.

Talvez possa ser este o nosso propósito para hoje: contemplar Nossa
Senhora na casa de São João, ver a extrema delicadeza com que o discípulo
amado a trataria, as confidências cheias de intimidade que lhe faria... E colocá-
la na nossa vida: fitá-la como o fazia o Apóstolo, recorrer a Ela em tudo com
confiança filial, amá-la como a amou São João.

Como é fácil amar Santa Maria! Nunca, depois de Jesus, existiu nem existirá
criatura alguma mais amável. Já se disse de Santa Maria que Ela é como um
sorriso do Altíssimo. Nada de imperfeito, inacabado ou defeituoso encontramos
no seu ser. Não é alguém longínquo e inacessível: está muito perto da nossa
vida diária, conhece as nossas aflições, o que nos preocupa, aquilo de que
precisamos... Não tenhamos receio de exceder-nos no nosso amor a Maria,
pois nunca chegaremos a amá-la como a Santíssima Trindade a amou, a ponto
de fazê-la Mãe de Cristo. Não tenhamos receio de exceder-nos, pois sabemos
que Ela é “um presente do Coração de Jesus moribundo”13.

O Senhor deseja que aprendamos a amá-la sempre mais; que tenhamos


para com Ela os pormenores de delicadeza e de amor que Ele teria no nosso
lugar: jaculatórias, olhares frequentes às suas imagens – pode-se dizer tanto
num olhar! –, actos de desagravo pela indiferença de alguns dos seus filhos, a
recitação amorosa do Ângelus, do terço... “Entre todas as homenagens que
podemos tributar a Maria – afirma Santo Afonso Maria de Ligório –, não há
nenhuma tão grata ao Coração da nossa Mãe como a de implorarmos com
frequência a sua protecção maternal, pedindo-lhe que nos assista em todas as
nossas necessidades particulares, bem como ao darmos ou recebermos um
conselho, nos perigos, nas tribulações, nas tentações... Esta boa Mãe livrar-
nos-á certamente dos perigos logo que recitemos a antífona Sub tuum
praesidium (“Sob a vossa protecção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus”...),
ou a Ave-Maria, ou mal invoquemos o seu santo nome, que tem um poder
especial contra os demónios”14. Maria, como todas as mães, experimenta uma
especial alegria em atender os seus filhos necessitados.

Sabemos que, “depois da peregrinação neste desterro, estarão à nossa


espera os seus olhos misericordiosos e os seus braços, entre os quais
encontraremos, num laço indissolúvel, o fruto do seu ventre, Jesus, que
conquistou a glória para si, para a sua Mãe e para todos os irmãos que se
acolhem à sua misericórdia”15.

Sancta Maria, Mater amabilis, ora pro eis... ora por me. Ensina-me a querer-
te cada dia um pouco mais.

(1) Cfr. R. Garrigou-Lagrange, La Madre del Salvador, pág. 219; (2) Conc. Vat. II, Const.
Lumen gentium, 53; (3) Jo 19, 27; (4) João Paulo II, Enc. Redemptoris missio, 7-XII-1990, n.
23; (5) F. J. Sheen, Desde la Cruz, Subirana, Barcelona, 1965, pág. 18; (6) cfr. Jo 10, 3; (7) cfr.
Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 61; (8) cfr. J. Ibañez-F. Mendoza, La Madre del Redentor,
págs. 237-238; (9) São Bernardo, Homilia na oitava da Assunção, 2; (10) S. Josemaría Escrivá,
Caminho, n. 516; (11) Jo 19, 27; (12) S. Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 140; (13) cfr.
Pio XII, Enc. Haurietis aquas, 15-V-1956, 21; (14) Santo Afonso Maria de Ligório, As glórias de
Maria, III, 9; (15) L. M. Herrán, Nuestra Madre del Cielo, 2ª ed., Palabra, Madrid, 1988, pág.
102.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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