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Pinga Fogo
DEUS
1 – Como você vê, a partir da consagração das
teorias evolucionistas de Darwin, os cientistas
descartarem a existência de Deus, proclaman-
do tratar-se de mera hipótese, e desnecessária?
Com perplexidade. Como está na ques-
tão número 4, de O Livro dos Espíritos, po-
demos perfeitamente conceber a existência
de Deus a partir do axioma não há efeito sem
causa. Se o Universo é um efeito inteligente,
tão inteligente que transcende a percepção hu-
mana, fatalmente tem uma causa inteligente.
2 – Dizem os cientistas que não há lugar para
um criador num Universo regido por leis
que lhe dão sustentação e desenvolvimento.
É espantoso que homens tão inteligen-
tes exercitem raciocínio tão simplista. Se há
leis que regem o Universo, quem as estabele-
ceu? Se o Universo funciona como um relógio,
quem é o relojoeiro? Quem dá corda no relógio?
3 – Da mesma forma descartam a idéia de Deus
quando se trata do aparecimento do homem,
considerando que tudo começou com organis-
mos extremamente simples, que se desenvol-
veram em complexidade, ao longo do tempo.
Oportuno considerar que Darwin não era ateu
e admitia que sua teoria não eliminava um Cria-
dor. Ela apenas demonstra que Deus trabalha de
forma diferente do que está exposto na Bíblia. Foi
um projeto elaborado e desenvolvido ao longo do
tempo. A própria evolução das espécies, necessa-
riamente, exige uma direção, o planejamento de
um ser superior, acima do entendimento humano.
4 – Alegam alguns cientistas que se justificaria
a existência de Deus se tudo tivesse aconteci-
do como está na Bíblia, com o Universo sendo
criado em seis dias, em autêntica magia. A de-
monstração de que tudo aconteceu em bilhões
de anos descartaria a presença de um Criador.
Um bilhão de anos é muito tempo para o
Homem, ante a efemeridade da existência hu-
mana. Para Deus é apenas um segundo na
OLHAR ESPÍRITA
Richard Simonetti
eternidade. Consideremos o aspecto simbólico
da Gênese, no Velho Testamento, e identificare-
mos períodos compostos por bilhões de anos,
onde o autor do texto imaginou alguns dias.
5 – Por que Ciência é sinônimo de materialismo?
Temos o problema do pêndulo. Quando o eleva-
mos numa das extremidades e o soltamos, vai, por
impulso, à extremidade oposta. Foi o que acon-
teceu com a Ciência. Esteve contida e conduzida
pela religião atrelada ao carro do poder temporal,
na Idade Média. Basta lembrar que Galileu, no
século XVII, viu-se na contingência de negar a te-
oria heliocêntrica de Nicolau Copérnico, que ele
ajudou a comprovar com cálculos matemáticos.
Ao libertar-se, a partir da revolução francesa, a Ci-
ência foi parar no outro extremo, o materialismo.
6 – Considerando que a noção da existência de Deus
é algo intrínseco na natureza humana, como o filho
que tem noção de que o pai existe, por que a comu-
nidade científica insiste em negar essa realidade?
É preciso cuidado quando se fala em comunida-
de, o que passa idéia equivocada de que cientista é
sinônimo de ateu. Oportuno lembrar que grandes
nomes da Ciência, como Newton, Galileu, Darwin,
Copérnico, e tantos outros, não eram ateus. Pes-
quisas de opinião entre os cientistas demonstram
que quarenta por cento deles acreditam em Deus.
7 – Por que, então, Ciência é sinônimo de materialismo?
É que essa idéia transformou-se em paradig-
ma, um princípio estabelecido, que funciona
para os materialistas como um dogma intocável,
situando por hereges os que se atrevem a con-
testá-lo. Por isso no meio acadêmico raros têm
a coragem de proclamar sua crença em Deus.
8 – O movimento do pêndulo poderá fazer os
cientistas materialistas retornarem à posição
em que estiveram presos, no outro extremo?
Os extremos são sempre inconvenientes, criando o
impasse da negação arrogante de um lado e da afirma-
ção fantasiosa do outro. Melhor o meio, a fé que não
descarta a razão. É onde se encontra o Espiritismo.
novembro, 2009
Mensagem
João Godoy
Quem é Jesus para nós, os
espíritas?
Jesus é um espírito sublime ( de al-
tíssimo grau de evolução) , maravilhoso,
que atingiu o mais alto grau de perfei-
ção que o nosso planeta já conheceu.
É o nosso modelo de perfeição, ou
seja, o modelo que podemos dese-
jar e seguir na Terra para que pos-
samos evoluir. Veio pessoalmente à
Terra trazer “O Evangelho”, ou seja,
a boa notícia de que a vida continua,
que somos espíritos eternos e que o
amor jamais passará ou será vencido.
Que colhemos aquilo que plantamos
e que temos dentro de nosso coração
uma parte divina que quer nos iluminar,
nos trazer paz, harmonia e felicidade.
Para isso , basta que sigamos os seus en-
sinamentos “de coração”, não por obriga-
ção, mas fazendo o bem a nós mesmos e
amando o próximo como a nós mesmos.
Jesus não é Deus. É filho de Deus,
como nós, pois também somos espíri-
tos, mas um filho de Deus que já al-
cançou um grau de evolução tão grande
que se confunde com Deus, tanto que
Ele disse: “Eu e o Pai somos um”, ou
seja, “Penso como Deus pensa”, ou
seja, “Eu sei o que o Pai deseja de nós”.
É a fonte de harmonia, paz e amor
que inunda os nossos corações se-
dentos com sua água, que dá novo
sentido a nossa existência aqui na
Terra , escola bendita onde encon-
tramos tantos problemas e desafios.
Todos os homens, independentemente
da situação social, ou seja, que estejam
sobre o trono ou sobre a palha, neces-
sitam deste mestre maravilhoso, de
seus ensinos, de sua luz, de seu amor,
para darem sentido a sua existência.