As manifestações clínicas da SRS surgem, maioritariamente, aquando
da realização de exercício físico com o membro superior ipsilateral e está estabelecido que a SRS não está presente quando não existem sinais e sintomas de isquemia cerebral consequentes a esse esforço realizado.
Sinais e sintomas da SRS:
Cefaleias;
Zumbidos,
Distúrbios visuais tais como a dipoplia;
Vertigens causadas pela hipoperfusão da base do cérebro;
Náuseas associadas à lesão cerebral e à vertigem;
Disartria;
Disfagia;
Ataxia;
Síncope;
Claudicação intermitente do membro superior ipsilateral;
Isquemia cerebral transitória, geralmente devido à execução de
exercício com os membros superiores. Neste caso ocorre um aumento das necessidades em termos de suprimento sanguíneo do membro superior. Se o exercício realizado exceder a capacidade de suprimento provida pela rede colateral de vasos então vai haver um aumento do fluxo sanguíneo retrógrado na artéria vertebral ipsilateral de forma a compensar essa maior necessidade de O2 o que, por diminuição do aporte de sangue ao cérebro, vai levar à isquemia;
Isquemia do membro superior afectado sendo que esta raramente
ocorre devido à extensa circulação colateral a partir da artéria vertebral em direcção ao membro superior. Pode ocorrer em situações de esforço vigoroso e em situações em que o membro se encontra elevado acima do nível da cabeça.
*Nota: A reversão do fluxo vertebral pode não ser indicativa da
presença da SRS pois tem sido observada mesmo quando não há estenose presente na artéria subclávia. Pensa-se que tal se deverá, aquando do estudo imagiológico com uso de produto de contraste, à injecção forçada de uma grande quantidade desse numa artéria relativamente pequena levando à presença de um fluxo retrógrado artificial. Está provado que a presença de patologias noutros vasos extra cranianos que suprem o cérebro é um factor coadjuvante na manifestação sintomática da SRS sendo que a presença de lesões arteriais na artéria vertebral contralateral e/ou carótidas é de aproximadamente 80% nos pacientes com sintomas de SRS!
Diagnóstico da SRS
O primeiro passo para um correcto diagnóstico da SRS é o diagnóstico
diferencial. A exclusão de todas as outras possíveis causas dos diversos sinais e sintomas apresentados é essencial pois existe um sem número de patologias com manifestações clínicas muito semelhantes.
O exame físico é o primeiro a ser realizado e consiste em:
Palpação bilateral de pulsos: pulsos radial e ulnar fracos ou ausentes e a
existência de uma diferença de pressão sistólica entre os dois membros superiores superior a 20mm Hg são indicadores da presença de SRS.
Auscultação: A presença de sopro na região proximal da artéria subclávia
pode ocorrer na SRS devido à turbulência do sangue à sua passagem pela área estenosada.
Para o diagnóstico desta síndrome são utilizados diversos tipos de exames
complementares, tais como:
• Análises laboratoriais: São realizadas para examinar a presença ou
não de factores de risco aterosclerótico. Ex: Dislipidemia, Hiperglicemia,…
• Estudos imagiológicos:
○ Eco-Doppler transcraniano:
É o exame mas sensível e específico para a detecção da SRS;
Não é invasivo o que é muito vantajoso pois não vai provocar alterações dos padrões hemodinâmicos; Pode ser realizado repetitivamente sem causar qualquer efeito adverso ao paciente; Permite observar a direcção e velocidade do fluxo nas artérias cranianas; A sua execução em simultâneo com o teste de roubo da subclávia permite, pela exacerbação do fenómeno de roubo, confirmar o fluxo retrógrado na artéria vertebral. O teste de roubo da subclávia consiste na insuflação de uma braçadeira no membro a estudar com pressão superior à sistólica, mantendo essa pressão durante 3minutos, sendo que nos últimos 30 segundos o paciente exercita o membro referido sendo-lhe ao fim desse tempo retirada rapidamente a braçadeira. O teste é positivo para SRS se se verificar um aumento súbito do fluxo retrógrado na artéria vertebral ipsilateral.
De acordo com os espectros obtidos através do Doppler a gravidade da SRS
pode ser classificada em:
-Grau I: Fluxo anterógrado com velocidade de pico sistólico diminuída;
-Grau II: Fluxo alternado – Anterógrado na diástole e retrógrado na sístole;
-Grau III: Fluxo completamente retrógrado.
○ Angiografia:
É um exame radiológico através do qual se visualiza o interior das artérias
do organismo, de forma a avaliar qualquer alteração na parede e diagnosticar doenças como a aterosclerose. Este exame consiste na injecção de produto de contraste para permitir a visualização dos vasos. Apesar de ser um bom meio de diagnóstico, tem as suas limitações. Se a obstrução da artéria for total, o contraste não passa para além da obstrução, não permitindo a quantificação da extensão desta nem a avaliação da parede da artéria após a obstrução.
○ Angiografia por tomografia computorizada:
É uma técnica com vasto potencial de aplicação neurovascular. Com o
desenvolvimento da tecnologia multislice (‘’múltiplas fatias’’), a circulação craniana e cervical podem ser avaliadas num só estudo; Consiste na injecção de produto de contraste não ionizante por via endovenosa; Permite a obtenção rápida de imagens podendo abranger áreas de 30 cm em menos de 10 segundos.
○ Raio X:
É um exame que consiste na emissão de radiação ionizante de forma a
gerar as imagens das estruturas. A radiografia torácica permite identificar causas pouco comuns da obstrução da subclávia como por exemplo a presença de uma costela cervical.
○ Angiografia por ressonância magnética:
Método de diagnóstico não invasivo utilizado como alternativa à angiografia.