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2ª Tarefa da sessão 1: Comentário à matriz de Celeste Ferreira

Ponto por ponto:

- Professor bibliotecário: Apreciei bastante o levantamento que fizeste


acerca do que a literatura destina à figura do professor bibliotecário.

Não sei se é o que acontece contigo, pessoalmente, quando leio todos os


atributos que os especialistas propõem para o perfil do professor
bibliotecário sinto que nos é exigido muito. Muito e em campos muito
diversificados!

O problema é que ao tentar corresponder às expectativas correspondentes


ao perfil que a literatura identifica para nós, muitas vezes, sinto-me de tal
forma dividida que me dá a impressão da impossibilidade em lá chega. No
dia a dia sinto-me muitas vezes algo perdida pois as solicitações são
imensas, o envolvimento pessoal é desgastante e os resultados positivos
que se vão conseguindo são difíceis de sedimentar, principalmente junto
dos docentes, nossos colegas, que, desconhecendo o trabalho que fazemos,
muitas vezes desprestigiam o nosso esforço.

Organização e gestão – Vou centrar-me nas ameaças que indicas.

Na verdade a equipa é uma peça fundamental para o funcionamento da BE


e a formação especializada, quando existe, torna-se uma mais-valia
fundamental. A questão é que estas 35 h que são atribuídas ao professor
bibliotecário tornam-se, por si, uma ameaça ao trabalho de equipa pois, da
parte dos órgãos de gestão, fica a ideia de que com tanto tempo que temos
para trabalhar, não necessitamos de muito mais.

Acontece, que o conteúdo funcional do professor bibliotecário passa, tal


como bem o indicas, muito além do trabalho técnico de organização e
gestão documental. E são as tais exigências da dita “sociedade de
informação” que complicam a nossa tarefa. Melhor dizendo: “sociedade do
conhecimento”! Posto isto torna-se evidente que a acepção de que somos
mediadores para a construção do conhecimento não é tarefa fácil e,
principalmente, não se consegue realizar individualmente, em contextos de
“tanta clientela” como o são as nossas escolas.

- BE espaço de conhecimento e aprendizagem/trabalho


colaborativo: Neste ponto vou basear-me nos pontos fracos que indicas.

É precisamente nesta questão da falta de planificação conjunta, estruturada


e revista com regularidade que assentam as principais dificuldades do nosso
trabalho de mediadores para a construção do conhecimento. De facto,
quem trabalha mais directamente com os alunos, quem, quem tem a
oportunidade de desenhar um projecto curricular de turma é o conselho de
turma mas, o que se verifica habitualmente é que, deste, que deveria ser
um grupo coeso e articulado entre os seus membros, resulta um trabalho
individual. Esta tendência de trabalhar para a “minha disciplina”deixa
transparecer as preocupações relacionadas com a transmissão dos
conteúdos disciplinares em detrimento da necessidade de preparar e
integrar estratégias colaborativas de modo a facilitar a construção do
conhecimento, ele também, uma “entidade” transversal.

Outro aspecto tem a ver com o tempo que por vezes se perde no início do
ano lectivo em reuniões que não deixam margem para um trabalho sério de
planeamento da efectiva acção educativa e, que em última instância de
concretiza no Projecto Curricular de Turma. É como se tivéssemos
convocado um grupo de jogadores para o mundial de futebol e lhes
atribuíssemos tempo para tudo menos para treinar em conjunto. Permite-
me o uso desta imagem: um conjunto de craques nem sempre significa uma
equipa vencedora. Uma equipa de professores deveria que ser trabalhada à
volta do enfoque que são os alunos que compõem o grupo/turma, nas suas
particularidades, na sua individualidade colectiva.

E como já vai longo o meu comentário, vou agrupar os pontos do trabalho


em leitura e literacia e a questão dos ambientes digitais.

Pego em dois aspectos que referes: a falta de tempo dos alunos


para ler e a relutância de muitos docentes em utilizarem as TIC.

Associei estes dois aspectos por entender que ambos que


concretizam num pilar único: o esforço. É que não é fácil de
gostarmos de algo que sentimos dificuldade em fazer e para fazer é
preciso aprender e aprender pressupõe disponibilidade, motivação,
persistência.

A experiência de por alunos a ler em voz alta em sessões de leitura


na BE tem-me evidenciado a dificuldade que muitos, mas muitos,
tem em ler fluentemente, já no 2º e até 3º Ciclos. Acontece, que
enquanto a etapa da decifração não for ultrapassada com sucesso,
muito dificilmente um leitor conseguirá extrair sentido do que lê.
Como não entende o que lê, desmotiva-se e como está
desmotivado, deixa de ler. Voltamos ao ponto do trabalho
colaborativo, bem planeado e pensado em função dos alunos que
temos, efectivamente. É que não adianta querer dar conteúdos que
“entram a 100 e saem a 120”…

Quanto à relutância manifestada por muitos de nós em usarmos as


TIC atrevo-me a conjecturar que advém de um aspecto macro: é
que a Escola não tem conseguido acompanhar o ritmo da evolução
tecnologia que se vai experimentando, nas empresas e noutras
instituições e nós, os professores só tentámos apanhar o comboio
quando ele já circulava a grande velocidade.

Gestão de evidências: por último mas não com menor importância.


Pois é! Concordo plenamente contigo. Acho que este modelo veio
ajudar mito a definir os domínios da intervenção na escola mas a
sua aplicação arrasta consigo a ameaça que referes. Ao querermos
aplicá-lo com rigor, corremos o risco de nos desmotivarmos
frequentemente com as dificuldades que vamos encontrado e,
principalmente com a quantidade de evidências que é suposto
gerirmos. Não é fácil e não deveremos correr o risco do
perfeccionismo. Não somos imensos e o essencial da nossa tarefa
passa por gerir conexões mais do que gerir evidências. Concordas?

Carminda Lomba

30 Outubro de 2009

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