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INTRODUÇÃO
Este conceito de interligação de redes locais foi que deu origem à rede mundial de
computadores, denominada Internet. Com o seu advento, viu o mundo nascer um campo
inteiramente novo no que diz respeito às relações entre os indivíduos.
Sem sair de casa, o usuário da rede pode se comunicar com outras pessoas que se
encontram nos rincões mais afastados do planeta. Havendo, onde quer que seja, um
computador conectado à rede, haverá comunicação, troca de informações e mesmo
comércio.
As sociedades não são entidades estáticas, evoluindo continuamente com o passar dos
tempos, de forma que o direito, ao visar regular os hábitos e atividades sociais, deve
necessariamente acompanhar esta evolução, alterando ou dando novas interpretações às
regras jurídicas existentes em cada país.
Um exemplo claro das mudanças levadas a efeito pela crescente utilização das facilidades
e agilidade próprias da rede mundial de computadores, está na presente e crescente
dispensabilidade dos documentos físicos que façam prova da consumação de um contrato.
Mesmo a assinatura deste, até então levada a efeito pela rubrica de próprio punho dos
contratantes, vem sendo substituída pela denominada assinatura digital.
Este novo campo que se abre para as relações transindividuais, contudo, traz consigo um
problema já velho conhecido do Homem, o da segurança na transmissão de informações.
Assim é que, atualmente, se vêm buscando dar segurança e fidedignidade às transações e
transferência de informações via Internet.
Cabe ao Direito regular tais situações, visto que já se constituem numa realidade no dia a
dia daqueles que se utilizam da Internet nas suas transações, seja através de uma
releitura de suas regras, seja por meio da edição de novas normas que permitam lidar
satisfatoriamente com esta nova realidade.
Podemos definir contrato como uma espécie de negócio jurídico, de natureza bilateral ou
plurilateral, dependente, para sua formação, do encontro da vontade das partes, que cria
para ambas uma norma jurídica individual reguladora de interesses privados. Assim sendo,
tem ele por fundamento a vontade humana, atuada conforme a ordem jurídica vigente, que
lhe dá força criativa. É norma jurídica individual posto que estabelece direitos e
obrigações, em regra, apenas entre os contratantes.
São, pois, dois os elementos componentes da noção de contrato: o estrutural, que requer
a convergência de duas ou mais vontades contrapostas; e o funcional, que diz respeito à
composição daqueles interesses contrapostos, contudo harmonizáveis, com o fito de
constituir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial.
Por se constituir em um negócio jurídico, o contrato deve atender, para sua validade, aos
requisitos subjetivos, objetivos e formais contidos no art. 82 do Código Civil, que são:
agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei.
Os requisitos subjetivos são: a existência de duas ou mais pessoas, posto ser o contrato
um negócio jurídico bilateral ou plurilateral; capacidade genérica das partes contratantes
para os atos da vida civil; aptidão específica para contratar; e consentimento das partes
contratantes.
São objetivos os seguintes requisitos, que dizem respeito ao objeto do contrato: objeto
lícito, ou seja, que não seja contrário à lei, à moral, aos princípios da ordem pública e aos
bons costumes; possibilidade física ou jurídica do objeto; determinação do objeto, que
deve ser certo ou, ao menos, determinável; e ser o objeto susceptível de valoração
econômica.
Os requisitos formais dizem respeito à forma do contrato, sendo que atualmente a regra é
a liberdade das formas, donde a simples declaração de vontade tem o condão de originar
uma relação obrigacional entre as partes, gerando efeitos jurídicos independentemente da
forma de que seja revestida. Nos casos onde a forma é da essência do contrato, a lei
assim o determinará. Não o fazendo, vigora o princípio da liberdade das formas.
Fora dos casos acima expostos a oferta é obrigatória ao ofertante, sob pena de
indenização dos prejuízos causados ao oblato pela recusa em cumpri-la.
Aceitação é a manifestação de vontade por parte do oblato, que, levada a efeito dentro de
determinado prazo, em aderir à oferta feita pelo policitante, em todos os seus termos,
através da qual se tem por concluído o contrato, caso chegue oportunamente ao
conhecimento deste último.
Poderá a aceitação ser expressa ou tácita, salvo nos contratos solenes. Deve ainda ser
oportuna, ou seja, que tenha sido formulada dentro do prazo concedido pelo policitante.
Não havendo prazo determinado a oferta perdurará até que haja retratação, desde que
esta preceda à expedição da aceitação.
A aceitação deve, ademais, ser integral e nos moldes da oferta feita. Caso a oferta seja
alternativa, deverá o oblato indicar a de sua escolha, ou do contrário o policitante
entenderá haver ele consentido com qualquer uma delas.
Caso o oblato ofereça sua aceitação, sem, contudo, se submeter aos requisitos
componentes da oferta, haverá, em realidade, uma nova proposta, ficando o proponente
da primeira liberado dela. O mesmo ocorre na aceitação intempestiva, que será entendida
como nova proposta, à qual o primeiro policitante pode ou não acordar.
Caso o contrato se realize entre ausentes, haverá um intervalo de tempo, mais ou menos
longo, entre a aceitação e o conhecimento dela pelo proponente. Assim a doutrina criou
teorias com base na resposta à oferta a fim de estabelecer o momento em que o contrato
pode ser tido como concluído e, consequentemente, obrigatório para as partes.
Esta teoria encontra-se hoje em decadência, posto que dá margem a fraude e má-fé por
parte do ofertante, que poderia, p. ex., conforme a variação do mercado lhe seja mais ou
menos vantajosa, dar por lida ou não uma aceitação. Enorme seria, nesta hipótese, a
dificuldade do aceitante em provar a ocorrência de fraude ou má-fé por parte do ofertante.
O nosso Código Civil adotou, em seu art. 1086, a teoria da agnição na modalidade
expedição, salvo três exceções, previstas no art. 1085 e incisos II e III, do próprio art.
1086, que adotam a teoria da recepção.
Ao determinar que a aceitação será inexistente caso antes ou juntamente com ela chegue
a retratação, o art. 1085 não está contradizendo o art. 1086, mas confirmando-lhe o
conteúdo. Isto porque coloca a aceitação remetida ao policitante na mesma situação e
submetida à mesma regra da proposta remetida ao oblato ausente.
As outras duas exceções, constantes dos incisos II e III do art. 1086, são as seguintes: o
inciso II estabelece que o contrato se consuma no momento da recepção, caso o
proponente tenha se comprometido a esperar pela resposta; e o inciso III determina que o
contrato não se consuma pela expedição da resposta, caso não tenha ela chegado dentro
do prazo convencionado.
A determinação do lugar onde se tem por concluído o contrato é de suma importância para
se determinar, não apenas o foro competente, mas também a lei a ser aplicada à relação
contratual. Conforme o art. 9º, § 2º, da LICC, a obrigação oriunda de contrato é reputada
constituída no lugar em que reside o proponente, de forma que, se o ofertante residir na
Alemanha, os efeitos do negócio jurídico reger-se-ão pelas leis daquele país.
3. CONTRATOS ELETRÔNICOS
Neste item tentaremos correlacionar a teoria das obrigações contratuais, acima resumida,
aos contratos eletrônicos, a fim de verificar a sua eficácia e validade, tendo em vista que,
desde 1916, o contrato verbal é admitido como válido.
Como dito mais acima, contrato pode ser definido como a espécie de negócio jurídico, de
natureza bilateral ou plurilateral, dependente, para sua formação, do encontro da vontade
das partes, que cria para ambas uma norma jurídica individual reguladora de interesses
privados.
Esta definição é perfeitamente aplicável aos contratos eletrônicos, posto que do seu
conteúdo se depreende inexistir qualquer elemento incompatível com os mesmos. A
natureza bilateral do negócio jurídico é perfeitamente identificável nos contratos
eletrônicos, bem como a sua formação pressupõe o encontro da vontade emanada das
partes contratantes, tal qual nos contratos em geral. Assim sendo, são eles perfeitamente
aptos a produzirem os efeitos jurídicos inerentes aos contratos, fazendo lei entre as partes.
Estão presentes também nos contratos eletrônicos os elementos estrutural, que pressupõe
a convergência de duas ou mais vontades; e funcional, pela composição dos interesses
contraposto de ambas as partes, com o fim de constituir, modificar ou extinguir relações
jurídicas de natureza patrimonial.
Os requisitos subjetivos de validade dos contratos, que são: a existência de duas ou mais
pessoas, por serem os contratos bilaterais; capacidade genérica das partes contratantes
para os atos da vida civil; aptidão específica para contratar; e consentimento das partes
contratantes; são absolutamente passíveis de atendimento nos contratos eletrônicos, não
existindo aí qualquer barreira a esta forma de contratação. Por trás de seu computador, o
usuário é uma pessoa real, de forma que, desde que possua capacidade para contratar,
nada impede que, por meio daquele instrumento, contrate com quem quer que seja.
Já os requisitos ditos formais requerem uma maior reflexão. Dizem eles respeito à forma
pela qual o contrato deverá ser expresso. Atualmente a regra geral é a da liberdade das
forma para a maioria das contratações, sendo as exceções previstas sempre
expressamente na lei. A contrário senso, inexistindo lei que determine forma pré
estabelecida para um dado contrato, então será ele válido se levado a efeito sob qualquer
forma não contrária ao direito.
Ora, não existe qualquer vedação legal à consumação de um contrato pelos meios
eletrônicos, de forma que, não exigindo o objeto da contratação forma prescrita em lei,
será ele perfeitamente admissível como contrato válido e eficaz, apto a produzir os efeitos
visados pela partes contratantes.
Não tendo encontrado qualquer incompatibilidade dos contratos eletrônicos em face dos
requisitos de validade dos contratos em geral, passamos a estudar a aplicabilidade das
fases de formação dos contratos aos contratos dito digitais.
Como acima referido, o acordo de vontades que permite a formação dos contratos é
expresso pela oferta do policitante e pela aceitação dela por parte do oblato.
A oferta é a declaração de vontade que o ofertante dirige ao oblato, por meio da qual
aquele manifesta a sua intenção de se vincular aos temos do contrato que propõe, caso
haja a aceitação por parte deste último. Em regra a oferta é obrigatória para o policitante,
salvo as exceções já tratadas no item anterior.
Nos contratos celebrados via Internet, a policitação, normalmente feitas nas home pages
daquele que procede à oferta, pode e deve atender aos mesmos requisitos e surtir os
mesmos efeitos imputáveis aos contratos em geral, dentre eles a da obrigatoriedade da
oferta feita. Mesmo as hipóteses nas quais a oferta não é obrigatória (arts. 1080 e 1081,
do CC) se aplicam integralmente aos contratos virtuais (vide item anterior), não havendo aí
qualquer ressalva.
A aceitação pode ser expressa ou tácita, devendo obrigatoriamente ser expressa no caso
dos contratos solenes. Assim sendo, como nesta modalidade contratual a forma é requisito
de validade, os contratos eletrônicos não se prestam a veicular-lhes o conteúdo.
No que diz respeito ao momento da conclusão dos contratos, a sua variação conforme se
realize entre presentes e ausentes não apresenta dificuldades no que concerne aos
contratos virtuais. Tais contratos são realizados entre ausentes, posto não haver contato
direito entre os contratantes, que se utilizam da Internet para contratar, não se aplicando
assim a modalidade de realização entre presentes. No mais, se aplica tudo quanto acima
foi dito sobre o tema, inclusive quanto à teoria da agnição, na modalidade expedição, e da
cognição, esta última constituindo-se em exceção à regra geral.
No caso dos contratos via Internet, que normalmente são levados a efeito por E-mail, a
remessa da proposta ou aceitação é quase que instantânea, o mesmo se dando com a
retratação. Ora, se a eficácia da retratação depende de ser ela recebida
concomitantemente à aceitação ou proposta, não importando a data da remessa de
qualquer uma delas, surge-nos ainda uma indagação: deve-se entender por recebido o e-
mail, que porta a proposta ou aceitação, no momento da recepção delas pelo provedor do
contratante?, ou no momento que esta, do provedor, é descarregada no computador do
usuário da rede?
Entendemos que a melhor solução seria a que entende por recebido o e-mail quando há a
descarga do arquivo no computador daquele a quem é feita a proposta, ou que aguarda a
aceitação, independentemente da data em que o arquivo é recebido pelo provedor de
acesso. De mais a mais, é sabido que, comumente, o login com o provedor pode
apresentar problemas, de forma que, por dias, o usuário pode vê-se impossibilitado de
enviar ou receber e-mails, ou sequer conectar-se à rede.
Não é menor a complexidade da questão sobre o lugar onde se deve dar por concluído o
contrato, como fator que é da determinação da legislação que regerá os efeitos dos
contratos firmados via rede mundial de computadores
O art. 9º, § 2º da LICC, norma de sobredireito aplicável aos contratos em geral, determina
que as obrigações resultante do contrato reputam-se constituídas no lugar onde residir o
proponente.
Ora, residência é a relação de fato, que se constitui no lugar em que determinada pessoa
habita ou tem o centro de suas ocupações, não se confundindo com o conceito de
domicílio, que é jurídico, criado pela lei, pelo qual se pressupõe estar uma dada pessoa
presente em determinado lugar.
Assim sendo, à primeira impressão, não apresenta a questão dos contratos virtuais grande
dilema no que concerne à matéria, sendo eles tidos como concluídos no local da
residência do proponente, seja ele na Alemanha, França, etc.
Contudo, alguns autores vêm questionando a simplicidade da questão, como o faz Walter
Douglas Stuber e Ana Cristina de Paiva Franco, no artigo de autoria de ambos A Internet
Sob a Ótica Jurídica (RT 749;66). Afirmam eles que, nas relações jurídicas originadas via
Internet, é praticamente impossível se determinar em qual território foram levadas a efeito,
sendo, portanto, impossível de se determinar qual a legislação a ser aplicada aos casos
concretos.
Para que as partes interessadas em contratar tenham certeza da identidade uma da outra,
faz-se necessário o emprego de uma tecnologia ainda em desenvolvimento. Isto porque
ambas as partes devem estar perfeitamente identificadas para que o contrato a ser levado
a efeito produza os efeitos desejados por elas.
Para se ter a certeza de que uma dada assinatura procede de uma determinada pessoa,
se faz ainda necessário um sistema de certificação, que recebe o nome de Autoridade
Certificante, encarregado de fornecer os referidos pares de chaves, após a devida
comprovação da identidade do interessado em adquiri-las.
Primeiro, empregando a chave pública de alguém se tem a certeza de que apenas e tão-
somente o possuidor de um dado par de chaves poderá ler uma mensagem por ela
encriptada, posto que apenas ele possui a Chave Privada correspondente capaz de
proceder à desencriptação. Está aí garantido o sigilo de uma proposta. Basta para tanto
que o proponente envie a proposta encriptada pela chave pública do oblato. Terá assim o
policitante a certeza de que apenas o oblato teve acesso à proposta feita.
Recebendo o oblato a mensagem encriptada mais o código obtido via função hash, deverá
desencripatar duplamente a proposta a fim de ter acesso à original. De posse desta,
deverá empregar novamente a função hash e comparar o código obtido por si ao código
remetido junto à mensagem recebida. Sendo as duas iguais, poderá o oblato estar certo
de que a proposta não sofreu qualquer adulteração no translado. Se diferentes, a
mensagem certamente foi violada.Deverá o oblato empregar o mesmo método acima
descrito para remeter ao policitante a aceitação De posse destes três sistemas, que
poderão ser empregados das mais variadas forma, e não apenas da forma aqui
exemplificada, aqueles que se interessem por contratar utilizando-se da rede mundial,
poderão fazê-lo com um grau razoável de confiabilidade na troca de informações, bem
como cientes de que o contrato assim assumido produzirá os efeitos desejados por
ambos.
Este trabalho não objetiva coligir dados acerca do valor probante dos documentos
digitais em juízo. Contudo, faremos um breve comentário sobre o tema, tendo em vista
estar ele intimamente vinculado ao conteúdo do mesmo.
A validade e eficácia dos documentos eletrônicos como meio de prova em muito difere das
dos documentos comuns, isto porque apresentam eles uma série de peculiaridades
técnico-informáticas que lhe são próprias. Em sede de direito comparado, a saída
encontrada foi a elaboração de normas específicas sobre o tema que atendessem àquelas
peculiaridades. Nos Estados Unidos, p. ex., foi abandonada qualquer tentativa de
utilização de processos interpretativos das normas vigentes, tendo vários estados
elaborado legislação específica para a legitimação dos documentos eletrônicos.Assim
sendo, em nossa legislação, por faltarem normas específicas aplicáveis ao caso, os
documentos eletrônicos podem ser admitidos como meio de prova com fundamento no art.
332, do CPC, que determina que "todos os meios legais, bem como os moralmente
legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade
dos fatos, em que se funda a ação ou defesa".Deste artigo se depreende que o rol
existente no código processual é meramente exemplificativo, sendo admitido qualquer
meio de prova desde que legítimo. Aí, indubitavelmente, podem ser incluídos os
documentos eletrônicos.Contudo, o meio eletrônico é extremamente volátil, de forma que
se faz necessário garantir a integridade e a procedência de um documento antes de lhe
atribuir qualquer valor probante. Como acima já foi dito, isto pode ser obtido através do
emprego de um par de chaves, componentes do sistema assimétrico de encriptação de
dados, fornecido este por uma Autoridade Certificante.No Brasil, a única Autoridade
Certificante existente é privada e denominada Certsign, com sede no Rio de Janeiro. Esta
AC segue práticas internacionais a fim de proceder a identificação daqueles interessados
em adquirir um par de chaves. O procedimento empregado pela Certsign, que mantém um
contrato de emissão de assinaturas digitais registrado num cartório de registro de títulos e
documentos, visa garantir àqueles que pretendem trocar documentos via Internet a
identidade daqueles com quem contratarem.Havendo interesse entre duas pessoas de
trocarem documentos virtuais, deverão elas antecipadamente verificar o registro do
certificado uma da outra, junto à CA, a fim de terem por comprovada a identidade do outro
contratante. Sendo praticamente impossível a emissão de dois pares de chaves idênticos,
está garantida a identidade pessoal do futuro contratante, de forma que a certificação
digital, levada a efeito pela CA, tem o condão de legitimar os documentos eletrônicos como
meio de prova.
6. CONCLUSÃO
A Internet é uma realidade que não pode ser negada, como também não podem ser
negadas as facilidades que vem trazendo ao cotidiano das pessoa comuns. Se incumbe
ao Direito regular os negócios jurídicos de uma forma geral, com mais razão deverá ele
tratar dos contratos levados a efeito via Internet, com todas as peculiaridades que os
envolve.Muito trabalho e estudo deverá ser levado a efeito tanto pela legislação e quanto
pela doutrina, posto que nem sempre será possível a aplicação analógica das normas ora
existentes às peculiaridades apresentadas pelos contratos eletrônicos. As modernas
tecnologias de proteção ao comércio eletrônico dão certa estabilidade e confiabilidades às
transações ocorridas no meio eletrônico. Contudo, ao mesmo tempo que tais tecnologias
são desenvolvidas, contra medidas são adotadas por aqueles interessados em se
aproveitar de um meio tão efêmero e volátil para obter vantagens indevidas.Àqueles que
pretendem se utilizar do universo virtual nas suas transações comerciais deve ser
garantido um mínimo de segurança nas relações jurídicas que vierem a criar, cabendo ao
Direito acompanhar a evolução da genialidade humana a fim possibilitar tal garantia.Este
trabalho teve por objetivo fornecer um breve esboço das complexidades jurídicas que
surgiram com o advento da Internet, não tendo qualquer pretensão de fornecer soluções
ou sequer propostas de soluções. Estas deverão germinar de estudos mais aprofundados
do tema, do qual, no momento, a doutrina vem se esquivando, limitando-se a pequenos,
tímidos e esparsos trabalhos, tais quais este que ora apresentamos.